sábado, 30 de janeiro de 2010

Video Sem Comentários...

Vejam aqui video de apresentação de Ismenia em 2003, em Sorocaba.

Sem comentários..... lindo!!!

Pesquisa de Sexta-feira

Ontem, segundo os blogs desta manhã, foi divulgada mais uma pesquisa de intenção de votos da Vox Populi para as eleições presidenciais. E os números são terríveis.... para os tucanos!!!

A provável candidata Dilma cresceu de dezembro a janeiro nove pontos percentuais, pulando de 18 para 27% das intenções. O candidato dos tucanos, caiu cinco pontos percentuais, de 39 para 34%. Os outros possíveis candidatos tiveram: Ciro Gomes 11% e Marina Silva 6%.

Como se vê a diferença entre os dois principais possíveis candidatos caiu em um mês para sete pontos percentuais. No mês anterior essa diferença era de 21 pontos percentuais.

Na minha humilde opinião os defensores da continuidade do governo Lula, como eu, precisam começar a se preocupar com um cenário sem o Serra. Sim, porque ainda acho que diante das pesquisas o atual governador vai "pular fora". E então o cenário mudará e outras alternâncias poderemos vivenciar. Claro que se isso acontecer o nome de Dilma estará mais consolidado e a opção da oposição terá que ser bem mais forte e consistente para se recuperar em poucos meses. Mas, como em eleição tudo é possivel, precisamos ficar atentos.

A verdade é que se a história de tendências de pesquisa novamente se confirmar, em mais um ou dois meses a Dilma ultrapassará o Serra. E ai, vamos ver a reação dos tucanos.

Sobre o fato de a pesquisa ter sido divulgada numa sexta-feira, o blog QUANTO TEMPO DURA tem uma teoria bastante interessante. Vale a pena conferir e rir, aqui.

No blog do Nassif como as agências de notícias divulgaram os novos números. É impressionante como eles não escondem mais suas opções. Confira.

E vamos curtindo nosso sábado chuvoso....

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Mais dos Blogs

Quatro notas que achei interessantes nos blogs de hoje:

A primeira são as belas fotos postadas no UOL de hoje de nossa cidade e de Itu. Vários foram os blogueiros e twiteiros saltenses que destacaram. Veja aqui.

E Lula não esteve em Davos para receber seu prêmio. Mas lá estiveram o presidente do Banco Central e o Ministro Celso Amorim, que recebeu o prêmio em nome de Lula e leu seu discurso. Lula, como foi amplamente divulgado ontem, teve problemas de hipertensão e por ordem médica cancelou toda a sua agenda até segunda-feira. Muitos foram os comentários sobre isso. Mas trago aqui um resumo do discurso do presidente lido em Davos.

O terceiro é uma notícia que segundo o Azenha "Não vai dar no Jornal Nacional". Foi descoberto na Colombia uma vala onde estavam enterrados mais de 2000 corpos de pessoas "desconhecidas". Algumas representações internacionais estão indo para lá, pois muitas mortes não explicadas pelas autoridades colombianas podem estar "escondidas" nessa vala. A suspeita é de que existem muito mais delas por lá. Confira aqui.

E a última é mais uma dos militares: a Comissão Interamericana de Direitos Humanos poderá condenar o Brasil pela condução do julgamento do assassinato de um lavrador no Paraná por um soldado da polícia militar. A questão levantada pela Comissão são os famigerados tribunais militares que julgam os próprios militares. Segundo a Comissão o Brasil já foi advertido sobre a impropriedade dessa prática algumas outras vezes no passado e nada fez a respeito. Confira.

Bom final de semana a todos e todas!!!

"Vamos dar uma Espiadinha?"

Direto de blogueiros que acompanham o BBB. Uma demonstração da profundidade do Bial:

"Em momento “homem das cavernas”, Bial justifica grosseria contra Lia"

Ainda distante, sem conseguir interagir direito com os candidatos, o apresentador Pedro Bial cometeu uma grosseria sem tamanho na noite de quinta-feira. Na véspera, o rapper americano Akon, que cantou para os confinados, agarrou Lia por trás durante o show três vezes. Ela o rechaçou em todas as tentativas; na última, fez um gesto com as mãos mostrando que não estava gostando da brincadeira.

A cena foi exibida no programa, seguida de um comentário “homem das cavernas” de Bial: “Podem me chamar de machista, de tudo... Mas eu acho que você provocou, Lia!” Ela ainda esboçou uma reação: “Ah, mas isso a gente sempre faz” – querendo dizer que estava dançando como sempre dança.

Bial teorizou sobre o “choque cultural” que teria ocorrido. “Eu chamo isso de choque cultural. Pegue uma bunda bem brasileira e coloque na frente de um rapper americano pegador. Nem você tem culpa de ter uma bunda bonita, nem ele de ser pegador”.

E disse ainda: “O que a gente entende aqui como toque e dança e tal, na cultura americana, que é muito mais puritana... O negão ficou doido, né?” Lia ainda disse: “Eu não esperava que ele fosse fazer isso comigo. Nunca ninguém fez isso comigo”. E Bial ironizou: “Você que não está lembrando”

Em última instância, com essa sua inovadora teoria do “choque cultural”, Bial pode justificar até estupro.

Por Mauricio Stycer às 10h47, em seu blog.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O Filho do Brasil

Nesta semana tive a oportunidade de assistir ao filme LULA, O FILHO DO BRASIL. Como antes de ir, li e ouvi comentários de todos os tipos, fui ao cinema tentando não criar nenhuma expectativa pelo filme. De outras vezes em temas diversos fiquei frustrado por esperar um grande filme e me deparar somente com um filme. Vários são os exemplos.

Desta vez isolei todas as críticas, argumentos e comentários para ter o impacto de alguém que nada havia visto ou lido a respeito. Confesso, foi um exercício difícil, mas acho que consegui. Enfim.... lá estávamos eu, Ismenia e minha mãe. Pouca gente no cinema. Afinal era uma terça-feira à noite e parece que o povo de Salto prefere assistir filmes em outra cidade, não por aqui.

O filme retrata a história de Lula nos seus primeiros 34 anos de vida. Baseado em um livro, a tentativa do diretor foi a de individualizar a história de alguém que sempre atuou no coletivo. Todo o enredo está centrado na relação dele com a mãe (por sinal uma atuação magnífica da Glória Pires). Um recorte que ficou muito bonito, apesar de um tanto quanto romantizado. Nada contra romance. Adoro romances. Mas é que conhecendo a história dos ambientes e intervenções que Lula atuou e fez, ficou nítido para mim que a preocupação dos roteiristas e direção não era com a história social ou o contexto vivido por ele. Mas a vida dele.

E o filme justifica seu nome: O FILHO DO BRASIL. É significativa a força das imagens do que Lula, seus irmãos e sua mãe passaram desde seu nascimento até a morte da mãe. A vida dura do sertão, o machismo de seu pai, as dificuldades para chegar em "sumpaulo", a luta pela sobrevivência, as enchentes por que passaram, o Lula inteligente e estudioso que consegue graças a isso um diploma do SENAI, como ele vai parar na luta sindical, seu primeiro casamento curto e intenso, a perda do dedo, o negociador que se molda desde o início de sua militância e o lider sindical que revolucionou o movimento entre 1977 e 1981 (o filme pára em 1979, quando sua mãe Lindu morre).

Apesar de o filme usar muitas imagens reais da época da repressão, o enfoque sindical ou da liderança do Lula é pincelado. Para quem não conhece nada dessa história ele serve para aguçar a vontade de conhecer mais. Para quem conhece, a vontade de ver mais dessa história na tela. Nesse aspecto a cena mais forte sem dúvida é da primeira assembléia no estádio de futebol da Vila Euclides em São Bernardo. Nessa assembléia o sindicato não tinha ainda equipamento de som pois até então não era acostumado com grandes assembléias. E Lula diante de milhares de metalúrgicos se utiliza de uma técnica simples depois que alguém pensa nela: Seu discurso é repassado daqueles que estão perto dele para os de trás e assim sucessivamente até chegar a todos. Essa cena, confesso, me arrepiou. Talvez porque já tenha sentido na pele o calor e a efervescência que é uma assembléia. Nessa cena também muitas imagens da época, como os helicópteros sobrevoando o estádio lotado de metalúrgicos.

O filme procura mostrar a simplicidade de raciocínio e como essa simplicidade pode ser radical. No primeiro discurso de Lula como presidente do sindicato, duas frases marcam isso, pensando o que veio depois: "não somos inimigo dos patrões... afinal são eles que pagam os nossos salários" e "trabalhador não é de esquerda e muito menos de direita. Trabalhador quer e precisa sustentar sua família." E a radicalidade desses conceitos vem logo em seguida quando toda a categoria pára tentando negociar melhores salários e a repressão cerca o sindicato e destitui toda a diretoria. Nesse momento, Lula resolve dar um passo atrás e não ir para o confronto. E é chamado de "traíra" por um dos seus companheiros. O que lhe vem à mente é uma frase de sua mãe: "você sempre precisa saber o que fazer e se pode fazer. Se não puder fazer não faça... se prepare e faça depois". O filme não mostra, mas foi exatamente isso que aconteceu: na greve seguinte os patrões negociaram.

Aliás, o prédio do sindicato usado nas filmagens é o dos Metalúrgicos de São Bernardo, anos seguintes chamado de Metalúrgicos do ABC (aliás contra a vontade de Lula - isso poucos sabem).

Quem está lendo este post já percebeu que não consigo me desvencilhar da história política do movimento sindical e o que Lula representou nela. "Quem fuma cachimbo tem a boca torta".... A contradição está expressa nas linhas anteriores. Disse que o filme não foca muito a história do movimento, mas até agora só falei das partes em que o movimento é o foco. Perdoem, mas vendo o filme, toda a minha história também passou pela minha mente, como um filme.

Não sei se ainda há tempo, mas quem não assistiu esse filme deve assistir. Não se preocupem: ele não é político, nem muito menos eleitoral. A vida política de Lula nesse filme talvez seja algo em torno de 10%, ou jogando alto 20% do que ele fez. O forte do filme é a demonstração do que é um filho do Brasil, de muitos filhos do Brasil que na época subiam nos paus de araras para ter uma vida melhor na cidade grande. O forte do filme é a relação mãe/filhos e de uma mãe que percebe em um de seus filhos um "predestinado" (apesar de eu não acreditar nisso). O forte do filme é mostrar como se forja um cidadão brasileiro autentico e comum. E o que esse "comum" pode fazer.

