sábado, 17 de outubro de 2009

De Novo o CEC

Acompanho desde a inauguração do CEC aqui na terrinha os comentários de alguns poucos oposicionistas e cada vez mais percebo que uma indústria de argumentos tenta-se criar por alguns poucos.

Um dos argumentos mais simplórios é o que diz ser mais importante gastar em escolas e em creches do que numa obra como o CEC.

Hoje, lendo o blog do Zé Dirceu, pessoa que respeito, apesar de algumas divergências, ele me fez lembrar do velho Joãozinho Trinta que no auge de sua carreira disse uma frase que calou muitos dos que tinham esse tipo de discurso: "Quem gosta de miséria é intelectual". Essa frase surge num contexto de várias críticas ao seu trabalho que leva luxo e beleza à moradores de favelas e suburbios do Rio de Janeiro, despontando para sempre a Escola de Samba Beija Flor de Nilópolis.

Outra frase lembrada pelo Zé é de uma famosa música dos Titãs, se não me falha a memória, que diz: "A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte."

Talvez essas frases sejam bem colocadas para as críticas que hoje vemos de poucos descontentes com o mundo. Até porque (e posso dizer isso tranquilamente) não deixamos de fazer escolas e creches. Não deixamos de reformar as que já existiam, ampliando algumas. Não deixamos de investir e de ampliar o quadro de educadores de nossa cidade. Não deixamos de otimizar os procedimentos para que os resultados sejam cada vez melhores.

Como toda ação social consistente, sempre temos de avançar. Mas usar argumentos que desqualificam todo o contexto para tentar justificar um descontentamento com uma obra como o CEC é pequeno demais para nossa cidade. Como uma obra imensa, ela tem ainda muito o que mostrar de potencialidade. As ações de formação e de aprofundamento de nossos professores só estão começando. Mesmo assim, diferentemente do que dizem os poucos críticos, elas já acontecem quase que diariamente no CEC.

Foi muito bom Zé Dirceu fazer-me lembrar do sábio Joãozinho Trinta. Foi bom também lembrar da música dos Titãs. Acho inclusive que o CEC contribuirá muito para que as pessoas não analisem só o momentâneo e o pontual. Acho que muitas coisas ainda lá acontecerão que farão os poucos críticos perceberem que a vida não é só aquilo que cada um vê. Muitos são os olhares, muitas são as aspirações. Talvez o colocar-se no lugar do outro faça um pouco de diferença. Talvez colocar-se no lugar daquele aluno que teve oportunidade de assistir uma peça no CEC na Mostra Estudantil de Teatro faça um pouco de diferença. Talvez valorizar um pouco mais nosso povo faça a maior das diferenças.

Talvez assim não sejamos pequenos em nossas discussões.

Um comentário:

  1. Meu querido Wilson, ou posso chamar-lhe de TETEIA?
    Podes não saberes, mas acompanho-o pelo seu blog faz algum tempo;
    E esse assunto do CEC em particular chama-me a atenção, pois se não vejamos:
    Imagino eu que toda obra de arte necessita de um local para exposição, sem discriminar a grandeza da obra. Seja ela arquitetônica, Musical, Teatral, Ilusionista Etc...
    A construção do CEC vem atender essa necessidade, entretanto não poderemos jamais nos esquecer dos que produzem as grandes obras, e das necessidades e dificuldades que eles tem.
    O CEC não deve servir ao poder público local como desculpa de que as coisas estão feitas e o resto não lhe compete.
    O mesmo valendo para a população, que precisa saber e valorizar o que tem, e deve estar ao seu dispor.
    Mauricio Ruiz.

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