domingo, 28 de fevereiro de 2010

Pesquisas - Tendências Continuam

Ontem foi divulgada mais uma pesquisa de intenção de votos para presidente da república. Desta vez do Datafolha. E novamente as tendências apresentadas pelas demais pesquisas se confirmam nesta. Dilma cresce e Serra cai.

Na última pesquisa Datafolha divulgada ontem, José Serra tem 32% dos votos e Dilma, 28% dos votos. Uma diferença de quatro pontos percentuais. Eram oito pontos em pesquisas de início de fevereiro. Na mesma pesquisa, Ciro Gomes não saiu do mesmo patamar, 12% e Marina Silva idem, com 8%.

Para não comentar o óbvio, hoje a UOL coloca como manchete o blog do Fernando Rodrigues, cuja chamada é "DESCONHECIMENTO DE DILMA É INCÓGNITA PARA O PT". Isso baseado em um item da pesquisa que pergunta sobre se o candidato é conhecido. Vejam os números, tirem suas conclusões e depois comentem se o tal Fernando Rodrigues está certo em sua leitura.

SERRA -
Conhece - 92%
Conhece muito bem - 33%
Conhece pouco - 36%

DILMA -
Conhece - 86%
Conhece muito bem - 17%
Conhece pouco - 33%

Ai, o tal Fernando pega os números do "Conhece muito bem" para sua manchete e alguns comentários. Poderia eu pegar o item "Conhece pouco" e dizer que ambos são desconhecidos de um terço da população. Estou errado? Ou ainda o item "Conhece" para ficar admirado de como ambos são conhecidos por toda a população. Pesquisas tem muitas leituras, não é mesmo?

Na sequencia, evidente, reconhece o grande crescimento de Dilma e o embróglio em que está metido o PSDB. Vale a pena ler, aqui.

É.... acho que teremos grandes surpresas na disputa...... para governador de São Paulo....rs....

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Pavilhão das Artes


Na noite de quarta-feira, na Sala Palma de Ouro, autoridades e convidados puderam conhecer o projeto do Pavilhão das Artes. Este é o nome escolhido pela administração pública para a nova estrutura que está sendo erguida em substituição à antiga Concha Acústica, na Praça Achimedes Lammoglia.

A nova estrutura é um arco erguido em alumínio, que cobrirá inteiramente a plataforma de alvenaria sobre a qual se erguia à antiga concha. Assim, a plataforma original, que vem de fins da década de 1950, está sendo integralmente mantida. Na verdade, está sendo acrescida de um proscênio, uma parte com formato semi-circular que avança em direção à platéia. O proscênio amplia as dimensões do palco, para que não seja mais necessário erguer as estruturas de madeira complementares que eram providenciadas por ocasião dos grandes eventos. A concha propriamente dita ocupava apenas a porção central dessa plataforma. Era pequena para eventos maiores e seu posicionamento centralizado impossibilitava o uso das laterais e da parte posterior da plataforma, desperdiçando grandes espaços. Já o novo pavilhão deixará livre toda à plataforma, permitindo que ali se apresentem grupos artísticos com dezenas de componentes, e sejam feitas evoluções e coreografias ou mesmo instalados cenários volumosos.

A estrutura foi concebida para oferecer diferentes possibilidades de aproveitamento. Por ser vazada, ela permite a contemplação do rio Tietê e da mata da Ilha da Usina ao fundo, eliminando a barreira visual que era oferecida pela antiga concha. Dessa forma, a plataforma passa a constituir, também, um outro mirante para a paisagem da área, integrando-se ao Complexo Turístico da Cachoeira.

O Pavilhão poderá ser utilizado sem cobertura, quando o horário, as condições climáticas e a natureza do evento permitirem. Caso contrário, a estrutura permitirá a colocação de cobertura, uma espécie de lona apropriada para esse fim. O fundo e as laterais também poderão receber esse tipo de fechamento. Varas de sustentação permitirão o uso de equipamentos de iluminação diversificado. Assim, o Pavilhão das Artes será uma estrutura versátil, capaz de abrigar os mais variados eventos, de rodas de samba e festivais de rock à apresentação de uma orquestra sinfônica; de espetáculos de dança e teatro às cerimônias cívicas.

Já à noite, o Pavilhão acentuará seu caráter de atrativo turístico e marco na paisagem. Um projeto de iluminação foi desenvolvido pela Philips do Brasil, com a instalação de leds, lâmpadas especiais para efeitos visuais. Com isso, o Pavilhão mudará de cores, seguindo uma programação prévia, e oferecerá um belo espetáculo aos passantes.

Além do espaço central, onde tinhamos a antiga Concha Acústica, todo o entorno da praça será recuperado e modificado.

Vamos aguardar mais esta bela obra em nossa cidade.

Textos e informações retirados da página da prefeitura, aqui.


PT em Festa

Hoje, em Salto, o PT está em festa. Além da comemoração de seus 30 anos, teremos a posse do novo diretório e seu novo presidente, Juvenil Cirelli - nosso vice-prefeito.

Uma confraternização que promete reunir todos os petistas e simpatizantes de nossa cidade, além de convidados ilustres e de muita história no PT nacional, como nosso amigo e companheiro Hamilton Pereira, deputado estadual e Arlindo Chinaglia, deputado federal.

Temos ainda a indicação das presenças de nossos dois senadores: Suplici e Mercadante.

Logo mais estaremos todos lá reunidos.

VIVA O PT!!!

Não é o Google

Postei aqui na quinta-feira uma "revolta" contra o Google pelo fato de quando se digita a palavra "mentiroso" em seu espaço para pesquisas, a primeira citação é a de nosso presidente. Ai, no dia seguinte, recebi uma explicação técnica de quem entende mais do assunto que eu: meu filho Tiago. Vejam só o que ele me disse:

Esse tipo de coisa é conhecido faz tempo. Se você cria um link num site para outro site e no texto do link você escreve algo, esse algo "ganha pontos" no sistema do google para referenciar aquele link. Isso é particularmente mais fácil quando o texto é grande e/ou incomum, pra conseguir fazer com uma palavra só como agora precisaram de muitos links, certamente muitas pessoas juntas.

Já fizeram várias vezes. "Déspota cachaceiro" já apontou pra uma biografia do Lula, "miserable failure" já apontou pro Bush, assim como "weapons of mass destruction" uma vez apontava pra uma página bem engraçada, no formato de um erro 404 (página não encontrada) sacaneando com a história do Bush de que no Iraque tinha armas de destruição em massa.

Quem faz isso não é o Google, mas qualquer um determinado a espalhar links por aí. Aliás, não é só o Google que usa essa técnica, veja no sistema da Microsoft: http://www.bing.com/search?q=maior+mentiroso+do+brasil&go=&form=QBRE&filt=all


Entenderam?

Pois é. Pessoas criam links, notas, textos e espalham pela net e o sistema do google "pontua" as relações e define as mais apontadas. Ou seja.... tem espertinhos e babacas que não devem ter nada o que fazer na vida que provocam esse tipo de coisa.

Minha primeira pergunta ao Tiago (depois de entender o "golpe") foi da credibilidade, então, de um sistema como esses para qualquer tipo de pesquisa, já que ele simplesmente indica os que "mais aparecem". E essa dúvida persiste. E, confesso, terei muito mais cuidado do que ja tinha quando fizer pesquisas pela net.

E o google desculpe a ira colocada em lugar errado. Pena que não tenho conhecimento suficiente em internet para "descobrir" esse povo.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Mais uma da Folha

Nesta semana fui questionado sobre assinatura de jornais para nossas escolas municipais. A Taisa - nossa responsável pedagógica - mostrou-me um orçamento de assinaturas para todas as escolas, do estadão. Disse a ela: "mas justo o estadão???"

E hoje estou aqui para mostrar uma sequencia de barbaridades da folhona, que seria a OUTRA opção da Taisa. Tadinha...rs...

Trata-se de matéria vinculada na segunda-feira onde a folha tenta a partir de um de seus jornalistas, novamente colocar José Dirceu na mira de denúncias. Desta vez envolvendo a Eletronet e suas pendengas judiciais. A folhona tentou dizer que Dirceu estaria usando de suas influências, depois de receber muito dinheiro, para que o governo favorecesse o dono da "massa falida" da tal empresa. Como se viu na sequencia dos acontecimentos é que não existe como o governo favorecer a tal massa falida já que a disputa é judicial e o que interessa ao governo já está em suas mãos.

Mas vamos por partes. Primeiro a denúncia na folhona, você pode ler aqui.

No dia seguinte o emaranhado criado pelo jornalista começa a ser desfeito. Primeiro aqui com argumentos do próprio Dirceu. E aqui em uma reportagem do estadão (é...aquele que assustei quando Taisa me apresentou o orçamento...).

No dia seguinte, depois de ter sido "desmontado" o jornalista aparece com novos argumentos que começam a dar sentido aos seus objetivos. Como se trata de um negócio que envolve banda larga no país todo e nenhum provedor tem essa capacidade, começa a se desenhar na verdade um interesse dessas empresas em "abocanhar" aquilo que já está nas mãos do governo.Como? Criando escandalos que demovessem o governo federal de seus objetivos e deixasse o terreno livre para eles. Veja aqui.

Mas é claro que a folhona não iria fazer tudo isso só para beneficiar algumas empresas, apesar de a UOL ser uma das possíveis interessadas. Além de buscar o desgaste do presidente Lula neste ano eleitoral, seu informante - que no inicio de todo o "mele" disse que Dirceu seria beneficiado - , caso o governo mudasse de idéia, realmente receberia uma bela bolada. E ai..... posso até pensar que mais pessoas receberiam. Ou seja, a folha tentou armar um lobbie para que o governo federal mudasse sua posição em relação à politica de banda larga no país, para beneficiar grupos privados, informantes mal intencionados e, quem sabe, ela própria. Maluco, não é mesmo? Veja aqui as conclusões possíveis nisso tudo.

Se você teve paciência de chegar até aqui, tenho certeza que lerá de novo, pois parece uma trama de cinema.

Google - Decepção é Elogio

Olhem só o que descobri hoje no blog do Nassif:

O GOOGLE ESTA DIFAMANDO O PRESIDENTE LULA E ASSOCIANDO SUA IMAGEM A PALAVRA MENTIROSO

Quando digitamos a palavra mentiroso no site de localização Google a primeira opção que aparece é a do Presidente Lula no site Wikipedia. Isto é uma atitude declarada de difamação e propaganda contrária do Google.

Para comprovar isto fui a outro site de localização o Altavista e digitei a palavra mentiroso, lá o nome do Presidente Lula nem aparece na primeira página, apenas alguma coisa ja desativada referente a Ministra Dilma Roussef.

O Google é uma empresa que atua em praticamente todo mundo e que certamente tem seus compromissos com conservadores que também estão presentes no mundo todo, o Google fez sua opção e deixou isso bem claro para a sociedade brasileira de forma descarada.

O que cabe agora, além das medidas juduciais é a mobilização da sociedade contra esta atitude que, na realidadedeve ser encarada como uma baixaria. Existem outros sites de localização, ja citei aqui o Altavista que sempre foi meu preferido, para serem usados, vamos brasileiros: Fora Google.

Flávio Luiz Sartori -
flavioluiz.sartori@gmail.com

O pior nisso tudo é que realmente acontece. Já não dá mais para imaginar o que os homens são capazes de fazer para difamar outros homens...



sábado, 20 de fevereiro de 2010

Incrível, Mas Acontece...

Vejam onde chega o absurdo dos posicionamentos. Como é pequena a postura cidadã de algumas pessoas e instituições. Igual a esse exemplo tirado do blog do Nassif só mesmo escolas que não aceitam deficientes por "não terem estrutura de atendimento", como vi nos jornais deste final de semana. Direto do Nassif, leiam e revoltem-se:

Por Adalgiza

Prezado Luis Nassif,
procurando ajuda via internet, encontrei sua página.Por favor, me oriente.