Certamente muito ainda se escreverá de Lula, muitos outros filmes serão feitos sobre sua vida e seu trabalho. Esse é apenas um deles. Mas abre as portas para mostrar histórias reais, autênticas e cheias de vida, sofrimento e realizações. A vida de um brasileiro. A vida de um brasileiro que, como muitos, não ficou sentado esperando "a vida passar". Um brasileiro que se posicionou perante sua história e de seus iguais e por conta disso chegou onde chegou.

Na última cena do filme uma frase gritada pelos metalúrgicos e que foi gritada por muitos dias em São Bernardo: "Se não soltar o Lula, ninguém vai trabalhar". Quem conhece a história sabe a força que ela representou naquele momento da história de nosso país.

Se você ainda tiver chance, assista o filme. Eu com certeza assistirei muitas vezes ainda...

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Questão dos Direitos Autorais

Semana passada falei aqui de minha contrariedade com a lei dos direitos autorais vigente. Foi quando comentei a peça MONÓLOGOS DA VAGINA.

Hoje encontrei dois textos do portal CULTURA DIGITAL que, sob a ótica da informática, das redes sociais e das possibilidades infinitas que a internet abre para todos nós, tentam aprofundar a discussão. São textos que falam primeiramente de um manifesto mundial pelo DOMINIO PÚBLICO, onde a essência é a quebra de todas as barreiras ao acesso daquilo que pode estar disponível a todos nós. Evidente que ele tenta traçar um caminho para se chegar a isso. É um texto longo, mas vale a pena ler, aqui.

O segundo texto é sobre um acordo da Google Books que nos leva a pensar em mudanças urgentes em nossas leis de direito autoral. Confira aqui.

Realmente é um debate complexo, profundo e longo. Mas precisa ser encarado para que de uma forma mais rápida e eficaz as leis se ajustem às práticas sociais.

Ainda as Enchentes em São Paulo

Sou daqueles que acham não ser só a natureza a "culpada" pelas enchentes em nossa capital. Sobre isso indiquei recentemente alguns dados técnicos que falam da falta de desassoreamento do rio Tietê, da não construção de mais de 90 piscinões, da não concretização do contrato com as empresas coletoras de lixo para a instalação de conteiners na cidade e a ocupação desordenada do solo urbano. Sobre este último item uma reportagem muito interessante foi publicada na edição da semana passada da CARTA CAPITAL. Vale a pena ler.

Hoje os blogueiros de plantão descobriram mais uma causa, ligada ao desassoreamento: faz algum tempo que a justiça mandou parar uma licitação para contratação de empresas que desassoreassem o rio, por disputas entre as mesmas. Só que desde a paralisação até agora nada foi feito: nem pela justiça, nem pela prefeitura ou pelo estado. No último dia 12, o Superintendente do DAEE - Departamento de Águas e Energia Elétrica - do governo do estado, soltou um edital com dispensa de licitação por questões de emergência para o tal desassoreamento. Pois é.... veja mais detalhes aqui.

E Lula, presente hoje no aniversário de São Paulo, inclusive recebendo medalhas do Kassab, convidou o prefeito e o governador de São Paulo para participarem do PAC 2, com projetos para por fim às enchentes na capital. Veja detalhes aqui.

Enquanto isso, já passam de 60 os mortos pelas enchentes na grande São Paulo. Aniversário triste de nossa querida São Paulo....

domingo, 24 de janeiro de 2010

Acredite Se Quiser

Encontraram um peixe em um dos túneis inundados na capital. Impressionante.... veja aqui a foto publicada na folhona. E aqui algumas conclusões a respeito.

E nossos queridos professores da rede estadual! Depois de dizer que os "temporários" não mais dariam aulas se fossem reprovados na prova que fizeram, agora a Secretaria Estadual começa a voltar atrás. E uma nova prova será feita. Agora para definir quem terá aumento. Assim: faz todo mundo a prova. 20% dos melhores poderão ter aumento se o governo tiver recursos. Veja mais detalhes aqui.

sábado, 23 de janeiro de 2010

As Enchentes e Mortes em São Paulo

Já passam de 50 o número de mortos pelas enchentes, deslizamentos e problemas "provocados" pelas chuvas na grande São Paulo. Todos os dias as maiores tragédias que vemos na TV são: o terremoto do Haiti e as enchentes na grande São Paulo.

A pergunta que fica é: realmente a chuva é a grande culpada?

Ontem, vendo a previsão do tempo na TV observei que um dos efeitos das chuvas é uma tal "zona de convergencia" que vem do Amazonas e que provoca todo esse aguaceiro por aqui. E as tragédias acontecem na grande São Paulo. Em todo o seu caminho chove, mas desgraças poucas ficamos sabendo.

Ai a curiosidade faz a gente pesquisar. E alguns dados acabo de descobrir: a vazão do Tietê em São Paulo que deveria ser de 1000 m3/segundo está em menos de 750, porque não foi feito desassoreamento do rio. Foram projetados para a grande São Paulo cerca de 140 piscinões. Faltam ainda construir 91. Nos últimos três anos nenhum foi construido.

Então, a culpa não é só da chuva não é mesmo?

Que tal as redes de TV passarem a pautar esses assuntos, perguntando aos responsáveis sobre a falta de limpeza do rio, sobre a não construção dos piscinões, sobre a negativa em implantar projeto de conteiners na cidade para a coleta de lixo, sobre a fiscalização do uso e ocupação do solo e outras coisas mais. Com a palavra os senhores José Serra e Gilberto Kassab, a dupla PSDB/DEM.

E para não dizer que inventei tudo isso, veja aqui uma série de informações técnicas a respeito.

Planejamento da Educação

Nos dias 19, 20 e 21 desta semana a Secretaria da Educação fez seu planejamento anual. Uma prática já desenvolvida desde 2005, o mesmo é feito a partir da metodologia do Planejamento Estratégico e Situacional, que tem como características principais a progressão de todo ato de planejar e a necessidade de conhecer e mapear a realidade para um planejamento adequado a ela.

Enquanto progressão do ato de planejar, a secretaria sempre trabalha com as metas definidas no passado, a evolução que cada uma delas teve, a necessidade ou não de mantê-las enquanto tais, e a construção de novas metas a partir da realidade vivida.

Participam da elaboração desse planejamento as equipes de gestão das unidades escolares (diretores e assistentes), as diretoras de departamento da secretaria, a chefia de gabinete, os supervisores de ensino, o secretário, além de estrutura de apoio para a execução.

O embasamento para as decisões é a realidade vivida na educação municipal e o programa de governo da administração Geraldo e Juvenil. Neste ano o destaque ficou para o Plano Municipal de Educação, aprovado no final de 2009 e que passa a orientar todos os objetivos e ações da educação. Importante lembrarmos, então, a principal das metas do Plano, chamada de GRANDE META:

“A SUPERAÇÃO DAS DESIGUALDADES, RECONHECENDO E RESPEITANDO A DIVERSIDADE, COM UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA, GRATUITA, LAICA, DEMOCRÁTICA, INCLUSIVA E DE QUALIDADE SOCIAL PARA TODOS, UNIVERSALIZANDO O ACESSO, AMPLIANDO JORNADAS E GARANTINDO A PERMANÊNCIA DOS SUJEITOS DA EDUCAÇÃO.”

Essa grande meta foi dividida em cinco eixos e cada um dos eixos com seus objetivos de ação. Os cinco eixos são:

1) Definição e garantia de padrões mínimos de qualidade.
2) Gestão democrática dos sistemas de ensino.
3) Sistemas inclusivos que contemplem a diversidade com vistas à igualdade.
4) Formação e valorização dos profissionais da educação.
5) Financiamento da educação.


Neste ano de 2010, além da avaliação do período anterior e o destaque da importância do Plano Municipal de Educação para as nossas ações, alguns destaques importantes no planejamento:

SEU OBJETIVO MAIOR:
Aprimorar os processos de gestão democrática, com capacitação de conselheiros de escola e do conselho municipal, além da definição da Conferência Municipal de Educação, objetivando um maior empodeiramento da comunidade do fazer educação, apropriando-se e ampliando os espaços educativos na/da cidade, com contínua busca da qualidade da educação pública e popular.

Esse objetivo, que pode ser chamado de a GRANDE META, definiu outros objetivos mais específicos para caminhar-se no 'atingimento' da meta maior. Assim, enquanto objetivos específicos, tivemos:

1) Agendar para o início do ano capacitação dos conselheiros de escola, dentro dos objetivos do nosso sistema e das definições da lei municipal dos conselhos.

2) Rever o tempo de mandato dos conselhos de escola, já que a experiência recente nos mostra ser um ano tempo insuficiente para uma boa atuação.

3) Trabalhar para que a próxima composição do Conselho Municipal de Educação tenha membros comprometidos e atuantes, preferencialmente os que já foram e se destacaram nos conselhos de escola.

4) Garantir a formação dos conselheiros municipais com programas já existentes no estado.

5) Definir a data e os critérios da Conferência Municipal de Educação.

6) Acompanhar as metas do Plano Municipal de Educação, para atuar naquelas pertinentes à Secretaria.

7) Ampliar o conceito da “cidade que educa”, se necessário com assessorias especializadas e formações específicas.

8) Integrar-se nos objetivos traçados no Fórum de Políticas Públicas, a partir dos encaminhamentos dele apontados.

9) Integrar a educação no processo de interação das políticas públicas municipais.

10) Garantir diálogo permanente com os conselhos de escolas.

11) Avançar nas políticas direcionadas à comunidade a partir da escola.

12) Aprofundar os estudos e práticas referentes à Educação Infantil I, inclusive na sua formatação atual.

A partir dessa posição geral, o trabalho seguinte foi o de detalhar esses objetivos nos vários departamentos da secretaria e também nas unidades educacionais municipais. Para a grande meta e os objetivos específicos, cada departamento e as unidades escolares definiram os seus, já que só atingiremos a grande meta a partir da ação de cada um dos atores sociais. Importante registrar que mesmo esse exercício de detalhamento por departamento e unidades escolares foi feito no coletivo para que todos saibam o que todos farão.

De posse dessa elaboração cada um dos participantes - responsáveis das unidades escolares, responsáveis de departamento, supervisores de ensino, gabinete - transformarão todo esse trabalho na ação cotidiana em seu espaço.

