Harry Shibata, legista da ditadura militar, sofre “esculacho popular” em SP
Fábio Nassif
São Paulo - A união de jovens que iniciaram a militância a pouco
tempo e velhos que combateram a ditadura militar no Brasil está gerando
uma energia nova na luta por memória, verdade e justiça. A última ação
neste sentido teve como alvo o ex-diretor do Instituto Médico Legal
(IML), Harry Shibata, que hoje vive numa grande casa na rua rua Zapara,
81, no bairro de Pinheiros.
Enquanto os militares torturavam,
matavam e desapareciam com corpos de militantes, Shibata assinava laudos
falsos afirmando que eles haviam cometido suicídio ou sofrido algum
acidente. Ele é autor do conhecido laudo de Vladimir Herzog, mas também
de Sonia Maria de Moraes, estuprada e torturada brutalmente e de muitos
outros.
Considerado como uma peça importante na “engenharia da
amnésia” montada pelo estado brasileiro naquele período, Shibata é um
falsificador da história do país, segundo as denúncias dos
manifestantes. O médico ensinava técnicas de tortura que não deixassem
marcas, usadas até hoje por órgãos de repressão. A Frente de Esculacho
Popular, lançada na ocasião, colou mais de 800 cartazes nos postes da
região e caminhou até a residência de Shibata no último 7 de abril, dia
do médico legista. Veja no vídeo acima como foi.
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