Sou professora.


Fui demitida de uma escola particular há 2 anos atrás depois de ter trabalhado 24 anos.(A estória é longe e se você precisar de detalhes eu tenho uma estória e tanto prá lhe contar…)
Mas o assunto atual é o seguinte:Minha filha acabou de conquistar uma bolsa integral, para o curso de Medicina, através do Prouni.Uma das exigências é que ela fosse bolsista no Ensino Médio, caso estudasse em escola particular.


Como eu trabalhava na escola meus 3 filhos estudaram sempre de graça(até porque o salário não dava para pagar para 3).

Nessa semana, ao obter o resultado do Prouni, quase arrebentamos de alegria e pedi a declaração na escola dita, de que minha filha tinha sido bolsista integral. Então, a dona da escola me NEGOU a declaração por pura retaliação, vingança, ou sei lá o quê. Estou muito aflita e gostaria que você me orientasse sobre o que fazer. É possivel?

Veja aqui a publicação original com todos os comentários.


Dilma Candidata

Discurso de Dilma após ser aclamada candidata do PT à presidencia da república no quarto congresso do PT:

Queridas companheiras,
Queridos companheiros


Para quem teve a vida sempre marcada pelo sonho e pela esperança de mudar o Brasil, este é um dia extraordinário.
Meu partido – o Partido dos Trabalhadores – me confere a honrosa tarefa de dar continuidade à magnífica obra de um grande brasileiro.
A obra de um líder – meu líder – de quem muito me orgulho: Luiz Inácio Lula da Silva.

Jamais pensei que a vida viesse a me reservar tamanho desafio. Mas me sinto absolutamente preparada para enfrentá-lo – com humildade, serenidade e confiança.
Neste momento, ouço a voz de Minas Gerais, terra de minha infância e de minha juventude.

Dessa Minas que me deu o sentimento de que vale a pena lutar pela liberdade e contra a injustiça. Ouço os versos de Drummond:
“Teus ombros suportam o mundo/ E ele não pesa mais do que a mão de uma criança”
Até hoje sinto o peso suave da mão de minha filha, quando nasceu.
Que força ela me deu. Quanta vida me transmitiu. Quanta fé na humanidade me passou.
Eram tempos difíceis.
Ferida no corpo e na alma, fui acolhida e adotada pelos gaúchos – generosos, solidários, insubmissos, como são os gaúchos.

Naqueles anos de chumbo, onde a tirania parecia eterna, encontrei nos versos de outro poeta – Mário Quintana – a força necessária para seguir em frente:
“Todos estes que aí estão/Atravancando o meu caminho,/ Eles passarão. Eu passarinho.”
Eles passaram e nós hoje voamos livremente.
Voamos porque nascemos para ser livres.
Sem ódio e com serena convicção afirmo que nunca mais viveremos numa gaiola ou numa prisão.

Estamos construindo um novo país na democracia. Um país que se reencontrou consigo mesmo. Onde todos expressam livremente suas opiniões e suas idéias.
Um país que não tolera mais a injustiça social. Que descobriu que só será grande e forte se for de todos.

Vejo nesta manhã – nos jovens que nos acompanham e nos mais velhos que aqui estão – um extraordinário encontro de gerações. De gerações que, como a minha, levaram nosso compromisso com o país às últimas conseqüências.
Amadureci. Amadurecemos todos.
Amadureci na vida. No estudo. No trabalho duro. Nas responsabilidades de governo no Rio Grande e aqui.
Mas esse amadurecimento não se confunde com conformismo, nem perda de convicções.
Não perdemos a indignação frente à desigualdade social, à privação de liberdade, às tentativas de submeter nosso país.
Não sucumbimos aos modismos ideológicos. Persistimos em nossas convicções, buscando, a partir delas, construir alternativas concretas e realistas.
Continuamos movidos a sonhos. Acreditando na força do povo brasileiro, em sua capacidade de buscar e construir um mundo melhor.

A história recente mostrou que estávamos certos.
Tivemos um grande mestre – o Presidente Lula. Ele nos ensinou o caminho.
Em um país, com a complexidade e as desigualdades do Brasil, ele foi capaz de nos conduzir pelo caminho de profundas transformações sociais em um clima de paz, de respeito e fortalecimento da democracia.
Não admitimos, portanto, que alguém queira nos dar lições de liberdade. Menos ainda aqueles que não tiveram e não têm compromisso com ela.

Companheiras, Companheiros
Recebo com humildade a missão que vocês estão me confiando. Com humildade, mas com coragem e determinação. Coragem e determinação que vêm do apoio que recebo de meu partido e de seu primeiro militante – o Presidente Lula.
Do apoio que espero ter dos partidos aliados que, com lealdade e competência, também são responsáveis pelos êxitos do nosso Governo. Com eles quero continuar nossa caminhada. Participo de um governo de coalizão. Quero formar um Governo de coalizão.
Estou consciente da extraordinária força que conduziu Lula à Presidência e que deu a nosso Governo o maior respaldo da história de nosso país – a força do povo brasileiro.
A missão que me confiam não é só de um partido ou de um grupo de partidos.

Recebo-a como um mandato dos trabalhadores e de seus sindicatos.
Dos movimentos sociais.
Dos que labutam em nossos campos.
Dos profissionais liberais.
Dos intelectuais.
Dos servidores públicos.
Dos empresários comprometidos com o desenvolvimento econômico e social do país.
Dos negros. Dos índios. Dos jovens.
De todos aqueles que sofrem ainda distintas formas de discriminação.
Enfim, das mulheres.
Para muitos, elas são “metade do céu”. Mas queremos ser a metade da terra também. Com igualdade de direitos, salários e oportunidades. Quero com vocês – mulheres do meu país – abrir novos espaços na vida nacional.

É com este Brasil que quero caminhar. É com ele que vamos seguir, avançando com segurança, mas com a rapidez que nossa realidade social exige.
Nessa caminhada encontraremos milhões de brasileiros que passaram a ter comida em suas mesas e hoje fazem três refeições por dia.
Milhões que mostrarão suas carteiras de trabalho, pois têm agora emprego e melhor renda.
Milhões de homens e mulheres com seus arados e tratores cultivando a terra que lhes pertence e de onde nunca mais serão expulsos.
Milhões que nos mostrarão suas casas dignas e os refrigeradores, fogões, televisores ou computadores que puderam comprar.
Outros milhões acenderão as luzes de suas modestas casas, onde reinava a escuridão ou predominavam os candieiros. E estes milhões de pontos luminosos pelo Brasil a fora serão como uma trilha incandescente que mostra um novo caminho.
Nessa caminhada, veremos milhões de jovens mostrando seus diplomas de universidades ou de escolas técnicas com a convicção de quem abriu uma porta para o futuro.
Milhões – mas muitos milhões mesmo – expressarão seu orgulho de viver em um país livre, justo e, sobretudo, respeitado em todo o mundo.

Muitos me perguntam porque o Brasil avançou tanto nos últimos anos. Digo que foi porque soubemos construir novos caminhos, derrubando velhos dogmas.

O primeiro caminho é o do crescimento com distribuição de renda – o verdadeiro desenvolvimento. Provamos que distribuindo renda é que se cresce. E se cresce de forma mais rápida e sustentável.
Essa distribuição de renda permitiu construir um grande mercado de bens de consumo popular. Ele nos protegeu dos efeitos da crise mundial.
Criamos 12 milhões de empregos formais. A renda dos trabalhadores aumentou. O salário mínimo real cresceu como nunca. Expandimos o crédito para o conjunto da sociedade. Estamos construindo um Brasil para todos.

O segundo caminho foi o do equilíbrio macro-econômico e da redução da vulnerabilidade externa.
Eliminamos as ameaças de volta da inflação. Reduzimos a dívida em relação ao Produto Interno Bruto.
Aumentamos nossas reservas de 38 bilhões de dólares para mais de 241 bilhões. Multiplicamos por três nosso comércio exterior, praticando uma política externa soberana, que buscou diversificar mercados.
Deixamos de ser devedores internacionais e passamos à condição de credores. Hoje não pedimos dinheiro emprestado ao FMI. É o Fundo que nos pede dinheiro.
Grande ironia: os mesmos 14 bilhões de dólares que antes o FMI nos emprestava, agora somos nós que emprestamos ao FMI.

O terceiro caminho foi o da redução das desigualdades regionais. Invertemos nos últimos anos o que parecia uma maldição insuperável. Quando o país crescia, concentrava riqueza nos estados e regiões mais prósperos. Quando estagnava, eram os estados e regiões mais pobres que pagavam a conta.
Governantes e setores das elites viam o Norte e o Nordeste como regiões irremediavelmente condenadas ao atraso.
A vastos setores da população não restavam outras alternativas que a de afundar na miséria ou migrar para o sul em busca de oportunidades. É o que explica o inchaço das grandes cidades.
Essa situação está mudando. O Governo Federal começou um processo consistente de combate às desigualdades regionais. Passou a ter confiança na capacidade do povo das regiões mais pobres. O Norte e o Nordeste receberam investimentos públicos e privados. O crescimento dessas duas regiões passou a ser sensivelmente superior ao do Brasil como um todo.
Nós vamos aprofundar esse caminho. O Brasil não mais será visto como um trem em que uma única locomotiva puxa todos vagões, como nos tempos da “Maria Fumaça”. O Brasil de hoje é como alguns dos modernos trens de alta velocidade, onde vários vagões são como locomotivas e contribuem para que o comboio avance.

O quarto caminho que trilhamos e continuaremos a trilhar é o da reorganização do Estado.
Alguns ideólogos chegavam a dizer que quase tudo seria resolvido pelo mercado. O resultado foi desastroso.
Aqui, o desastre só não foi maior – como em outros países – porque os brasileiros resistiram a esse desmonte e conseguiram impedir a privatização da Petrobrás, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica ou de FURNAS.
Alguns falam todos os dias de “inchaço da máquina estatal”. Omitem, no entanto, que estamos contratando basicamente médicos e profissionais de saúde, professores e pessoal na área da educação, diplomatas, policiais federais e servidores para as áreas de segurança, controle e fiscalização.
Escondem, também, que a recomposição do corpo de servidores do Estado está se fazendo por meio de concursos públicos.
Vamos continuar valorizando o servidor e o serviço público. Reconstituindo o Estado. Recompondo sua capacidade de planejar, gerir e induzir o desenvolvimento do país.
Diante da crise, quando o crédito secou, não sacrificamos os investimentos públicos e privados. Ao contrário, utilizamos nossos bancos para impulsionar o desenvolvimento e a garantia de emprego no País.
Na verdade, quando a crise mundial apenas começava, Lula disse em seu discurso na ONU em 2008:
É chegada a hora da política!
Nada mais apropriado. A maior prova nós demos ao mundo: o Brasil só pôde enfrentar com sucesso a crise porque tivemos políticas públicas adequadas. Soubemos articular corretamente Estado e mercado, porque colocamos o interesse público no centro de nossas preocupações.

O quinto caminho foi o de nossa presença soberana no mundo.
O Brasil não mais se curva diante dos poderosos. Sem bravatas e sem submissão, o país hoje defende seus interesses e se dá ao respeito. É solidário com as nações pobres e em desenvolvimento. Tem uma especial relação com a América do Sul, com a América Latina e com a África. Estreita os laços Sul-Sul, sem abandonar suas relações com os países desenvolvidos. Busca mudar instituições multilaterais obsoletas, que impedem a democratização econômica e política do mundo.
Essa presença global, e o corajoso enfrentamento de nossos problemas domésticos em um marco democrático, explicam o respeito internacional que hoje gozamos.