Destaque para uma discussão conceitual muito rica e profunda ocorrida no último dia: a conceituação e definição de possíveis elementos e processos para implantarmos uma avaliação institucional e de desempenho em toda a rede municipal. Esse tema é previsto em nossas leis municipais, mas até agora não foi regulamentado. A conclusão do planejamento da educação é de que chegou a hora de discutirmos e buscarmos essa regulamentação.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Triste História

A história do Haiti é a história do racismo na civilização ocidental

Por Eduardo Galeano

A democracia haitiana nasceu há um instante. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e doentia não recebeu senão bofetadas. Era uma recém-nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raoul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de haver posto e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos retiraram e puseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que tivera a louca ideia de querer um país menos injusto.

O voto e o veto

Para apagar as pegadas da participação estadunidense na ditadura sangrenta do general Cedras, os fuzileiros navais levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para recuperar o governo, mas proibiram-lhe o poder. O seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, mas mais poder do que Préval tem qualquer chefete de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha eleito nem sequer com um voto.Mais do que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum dos seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, letras aos analfabetos ou terra aos camponeses, não recebe resposta, ou respondem ordenando-lhe:– Recite a lição. E como o governo haitiano não acaba de aprender que é preciso desmantelar os poucos serviços públicos que restam, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores dão o exame por perdido.

O álibi demográfico

Em fins do ano passado, quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Mal chegaram, a miséria do povo feriu-lhes os olhos. Então o embaixador da Alemanha explicou-lhe, em Porto Príncipe, qual é o problema: – Este é um país superpovoado, disse ele. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

E riu. Os deputados calaram-se. Nessa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou os números. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, mas está tão superpovoado quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilômetro quadrado.

Durante os seus dias no Haiti, o deputado Wolf não só foi golpeado pela miséria como também foi deslumbrado pela capacidade de beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado... de artistas.

Na realidade, o álibi demográfico é mais ou menos recente. Até há alguns anos, as potências ocidentais falavam mais claro.

A tradição racista

Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando conseguiram os seus dois objetivos: cobrar as dívidas do Citybank e abolir o artigo constitucional que proibia vender as plantations aos estrangeiros. Então Robert Lansing, secretário de Estado, justificou a longa e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de governar-se a si própria, que tem "uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização". Um dos responsáveis pela invasão, William Philips, havia incubado tempos antes a ideia sagaz: "Este é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que haviam deixado os franceses".

O Haiti fora a pérola da coroa, a colônia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com mão-de-obra escrava. No Espírito das leis, Montesquieu havia explicado sem papas na língua: "O açúcar seria demasiado caro se os escravos não trabalhassem na sua produção. Os referidos escravos são negros desde os pés até à cabeça e têm o nariz tão achatado que é quase impossível deles ter pena. Torna-se impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma, e sobretudo uma alma boa, num corpo inteiramente negro".

Em contrapartida, Deus havia posto um açoite na mão do capataz. Os escravos não se distinguiam pela sua vontade de trabalhar. Os negros eram escravos por natureza e vagos também por natureza, e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir o amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrava o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: "Vagabundo, preguiçoso, negligente, indolente e de costumes dissolutos". Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro "pode desenvolver certas habilidades humanas, tal como o papagaio que fala algumas palavras".

A humilhação imperdoável

Em 1803 os negros do Haiti deram uma tremenda sova nas tropas de Napoleão Bonaparte e a Europa jamais perdoou esta humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes a sua independência, mas tinha meio milhão de escravos a trabalhar nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era dono de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

A bandeira dos homens livres levantou-se sobre as ruínas. A terra haitiana fora devastada pela monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França, e um terço da população havia caído no combate. Então começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém lhe comprava, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

O delito da dignidade

Nem sequer Simón Bolívar, que tão valente soube ser, teve a coragem de firmar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar havia podido reiniciar a sua luta pela independência americana, quando a Espanha já o havia derrotado, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano havia-lhe entregue sete naves e muitas armas e soldados, com a única condição de que Bolívar libertasse os escravos, uma ideia que não havia ocorrido ao Libertador. Bolívar cumpriu com este compromisso, mas depois da sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvo. E quando convocou as nações americanas à reunião do Panamá, não convidou o Haiti mas convidou a Inglaterra.

Os Estados Unidos reconheceram o Haiti apenas sessenta anos depois do fim da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque têm pouca distância entre o umbigo e o pênis. Por essa altura, o Haiti já estava em mãos de ditaduras militares carniceiras, que destinavam os famélicos recursos do país ao pagamento da dívida francesa. A Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à França uma indenização gigantesca, a modo de perdão por haver cometido o delito da dignidade.

A história do assédio contra o Haiti, que nos nossos dias tem dimensões de tragédia, é também uma história do racismo na civilização ocidental.

Eduardo Galeano é escritor

publicado em : http://carosamigos.terra.com.br/

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

"Bolsa Família - Uma Obra Para a História"

Do Portal Último Segundo, na Coluna Econômica de hoje:

Prestes a deixar o cargo – para ser candidato a candidato ao governo de Minas Gerais pelo PT – o Ministro do Desenvolvimento Social Patrus Ananias deixa em seu currículo a montagem do mais bem sucedido programa social do país – depois do SUS (Sistema Único de Saúde) -, o Bolsa Família, considerado o mais bem sucedido programa de massificação de políticas sociais já tentado no mundo.

Levará algum tempo para se produzir a obra definitiva sobre o programa, os desafios iniciais, a consolidação do corpo técnico, a montagem das redes com movimentos sociais, prefeituras, demais ministérios, para o feito de levar políticas compensatórias a 50 milhões de pessoas, 12 milhões de famílias, um quarto da população brasileira.

Antes do Bolsa, os teóricos de políticas sociais se dividiam em duas linhas. De um lado os focalistas, especialistas em indicadores e estatísticas que centravam seus estudos na identificação dos segmentos mais necessitados da população. De outro lado, os universalistas, defensores das políticas sociais universais.Havia uma dissonância invencível entre eles. As técnicas estatísticas são fundamentais para se conseguir otimizar a aplicação dos recursos. Mas o discurso focalista era utilizado para impedir a ampliação dos gastos sociais.

Por outro lado, os universalistas, embora mais generosos na distribuição de recursos, tendiam a considerar que qualquer forma de controle e acompanhamento prejudicaria os objetivos finais dos programas sociais.

Oriundo dos movimentos sociais, mas com uma passagem executiva como prefeito de Belo Horizonte, Patrus soube juntar o que de melhor havia nas duas linhas.

Dos focalistas trouxe o maior nome – o técnico do IPEA (Instituto de Pesquisas Econômico Aplicadas) Ricardo Paes de Barros, referência internacional – e as técnicas para hierarquizar a pobreza, permitindo chegar de forma mais eficiente nos segmentos de miséria absoluta. Dos universalistas, trouxe a convicção de que políticas sociais têm que ser universais – mas sem abdicar da ciência dos indicadores e acompanhamentos.

O passo seguinte foi definir as prioridades dos programas sociais. O MDS toca vários programas, do Bolsa Família aos Benefícios Continuados (como aposentadoria para idosos).

Mas o desafio maior, o ponto inicial de qualquer política social, é o atendimento da mais básica das necessidades, a fome. Esse foi o foco, que fez com que o programa substituísse seu antecessor, o desastrado Fome Zero.

O desafio seguinte era montar a rede de parceiros, para garantir a estrutura mais enxuta possível na sede. O programa é tocado por 1.500 pessoas, estrutura mínima para a população atendida.

Na ponta recorreu-se aos movimentos sociais e, especialmente, às prefeituras – incumbidas de cadastrar os beneficiários. Para prevenir fraudes, foram montados convênios com Ministérios Públicos Federal e Estaduais, visando a criminalização das fraudes. Depois, tratou-se de fortalecer os conselhos municipais e regionais.

Ainda há um longo caminho pela frente. Mas caminha-se para a constituição de uma rede social, um processo em construção, que tornará o programa irreversível.

Salve Patrus Ananias!!!

As Conferências e a Imprensa

Realmente nossa grande (???) imprensa não está acostumada com democracia participativa. Depois de fazer o que fizeram com a Conferência Nacional sobre os Direitos Humanos, agora miram toda sua artilharia na Conferência Nacional de Cultura. Veja artigo abaixo analisando a questão:

A Conferência de Cultura, o Estadão e a democracia (de Glauber Piva)

Estadão crê que conferência de cultura pretende atacar a mídia.

O conservador jornal paulista mais uma vez faz de suas interpretações da política federal o ponto central de suas reportagens, relegando a prática do contraditório aos rodapés de suas páginas. Com direito a chamada de capa no jornal deste domingo, 17/01, o Estadão afirma que a Conferência de Cultura arma novo ataque à mídia e, a partir dessa premissa, faz diversas ilações que apontam para um suposto autoritarismo do Governo Lula que estaria imiscuído na tentativa de implantar uma “democracia direta” no país.

As criticas ao texto-base da conferência são bastante rasas e pontuais, considerando que expõe uma indignação pelo fato do texto, resultado de debates em conferências municipais (2992 cidade) e estaduais (todos mais o DF), apontar a necessidade de quebra dos monopólios privados nos meios de comunicação, aumentando o vínculo entre a diversidade cultural brasileira e a comunicação. Para isso, indica para a regulamentação de artigos aprovados na constituição de 1988.

Para minha surpresa, o jornal, em tom indignado, reproduz um trecho que me parece absolutamente simples e óbvio:
As emissoras comerciais se organizam com base nas demandas do mercado, que são legítimas. Contudo, essas demandas não podem ser as únicas a dar o tom da comunicação social do país.

Ora, alguém tem dúvida de que a voz do mercado não pode ser a única a ser ouvida no país? Em que mundo estavam estes quando estourou a crise econômica de 2008, evidenciando que foi exatamente a desregulamentação do sistema financeiro, que concedia todo o poder ao mercado, o que proporcionou a avalanche de quebradeiras empresariais e nacionais?

A impressão que tenho é que a mídia tradicional brasileira continua sem entender o que está acontecendo no país. Eles ainda não perceberam que a verdade deixou de ser oligopolizada: ela se espalhou por aí e a população decidiu que fará sua própria leitura do mundo. Por exemplo: segundo o jornal,
“No governo Lula, as conferências nacionais têm sido realizadas constantemente e produzido propostas polêmicas, mas inócuas. Na prática, servem para que o presidente Lula dê voz ao público interno do PT e dos movimentos sociais”.


Vários preconceitos se expressam aí. Em primeiro lugar, a polêmica faz parte de uma democracia que, para que possa ser chamada de democracia, deve ser plural, portanto, não ser apenas expressão de consensos, mas, principalmente, vetor da explicitação de dissensos. Isso mostra que produzir polêmica é positivo para a democracia brasileira. Em segundo lugar, não é verdade que as conferências sejam inócuas. Para citar um único caso, vale lembrar que a 2a. Conferência Nacional de Meio Ambiente teve 83% de suas deliberações implementadas no ano seguinte, o que legitimou a convocação e grande participação na 3a. Conferência.

Eu não tenho aqui o número total de conferências nem o balanço de cada uma delas, mas sei que elas, além de serem um compromisso público expresso nos programas de governo do Presidente Lula, têm por tarefa a promoção e difusão de debates de temas nacionais exatamente para que eles não estejam restritos à mídia privada que, por óbvio, têm lado e, portanto, não pode se arvorar ao direito de falar pelo todo.

Em terceiro lugar, não é justo dizer que as conferências são um instrumento “para que o presidente Lula dê voz ao público interno do PT e dos movimentos sociais”. Se observarmos o caso da CONFECOM veremos que lá estavam representados três lados: governo, movimento social e empresários. Todos os setores organizados que quiseram participar tiveram a sua oportunidade. Alguns, exatamente por não gostarem do contraditório e da participação popular, por não aceitarem o debate franco e aberto e a aprovação de propostas que lhes poderiam ser economicamente desfavoráveis, excluíram-se do debate e esconderam a conferência de comunicação. Além disso, havia muito mais setores organizados do que o PT consegue abarcar. Vários partidos e movimentos estavam lá representados, o que não permite que a CONFECOM seja caracterizada como uma artimanha do presidente Lula para contentar sua base social tradicional.

O fato é que o jornal busca desqualificar as conferências nacionais por não acreditar na democracia participativa e, por sua vez, preferir a democracia dos patrões, ou seja, a democracia daqueles que Raimundo Faoro classificou como “os donos do poder”.
Mais do que publicar uma mera reportagem, o jornal percebeu que seria preciso dar voz a alguém que ajudasse a legitimar sua tese, ou seja, alguém que ajudasse a desqualificar as conferências e o modelo de participação praticado nos últimos sete anos.


Para isso, o jornal buscou um intelectual bastante próximo ao PSDB paulista e que seguida e legitimamente tem manifestado suas discordâncias em relação à políticas do governo Lula: o cientista político Leôncio Martins Rodrigues. Sendo assim, é positivo o fato do prof. Leôncio não tentar disfarçar ou enganar o leitor sobre suas convicções. Ele é muito claro:
Uma nova elite de origem plebéia ascendeu com Lula. Chegou ao poder vindo de baixo. Essa elite não eliminou a outra, ao contrário, fez acordos. (…) Houve aproximação com a elite conservadora. Engraçado, não houve aliança com a elite moderna, intelectualizada, agrupada em torno de Fernando Henrique.


Na entrevista com o professor Leôncio, a repórter Clarissa Oliveira, na esteira de uma resposta do entrevistado, que diz que “a esquerda perdeu a guerra militar, mas está ganhando a guerra ideológica”, pergunta:
Essa guerra ideológica está inserida nos textos das conferências nacionais com a roupagem de democracia direta?


Essa é a deixa para que o entrevistado e o próprio jornal passem a chamar aquilo que o governo e o PT chamam de democracia participativa de democracia direta. Em nenhum momento a realização de conferências, que tem em suas regras uma perspectiva clara de participação sem negar o método da representatividade – já que são realizadas conferências municipais, estaduais e setoriais e, por conseguinte, são eleitos delegados para as fases subsequentes – pretende implantar no país uma Ágora grega. Lula não vai à praça discursar e pedir aclamação. São publicados editais de convocação, regras de participação e documentos para análise e debate. E, no mais, as conferências, ressalvando as diferenças entre elas, têm caráter consultivo e deliberativo desde que não firam a autonomia de poder dos ministérios nem o equilíbrio entre executivo e legislativo.

Portanto, não é correto dizer que a política de realização de conferências é uma maneira de implantar a democracia direta no Brasil e, com isso, fazer alusões ao fascismo. O prof. Leôncio disse que
Existem certas tendências no PT que acreditam efetivamente que a democracia direta seria ‘mais democrática’ do que a democracia representativa. Mas essa idéia do contato do líder direto com a população e a crítica à democracia representativa, ao parlamentarismo, foi a base do fascismo. O fascismo está muito ligado a isso, ao líder popular de classe média, como o Mussolini.


Dito isto, creio que não seja necessário ir além para evidenciar as intenções da crítica à conferência nacional de cultura. O óbvio está posto. Parece que o Estadão pretende dizer que conferência é igual a uma burla à democracia representativa, ou seja, é uma forma de fascismo, um tipo de golpe às regras constitucionais e democráticas.

O que se vê, ao menos, é muita gente mobilizada para participar dessa conferência e o tema da diversidade cultural no país ser alçado à condição de pauta central da política nacional e, como no governo Lula, política externa é política de governo, ao respeito à diversidade cultural também está presente no Itamaraty.

Para alguns pode ser triste, mas talvez seja exatamente pelo viés da promoção e proteção da diversidade cultural – como já bem definiu a UNESCO com a liderança do Brasil – que cultura, educação e comunicação integrem definitiva e conjuntamente o centro da pauta política no Brasil.

É.....

A Mentira na Política

Comentamos aqui rapidamente a entrevista do presidente do PSDB na veja, onde afirma que se os tucanos forem eleitos acabarão com o PAC. A reação natural da ministra Dilma foi a de defesa do programa.

Ai, em uma sequencia incrível de notas e discursos, os tucanos partiram para a desqualificação da fala da ministra, chamando-a de mentirosa por ter dito aquilo sobre o PSDB. Realmente não dá para entender. Leia aqui algumas notas e comentários sobre o ocorrido.

E aqui um texto magnifico sobre a tática tucana em não tendo discurso, chamar o adversário de mentiroso. É uma compulsão bastante arraigada na prática deles. O texto brilhante é do blog QUANTO TEMPO DURA. Não deixe de ler.

Para reforçar essa idéia de que eles são um tanto quanto confusos, uma análise sobre afirmação de Serra de que não é prática do PSDB fazer propagandas de seus feitos, pode ser vista neste texto.

E aqui nota do presidente do PT sobre esses avanços destemperados dos tucanos, onde afirma que o "futuro talvez quem sabe" candidato tucano à presidencia está por trás de toda essa armação em cima da ministra e do PT.

Como eles se complicam, não é mesmo???

Mais Um

Então...

Mais um prêmio inédito conquistado pelo nosso presidente Lula. Tá certo que nesses últimos três dias fiquei um pouco desligado das coisas por conta do planejamento da educação aqui de Salto (prometo contar um pouco disso amanhã), mas não vi ainda em lugar nenhum essa notícia. Então para ajudar na tarefa de fazer todos saberem o que rola por ai, aqui vai uma nota do portal G1:

"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva receberá o prêmio de Estadista Global do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), no dia 29. Esta é a primeira edição da homenagem, criada para marcar o aniversário de 40 anos do Fórum.

Conforme a organização do evento, o prêmio tem o objetivo de destacar um líder político que tenha usado o mandato para melhorar a situação do mundo. "O presidente do Brasil tem demonstrado verdadeiro compromisso com todas as áreas da sociedade", disse o fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, em nota à Agência Estado.

Segundo ele, esse compromisso tem seguido de mãos dadas com o objetivo de integrar crescimento econômico e justiça social. "O presidente Lula é um exemplo a ser seguido para a liderança global."

A entrega do prêmio será feita pelo ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, e está prevista para às 11h30 (horário local; 8h30 de Brasília) do dia 29, quando o presidente brasileiro fará um discurso. Em seguida, terá início um painel de discussão sobre o Brasil."

É isso....espalhem, divulguem, comentem!!!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Não Passaremos à Limpo?

Um dos grandes embates trazidos recentemente por conta das discussões do PNDH-3 é a necessidade histórica que temos de passar a limpo tudo o que aconteceu nos anos de repressão brasileira. Iniciada em 1964 a ditadura militar não só ceifou direitos como sumiu com pessoas que se rebelaram de uma forma ou de outra. São crimes de estado que até agora não encaramos frente a frente para dizer quem são os culpados e onde foram parar os desaparecidos. Tenho certeza que essa é a maior das dívidas que temos conosco mesmo. A alteração feita no PNDH-3 depois do destemperamento do Sr. Nelson Jobim, coloca dúvidas nesse objetivo. Se não dúvidas, a certeza de muito mais tempo para resolvermos isso. Quero acreditar que nossa geração não fugirá desse encontro necessário com os fatos da ditadura militar. Mas as opiniões começam a ficar pessimistas nesse aspecto. Será que novamente teremos de "esperar" a vontade dos militares para definitivamente sabermos tudo o que aconteceu nos porões da ditadura? Será que os culpados serão punidos somente pela vida, sem nenhuma sanção da sociedade que eles feriram de morte?

Reproduzo abaixo um texto de Mino Carta. Não sou tão pessimista quanto ele, mas creio que toca em temas extremamente importantes nesse aspecto de nossa história. Leia:

Cassaram a Repressão Política

Mino Carta

Acabo de verificar que não houve repressão política durante a ditadura que mandou de 1964 a 1985. Deduzo a partir da leitura do texto final do decreto que institui o Programa Nacional de Direitos Humanos. A minoria privilegiada deste país regozija-se com isso. Privilegiada e, se for preciso, golpista. E o resto que se moa.

Chamaram-na de revolução. Depois, constrangidos, admitiram: ditadura militar. Ora, ora, quem foi convocado para fazer o serviço sujo foram os gendarmes, por trás estavam eles mesmos, os engravatados e verdadeiros donos do poder.

E como haverá de reagir a esquerda nativa diante de mais este assalto à verdade factual? Não é o caso de se esperar demais da capacidade de reação da esquerda nativa. É a mesma que até hoje não consegue entender a diferença entre o ex-terrorista italiano Cesare Battisti e outros da nossa Resistência, por exemplo, Genoino, Franklin Martins, Dilma Rousseff.

Não se trata de contribuição decisiva para a inteligência brasileira. Há outras, do lado oposto, truculentas. Por exemplo. A alteração do texto do decreto decorre de uma exigência do ministro Nelson Jobim, disposto a se apresentar como porta-voz das Forças Armadas. Destas a pretensão de que qualquer investigação de violações dos Direitos Humanos seja executada também do lado de quem pegou em armas para enfrentar o Terror de Estado. Teríamos de apurar, portanto, as responsabilidades dos perseguidos e dos torturados? Mas já não foram perseguidos e torturados? Mais uma colaboração à construção de um Febeapá sinistro. Trágico.