O sexto caminho para onde convergem todos os demais foi o do aperfeiçoamento democrático.
No passado, tivemos momentos de grande crescimento econômico. Mas faltou democracia. E como faltou!
Em outros momentos tivemos democracia política, mas faltou democracia econômica e social. E sabemos muito bem que quando falta democracia econômica e social, é a democracia como um todo que está ameaçada. O país fica à mercê das soluções de força ou de aventureiros.
Hoje crescemos, distribuindo renda, com equilíbrio macro-econômico, expansão da democracia, forte participação social na definição das políticas públicas e respeito aos Direitos Humanos.
Quem duvidar do vigor da democracia em nosso país que leia, escute ou veja o que dizem livremente as vozes oposicionistas. Mas isso não nos perturba. Preferimos as vozes dessas oposições – ainda quando mentirosas, injustas e caluniosas – ao silêncio das ditaduras.
Como disse o Presidente Lula, a democracia não é a consolidação do silêncio, mas a manifestação de múltiplas vozes. Nela, vai desaparecendo o espaço para que velhos coronéis e senhores tutelem o povo. Este passa a pensar com sua cabeça e a constituir uma nova e verdadeira opinião pública.
As instituições funcionam no país. Os poderes são independentes. A Federação é respeitada. Diferentemente de outros períodos de nossa história, o Presidente relacionou-se de forma republicana com governadores e prefeitos, não fazendo qualquer tipo de discriminação em função de suas filiações partidárias.
Não praticamos casuísmos. Basta ver a reação firme e categórica do Presidente Lula ao frustrar as tentativas de mudar a Constituição para que pudesse disputar um terceiro mandato. Não mudamos – como se fez no passado – as regras do jogo no meio da partida.
Como todos podem ver, temos um extraordinário alicerce sobre o qual construir o terceiro Governo Democrático e Popular. Temos rumo, experiência e impulso para seguir o caminho iniciado por Lula. Não haverá retrocesso, nem aventuras. Mas podemos avançar muito mais. E muito mais rapidamente.

Queridas companheiras, queridos companheiros.
Não é meu propósito apresentar aqui um Programa de Governo.
Este Congresso aprovou as Diretrizes para um programa que será submetido ao debate com os partidos aliados e com a sociedade.
Hoje quero assumir alguns compromissos como pré-candidata, para estimular nossa reflexão e indicar como pretendemos continuar este processo iniciado há sete anos.
Vamos manter e aprofundar aquilo que é marca do Governo Lula – seu olhar social. Queremos um Brasil para todos. Nos aspectos econômicos e em suas projeções sociais, mas também um Brasil sem discriminações, sem constrangimentos. Ampliaremos e aperfeiçoaremos os programas sociais do Governo Lula, como o Bolsa Família, e implantaremos novos programas com o propósito de erradicar a miséria na década que se inicia.
Vamos dar prioridade à qualidade da educação, essencial para construir o grande país que almejamos, fundado no conhecimento e na justiça social. Mas a educação será, sobretudo, um meio de emancipação política e cultural do nosso povo. Uma forma de pleno acesso à cidadania. Daremos seguimento à transformação educacional em curso – da creche a pós-graduação.
Os jovens serão os primeiros beneficiários da era de prosperidade que estamos construindo. Nosso objetivo estratégico é oferecer a eles a oportunidade de começar a vida com segurança, liberdade, trabalho e realização pessoal.
No Brasil temos hoje 50 milhões de jovens, entre os 15 e os 29 anos de idade. Mais de um quarto da população brasileira. E eles têm direito a um futuro melhor.
O Brasil precisa muito da juventude. De profissionais qualificados. De mulheres e homens bem formados.
Isto se faz com escolas que propiciem boa formação teórica e técnica, com professores bem treinados e bem remunerados. Com bolsas de estudo e apoio para que os alunos não sejam obrigados a abandonar a escola. Com banda larga gratuita para todos, computadores para os professores, salas de aula informatizadas para os estudantes. Com acesso a estágios, cursos de especialização e ajuda para entrar no mercado de trabalho de todo o Brasil.
Serão esses jovens bem formados e preparados que vão nos conduzir à sociedade do conhecimento
Protegeremos as crianças e os mais jovens da violência, do assédio das drogas, da imposição do trabalho em detrimento da formação escolar e acadêmica.
As crianças e os mais jovens devem ser, sim, protegidos pelo Estado, desde a infância até a vida adulta, para que possam se realizar, em sua plenitude, como brasileiros.
Um País se mede pelo grau de proteção que dá a suas crianças. São elas a essência do nosso futuro. E é na infância que a desigualdade social cobra seu preço mais alto. Crianças desassistidas do nascimento aos cinco anos serão jovens e adultos prejudicados nas suas aptidões e oportunidades. Cuidar delas adequadamente é combater a desigualdade social na raiz.
Vamos ampliar e disseminar por todo o Brasil a rede de creches, pré-escolas e escolas infantis. Um tipo de creche onde a criança tem acesso a socialização pedagógica, aos bens culturais e aos cuidados de nutrição e saúde indispensáveis a seu pleno desenvolvimento. Isso é o que está previsto no PAC 2.
Vamos resolver os problemas da saúde, pois temos um incomparável modelo institucional – o SUS. Com mais recursos e melhor gestão vamos aprimorar a eficácia do sistema. Vamos reforçar as redes de atenção à saúde e unificar as ações entre os níveis de governo. Darei importância às Unidades de Pronto Atendimento, as UPAs, ao SAMU, aos hospitais públicos e conveniados, aos programas Saúde da Família, Brasil Sorridente e Farmácia Popular.
Vamos cuidar das cidades brasileiras. Colocar todo o empenho do Governo Federal, junto com estados e municípios, para promover uma profunda reforma urbana, que beneficie prioritariamente as camadas mais desprotegidas.
Vamos melhorar a habitação e universalizar o saneamento. Implantar transporte seguro, barato e eficiente.
Vamos reforçar os programas de segurança pública.
A conclusão do PAC 1 e a implementação do PAC 2, junto com a continuidade do programa Minha Casa, Minha Vida serão decisivos para realizar esse compromisso.
Vamos fortalecer a proteção de nosso meio ambiente. Continuaremos reduzindo o desmatamento e impulsionando a matriz energética mais limpa do mundo. Vamos manter a vanguarda na produção de biocombustíveis e desenvolver nosso potencial hidrelétrico. Desenvolver sem agredir o meio ambiente, com usinas a fio d’água e utilizando o modelo de usinas-plataforma. Aprofundaremos nosso zoneamento agro-ecológico. Nossas iniciativas explicam a liderança que alcançamos na Conferência sobre a Mudança do Clima, em Copenhague. As metas voluntárias de Copenhague, assumidas pelo Brasil, serão cumpridas, haja ou não acordo internacional. Este é o nosso compromisso.
Vamos aprofundar os avanços já alcançados em nossa política industrial e agrícola, com ênfase na inovação, no aperfeiçoamento dos mecanismos de crédito, aumentando nossa produtividade.
Agregar valor a nossas riquezas naturais, é fundamental numa política de geração de empregos no País. Tudo que puder ser produzido no Brasil, deve ser – e será – produzido no Brasil. Sondas, plataformas, navios e equipamentos aqui produzidos, para a exploração soberana do Pré-sal, vão gerar emprego e renda para os brasileiros. Emprego e renda que virão também da produção em indústrias brasileiras de fertilizantes, combustíveis e petroquímicos derivados do óleo bruto. Assim, com este modelo soberano e nacional, a exploração do Pré-sal dará diversidade e sofisticação à nossa indústria.
Os recursos do Pré-sal, aplicados no Fundo Social, sustentarão um grande avanço em nossa educação e na pesquisa científica e tecnológica. Recursos que também serão destinados para o combate à pobreza, para a defesa do meio ambiente e para a nossa cultura.
Vamos continuar mostrando ao mundo que é possível compatibilizar o desenvolvimento da agricultura familiar e do agronegócio. Assegurar crédito, assistência técnica e mercado aos pequenos produtores e, ao mesmo tempo, apoiar os grandes produtores, que contribuem decisivamente para o superávit comercial brasileiro.
Todas as nossas ações de governo têm uma premissa: a preservação da estabilidade macro-econômica.
Vamos manter o equilíbrio fiscal, o controle da inflação e a política de câmbio flutuante.
Vamos seguir dando transparência aos gastos públicos e aperfeiçoando seus mecanismos de controle.
Vamos combater a corrupção, utilizando todos os mecanismos institucionais, como fizemos até agora.
Vamos concretizar, junto com o Congresso, as reformas institucionais que não puderam ser completadas ou foram apenas parcialmente implantadas, como a reforma política e a tributária.
Vamos aprofundar nossa postura soberana no complexo mundo de hoje. Seremos intransigentes na defesa da paz mundial e de uma ordem econômica e política mais justa.
Enfim, vamos governar para todos. Com diálogo, tolerância e combatendo as desigualdades sociais e regionais.

Companheiras e companheiros,
Faremos na nossa campanha um debate de idéias, com civilidade e respeito à inteligência política dos brasileiros. Um debate voltado para o futuro.
Recebo essa missão especialmente como um mandato das mulheres brasileiras, como mais uma etapa no avanço de nossa participação política e como mais uma vitória contra a discriminação secular que nos foi imposta. Gostaria de repetir: quero com vocês, mulheres do meu País, abrir novos espaços na vida nacional.

Queridas amigas e amigos
No limiar de uma nova etapa de minha vida, quando sou chamada à tamanha responsabilidade, penso em todos aqueles que fizeram e fazem parte de minha trajetória pessoal.
Em meus queridos pais.
Em minha filha, meu genro e em meu futuro neto ou neta.
Nos tantos amigos que fiz.
Nos companheiros com quem dividi minha vida.
Mas não posso deixar de ter uma lembrança especial para aqueles que não mais estão conosco. Para aqueles que caíram pelos nossos ideais. Eles fazem parte de minha história.
Mais que isso: eles são parte da história do Brasil.
Permitam-me recordar três companheiros que se foram na flor da idade.
Carlos Alberto Soares de Freitas.
Beto, você ia adorar estar aqui conosco.
Maria Auxiliadora Lara Barcelos
Dodora, você está aqui no meu coração. Mas também aqui entre nós todos.
Iara Yavelberg.
Iara, que falta fazem guerreiras como você.
O exemplo deles me dá força para assumir esse imenso compromisso.
A mesma força que vem de meus companheiros de partido, sobretudo daquele que é nosso primeiro companheiro – Luiz Inácio Lula da Silva.
Esse ato de proclamação de minha candidatura tem uma significação que transcende seu aspecto eleitoral.
Estamos hoje concluindo o Quarto Congresso do Partido dos Trabalhadores.
Mais do que isso: estamos celebrando os Trinta Anos do PT.
Trinta anos desta nova estrela que veio ocupar lugar fundamental no céu da política brasileira.
Em um período histórico relativamente curto mudamos a cara de nosso sofrido e querido Brasil.
O PT cumpriu essa tarefa porque não se afastou de seus compromissos originais. Soube evoluir. Mudou, quando foi preciso.
Mas não mudou de lado.
Até chegar à Presidência do país, o PT dirigiu cidades e estados da Federação, gerando práticas inovadoras políticas, econômicas e sociais que o mundo observa, admira e muitas vezes reproduz. Fizemos isso, preservando e fortalecendo a democracia.
Mas, a principal inovação que o Partido trouxe para a política brasileira foi colocar o povo – seus interesses, aspirações e esperanças – no centro de suas ações.
Olhando para este magnífico plenário o que vejo é a cara negra, branca, índia e mestiça do povo brasileiro.
Esta é a cara do meu partido.
O rosto daqueles e daquelas que acrescentam a sua jornada de trabalho, uma segunda jornada – ou terceira – a jornada da militância.
Quero dizer a todos vocês que tenho um enorme orgulho de ser petista. De militar no mesmo partido de vocês. De compartilhar com Lula essa militância.
Estou aceitando a honrosa missão que vocês me delegam com tranqüilidade e determinação.
Sei que não estou sozinha.
A tarefa de continuar mudando o Brasil é uma tarefa de milhões. Somos milhões.
Vamos todos juntos, até a vitória.

Viva o povo brasileiro!



quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

IBOPE Lança Pesquisa

O IBOPE, pelo seu presidente Montenegro, por várias vezes no ano passado disse que Dilma não tinha nenhuma chance em uma disputa direta com o tucano, e que não sairia dos 15 ou no máximo 17%.

Depois de vários institutos de pesquisa demonstrarem no início deste ano um forte crescimento de Dilma, agora o IBOPE sai às ruas com uma pesquisa sua que de bom tem as mesmas conclusões das demais: Serra parou e Dilma está crescendo bastante.

Mas, claro, como todas as coisas, uma pesquisa é lida como cada um quer ler. E o IBOPE de novo traz conclusões iluminadas> Dilma está estagnada; Serra ganha no primeiro turno; e coisas do gênero. Veja aqui um primeiro comentário a respeito.

Não bastasse a "leitura" do IBOPE, alguns dos jornalões "pegaram carona" . Veja aqui o que foram capazes de aprontar.

E no portal do Nassif, mais um pouco da pirotecnia dos técnicos do IBOPE.

Por fim, o efeito da pesquisa> o desespero dos tucanos demonstrado em um artigo na folhona. Vale a pena ler aqui.

Morre "Zé" Rinck

Na terça-feira de carnaval (mesmo dia que nasceu) faleceu José Rinck, mais conhecido em toda a cidade por Zé Rinck. Enterrado no meio da tarde de ontem, deixou a esposa Maria (Dinha) e seus quatro filhos (Fátima - a mãe de meus filhos - Eliana, Carlos e Cristian).

Pessoa extremamente simpática e responsável, gostava de uma boa prosa e de contar seus "causos" com grande alegria e orgulho. Além de ter sido um brilhante trabalhador, especializado em manutenção mecânica, era um pescador de mão cheia. Adorava ir para o Mato Grosso para suas aventuras de pescaria. Outra grande qualidade era a cozinha: sabia fazer belos e gostosos pratos, como o Feijão Cearense - uma delícia.

Amado pelos filhos e netos (dos quais dois são meus filhos) com certeza deixa muitos exemplos a serem seguidos e preservados por todos eles.

Quando fazia faculdade em Sorocaba, ele e Dinha me ajudaram muito a conseguir avançar em meus estudos. A primeira casa que tive foi nos fundos do quintal de sua casa na Marechal Deodoro. No início da relação com sua filha (eu tinha 15 anos) eu "tremia" de medo dele....rs..., pois tinha uma imagem de durão bastante forte. Mas um pouco mais de convivência com ele isso foi rapidamente derrubado e desde muito cedo passei a admirá-lo. Sempre tive em meu pai e no Zé exemplos muito fortes de vitórias na vida por conta do trabalho e da honestidade, qualidades que até hoje prezo muito e sei que meus filhos também.

Apesar da separação (minha e de sua filha) ter-nos afastado um pouco, sempre que o encontrava tinha muito forte esses valores e características que me alimentam até hoje e que devo a exemplos como meu pai, ele e tantos outros batalhadores da vida.

Na ressurreição que acredito serão esses valores que permanecerão de sua existência: trabalho, honestidade, dedicação, coragem, exemplo de vida, confiança nas pessoas, entrega aos filhos e uma vida simples e rica ao mesmo tempo.

Registro a dor um pouco maior de meu filho, Tiago, que está morando longe daqui e não conseguiu dar fisicamente o adeus ao avô tão querido. Mas registro também a certeza de que não só o fez com muita força, como também já segue há muito tempo os passos e exemplos do avô.

A vida sempre agradece por essas pessoas existirem.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

BLOWBACK

Talvez o artigo mais interessante que apareceu nestes dias de carnaval. Para quem quiser aprofundar um pouco mais nas "lógicas" estadunidenses:

BLOWBACK
O legado da CIA no Irã, Afeganistão e Paquistão


Argemiro Ferreira

A imagem do herói no cavalo branco a salvar a mocinha das garras do vilão, seja este assaltante de banco ou índio em defesa de suas terras invadidas, é recorrente na ficção de Hollywood. O deputado Charlie Wilson morreu, aos 76 anos, no dia 10 de fevereiro, certo de que era herói na vida real. Motivo: no Congresso injetou bilhões de dólares para financiar os que lutavam contra os russos no Afeganistão.

Ao morrer do coração Wilson já estava aposentado. Mas ele representou o Texas por 14 mandatos sucessivos na Câmara. Um livro (“Charlie Wilson’s War – The Extraordinary Story of the Largest Covert Operation in History”, de George Crile) e um filme (“Charlie Wilson’s War”, de Mike Nichols, com Tom Hanks no papel-título) o retrataram como herói.

A semana marcou ainda o 31° aniversário da revolução dos aiatolás do Irã, ocorrida apenas alguns meses antes da invasão do Afeganistão. Os iranianos derrubaram o regime do xá Reza Pahlevi, instalado em 1953 graças a golpe planejado pela mesma CIA que usou as verbas secretas do deputado Wilson para recrutar e armar os radicais islâmicos do lado paquistanês da fronteira com o Afeganistão.

O mínimo que se pode dizer é que no Irã, Afeganistão e Paquistão os EUA colhem hoje o que a CIA plantou com a colaboração de gente como o deputado Wilson. Osama Bin Laden foi treinado pela CIA para atacar os russos; gostou e atacou depois o World Trade Center em Nova York. E as bombas atômicas do Paquistão (real) e do Irã (hipotética) devem-se, ao menos em parte, a igual cortesia da CIA.

A lambança atual no Afeganistão (largamente nas mãos dos radicais islâmicos usados pela CIA a partir de 1979), no Paquistão (onde a CIA instalou acampamentos para os ataques aos russos no país vizinho e encorajou o sonho paquistanês da bomba nuclear islâmica) e no Irã (que se nega hoje a abandonar o enriquecimento de urânio) reflete o passado irresponsável da espionagem dos EUA.

No Irã o golpe da CIA instalou o xá no lugar do premier nacionalista Mohamed Mossadegh, anulou a nacionalização do petróleo e com faustosa coroação em 1967 impôs a ficção do “trono de 2.500 anos”. As corporações anglo-americanas ganharam mais um quarto de século para explorar o petróleo do Irã, já que a CIA ainda concebeu a tenebrosa Savak, serviço secreto celebrizado pelas câmaras de tortura.

Ainda naquela década de 1950 o Irã foi premiado pelo governo do presidente Eisenhower com relações muito especiais – que incluiram “acordo de cooperação nuclear para fins pacíficos”, deixando o país com alguma base para, em seguida à revolução dos aiatolás, assustar os EUA com a disposição de ampliar o programa nuclear e rumar para o enriquecimento de urânio.

Para o Irã submisso de Reza Pahlevi, nada era bom demais: além de favorecer o desenvolvimento nuclear, Washington ainda dotou o país de armas sofisticadas e modernizou a máquina da repressão – tudo pago com a receita do petróleo, que regalou nos EUA as indústrias bélica, aeronáutica, nuclear e de segurança. Só que hoje, tomado pelos rebeldes radicalizados nas câmaras de tortura, o Irã é outro.

De tal forma o Irã do xá era criatura da CIA que no final de 1973 o presidente Nixon concluiu que ninguém melhor para ser embaixador em Teerá do que o próprio diretor da central de espionagem, Richard Helms – “dada a intimidade dele com o xá”, explicou. Como se fosse o posto final de uma carreira de sucesso na CIA, dirigida por Helms durante quase sete anos, antes dos três que passou no Irã.

Com a contribuição do deputado Charlie Wilson, anticomunista meio fanático, o capítulo Afeganistão-Paquistão foi ainda mais vivo, excitante e insólito – ou “colorful”, para usar adjetivo talvez mais apropriado à conduta do parlamentar excêntrico que quando não estava “salvando o mundo” da suposta “ameaça vermelha” dedicava-se ao consumo de álcool e drogas com prostitutas de luxo.

Ele ficou obviamente encantado com os relatos do livro e do filme que o tornaram celebridade. Seu papel pode ter sido singular pelo conhecimento de sutilezas do processo legislativo na Câmara, onde integrava a comissão de verbas (appropriations) e sua subcomissão sobre operações no exterior – além de cultivar contatos na comissão que supervisiona a espionagem.
Não só estava familiarizado com mecanismos e artifícios para ocultar a destinação de recursos. Também revelara-se mestre na troca de favores com colegas interessados em abocanhar verbas para projetos de seus distritos eleitorais. Certos especialistas acham que hoje teria mais dificuldades: o processo legislativo sofreu reformas depois, reduzindo – em nome da transparência – a prática do sigilo.

O fato é que Wilson começou por canalizar uma verba de US$5 milhões para os radicais do Afeganistão. E no fim da década de 1980 aqueles recursos elevavam-se a nada menos de US$ 750 milhões por ano. Pode ter sido ajudado por pertencer ao partido da oposição (democrata) numa década dominada por governos republicanos (Reagan e Bush I) obstinados em estender ainda mais as ações militares dos EUA pelo mundo.

No Afeganistão e Paquistão, sabe-se hoje, a lambança foi bipartidária – devido a uma armadilha do governo do presidente democrata Jimmy Carter. Seu assessor de segurança nacional na Casa Branca, Zbigniew Brzezinski, confessaria 20 anos depois ter atraído a URSS para a idéia de invadir o Afeganistão. A invasão veio a 24 de dezembro de 1979, após seis meses de ajuda crescente da CIA aos rebeldes radicais.

Em entrevista à revista francesa “Nouvel Observateur”, em 1998, Brzezinski vangloriou-se de seu papel: “Carter assinou a 3 de julho de 1979 a primeira diretiva (à CIA) para a ajuda secreta aos opositores do regime pro-soviético de Kabul. Naquele dia eu tinha enviado nota ao presidente na qual expliquei que, na minha opinião, tal ajuda americana iria levar a uma intervenção militar soviética”.

Quando o jornalista perguntou se a ação clandestina dos EUA tivera a intenção de provocar a invasão russa, Brzezinski amenizou: “Não provocamos os russos para que invadissem, mas ampliamos conscientemente a probabilidade de que isso viesse a ocorrer”. No dia em que os russos cruzaram a fronteira, disse, escreveu de novo a Carter: “Agora temos a oportunidade de dar aos soviéticos o Vietnã deles”.

Brzezinski contestou, assim, a tese republicana que atribui a Reagan a glória pelo fim da URSS. “Durante quase 10 anos a URSS amargou guerra insuportável – um conflito que trouxe a desmoralização e, afinal, a dissolução do império soviético”, alegou. Mas o exagero é comparável ao do mérito republicano. O desfecho, após meio século, deveu-se aos dois partidos e muita gente mais – inclusive os que erraram na própria URSS.

As avaliações atuais tentam ignorar os efeitos negativos das ações da espionagem. Ao financiar, treinar e armar (até com mísseis Stinger, capazes de destruir aviões em vôo) os radicais que batizou de “combatentes da liberdade” a CIA extremou as ambições deles. Hoje ela os repudia como “terroristas”, indiferente ao fato de que aprenderam na CIA a pensar o impensável – como atacar o coração do império americano.

Com os russos fora do Afeganistão os EUA deixaram o país para os radicais que a CIA diplomou em terrorismo. Com armas como o Stinger, os talibãs tomaram o poder e ficaram até 2001. Bin Laden, saudita de nascimento, ainda dirige de lá a rede al-Qaeda, que opera no mundo a partir do território afegão. E a CIA ainda tenta “recomprar” Stinger mas nem sabe quantos distribuiu – a estimativa vai de 500 a 2.000.