Lamentável trajetória a do decreto, a rigor esboço de declaração de intenções. Oceanos hão de passar debaixo desta ponte, e haja ponte. A rigor, pretende estabelecer algumas regras destinadas a assentar um sistema democrático e laico digno da contemporaneidade. Não contém maiores surpresas se confrontado com os mandamentos em vigor em outros países mais adiantados destes pontos de vista.

Vamos do aborto (que provavelmente voltará ao status quo ante) à união civil entre homossexuais, à retirada de quaisquer símbolos religiosos dos próprios do Estado. E assim por diante. Causa-me espécie, isto sim, o que diz respeito aos meios de comunicação. Que o Estado possa retirar concessões à emissora de televisão e rádio soa perfeitamente admissível, a se considerar o mandamento brasileiro. Não lhe cabe, contudo, elaborar o ranking de quem da mídia defende a contento os Direitos Humanos e de quantos não os respeitam.

Todos aqueles que se consideram atingidos pelo decreto esperneiam. A Igreja e os ruralistas em primeiro lugar. Quanto aos barões midiáticos, o governo ofereceu um prato oceânico para protestos furibundos. No mais, sobra a questão central, a chamada Lei da Anistia, imposta pela própria ditadura e, portanto, inaceitável por um regime democrático, desde que autêntico e a vigorar em benefício de todos. Sem memória, não há povo habilitado a alcançar liberdade e igualdade. A memória tem de ser recuperada por completo para construir o futuro a partir dela. Isto vale para o indivíduo no singular e para as nações no plural.

Outros países sul-americanos reconstituíram o passado de formas diferentes e, no entanto, eficazes. Estão nitidamente à frente do Brasil e representam um exemplo recomendável. Estamos é muito atrasados. Tíbios e assustadiços, prisioneiros de inflexões, vezos, temores muito antigos, totalmente passadistas, anacrônicos, às vezes hipócritas e sempre inadequados ao nosso tempo.

O golpe de 1964, de cujas consequências ainda padecemos, foi a mais recente desgraça brasileira, depois da colonização predatória, da escravidão, da Independência a resultar de uma briga familiar diante da indiferença do povo, da Proclamação da República manu militari. Ah, sim, não me consta que na Alemanha haja uma avenida Hitler e na Itália uma praça Mussolini. Já na Rússia, as estátuas de Stalin foram derrubadas. Em Brasília, entretanto, há uma ponte Costa e Silva, o ditador que assinou o AI-5, sobre o Lago Sul. Em São Paulo, uma rua Sérgio Fleury, celebrado mestre em tortura.

Complementando: em Salto temos vários deles batizando nossas ruas....

Dois Textos

Neste post gostaria de indicar dois textos que não tem relação nenhuma um com o outro mas que são bastante profundos.

O primeiro deles além de falar da morte de Luiz Carlos Costa - diplomata brasileiro da ONU e segundo na hierarquia da força de paz do Haiti - faz uma análise bastante interessante sobre a catástrofe do Haiti, suas causas e atuais consequencias. Parece incrível, mas tem pastor americano dizendo que o povo haitiano está pagando pelo pacto que fez com o demônio quando de sua libertação dos franceses. Vale a pena ler, aqui.

O segundo é uma análise do Luiz Carlos Azenha sobre as declarações do deputado Sérgio Guerra - presidente nacional do PSDB - que dentre muitas bobagens diz que se o PSDB for eleito acabará com o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento - do governo Lula. Como diz Dilma, "faremos de tudo para eles não ganharem". Leia aqui.

Che ainda Assusta....

Por incrível que possa parecer, a imagem de Che Guevara ainda assusta alguns militares brasileiros, mais precisamente paulistas. A imagem que é uma das mais reproduzidas no mundo todo e foi escolhida para ser símbolo da torcida do Atlético de Monte Azul, foi proibida de ser exibida pela torcida, pela Polícia Militar de Ribeirão Preto. Para vocês não me chamarem de louco, reproduzo notícia abaixo:

PM veta che

A torcida Guerrilha Azul surgiu em 2002, quando o Atlético Monte Azul ainda estava na Série B1, a 4.ª Divisão do futebol paulista. Além do nome, foi escolhido também seu símbolo: o líder revolucionário Che Guevara, um guerrilheiro. Tudo a ver com a torcida.

Porém, a partir de agora, a imagem não poderá mais ser vista nos estádios de São Paulo. “Fomos informados pela diretoria que o comando da Polícia Militar de Ribeirão Preto proibiu qualquer coisa que caracterize apologia à violência”, conta surpreso o presidente Marcelo Cardoso.

O major Francisco Mango Neto, da PM de Ribeirão Preto, tenta amenizar. “Não foi uma proibição, foi apenas uma orientação. Daqui a pouco alguma torcida pode aparecer com uma imagem do Bob Marley ou com uma folha de maconha na bandeira”, justifica.

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100117/not_imp497025,0.php

Então...

sábado, 16 de janeiro de 2010

Os Reais Efeitos da Gripe Suina

Pois é. Os possíveis reais efeitos da gripe suina, aquela que suspendeu aulas, afastou trabalhadores, mobilizou o país e teve cerca de 900 mortes (no Brasil) em 2009, começam a aparecer. A OMS - Organização Mundial da Saúde - está sob suspeita de vários países de ter provocado a pandemia para favorecer as empresas farmaceuticas. Leia matéria do Valor On Line abaixo:.

OMS está sob suspeita de laços com laboratórios na gestão da gripe A

Valor Online

SÃO PAULO – A Organização Mundial da Saúde (OMS) está sob pressão crescente de governos e entidades na Europa, sob suspeita de colusão com a indústria farmacêutica no caso da gripe A (H1N1). Graças à venda maciça de vacinas para combater uma pandemia, os laboratórios podem obter até US$ 10 bilhões de lucros suplementares.

Enquanto a pandemia chega ao seu fim, sem os estragos previstos por especialistas, os governos acumulam medicamento e a ira aumenta sobre os gastos. França, Alemanha, Espanha, Holanda, Estados Unidos tentam revender seus excedentes ou romper os contratos feitos com os laboratórios farmacêuticos.

A situação chegou agora a tal ponto que o Conselho da Europa, que reúne 47 países do Velho Continente, abriu uma investigação excepcional sobre a influência que teria exercido a indústria farmacêutica sobre a OMS, que decretou a pandemia e a elevou ao nível mais elevado de grau de alerta, fazendo os governos se prepararem para o pior.

Na segunda-feira, o Conselho da Europa iniciará a investigação. Na quarta-feira, os laboratórios Sanofi Pasteur, Novartis, GlaxoSmithKline e Baxter serão interrogados no Senado francês. O Parlamento russo (Duma) também abriu uma investigação por “corrupção” e chegou a ameaçar se retirar da OMS.

As denúncias contra a OMS começaram a se propagar depois que um membro da comissão de saúde do Conselho da Europa, o médico e epidemiologista alemão Wolfgang Wodarg, não hesitou a fazer uma denúncia sobre “um dos maiores escândalos médicos do século”.
“Os laboratórios farmacêuticos organizaram essa psicose”. Ele questiona “laços incestuosos” entre a OMS e os laboratórios. Segundo ele, “um grupo de pessoas na OMS está associado de maneira muito estreita com essa indústria”.


Para Wodarg, tudo começou com a gripe aviária de 2005-06, quando a indústria farmacêutica se comprometeu a produzir rapidamente uma vacina em caso de alerta. “Isso deu lugar a negociações entre as firmas e os governos. De um lado, os laboratórios se comprometiam a estar prontos. De outro, os governos asseguravam que comprariam tudo. No final, os laboratórios não assumiam nenhum risco economico.”

De acordo com o jornal Tribune de Genève, um estudo do banco americano JP Morgan estima que a venda de vacinas A (H1N1) vai permitir a Glaxo, a Novartis e a Sanofi um lucro suplementar de US$ 7,5 bilhões a US$ 10 bilhões.

A diretoria da OMS promete uma avaliação sobre a maneira como administrou a pandemia. Os trabalhos começam na segunda-feira. Mas Keiji Fukuda, conselheiro especial da OMS, tratou de reagir.

“Não, não superavaliamos os riscos do perigo do vírus. Não, não mudamos de definição da pandemia unicamente para agradar aos laboratórios farmacêuticos. Não, não estamos sob influência. Nós dispomos de medidas internas para evitar conflitos de interesse,”.

Outro problema é o vinculo entre a OMS e o ESWI, grupo de trabalho científico europeu sobre a gripe, que é financiado pelos mesmos laboratórios que são interrogados no Senado francês.
O próprio modo de financiamento da OMS, metade privado, metade público, está sendo questionado por suposta opacidade.


(Assis Moreira Valor)

Então. Se isso for verdade, como ficamos? Vamos aguardar para ver o desfecho disso tudo, não é mesmo?

Para Chorar

Lembram-se do juiz De Sanctis? Sim, aquele que resolveu enfrentar o presidente do supremo, Gilmar Mendes no caso do Daniel Dantas. Pois é. Vários processos "cabeludos" estão sob seu julgamento. E ele tem tentado "enquadrar" todo mundo. Mas as "instâncias superiores" estão desautorizando uma série deles. A última foi nas acusações contra a Camargo Correa: as investigações autorizadas por De Sanctis foram suspensas pelo STJ. Sobre isso, leia aqui manifestação da procuradora da república que acompanha o caso.

E o estadão "põe mais lenha na fogueira" afirmando que (com outras palavras) De Sanctis está "sendo fritado". Leia matéria do estadão aqui.

E para continuarmos a chorar com nosso judiciário, ele, o maioral, o presidente do STF, Gilmar Dantas, ops, Mendes, saiu com mais uma pérola: lei estadual que proibia cobrança de assinatura de telefones fixos que valeria a partir de fevereiro foi suspensa por ele, o maioral, sob alegação de que essa matéria é de competência da União e não dos estados. Leia aqui.

Dá para chorar, né?

Para Rir.

O blog QUANTO TEMPO DURA, nos abrilhanta hoje com uma peça simplesmente hilária.

Vejam só até onde vai o nível dos comentários....rs...rs...rs.... AQUI.

E viva a internet.....

Senti Vergonha....

Ontem estive no CEC, na Sala Palma de Ouro para assistir a peça OS MONÓLOGOS DA VAGINA. Uma peça americana adaptada por Miguel Falabella e que em março completará dez anos em cartaz nos teatros brasileiros. Imperdível. Muito boa mesmo.

Mas fiquei envergonhado.