O deputado Wilson, ao invés de herói, foi cúmplice das trapalhadas. Livro e filme dizem que atuava com assistência da CIA. A culpa dos EUA e sua agência ia mais longe na relação promíscua com o general-ditador paquistanês Zia-ul-Haq, que em troca do apoio à operação na fronteira afegã obteve luz verde e deu carta branca ao construtor da bomba atômica islâmica, o cientista Abdul Qadeer Khan.

No desdobramento, a receita da bomba-A do Paquistão foi parar no Irã, Coréia do Norte, Líbia e talvez outros. Assim, além de fazer a “guerra (sem fronteiras) ao terrorismo” e lutar no Afeganistão contra os que antes chamava de “combatentes da liberdade”, os EUA hoje têm de vigiar o Dr. Khan, o serviço secreto (ISI) do Paquistão, os progressos nucleares do Irã e da Coréia do Norte e sabe-se-lá-mais-o-que.

A própria CIA adotou a expressão “blowback” para designar os efeitos opostos ao que pretendia em cada uma de suas operações clandestinas. A palavra apareceu pela primeira vez em relatório secreto de 1954 sobre o golpe da CIA no Irã. O “blowback” da derrubada de Mossadegh foi a tirania de 25 anos e a revolução (antiamericana) dos aiatolás. Já no
Afeganistão os ataques do 11/9 nos EUA tendem a ficar como exemplo.

Publicação original aqui.

Agonizante

Vejam no vídeo abaixo como alguém acuado e sem alternativas tenta de todas as maneiras sair do emaranhado de denúncias que lhe caem à cabeça. Até os que antes o defendiam, agora já falam em impeachment. Estamos falando do governador de Brasília, José Roberto Arruda que, na prisão, sequer viu a Beija-Flor homenagear Brasília. Tadinho... justo ele que investiu 3 milhões de reais (do governo de Brasília, claro) para a escola sair.

Confira detalhes no Repórter Brasil.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Tendências do Jornal Nacional

Post publicado no blog dos AMIGOS DO PRESIDENTE LULA dá conta das opções de notícias que todos os meios de comunicação tem e as escolhas sempre tendenciosas. Reforça não só o conceito de que nada no mundo é neutro, mas principalmente que existe sim uma postura clara e incisiva dos grandes meios de comunicação com tudo o que é ligado à esquerda e aos movimentos populares. E se de sobra puder pegar o governo federal, melhor ainda. Confira o artigo e tire suas conclusões. As minhas, tenho faz algum tempo.

Duas notícias (abaixo) no dia 11 de fevereiro de 2010.

Qual é a mais importante para o interesse público de abrangência nacional?
E adivinhem qual o Jornal Nacional levou ao ar?

1) O STF acatou denúncia do Ministério Público contra o deputado federal Francisco de Assis Rodrigues (DEMos/RR) pelo crime de peculato (art. 312 do Código Penal). Ele foi denunciado por se apropriar de dinheiro público destinados ao plantio de café no município de São Luiz do Anauá (RR), oriundos de emenda parlamentar apresentada por ele mesmo ao orçamento da União (no valor de R$ 1 milhão).O deputado integra a bancada ruralista Vejam bem: um deputado federal já é réu, em processo fundamentado, por usar emenda parlamentar ao Orçamento da União, para enriquecimento pessoal.

E não foi ao ar no Jornal Nacional.

2) A segunda notícia foi ao ar:
A coletora de laranjas Zildenice Ferreira dos Santos, de 34 anos, do assentamento Zumbi dos Palmares, em Iaras, descobriu que exite quase R$ 800mil na Caixa Econômica Federal, em conta conjunta com seu nome.A conta foi aberta em nome dela, que trabalha na fazenda Santo Henrique, da Cutrale.O JN omitiu qualquer menção à Cutrale, mas é a fazenda que o INCRA afirma estar em terras da União, e que foi ocupada pelos sem-terra no ano passado, quando derrubaram alguns pés de laranja, e por isso estão sendo processados.

Será que essa informação não era relevante para a notícia? É claro que era. O JN omitiu de propósito.A advogada dos 400 assentados de Iaras, Fernanda Daniele Pereira Mariano, suspeita que Zildenice foi usada como laranja num suposto esquema de desvio de dinheiro, já que a conta passou a ser movimentada por um assessor de Miguel Serpa, chefe do MST na região.Em 2007, Zildenice foi procuradora da cooperativa do MST em Iaras num convênio entre a Caixa Econômica Federal e o Incra para a construção de moradias no assentamento.Segundo o Incra, o crédito fica em nome de um representante dos assentados, mas o dinheiro só é movimentado com autorização do órgão para pagamento de fornecedores mediante a juntada de nota fiscal.

O Jornal Nacional omitiu:
- a superintendência do Incra em São Paulo alega que a assentada não é mais titular da conta e recebeu extratos indevidamente.- o Incra informou que o erro na emissão do extrato não resultou em prejuízo para ninguém.
- que as denúncias surgiram após a Operação Laranja da polícia civil, que resultou na prisão de nove pessoas acusadas de envolvimento na invasão da fazenda da Cutrale. O grupo foi preso preventivamente no fim de janeiro deste ano. Na quarta-feira, o tribunal de justiça concedeu habeas corpus e os soltou.

O Jornal Nacional poderia dar as duas notícias (sem omitir os fatos que destacamos acima). Se fosse por falta de espaço no noticiário, a notícia nacional mais importante para o interesse público é a do deputado demo-ruralista.

A obsessão em amplificar noticiário negativo e demonizar o MST, é a velha luta das oligarquias econômicas, da qual os donos da TV Globo fazem parte, para criminalizar os movimentos sociais.

Publicação original aqui

A Prisão do Governador

Hoje, a sensação na internet está por conta da prisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda - ex-DEM que todos fazem questão de frizar o famoso "sem partido". Dizem alguns especialistas que este acontecimento, historicamente falando, pode ser ainda maior que o impeachment de Collor, pois os caminhos naturais da lei levaram o governador para a prisão. Evidente que ainda é uma prisão preventiva provocada pela tentativa de subornar uma das testemunhas e que daqui sessenta dias se nada for comprovado ele pode ser solto e voltar a ser governador. Mas sem dúvida é um momento histórico importante por que passa nosso país.


Vamos a alguns detalhes então:


No meio da tarde de hoje o STF negou pedido de habeas corpus da defesa do governador, alegando que o pedido de prisão está bastante consubstanciado e não pode ser revogado. Confira aqui direto do site do STF.


Um artigo interessante publicado hoje no portal do Nassif faz uma análise do comportamento do atual presidente do STF e de como os atuais acontecimentos questionam uma série de medidas tomadas por ele. Vale a pena ler, aqui.


E por incrível que possa parecer o PIG - Partido da Imprensa Golpista - tentou sutilmente convencer-nos de que Lula estava consternado com o acontecimento, como se o presidente lamentasse o ocorrido com o governador. Tive a oportunidade de ver a fala do Jornal Nacional e confesso fiquei preocupado com a forma como noticiaram. Ai, hoje um dos blogs da globo - G1 - retifica a notícia dizendo que Lula havia lamentado a situação e não a prisão do surrupiador (Lula não usou essa palavra). Veja aqui detalhes da nota do G1 e aqui mais comentários sobre essa tentativa de ligar o presidente a esse horrendo fato.


Uma "fatalidade" para o PIG> o que pode ter levado o desmascaramento de todo o esquema do Arruda foi sua entrevista triunfalista à revista veja no ano passado. Ela despertou a ira dos que eram "queimados" pelo governador. Veja aqui que interessante.


Por fim (apesar de ter muito mais para mostrar) o video mais visto na internet no dia de hoje> José Serra falando que Arruda seria seu vice na chapa presidencial. Como dizia Serra> "Vote em um careca e leve dois". Então.... confira aqui.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Não dá Para Não Mostrar

Na tentativa de ver esboçar reações da oposição diante do atual quadro político brasileiro, a gente vai se deparando com coisas bastante interessantes (rs..rs..rs...)

Uma delas são dois vídeos que mostram a entrevista coletiva do Serra quando do anúncio do novo Salário Mínimo de São Paulo. Observem o semblante do sujeito. Verifiquem como ele está bem informado e muito preocupado em responder tudo aos jornalistas. E por fim a preocupação dele com a TV Brasil. Coisa de louco. Ah... para entender melhor: depois de ler os comentários, assista primeiro o video 2 e depois o video 1. A ordem temporal está invertida. Confira tudo aqui.

A outra é mais uma tentativa dos tucanos em vender a imagem de país subdesenvolvido do Brasil para os de fora daqui. Na visita de Madonna à São Paulo, Serra coloca a disposição de um projeto da cantora as crianças pobres de São Paulo. Deprimente. Confira.

Bom final de dia a todas e todos!!!

Governador a Caminho da Prisão

STJ decreta prisão preventiva de Arruda

Atualizado em 11 de fevereiro de 2010 às 18:26 Publicado em 11 de fevereiro de 2010 às 17:27

Ordem de prisão é baseada em tentativa de suborno de testemunha.
Assessoria diz que governador vai se entregar à Polícia Federal.

por Diego Abreu, Nathalia Passarinho e Fausto Carneiro Do G1, em Brasília
A maioria dos 15 ministros da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) votou nesta quinta-feira (11) pela decretação da prisão preventiva do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), suspeito de envolvimento em esquema de corrupção que envolve membros do governo, deputados e empresários. Nove ministros já votaram pela prisão e dois contra.
A Corte Especial do STJ também decretou a prisão de mais quatro envolvidos em suposta tentativa de suborno ao jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra. Arruda teria proposto o pagamento de propina na tentativa de fazer com que Sombra mentisse em depoimento à Polícia Federal.

De acordo com a decisão do STJ, também serão presos Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário do governador, Welinton Moraes, ex-secretário de governo, o ex-deputado distrital Geraldo Naves (DEM), que agora é suplente, e Haroaldo Brasil Carvalho, ex-diretor da Companhia Energética de Brasília (CEB).

As prisões foram pedidas pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sob o argumento de que Arruda e os demais estariam atrapalhando o curso das investigações sobre o chamado mensalão do DEM de Brasília.

O ministro do STJ Fernando Gonçalves, que preside o inquérito do mensalão do DEM, afirmou haver "indícios" que justificam a prisão preventiva do governador. "Há indícios de ameaça à ordem pública e à instrução criminal pela corrupção de testemunha", disse Gonçalves, em seu voto. "Está caracterizada a falsidade ideológica e corrupção de testemunha, o que justifica a prisão preventiva", disse o ministro.

Em parecer enviado ao STJ, assinado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, e pela subprocuradora Raquel Dodge, que atua no caso, ambos defendem que as prisões são necessárias para que sejam mantidas a “ordem pública a instrução criminal”.
Tentativa de suborno

Na quarta-feira (3), o funcionário aposentado da Companhia Energética de Brasília (CEB) Antonio Bento da Silva, suposto emissário do governador Arruda, foi preso em flagrante pela Polícia Federal ao tentar subornar Edson Sombra. O jornalista denunciou o caso à Polícia Federal e fez gravações do processo de negociação.

Em depoimento à PF, Sombra disse que Arruda, através do intermediário, teria proposto R$ 1 milhão, uma conta garantida no Banco de Brasília, e verbas para o jornal do qual é dono, em troca de apoio para prejudicar a Operação Caixa de Pandora, que investiga o suposto esquema de corrupção no DF. Bento confirmou à PF que entregou dinheiro a Sombra. No entanto, ele disse que a articulação foi feita por Rodrigo Arantes, sobrinho e secretário particular do governador.

Os vídeos gravados por Sombra revelam a negociação de valores a serem pagos em troca de um documento no qual o jornalista afirmaria serem falsas as imagens divulgadas por Durval Barbosa, que mostram o governador, membros do governo e deputados distritais recebendo maços de dinheiro.
Nota do blogueiro - dos 15 juizes, somente dois votaram pela não prisão

Mais PT 30 ANOS

Hoje tem PT na televisão.

Mas como a internet está sempre a frente, uma das grandes produções do programa que será apresentado hoje, já está na rede. Trata-se de um clip em comemoração aos 30 anos do PT.

Se você não viu na TV, veja aqui. Muito bonito.

Bonecões da Barra

Para quem é saltense, a maior das tradições carnavalescas sem dúvida são os bonecões da Barra. Por décadas essa tradição vem se mantendo, em altos e baixos, como uma grande força de nossa cultura.

Veja aqui artigo do Elton sobre o assunto. Vale a pena.

Desculpas

Quero começar hoje pedindo desculpas àqueles que recebem minhas postagens diretamente em seus e-mails. Ontem enviei uma postagem incompleta. Foi erro da "pecinha" que fica na frente do monitor....rs....

Se você não viu a postagem completa sobre o Haiti, clique aqui.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Última do Serra

Governo de São Paulo não irá apoiar os 50 delegados eleitos para a Conferência Nacional de Cultura a se locomoverem até Brasília.

Não bastasse a total falta de vontade em fazer a Conferência Estadual, conforme já comentei aqui, agora o governo Serra, pela Secretaria Estadual de Cultura, posiciona-se no sentido de não garantir a ida dos delegados paulistas para a Conferência Nacional.

Pois é. Democracia tem dessas coisas, não é mesmo? Ainda bem que em alguns momentos o povo vai a forra.... Hoje acho que meu maior sonho, sem dúvida nenhuma, é ver o PSDB fora do governo paulista. Impressionante como eles conseguem ser tão ruins e inescrupulosos.

Um Pouco Sobre o Haiti

Representante da OEA no Haiti critica imprensa por ênfase na insegurança

Ricardo Seitenfus (representante especial do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA)) defende presença dos EUA e afirma que reconstrução do país é maior desafio da história da América.

Ruínas e limpeza

Temos no Haiti um desafio que guarda pouco a ver com os problemas anteriores. Agora, é uma reconstrução física que ninguém tem essa experiência. Nem mesmo o Haiti esteve tão debilitado quanto está hoje.

Depois da fase de emergência, temos praticamente um milhão de desabrigados, ruíram 250 mil casas, 30 estabelecimentos comerciais. Temos milhares de amputados. Há 60 milhões de metros cúbicos de escombros a serem retirados, e isso já começou na semana passada. Agora é a parte de limpeza e depois vem a reconstrução.

E aí os métodos são desconhecidos. O Plano Marshall, que recuperou a Europa, foi em uma Europa do pós-guerra que tinha Estados, tinha instituições, governo. No caso do Haiti, não temos isso. É uma situação muito complicada. O terremoto atingiu a zona mais densamente povoada do Haiti. É a maior hecatombe das Américas e nossa sugestão é que haja uma união do continente neste sentido. Terminou o tempo de políticas nacionais, é necessário haver coordenação e esforços em que todos estejamos juntos. E estamos correndo contra o tempo porque em dois ou três meses começa a temporada de furacões e chuvas. É urgente, urgentíssimo fazer a reconstrução.

Reconstrução de instituições

São desafios para a comunidade das Américas. Os esforços que foram feitos nos primeiros dias eram absolutamente deficientes. Mas o civismo e o espírito de solidariedade dos haitianos fizeram com que tudo ficasse na normalidade.

Agora é preciso reconstruir as instituições haitianas. Seria preciso fazer reformas constitucionais. Haveria eleições parlamentares, que foram adiadas, mas faremos todos os esforços para manter as eleições presidenciais em novembro.

É fundamental que se reforce o Estado haitiano, que se dialogue com o governo. Tudo que for para enfraquecer ainda mais a capacidade administrativa e política do governo haitiano não será bem acolhido. É necessário que se entenda que, enquanto não tivermos um Estado capaz de atender às demandas haitianas, não resolveremos o problema.

Críticas aos Estados Unidos

Toda essa crítica é uma manobra diversionista que tira o foco do que é a essência, que é prestar socorro muito rapidamente às vítimas. Os Estados Unidos têm uma tradição de promover assistência humanitária de forma segura e é o que sabem fazer. Fizeram de forma extremamente profissional.

A população haitiana acolheu muito bem a capacidade dos Estados Unidos frente à catástrofe. Os soldados agiram de forma extremamente correta, não dispararam nenhum tiro, fizeram a distribuição de alimentos em estreita colaboração com os outros militares. Os Estados Unidos não serão o que foram no passado, algozes do Haiti. Não estão lá para isso.

Insegurança é tema menor

Enfatizar a insegurança é prestar um desserviço à verdade. O povo haitiano tem sido extremamente civilizado. Nas praças, há organizações com lideranças; são centenas e centenas de pessoas vivendo nas ruas. É um cenário de organização, de solidariedade e de forte espírito cívico dos haitianos. É uma atitude educada e espiritual em relação ao que aconteceu.
Ninguém se conforma, mas há um choque social e que corresponde a uma solidariedade social muito grande. Há uma tentativa de retomada da vida. A sociedade haitiana não se deixou abater e é um ensinamento para o mundo de solidariedade e civilidade. Isso, a imprensa internacional não ressaltou. Sem Estado, sem presença militar, uma organização extraordinária.

Economia e Estado

É impossível ter uma cifra de quanto isso vai custar e quanto vai demorar. Minha impressão é de que o Haiti perdeu uma geração. E voltou a um passado que ele não conhece. Jamais esteve de forma tão debilitada e tão dependente do exterior.Temos de pensar em mudar o mandato da Minustah, que não deve funcionar como uma missão de estabilização, já que não é possível estabilizar o país nessa situação. Deve ser um mandato em que a parte militar seja um fragmento, e que a parte civil, de reconstrução, seja a essência, exatamente o inverso do que era antes do terremoto.É o maior desafio que as Américas enfrentaram em sua história e espero que as mulheres e os homens estejam à altura dele.

Publicado no site da REVISTA DO BRASIL.

PT 30 ANOS

Hoje o PT - Partido dos Trabalhadores - faz 30 anos de vida!!!

É com muito orgulho que faço parte dessa magnífica história.

Veja abaixo alguns comentários de hoje sobre o aniversário:

folhão on line

PT Nacional

Nassif

Viva o PT!!!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A Recepção aos Moradores Alagados

Ontem centenas de moradores do Jd. Pantanal, em São Paulo, que há dois meses estão alagados, foram até a prefeitura para conversar e pedir explicações ao prefeito do que será feito para acabar com esse "pequeno problema". E a recepção não foi boa. Acompanhemos:


Primeiro uma explicação e alguns detalhes do problema com fotos dos manifestantes. Aqui.


Depois a forma como foram "acolhidos". Aqui e aqui.

E por fim depoimento de um blogueiro que lá estava junto com o povo e recebeu os "carinhos" distribuídos a todos. Veja aqui.

Pois é.....

Para Relativizar.

Para não dizerem que perdi a noção de equilibrio, que só defendo o governo do Lula e que não consigo enxergar mais nada a não ser o que ele faz de bom para o país, indico hoje dois artigos que criticam determinadas políticas do governo Lula.

O primeiro deles é do Altamiro Borges, comunista brasileiro histórico, que faz uma crítica bastante contundente e comprovada do não avanço da reforma agrária no governo Lula. Leia aqui.

O segundo é de um jornalista da folhona que faz uma análise do artigo do FHC na veja, onde ele aponta os erros e os escorregões do ex presidente, bem como algumas limitações do governo Lula. Confira aqui.

Mas não é para acostumar, até porque análises consistentes precisam de motivos consistentes. E na verdade o governo Lula tem dado poucos motivos para análises desse tipo. Quando aparecerem, mostro, podem ter certeza.

Sequencia Impressionante.

Reproduzo abaixo artigo publicado no blog do NASSIF sobre as "distorcidas" de nossa querida imprensa. Desta vez sobre o Bolsa Família. Leiam:

A COBERTURA (OMISSA) DAS POLÍTICAS SOCIAIS
Por Ângela Carrato e João Mendes em 9/2/2010

Os leitores de Veja, O Globo e O Estado de S.Paulo se depararam, nos últimos dias, com uma série de matérias contendo dados equivocados e juízos de valor que não se sustentam em se tratando do Programa Bolsa Família, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). Em comum às três matérias, além dos equívocos, uma nítida tentativa de vincular o programa – que é referência nacional e internacional em redução de pobreza – com ações eleitoreiras e até mesmo com o que denominam de “terrorismo eleitoral”.

A primeira matéria coube à revista Veja que, na edição 2149 (de 24/1/2010), sob o título de “Bolsa-Cabresto”, publicou duas páginas onde, no lugar de informações para o leitor, lançou mão de dados equivocados, chegou a números fantasiosos e nem se deu ao trabalho de ouvir o MDS antes de publicar a sua “tese” sobre o assunto. Na segunda-feira (25/1), a Assessoria de Comunicação do MDS enviou à Veja uma nota de esclarecimento, na qual rebatia todos os pontos da matéria e solicitava que a revista a publicasse na próxima edição. Na terça-feira (26), a repórter de Veja que assina a matéria, Laura Diniz, fez contato com a Assessoria de Comunicação do MDS e solicitou mais alguns dados, no que foi prontamente atendida.
Na oportunidade, a assessora responsável direta pelo Programa Bolsa Família, jornalista Roseli Garcia, informou à repórter de Veja que o MDS havia enviado a nota de esclarecimento e que aguardava a publicação. Em resposta, ouviu que a nota estava “grande demais” e que “dificilmente seria publicada”. Na noite de quarta-feira (27), a repórter encaminhou para o MDS um texto com a proposta de retificação por parte da revista Veja. A nota, num total de quatro linhas, nem de longe contemplava as correções apontadas pelo ministério na matéria publicada por Veja.


Diante disso, a Assessoria de Comunicação encaminhou, na quinta-feira, ao diretor de redação de Veja Eurípedes Alcântara e ao redator-chefe, Mario Sabino, uma mensagem contendo todo o ocorrido e solicitando, em respeito aos leitores e à verdade, a publicação da resposta na íntegra. Não recebemos retorno por parte dos dois dirigentes da revista. Aliás, as duas mensagens foram descartadas sem terem sido lidas. Na sequência, a repórter responsável pela matéria telefonou para Ascom/MDS solicitando uma diminuição no tamanho da nota. Atendendo a esse pedido, essa redução foi feita de forma a contemplar explicações mínimas que pudessem fazer o leitor entender o equívoco cometido pela revista. Essa nova nota foi encaminhada na noite de quinta-feira (28/1).

Na sexta-feira, a repórter liga novamente para Ascom/MDS dizendo que a carta “continuava grande demais” e que tinha preparado uma correção, pois considerava “melhor para o ministério” a retificação da revista do que a publicação da carta. A ela foi respondido que preferíamos a carta, por esclarecer melhor o caso aos leitores.

Veja optou pela correção que ela própria fez, publicada em corpo minúsculo sem ter respondido aos principais equívocos apontados pela Ascom/MDS. Além disso, em destaque, publicou duas cartas de leitores que continham críticas ao Programa Bolsa Família a partir de uma matéria repleta de erros. Vale dizer: amplificou, novamente, o próprio erro, sem aceitá-lo como tal.