Antes do espetáculo, por duas vezes foi avisado a todos que eram proibidos fotos e filmagens durante a peça por questões de direito autoral. Pois é.

Já no início da peça uma das atrizes interrompeu para solicitar a alguém que tirava fotos a vontade e com flashes, para que parasse, pois além de ter problemas com os tais direitos autorais, o flash atrapalha e muito o artista. Aliás, isso é uma coisa que parece em Salto as pessoas não terem entendido ainda.

E a peça continuou.

Do meio para o final, nova interrupção. Desta vez de uma forma mais contundente, duas das três artistas apontaram para um determinado local da sala onde alguém tirava fotos a vontade, sem flash. Mas os tais equipamentos eletrônicos se denunciam: apesar de o flash não aparecer, uma certa "luzinha" se acende um pouco antes do disparo da foto. O mais interessante é que na intervenção da artista ela disse: "nós já tinhamos combinado que você poderia fazer fotos no início", o que me deu a entender ser a pessoa alguém do ramo de comunicação. Posso estar enganado, pois não consegui identificar quem era a pessoa. Além do escuro, estava muito distante de onde eu estava.

E confesso que me senti mal.

Primeiro por essas frescuras de direito autoral que em si gera uma discussão infinita. Mas infelizmente o seu conceito ainda impera sobre nós, ainda mais de onde veio a peça.

Segundo pela indelicadeza de quem, mesmo tendo tido o aval para fotos em determinado momento, ter continuado a fotografar. Um clima ruim para mim indivíduo e para mim cidadão saltense.

Se a tal lei do direito autoral é uma aberração, a culpa não é daquelas artistas que lá estavam para apresentar a peça. Não é expondo as mesmas às consequencias dela que vamos acabar com suas aberrações. Não tenho nenhuma simpatia por essa lei, já que considero tudo o que o ser humano produz, propriedade de todo ser humano. Mas também não sou adepto de colocar em risco profissionais e de envergonhar toda uma platéia que lá estava, só para dar boas gargalhadas.

Enfim.... senti-me um pouco envergonhado disso tudo. Ah...mas continuo achando a tal lei do direito autoral uma aberração que protege poucos e grandes. E certamente não eram as três artistas que lá se apresentavam.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nossa Capital

O prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab promete multar os moradores da cidade que colocarem o lixo na rua muito tempo antes de sua coleta. Uma coisa inédita (acho eu) no país todo. Alguém conhece algo parecido?

O mais interessante é que para economizar, não implantou o projeto assinado pela Marta de espalhar conteiners de coleta de lixo pela cidade toda para impedir que quando chove os mesmos não sejam arrastados pela água.

Vale dizer que em várias cidades, inclusive Salto, esse projeto de conteiners tem funcionado muito bem.

Triste né? Leia mais detalhes aqui.

"O modo de Operação na Criação de Crises"

Leia abaixo brilhante artigo de Luiz Carlos Azenha falando como se constrói uma crise a partir dos meios de comunicação:

O que aprendi na polêmica do PNDH

por Luiz Carlos Azenha

Definiu um leitor do Nassif que " A MONTANHA PARIU UM RATO"
Seria uma boa imagem se, depois de tantos litros de tinta, tantas páginas de jornal, tantos minutos em emissoras de rádio e televisão dedicados à polêmica do Plano Nacional de Direitos Humanos não extraíssemos absolutamente nada.

Não foi o caso. Podemos dizer que a polêmica pariu uma tremenda discussão sobre Direitos Humanos e renovou o ímpeto daqueles que lutam para aprofundar a democracia brasileira e fazer valer direitos não apenas aos latifundiários da terra e do espaço eletromagnético. Um leitor do Viomundo -- a quem peço perdão antecipado por não ter anotado o nome -- apontou o nexo entre esses dois grupos por trás da polêmica.

Não é por acaso que, do lado de lá, sustentando a teoria doidivanas de que o PNDH representa algum tipo de "cobertura" a um "golpe autoritário" no Brasil, estavam os editorialistas da Folha, do Estadão, as páginas da revista Veja, o Ali Kamel, o Boris Casoy apud Ives Gandra Martins, a Confederação Nacional da Agricultura (da Kátia Abreu), a OAB paulista (a mesma do "Cansei"), setores conservadores da Igreja, o José Nêumanne, o Alexandre Garcia e uma infinidade de outros personagens menores.

O leitor Gustavo Paim Pamplona disse, em comentário, que o terremoto no Haiti -- e as trágicas mortes de Zilda Arns e dos militares brasileiros -- acabou abortando a primeira grande "crise" de 2010, que na verdade é mais uma de muitas. Quem é leitor do site acompanhou conosco "o caos aéreo"
, a "epidemina existente de febre amarela" e a "devastação da gripe suina", em que alguns ingredientes que vimos agora já estavam presentes: a desinformação acoplada a um discurso apocalíptico dos adversários do governo Lula.
Já dava para notar para onde caminharia a "crise", não fosse pelo infortúnio caribenho: iria bater às portas da Casa Civil e de Dilma Rousseff.

Há quem diga que foi tudo tramado por José Serra ou assessores dele: a crise perfeita. Presidente da República em férias, a musa da febre amarela vaza um relatório que ainda não tinha chegado ao Ministério da Defesa dando conta de que a FAB "montou uma espécie de pódium aeronáutico" com medalhinha de ouro para o jato sueco, medalhinha de prata para o jato americano e medalhinha de bronze para o jato francês, justamente o preferido do presidente da República.

Some-se a isso o descontentamento militar com detalhes do Plano Nacional dos Direitos Humanos, especificamente com o estabelecimento de uma comissão da verdade para apurar os crimes cometidos pela "repressão política" durante o regime militar. Eram esses os ingredientes do caldo cozido no fogo da mídia.

Resisto em acreditar em maquinações que requeiram a articulação de mais de meia dúzia de pessoas. Mas o "modo de operação" é razoavelmente conhecido: os jornais repercutem as notícias uns dos outros, que ganham perna nos telejornais e... vira uma bola de neve, especialmente atraente num ciclo de poucas notícias.

Vi isso ao vivo, nos tempos em que eu era repórter da TV Globo: sai na Veja, ganha pernas no Jornal Nacional de sábado, sai nos jornalões de domingo e segunda-feira tem "crise". Ou seja, é uma fórmula um tanto desgastada.

É importante considerar, nesse caso, que em um negócio bilionário como a compra de caças há sempre muito dinheiro de lobistas. Não é por acaso que tanto na folha quanto no estadão -- este em editorial -- se falou que a solução era "adiar" o negócio. A quem interessa "adiar"? A Washington, com certeza: os Estados Unidos não querem que o Brasil feche uma parceria estratégica com a França, injetando europeus militarmente no Hemisfério Sul, porque com isso perdem poder e dinheiro. Muito dinheiro.

É inegável que algum desconforto militar houve com o PNDH. Não no tom descrito pela musa da febre amarela, segundo o qual os militares temiam a "depredação" de instalações militares. Ela disse que os militares "imaginam que o resultado dessas propostas seja a depredação ou até a invasão de instalações militares que supostamente tenham abrigado atos de tortura e não admitem o constrangimento da retirada de nomes de altos oficiais de avenidas pelo país
afora".

Era só o que faltava para o repertório de piadas brasileiras: sequestro relâmpago de tanque de guerra pelo MR8.

Que a jornalista tenha tido a coragem de escrever isso, mesmo atribuindo a uma fonte, no pé de uma reportagem sobre a crise -- uma das primeiras -- diz muito da qualidade da mídia brasileira, em que jornalistas são guiados, quando não cavalgados, pelas fontes.

Tem a má fé e tem a desinformação, o despreparo, a preguiça mental de repórteres e editores. Em tempos de internet, os PNDHs I, II e III estavam lá o tempo todo, para quem quisesse ler e entender.O próprio Viomundo foi um dos primeiros a falar disso, depois de ver no Paulo Henrique Amorim um vídeo com a votação em que a proposta para formar a Comissão da Verdade foi aprovada por 26 votos contra dois de representantes do Ministério da Defesa, na conferência nacional de Direitos Humanos de 2008, que rascunhou o PNDH III.

Foram dias até a mídia chegar -- graças à rádio CBN -- ao Paulo Sergio Pinheiro, organizador do PNDH II, que esclareceu o nexo entre a Conferência de Viena e o PNDH I, em 1996. O Brasil, junto com a Austrália, é que propôs o conceito dos planos nacionais. Há repórteres que até agora não entenderam o caráter meramente propositivo do plano, de definir diretrizes gerais. O fato de que o PNDH resulta de um decreto presidencial não o torna lei. Cada um daqueles pontos do plano, para se tornar lei, terá de fazer todo o trâmite legislativo no Congresso Nacional.

A falta desse entendimento ou a má fé -- é difícil dizer quando é preguiça e quando é malícia -- resultou em abordagens inacreditáveis, como a já famosa reportagem do jornal da Band que junta tudo o que pode haver de pior no Jornalismo: deveria ser gravada e mostrada nas salas de aula pelos professores como exemplo de como não fazer.

Para uma aula nas sutilezas manipulativas do Ali Kamel, 'recomendo esta aqui'. Também não é novidade. O Rodrigo Vianna foi o primeiro a denunciar isso e as provas, evidências e testemunhos só fazem crescer, como registra quase diariamente o 'Marco Aurélio Mello'.

E tem também a grosseria pura e simples, 'em rede nacional de TV.

Esses três momentos da TV brasileira são a justificativa para a Conferência Nacional de Comunicação recém-realizada. Ajudam a explicar porque alguns empresários do setor evitaram a conferência: eles querem ter o direito eterno de usar um bem público do qual são concessionários para mentir, forjar, deturpar e distorcer informações, sem dar qualquer satisfação à sociedade.

Ao constatar isso, há quem queira reviver no Brasil de hoje os anos 60, trazendo de volta os antigos e mal resolvidos embates ideológicos. Há, aliás, um bom artigo do 'Rodrigo Viana' sobre o momento que vivemos.

Mas, francamente, acho contraproducente trazer de volta as memórias da rua Maria Antonia [quando os direitistas do Mackenzie enfrentavam os esquerdistas da Faculdade de Filosofia da USP], que pertencem a outro tempo. Há que se investigar o passado, punir os criminosos que cometeram seus crimes em nome e em defesa de um regime ilegítimo. Ponto.

De outra parte, se algumas centenas de brasileiros se engajarem na defesa dos princípios expressos no PNDH, a "crise militar" terá valido a pena. E a contribuição de todos vocês, que ajudaram a disseminar informação a respeito, foi e continua sendo valiosa. É um assunto muito importante para ficar nas mãos de poucos em Brasília.