Campeões da democracia

Já no dia 1º de fevereiro, o MDS é novamente surpreendido. Em editorial, intitulado “Bolsa Família e eleição” o jornal O Estado de S. Paulo, utilizando os mesmos argumentos usados na matéria da revista Veja, afirma que não haveria exclusão de beneficiários do programa em 2010. O que é um equívoco, pois já em fevereiro estão sendo cancelados 710 mil benefícios por falta de atualização cadastral. A Ascom/MDS encaminhou carta ao Estado de S. Paulo explicando que o editorial fazia uma análise equivocada da instrução operacional do MDS – que apenas detalha o trabalho as ser feito pelos gestores do Programa Bolsa Família em 2010 – idêntica à cometida pela revista Veja.

No dia seguinte, o jornal publicou a íntegra da carta e questionou o seu conteúdo, afirmando que o documento “não permite conhecer a fundo os critérios estabelecidos pelo programa, o erro não é do jornal, mas do Ministério”. Como rege o bom jornalismo, se um documento não está claro, cabe ao jornalista estudar o assunto e informar de maneira clara aos seus leitores. Em outras palavras, faltou ao Estado de S.Paulo ater-se a uma regra básica no jornalismo: a apuração. Nesse ponto, aliás, O Estado de S.Paulo, O Globo e Veja se assemelham: estão deixando de apurar e publicando o que acreditam ser a verdade.

Na mesma segunda-feira (1/2), devido ao editorial de O Estado de S.Paulo, a Ascom/MDS foi procurada pela reportagem de O Globo. Todas as explicações dadas à Veja e ao Estado de S.Paulo foram repassadas a O Globo, mostrando os equívocos cometidos pelas duas outras publicações. Mas o jornal, lendo a instrução normativa – que trata apenas de procedimento em relação à atualização cadastral – encaminhada pelo MDS aos gestores, abordou outro aspecto também de forma incorreta. O Globo classificou essa norma, em manchete, como: “Governo faz ameaça eleitoral ao recadastrar Bolsa Família”.

Mais uma vez a Ascom/MDS encaminhou carta ao jornal, que foi utilizada na matéria do dia seguinte em texto intitulado “Tiroteio com o Bolsa Família”. Neste texto, o jornal utiliza as declarações de parlamentares de partidos da oposição ao governo para sustentar a polêmica criada pelo próprio veículo.

O assunto repercutiu em vários veículos nacionais e também na imprensa regional, criando uma situação no mínimo curiosa para quem é leitor atento ou para aqueles que se interessam pelo comportamento de parte da mídia brasileira. Nos dias atuais, a mídia tem deixado de lado o papel clássico de informar, interpretar e opinar (nos espaços devidos) para, ela própria, tornar-se a origem da informação e, não raro, ator no cenário político nacional.

No caso do Programa Bolsa Família, as informações e a análise apresentadas pela mídia foram equivocadas e funcionaram como retroalimentação. Num dia um veículo publica algo equivocado. Não retifica o erro. No dia seguinte, outro veículo, tomando o que foi publicado como verdade, amplifica o erro. No terceiro dia, um novo veículo entra “na roda” e assim a “polêmica” está criada. Para confirmar os pressupostos da mídia, políticos de oposição são entrevistas e ganham destaque.

Essa situação em si é extremamente preocupante para o futuro das instituições e para a própria democracia no Brasil, porque deixa a parte atingida, no caso o agente público, sem condição para restabelecer a verdade. A preocupação torna-se maior ainda quando se sabe do papel central que a mídia tem na sociedade contemporânea.

No caso brasileiro, a censura oficial à imprensa foi abolida há décadas e a liberdade de informação e expressão encontra-se consagradas na Constituição de 1988. Mas, infelizmente, o que se percebe é que o poder de censura, que nos governos autoritários estava nas mãos do Estado, migrou para as mãos de um reduzido número de empresas e de articulistas que se auto-intitulam os porta-vozes da verdade e os campeões da democracia. Essa situação torna-se ainda mais difícil quando dentro dos grandes grupos midiáticos prevalecem as velhas ideologias do liberalismo do século 18 e 19.

Escolhas próprias

Nos três casos descritos, faltou muito mais do que o necessário restabelecimento da verdade. Faltou seriedade profissional e empresarial na cobertura de um tema da maior importância para a sociedade brasileira e que mexe com a vida de milhares de pessoas. Dia a dia, o que se verifica é que a mídia brasileira não percebeu que o Brasil mudou e que as políticas sociais estão instituídas enquanto políticas públicas, que demandam conhecimento e acompanhamento permanente em relação ao seu funcionamento. As políticas públicas na área social estão sepultando a cultura política da dádiva, contribuindo para a emancipação das pessoas e para a plena cidadania.

Com exceção de uns dois ou três jornalistas que se especializaram – por conta própria – na cobertura dos chamados programas sociais, não há, na mídia brasileira, quem acompanhe, com um mínimo de regularidade, a vida desses programas e, sobretudo, os seus resultados. Apesar da importância dos programas sociais, a mídia brasileira ainda não criou, sequer, uma editoria específica para a cobertura deles. E se no passado podia-se argumentar que as classes C, D e E não tinham peso no mercado, também esse argumento não mais se sustenta. A cobertura jornalística das políticas públicas é um dos grandes desafios e uma das maiores deficiências da imprensa brasileira.

Em anos de eleição, as dificuldades se acentuam mais. A disputa política envolve grandes riscos para os jornalistas. Se muitos temem se tornar instrumento de propaganda eleitoral de governos e candidatos, ao cobrir de forma acrítica o desempenho dos programas sociais, há igualmente o risco de dar a todas as políticas públicas um caráter e uma intenção eleitorais e, com isso, deixar de levar ao cidadão beneficiado as informações essenciais. Isso, sem falar na arrogância daqueles que se arvoram em “defensores do povo” sem, ao menos, dar a palavra a quem é de direito.

Voltando ao caso da revista Veja, chama atenção na matéria citada como os grandes ausentes do texto são os beneficiários do Programa Bolsa Família. Eles aparecem na foto que ilustra a matéria, mas não são ouvidos pela repórter. Se ouvidos, esses beneficiários teriam muito a dizer sobre o que está mudando em suas vidas. Mas, ao que tudo indica, isso não é interessante para os porta-vozes do nicho mais conservador da sociedade brasileira. Motivo pelo qual se prefere dar voz aos “formadores de opinião”, sejam eles cientistas políticos ou articulistas.
A importância da mídia para a formação da opinião pública é inegável, mas a cada dia o cidadão e a cidadã se mostram mais conscientes e competentes ao fazerem as suas escolhas. Escolhas não só em termos eleitorais, mas escolhas sobre o que ler e onde buscar informações. Não é por acaso que a tiragem da mídia impressa brasileira tem apresentado acentuado declínio nos últimos anos, enquanto crescem exponencialmente os acessos aos sites e blogs.


Publicação original - Observatório da Imprensa

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Dúvida

Confesso que desde ontem de manhã após ler o jornal Taperá estou tomado por uma dúvida cruel. Deixem-me explicar:

A manchete do jornal diz: "ROUBO DE CARROS AUMENTOU 85% EM SALTO E 12% EM ITU, EM 2009". E discorre sobre o assunto, chamando mais detalhes dentro do jornal.

Na sequencia, ainda na primeira página, em uma chamada um pouco menor, mas bem abaixo da manchete, salta aos olhos outra informação: "SALTO ENTRE AS 10 COM MENOR ÍNDICE DE ROUBO". E explica: "entre as 73 cidades com mais de 100 mil habitantes (...) o município está na 65a colocação. Itu é a 58a ... e Indaiatuba a 25a. São Paulo lidera o ranking".

Outros dados soltos que traz o jornal:
- O índice médio de roubos no estado é de 612 roubos para cada 100 mil habitantes.
- Salto teve um índice de 213,16. Itu, 252, 24. São Paulo, 1.122, 7.

Quais as conclusões possíveis disso? Algumas delas, arrisco:
- O número de outros tipos de roubo diminuiram muito em Salto.
- O número de roubos aumentou muito no estado.
- Outras modalidades de roubo são muito maiores que os de carro.

Talvez a última seja a mais plausível, já que tivemos 85 veículos roubados em Salto em 2009. E o índice fo de 213,16 roubos para cada 100 mil habitantes. Como Salto está muito próximo de 100 mil habitantes, podemos supor que as ocorrências giraram em torno de 215 (???). Ou seja, os roubos de veículos representam algo em torno de 40% do total.

Entretanto, os sinais mais subjetivos das leituras feitas é que esse tipo de crime tem crescido muito no estado todo.

Com a palavra os estatísticos e as autoridades responsáveis.

Campanha às Claras

Como já estamos em fevereiro e mais alguns meses a campanha eleitoral tomará conta do país, mas nos bastidores, nos jornais, nas TVs e no mundo virtual ela já está bastante quente, tomarei a liberdade aqui de avançar nesse assunto. Evidente que sempre ajudado pelos blogs que acompanho, pelas notícias que todos acompanhamos e um pouquinho de análise pessoal. Portanto, que fique claro uma coisa: sou petista e sempre defenderei a linha que o partido definir para a campanha. Dilma presidente é uma questão já definida para todos os petistas do Brasil. Em São Paulo? Ainda existe uma corrente bastante forte tentando trazer para a disputa estadual o presidenciável Ciro Gomes, já que mesmo no PSDB o nome ainda é uma incógnita. Aumenta a cada dia a probabilidade de José Serra desistir da disputa presidencial e tentar a reeleição em São Paulo, já que a candidatura de Dilma não pára de crescer, mesmo na pré-campanha.


E hoje, lendo meus blogs favoritos, encontrei no CLOACA NEWS algo bastante interessante> uma enquete do estadão perguntando se você votaria em alguém indicado pelo Lula. E a questão do blog é: por que o estadão ainda não publicou essa enquete? A resposta está no número de "sim" que a enquete já recebeu: mais de 70%. Entenderam??? Então, entre, vote e veja os resultados. Vale a pena. É só seguir por aqui.


Uma outra questão que o blog do AZENHA pede que as autoridades se manifestem é a provável ilegalidade da globo na transmissão de sinais via parabólica para o norte e nordeste brasileiros: as denúncias são de que a emissora retransmite para lá sinais de São Paulo com as propagandas que o Zé Serra faz por aqui. Leia no blog do AZENHA essa denúncia, mas não se esqueça de ler os comentários de quem mora por lá. Aqui.


E por fim, no blog do NASSIF, o nosso governador resolveu falar sobre as enchentes. E adivinhem o que ele disse? "Faltou dinheiro do governo federal para resolver os problemas das enchentes em São Paulo." Tá vendo só!!! É culpa do Lula as enchentes em São Paulo. Você já estava desconfiado, não é mesmo? Mas como bem lembrou o blog e nós aqui também mostramos, o governo federal já se colocou para financiar soluções para esse caos, no aniversário de São Paulo. Lembram-se? Veja aqui o que já falamos e aqui a nova fala do governador que quer (com muita dúvida recentemente) ser presidente do Brasil.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Ponte Pênsil

No editorial de hoje do jornal Taperá um comentário sobre um grave acidente acontecido com uma criança em nossa Ponte Pênsil.

Sem entrar no mérito da opinião do editorialista, achei importante registrar um dado histórico que hoje pode não ter peso algum, mas que em minha opinião mostra um aspecto cultural saltense relevante: a ponte pênsil, que hoje é um dos nossos pontos turísticos, como o próprio editorial comenta, foi cedida pela antiga empresa Italo Americana que no início do séc. XX (1904) adquiriu as duas empresas téxteis pioneiras de Salto, pertencentes ao Dr. Barros Jr e a José Galvão (este já falecido quando da fusão). Logo em seguida a empresa recebe o nome de Brasital.

E por que a ponte foi cedida para a municipalidade?

Por conta da "posse" pela mesma empresa da chamada Rua do Porto, uma via pública que saia do então centro da cidade e terminava às margens do rio Tietê. Essa rua hoje pode ser imaginada quando olhamos para a frente do atual centro universitário lá existente e vemos um grande portão no seu lado direito que dá acesso aos carros daqueles que lá trabalham e dirigem o mesmo. Todo aquele espaço era público. Todos os saltenses podiam por lá transitar e chegar até as margens do nosso querido Rio Tietê.

Vale registrar também que a "troca" foi aprovada pelas autoridades da época que certamente devem ter inclusive elogiado muito a atitude da empresa, como algo nobre e de extremas vantagens para a cidade.

Importante também citar que José Galvão quando ainda vivo tentou fazer o mesmo movimento, mas o Dr. Barros Jr. dono da outra empresa e político influente em Salto e na região, usou de sua influência para não permitir.

E o que tem a ver o acidente da criança com tudo isso? Pode ser que tanto tempo depois nada mesmo. Mas ainda, na minha ingenuidade, as vezes fico a imaginar como seria aquele espaço se em vez da ponte pênsil ainda tivéssemos a Rua do Porto. Fico a imaginar que se as autoridades daquela época tivessem impedido a ocupação total das margens do rio Tietê pela empresa, como seria hoje aquele local?

Um acesso mais simples e belo para nossa querida cachoeira minha imaginação alcança. Até a ilusão ingênua de imaginar outros acidentes, mas não iguais ao que aconteceu com a criança recentemente.

Nossa história é repleta de fatos onde a prevalência dos interesses do capital se sobrepuseram aos interesses coletivos. Na minha parca leitura, a ponte pênsil é um desses. Recuperar isso é nossa obrigação. E a nova obra projetada para onde antes tinhamos a Concha Acústica certamente será um grande resgate.

Se você quiser ler mais sobre essa história, recomendo o livro de Anicleide Zequini - O QUINTAL DA FÁBRICA - publicado em 2004. Vale a pena.

Barbárie Colombiana

Já comentamos aqui fatos extremamente graves que ocorrem na Colômbia e que diferentemente dos demais países sul americanos, não vemos nenhuma notícia a respeito. Nenhum comentário, nenhuma posição, silêncio absoluto. Ainda bem que temos a internet para conhecer o outro lado que muitos querem esconder. Leiam o artigo abaixo:

por Mauro Santayana, no JB Online

Não é novidade: a Human Rights Watch, organização internacional que monitora a violação dos direitos humanos no mundo, denunciou, ontem, em Bogotá, os novos crimes dos grupos paramilitares na Colômbia. Além dos assassinatos seletivos, há o deslocamento forçado de populações inteiras, sob a ameaça armada dos bandos de criminosos. Tais comandos contam com a proteção de setores das Forças Armadas, da polícia, de alguns promotores e de altas personalidades do governo de Uribe.

O país tem sido dos mais atingidos pela violência na América Latina, embora seja dotado de uma intelectualidade que se destaca entre os vizinhos. Não é só a pátria do romancista Gabriel García Márquez, como de excepcionais poetas e dramaturgos. Tal como outros países mestiços da Cordilheira, a Colômbia é dominada por uma minoria de grandes empresários, quase todos brancos, muitos de sobrenomes estrangeiros, que controlam os bancos, as indústrias e os meios de comunicação – e, da mesma maneira, o narcotráfico e as instituições do Estado.

A essas elites pertence o presidente Uribe. Contra elas, surgiram, ao longo do século 20, vários movimentos armados. O Estado não foi capaz de os vencer, com suas forças clássicas de repressão. Alguns empresários decidiram então financiar os paramilitares, que, oficialmente à margem do Estado, passaram a exterminar militantes de esquerda dos meios urbanos e camponeses, sob o pretexto de cumplicidade com as Farc. Esses grupos nunca enfrentaram frontalmente os guerrilheiros. Tratou-se de sórdido terrorismo: as vítimas são, em sua maioria, jovens sequestrados da periferia das cidades e moradores no campo. Fazem apenas “número” para justificar o dinheiro recebido. Formaram-se, assim, grupos de assassinos, alguns criminosos comuns, egressos ou fugitivos das prisões, ex-militares e ex-policiais, traficantes de drogas e desempregados, todos armados, municiados e pagos, conforme o número das vítimas abatidas.

Há indícios fortes de que tais grupos receberam ajuda e treinamento da CIA, embora os norte-americanos o neguem. O que não negam é a presença de consultores e assessores que “ajudam” as forças “regulares” da Colômbia a combater os guerrilheiros, a pretexto de reprimir o tráfico de drogas.

O Estado colombiano se transformou em assustadora quimera. Membros destacados do governo Uribe são acusados de cumplicidade com os paramilitares. O próprio Uribe, quando governador do estado de Antioquia, cuja capital é Medellín, patrocinou o grupo Convivir, organização de fachada de exterminadores, financiada pela grande companhia bananeira Chiquita – conforme documentos norte-americanos. Esses mesmos documentos apontavam, no início do governo de Uribe, o então chefe do Exército, Mario Montoya, de cumplicidade com um grupo de extermínio que havia eliminado pelo menos 14 pessoas em Medellín.

Entre 2003 e 2006, o governo colombiano, sob a pressão da opinião pública mundial, “promoveu a desmobilização” de 30 mil membros das organizações paramilitares, mas há provas de que se tratou de uma farsa. “Como resultado – diz textualmente o informe do HRW – muitos grupos atuaram de forma fraudulenta e recrutaram civis para que passassem como paramilitares durante a desmobilização, e assim preservaram ativos seus quadros”. Os verdadeiros chefes e subchefes dos grupos se ocultaram, e voltaram a matar meses depois. A partir de 2007, esses grupos voltaram à luz do dia – calcula-se entre 4 mil e 10 mil o número atual de seus efetivos.

O informe refere a denúncia de que um chefe de promotores de Medellín, Guilherme Valencia Cossio – irmão do ministro do Interior e Justiça de Uribe – seria colaborador de um desses grupos de paramilitares. O fato é que há clara condescendência e envolvimento de altos funcionários do governo de Álvaro Uribe – há quase oito anos no poder, com os grupos de extermínio.

O presidente Barack Obama, quando candidato, anunciou que, eleito, cortaria a ajuda à Colômbia. Hillary Clinton, como secretária de Estado, negociou a instalação de bases norte-americanas no país, e tem garantido o apoio decisivo de Washington a Uribe e seu grupo.

Além deste artigo, você pode saber mais opiniões a respeito no BLOG DO MIRO, que faz uma análise mais ideológica da situação, mas que também trás dados importantes para sabermos o que acontece bem perto de nós. Um país vizinho que tem a imagem de forte combatente do narcotráfico. Mas por trás disso a imposição de uma elite atrasada e violenta. Leia mais aqui.

Debate Ideológico

DO BLOG "ÓLEO DO DIABO":

Tem gente que ainda acha que as ideologias acabaram. Uns o dizem com os lábios retraídos num esgar de ironia, indicando o puro oportunismo da afirmação: não crêem no que dizem, pois sabem que a ideologia ainda existe, mas interessa a eles assegurar o oposto. Outros fazem-no com inocência, acreditando piamente que o mundo não comporta mais reviravoltas doidas.

De fato, um dos erros dos idealistas dos anos 60 foi achar que a economia dos países teria a mesma flexibilidade do cinema experimental. Não é assim, mas isso também não significa que mudanças não sejam necessárias. Até porque as mudanças são inevitáveis. Dos anos 60 para cá, o mundo já passou por tantas revoluções tecnológicas que muitos dos argumentos brandidos por quem almejava revirar as coisas pelo avesso hoje esvaíram-se junto com o linotipo, a máquina de escrever, e as saudosas cartas escritas à mão.

As ideologias não acabaram, e o próprio debate sobre a existência ou não delas, ou a importância ou não delas, é um debate ideológico. Lembro-me de Nelson Motta entrevistando Arnaldo Jabor na Globo, a respeito do filme que este último está fazendo. Sem ligação nenhuma com o tema, mas coerente com a algo bizarra obsessão de Motta em criticar a esquerda e o socialismo, o jornalista trocou figurinhas com Jabor sobre a (na sua opinião) negativa influência da ideologia sobre o cinema brasileiro. Era um joguinho de cartas marcadas. Um ping pong bobinho, anticomunista, feito para agradar os filhos do Roberto Marinho. Jabor criticou os cineastas dos anos 60 por se apegarem às ideologias.

Isso é uma baita grosseria. Claro que pode haver exageros. Houve patrulhamento nos anos 60 e 70, mas a culpa não foi da esquerda, e sim o resultado da atmosfera sufocante, totalitária, desesperada, produzida pela ditadura militar. Havia aflição no ar. Segredos em toda parte. Gente desaparecida, quiçá já morta ou sendo torturada. Natural que a intelectualidade batesse cabeça. Essa releitura conservadora dos tempos ditatoriais, que visa culpabilizar a esquerda pelo clima desconfortável da época, como se vê no filme sobre Wilson Simonal, e nos comentários de Motta, é altamente ofensiva aos ideais democráticos, violados brutalmente pelo regime militar.

A história não morre. O regime militar continuará, enquanto existir historia, a violar a democracia brasileira. Não se esquece isso, ainda mais se tratando de um fato tão recente.O Estadão obteve, ontem ou anteontem, o programa preliminar do Partido dos Trabalhadores a ser usado na campanha de Dilma. A divulgação do texto precipitou um debate ideológico interessante, e a esquerda só tem a ganhar com isso, visto que o conservadorismo nacional, representado por José Serra e os partidos que o apoiam, continuam retraídos em termos de propostas políticas. Formados na escola neoliberal, os tucanos se vêem acuados diante da constatação de que os brasileiros, como qualquer povo em desenvolvimento, querem um Estado forte, querem serviços públicos eficientes (o que implica em mais funcionários), e não querem mais privatizações irresponsáveis, indiscriminadas.

Desorientados, os tucanos não se arriscam a formular plataformas políticas. Não participam de nenhum debate público. Nas dezenas de conferências realizadas no país, por iniciativa não só do governo mas de inúmeras entidades da sociedade civil, os tucanos estiveram sempre ausentes. Só mostraram o bico quando a mídia passou a criticar alguns pontos discutidos na conferência, e sempre alinhando-se caninamente, mediocremente, sem criatividade, sem culhões, às opiniões dos conglomerados midiáticos. Serra, o principal candidato da oposição, optou por um silêncio deliberado sobre qualquer questão de interesse estratégico. Em que isso contribui para a democracia? E não se trata de evitar campanha antecipada. Serra, como cidadão brasileiro, e como quadro político, tem o direito e o dever de participar dos debates públicos. Enchente em São Paulo? Tem de convocar imediatamente a sociedade para um grande esforço com vistas a minorar o sofrimento das famílias que perderam suas coisas e vivem em áreas alagadas com água fedida e contaminada. Buraco no metrô? Igualmente deveria vir à público prestar esclarecimentos. Queda de viadutos? Onde está Serra nesses momentos?

Na verdade, talvez haja um tipo de pendenga ideológica que tenha perdido a vitalidade, que são as acadêmicas, quase sempre pedantes e autoritárias, que pretendem impor teorias abstratas, artificiais, duras, a realidades complexas, instáveis, dinâmicas. A ideologia deve ser formada por dentro da ação política, para que tome a forma da realidade; para não se converter num invólucro bonito que não se encaixa, porém, em nenhum objeto.

Eu estou lendo o livro do Nassif, Cabeças de Planilha, uma obra que faz qualquer brasileiro sentir arrepios de horror perante as inacreditáveis arbitrariedades cometidas pelo conluio entre uma burocracia técnica formada no estrangeiro, sem formação política, sem nacionalismo, e determinados grupos políticos igualmente sem nacionalismo e sem compromisso com o bem estar da população. Deslumbram-se com o poder e a possibilidade de criar e afundar fortunas mediante pequenas mas determinantes pinceladas no câmbio, nos juros, nos gastos de governo.

Escrito por Miguel do Rosário # Sábado, Fevereiro 06, 2010