Mais uma vez ficou provado que a mídia tem poder -- mas bem menos do que imagina. Eu diria até que cada vez menos aquele grupinho de editores do eixo Rio-Brasília-São Paulo pode manobrar a opinião pública. Das dezenas de reparos feitos ao PNDH, houve apenas uma "correção", acordada entre os ministros do governo Lula, muito embora há quem diga que a pequena mudança descaracterize o essencial, abrindo a possibilidade de equiparar torturadores aos que pegaram em armas contra o regime militar. A ver.

Mas é bom prestar atenção em duas coisas que a "crise do PNDH" deixou claro: dessa vez, o caldo da mídia foi engrossado por algumas organizações -- CNA, OAB-SP, setores da igreja, setores militares, a extrema-direita -- que ensaiaram uma coalizão conservadora que não havia mostrado o rosto em situações anteriores.

É importante que aqueles que se dizem de esquerda não contribuam com o crescimento e o fortalecimento dessa coalizão, com palavras e atos doidivanas. Na História brasileira, como destacou o Rodrigo Vianna, o PSD [antigo partido político, que ficava sempre entre a UDN e o PTB, uma espécie de centro político, hoje ocupado pelo PMDB] é o pêndulo: quem perde o centro, perde o poder. Quem perde a razão, também.

Leiam o livro "1964 -- A Conquista do Estado". Vale a pena.

As manifestações mais hidrófobas que vimos durante a "crise militar" mostram que os
conservadores brasileiros estão perdendo a razão. Eles dispõem dos meios para propagar suas mensagens. Dispõem do oportunismo político de alguns. E dispõem de uma fatia da classe média urbana brasileira, pequena, que está absolutamente convencida de que tem um chavista no ralo do banheiro -- e a culpa é do Lula. Tenho uma vizinha, telespectadora assídua do JN, que está ameaçando o cãozinho de estimação com o grito: "Cuidado, o Vanucchi vem te pegar".

Disseminar informação de qualidade e um debate franco e honesto é a melhor forma de evitar o inchaço da legião de celerados. Descomprimir a imensa panela de pressão que é um país injusto como o Brasil requer paciência e cuidado, especialmente quando mudanças rápidas colocam em xeque um modelo concentrador de renda, de terra e de poder. Nesse contexto, Direitos Humanos representam uma ameaça por serem exatamente o que são: universais.

Para ler os links do artigo vá para o texto original, aqui.


Direitos Humanos

Definição simples e direta de Antonio Candido:

“Pensar em direitos humanos tem um pressuposto: reconhecer que aquilo que consideramos indispensável para nós é também indispensável para o próximo. [...]. É necessário um grande esforço de educação e auto-educação a fim de reconhecermos sinceramente este postulado. Na verdade, a tendência mais funda é achar que os nossos direitos são mais urgentes que os do próximo.” (CANDIDO, Antonio. Direitos humanos e literatura. In.: FESTER, A. C. Ribeiro e outros. Direitos humanos e… . São Paulo: Brasiliense, 1989)

E por falar em Direitos Humanos leia aqui o fim (?) da "polêmica" criada em torno do PNDH-3.

E dá-lhe PIG...

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A Tragédia da CBN-Manaus.

Há alguns dias atrás publiquei aqui alguns posts de Manaus dando conta das barbaridades cometidas por um "jornalista" de lá, que é proprietário de uma rádio e tem a transmissão da CBN naquela cidade.

As coisas continuam muito tensas por lá. Além do que já vimos por aqui, tem mais denúncias contra o referido jornalista de outros, que como a médica, fizeram campanha contra os vereadores que aprovaram a taxa do lixo na cidade. Veja aqui e aqui mais detalhes do assunto. Com a observação de que a CBN não se posiciona e ainda critica quem lhe pede explicações. Veja.

Que coisa maluca, né?

Tragédia no Haiti

Uma sequência de vários terremotos de alta intensidade provocou morte e destruição no Haiti, país mais pobre das américas.

Foram muitos terremotos seguidos que derrubaram até o palácio do governo, além de igrejas, escolas, hospitais, hotéis, etc.... Veja alguns detalhes aqui, inclusive a sequencia de terremotos.

Já se falam nos últimos informativos, em mais de 100 mil mortos. A tragédia é imensa. O Brasil e vários outros países já encaminham para lá ajuda de todos os tipos.

E nessa tragédia, a morte de uma brasileira que teve uma vida pautada pela humanidade: a Dra. Zilda Arns, uma das maiores autoridades em humanismo brasileira. Irmã de D. Paulo Evaristo Arns - o grande opositor ao golpe militar de 64 - Dra. Zilda tinha 75 anos. Veja aqui.

Triste.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Último (?) Post do PNDH-3

As opiniões sobre o Plano Nacional dos Direitos Humanos continuam a ocupar espaços na internet, nos jornais e na TV. Hoje, com o retorno do Presidente Lula e seu "pito" nos ministros envolvidos, parece que até os jornalões perderam um pouco de "munição". Veja aqui.

Transcrevo abaixo mensagem encaminhada para várias pessoas pelo militante e radialista Claudinho Nascimento, aqui de Salto, que se posiciona como alguém que milita na ainda chamada "igreja progressista". Vale a pena ler:

Mais um pequeno comentário sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos

Só mais um comentário. Vi na íntegra o Plano. Pode ser visto no site da Secretaria Nacional de Direitos Humanos. Faço uma ressalva imensa ao fato do apoio a "Descriminação do aborto", pois nossa luta é pela vida. Só é bom salientar que o texto original dizia descriminação do aborto como liberdade para as mulheres. O texto final colocou apenas"apoiar a lei de descriminação", que também somos contra, mas ficou melhor do que era originalmente.
Temos que lembrar que a discussão foi feita com pessoas de várias crenças religiosas, e infelizmente, com pessoas até sem crença. Mas não podemos negar que a criação foi democrática. Se queremos que nossas lutas sejam consideradas temos que ouvir as lutas de nossos irmãos também. Porém, devemos nos atentar e lutar sempre contra esta lei de descriminação. Podemos ainda negociar,colocar contra proposta, o que ainda não fizemos. Não podemos omitir que milhares de mulheres estão se matando em clínicas clandestinas. Mas é claro, também não podemos aceitar, de forma alguma, que crianças sejam assassinadas ainda no ventre da mãe. Seria uma hipocrisia imensa de nossa parte.Os verdadeiros interessados na desqualificação do documento, para mim, trata-se do Agronegócio, as grandes empresas de comunicação e os militares, que não querem justiça, ou melhor, só querem vantagens para eles.
Para mim o texto é belíssimo. Lembra muito a cartilha da Assembléia Popular. Colocando na balança. Acho que vale a pena apoiar, mesmo com esta ressalva. 99,9% das observações são importantes na nossa caminhada. É como uma pequena conquista das pastorais e movimentos sociais. Gostaria que pensassem nisto, antes de considerar verdade só o que a Globo diz.
Um abraço e sucesso
Claudinho NascimentoAssembléia Popular Salto SP

Além desta opinião, temos em outro extremo um artigo de Cláudio Lembo, conhecido político da direita liberal, que também relativiza toda a polêmica sobre o PNDH-3. Leia aqui.

Poderia ter colocado aqui inúmeros artigos sobre as mais variadas opiniões: desde os mais radicais até os mais à direita. Entretanto acho está mais do que claro que a peça produzida na Conferência Nacional dos Direitos Humanos é mais um avanço que se procura ter nas conquistas sociais brasileiras. E ponto final.

Ah....antes de encerrar não poderia deixar de comentar reportagen do BOM DIA BRASIL de hoje (ou seria JN de ontem? - dúvida cruel) que compara o PNDH 1 com o último, como se fosse possível comparar crianças em diferentes níveis de ensino. O processo educacional existe para que as crianças avancem em seus conhecimentos e vivências. O processo de discussão e construção social também. Processos que retrocedem tem problemas de origem.

Por isso tudo e pela insistência da Globo em espernear contra a "volta da censura" e até já ter encontrado alguém para fazer propaganda contra essa hipótese absurda, é que acho ter terminado essa discussão.

Acho.....

Artigo para Ler, Apreciar e Guardar

Do blog do Miro
Chomsky e as estratégias de manipulação

O lingüista estadunidense Noam Chomsky, que se define politicamente como “companheiro de viagem” da tradição anarquista, é considerado um dos maiores intelectuais da atualidade. Entre outros estudos, ele elaborou excelentes livros e textos sobre o papel dos meios de comunicação no sistema capitalista. É dele a clássica frase de que “a propaganda representa para a democracia aquilo que o cassetete significa para o estado totalitário”.
No didático artigo abaixo, Chomsky lista as “10 estratégias de manipulação” das elites. Vale a penar ler e reler:

1- A estratégica da distração.
O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes.
A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

2- Criar problemas, depois oferecer soluções.
Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A estratégia da degradação.
Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, é suficiente aplicar progressivamente, em “degradado”, sobre uma duração de 10 anos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas têm sido impostas durante os anos de 1980 a 1990. Desemprego em massa, precariedade, flexibilidade, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haviam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de forma brusca.

4- A estratégica do deferido.
Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública no momento para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, por que o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, por que o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “tudo irá melhorar amanhã” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- Dirigir-se ao público como crianças de baixa idade.
A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por que?
“Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, uma resposta ou reação também desprovida de um sentido critico como a de uma pessoa de 12 anos de idade (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

6- Utilizar o aspecto emocional muito mais do que a reflexão.
Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos…

7- Manter o público na ignorância e na mediocridade.
Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada as classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre o possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver “Armas silenciosas para guerras tranqüilas”)”.

8- Promover ao público a ser complacente na mediocridade.
Promover ao público a achar “cool” pelo fato de ser estúpido, vulgar e inculto…

9- Reforçar a revolta pela culpabilidade.
Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E sem ação, não há revolução!

10- Conhecer melhor os indivíduos do que eles mesmos se conhecem.
No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o individuo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.

Postado por Miro às 14:43 0 comentários Links para esta postag

O PIG em Fotos....

E atenção....

CLOACA NEWS, que desmascarou Boris Casoy, provando que ele pertenceu ao CCC - Comando de Caça aos Comunistas - agora em um "novo furo de reportagem" tráz os principais componentes do PIG - Partido da Imprensa Golpista.

Confira cada um deles para jamais se enganar..... aqui..... e divirta-se um pouco....r.s...

domingo, 10 de janeiro de 2010

Fotos Européias

Vejam a maravilha que é a cidade que mora meu filho Tiago:

Mas reparem só as roupas...rs....



Se não erro, o nome é Antibes....fica perto de Nice, Cannes e do Principado de Mônaco....

Eh....inveja.....rs....

E aqui, como está a cidade onde ele morava antes (e onde mora sua namorada) - Lyon - debaixo de neve:



Que tudo dê certo para ele.... e que chegue logo março....rs...

Plano Nacional de Direitos Humanos

Outro assunto que o PIG tem fomentado para tentar desestabilizar o governo Lula (e o ano só começou...) é a questão do Plano Nacional de Direitos Humanos, aprovado "ao apagar das luzes de 2009" segundo ouvi no Jornal Nacional.

Impressionante como os jornalões ainda acreditam naquela máxima que dizia ser curta a memória do povo. Eles apostam piamente nisso. De uma forma tão descarada que chega a ser nauzeante (vontade de vomitar mesmo...).

O Plano Nacional de Direitos Humanos está na sua terceira versão. Sua primeira versão é de 1996. A segunda de 2002 e a terceira de 2009. Ou seja, não é uma novidade para ninguém. Faz parte de discussões aprovadas na ONU quando ainda FHC era chanceler. O que é possível perceber na leitura dos três planos é o desenvolvimento natural das propostas, que SEMPRE foram propostas sujeitas a aprovação do Congresso Nacional. Quando escrevo isto lembro-me da cara hipócrita do deputado Raul Jungmann demonstrando "surpresa" com o PNDH.

Veja aqui e aqui históricos e comentários das três versões do PNDH.

Evidente que é justificável toda a temeridade dos jornalões pois com uma coisa eles não tem intimidade: a opinião e até o julgamento popular. Isso tudo antes eles resolviam como os CCCs e os golpes militares da vida. Hoje, que vivemos cada vez mais em democracia, aqueles que se aproveitaram d'outros tempos, naturalmente colocam a "barba de molho".

Veja aqui e aqui algumas manipulações dos jornalões.

E abaixo vamos ler alguns esclarecimentos da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos sobre o PNDH-3. Vale a pena não só para entendermos o processo, mas para não sermos contaminados pela avalanche de manipulações que todos os dias vemos e lemos. Leia abaixo:

A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH/PR) esclarece alguns pontos do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3):

1. O PNDH-3 é mais um passo na construção histórica que visa concretizar a promoção dos Direitos Humanos no Brasil. Ele foi precedido pelo PNDH-I, que enfatizou os direitos civis e políticos, em 1996, e pelo PNDH-II, que incorporou os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, em 2002. O Brasil ratificou a grande maioria dos tratados internacionais sobre Direitos Humanos e as ações propostas pelo PNDH-3 refletem este compromisso.


2. A transversalidade é uma premissa fundamental para a realização dos Direitos Humanos, concretizando os três princípios consagrados internacionalmente na Convenção de Viena para os Direitos Humanos (1993): universalidade, indivisibilidade e interdependência. Será impossível garantir a afirmação destes direitos se eles não forem incorporados às políticas públicas que visam promover a saúde, a educação, o desenvolvimento social, a agricultura, o meio ambiente, a segurança pública, e demais temas de responsabilidade do Estado brasileiro. Para atender a este objetivo, o PNDH-3 é assinado por 31 ministérios.

3. A política de Direitos Humanos deve ser uma política de Estado, que respeite o pacto federativo e as competências dos diferentes Poderes da República. Por sua vez, a interação entre todas estas esferas garante a plena garantia dos Direitos Humanos no país.

4. A ampliação da gama de direitos contemplados segue o que vem sendo estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), tratados e convenções internacionais, bem como na Constituição Federal para garantir os princípios fundamentais de dignidade da pessoa humana. Segue ainda as crescentes demandas da sociedade civil organizada.

5. A participação social na elaboração do programa se deu por meio de conferências, realizadas em todos os estados do país durante o ano de 2008, envolvendo diretamente mais de 14 mil pessoas, além de consulta pública. A versão preliminar do programa ficou disponível no site da SEDH durante o ano de 2009, aberto a críticas e sugestões.

6. O texto incorporou também propostas aprovadas em cerca de 50 conferências nacionais realizadas desde 2003 sobre tema como igualdade racial, direitos da mulher, segurança alimentar, cidades, meio ambiente, saúde, educação, juventude, cultura, etc.

7. O PNDH-3 está estruturado em seis eixos orientadores, subdivididos em 25 diretrizes, 82 objetivos estratégicos e 521 ações programáticas, que incorporam ou refletem os 7 eixos, 36 diretrizes e 700 resoluções aprovadas na 11ª Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada em Brasília entre 15 e 18 de dezembro de 2008.

8. O Programa tem como um de seus objetivos estratégicos o acesso à Justiça no campo e na cidade e a mediação pacífica de conflitos agrários e urbanos, como preconiza a Constituição Federal. Esta ação está prevista no Manual de Diretrizes Nacionais para o Cumprimento de Mandados Judiciais de Manutenção e Reintegração de Posse Coletiva, editado pela Ouvidoria Agrária Nacional em abril de 2008.

9. O PNDH-3 tem como diretriz a garantia da igualdade na diversidade, com respeito às diferentes crenças, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado brasileiro, prevista na Constituição Federal. A ação que propõe a criação de mecanismos que impeçam a ostentação de símbolos religiosos em estabelecimentos públicos da União visa atender a esta diretriz.

10. O eixo Desenvolvimento e Direitos Humanos, na diretriz 5, prevê a valorização da pessoa humana como sujeito central do processo de desenvolvimento. Neste eixo, a afirmação dos princípios da dignidade humana e da equidade como fundamentos do processo de desenvolvimento nacional constitui um objetivo estratégico. A proposta de regulamentação da taxação do imposto sobre grandes fortunas é prevista na Constituição Federal (Art. 153, VII).

11. O acesso universal a um sistema de saúde de qualidade é um direito humano. Com o objetivo de ampliar este acesso, o PNDH-3 propõe a reformulação do marco regulatório dos planos de saúde, de modo a diminuir os custos para a pessoa idosa e fortalecer o pacto intergeracional, estimulando a adoção de medidas de capitalização para gastos futuros pelos planos de saúde.

12. O PNDH-3 contempla a garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos, como uma de suas diretrizes. Neste contexto, em consonância com os artigos 220 e 221 do texto constitucional, propõe a criação de um marco legal, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão e a elaboração de critérios de acompanhamento editorial a fim de criar um ranking nacional de veículos de comunicação comprometidos com os princípios dos Direitos Humanos.

13. Quanto aos direitos dos povos indígenas, o processo de revisão do Estatuto do Índio já está em curso desde o segundo semestre de 2008, tendo à frente a coordenação do Ministério da Justiça. Ao apoiar projetos de lei que visam revisar o Estatuto do Índio (1973) o PNDH-3 defende que é preciso adequar a legislação ainda em vigor com os princípios da Constituição, que foi promulgada 15 anos depois daquela lei, e da Convenção 169, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), consagrando novos princípios para o tema.

14. Ao apoiar projeto de lei que dispõe sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo e ao prever ações voltadas à garantia do direito de adoção por casais homoafetivos, o PNDH-3 tem como premissa o artigo 5º da Constituição (Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade). Considera ainda as resoluções da 1ª Conferência Nacional LGBT, realizada em junho de 2008, marco histórico no tema. O programa também está em consonância com tendência recente da própria jurisprudência, que vem reconhecendo o direito de adoção por casais homoparentais.

15. Em consonância com as políticas que vêm sendo desenvolvidas pelo Ministério da Justiça, o PNDH-3 avança no tema da segurança pública ao recomendar a alteração da política de execução penal e do papel das polícias militares, bem como dos requisitos para a decretação de prisões preventivas.

16. O PNDH-3 reconhece a importância da memória histórica como fundamental para a construção da identidade social e cultural de um povo. No eixo direito à memória e à verdade prevê a criação de um grupo de trabalho interministerial para elaborar um projeto de lei com o objetivo de instituir a Comissão Nacional da Verdade, nos termos da Lei 6.683/79 – Lei da Anistia.

É isso. Bom domingo para todos e todas.

Aviões da FAB

Todos devem ter acompanhado os noticiários do final de ano sobre o PNDH-3 (que comentarei em outro post) e a "escolha" pela Força Aérea Brasileira dos aviões suecos na mega licitação de caças que o Brasil está realizando. Eliane Cantanhede - jornalista da folhona - foi a que trouxe o "furo" para todos nós brasileiros.

Ai a gente vai somando as coisas e começa a ficar desconfiado. Nelson Jobim - responsável pelas três áreas militares e antigo conhecido de todos nós - primeiro ameaça sair do ministério por conta do PNDH-3. Depois a FAB "deixa vazar" um relatório onde diz preferir o avião sueco (que nem existe ainda) para colocar o governo brasileiro "em contradição", já que Lula havia manifestado interesse no avião francês. E os jornalões incentivando as contradições.

Nada como o tempo para mostrar as razões. Veja a nota abaixo:

Uma pista da origem da novela pode ser encontrada em post recente do site Força Terrestre, associado ao Poder Aéreo, sempre com boas informações. Vejam o texto e tirem suas conclusões:

“Jobim deve ficar até março”

“O ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o presidente Lula voltam de férias nesta segunda-feira, dia 11, e devem se reunir para conversar sobre a saída de Jobim da pasta.
Segundo informações do jornal “O Dia”, o atual ministro deve de qualquer forma deixar o cargo em março para lançar-se candidato nas próximas eleições. Ele concorreria à presidência ou à vice-presidência em uma chapa de oposição a Lula.
O jornal afirma ainda que no círculo militar corre a informação de que Jobim teria articulado uma reação exagerada dos militares ao decreto da Comissão da Verdade, que propõe investigar atos de agentes do governo durante a ditadura.
Fontes militares do jornal disseram que Nelson Jobim também estaria envolvido no vazamento do relatório da FAB que aponta os caças suecos como os preferidos pela Força Aérea. Como a orientação do governo seria que o relatório fizesse somente uma avaliação técnica, e não uma classificação por preferência, o vazamento aumentaria a tensão entre o Planalto e os militares.
FONTE: eBand”

Perceberam??? Chapa de oposição a Lula!!!! Quanto mais velho fico, mais respeito o tempo.

Mas e os tais aviões?

Disse acima que o avião sueco nem existe. E é verdade. É um projeto a ser construído ainda. Para maiores detalhes sobre os aspectos técnicos dos aviões, leia aqui quem entende.

E viva o tempo....