sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

A Resposta ao Governo Italiano

Do Luis Nassif

Por Gilberto de Carvalho SP-Capital

A confirmação da decisão sobre Cesare Battisti me faz indagar quais circunstâncias fizeram com que ele ficasse tanto tempo em seu exílio frances (de 1980 a 2004 se não me engano). Tem relação com a presença de  Berlusconi e Sarkozy no governo? Considero que a nota do conselho de ministros italiano ontem na Itália só piorou ainda mais as coisas. A Itália de Berlusconi é um país confiável?

Amorim: ‘Não há razões para o Brasil se preocupar com relações com a Itália’
Tânia Monteiro, da Sucursal de Brasília

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse há pouco que não há razão para o Brasil se preocupar com as relações com o governo italiano, depois da decisão de não conceder extradição a Cesare Battisti. “O Brasil tomou uma decisão soberana, dentro dos termos previstos do tratado e as razões estão explicitadas no parecer da AGU (Advocacia Geral da União)”, disse Amorim.

Em nota divulgada há pouco, o governo brasileiro afirma que “considerou atentamente” todas as cláusulas do Tratado de Extradição entre o Brasil e a Itália e manifesta “estranheza” com as declarações da presidência do Conselho de Ministros da Itália, de que negar a extradição seria “incompreensível e inaceitável” e que o presidente brasileiro teria que explicar a decisão às famílias das vítimas de Battisti. Veja a íntegra da nota:

“O Presidente da República tomou hoje a decisão de não conceder extradição ao cidadão italiano Cesare Battisti, com base em parecer da Advocacia-Geral da União.  O parecer considerou atentamente todas as cláusulas do Tratado de Extradição entre o Brasil e a Itália, em particular a disposição expressa na letra “f”, do item 1, do artigo 3 do Tratado, que cita, entre as motivações para a não extradição, a condição pessoal do extraditando. Conforme se depreende do próprio Tratado, esse tipo de juízo não constitui afronta de um Estado ao outro, uma vez que situações particulares ao indivíduo podem gerar riscos, a despeito do caráter democrático de ambos os Estados.

Ao mesmo tempo, o governo brasileiro manifesta sua profunda estranheza com os termos da nota da Presidência do Conselho dos Ministros da Itália, de 30 de dezembro de 2010, em particular com a impertinente referência pessoal ao Presidente da República”.

Especialistas em Educação Infantil

Do Correio do Brasil

Educadores da rede pública de 12 Estados e do Distrito Federal ingressaram este ano em cursos de especialização em educação infantil oferecidos pelo Ministério da Educação em parceria com 13 universidades federais. Participam da formação 2.985 professores que trabalham diretamente com a educação infantil.

Com o mínimo de 360 horas, duração de 18 meses, gratuitos e presenciais, os cursos são ministrados em 55 polos, em todas as regiões do país. A qualificação dos docentes faz parte do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, previsto no Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), lançado em abril de 2007.

Entre as 13 instituições federais de educação superior responsáveis pela qualificação dos professores, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) é a que abriu mais vagas e criou mais polos para atender os educadores. Na UFMS fazem a especialização 560 professores do estado, distribuídos em 14 polos. Concorreram às vagas 1.283 educadores.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi a primeira a iniciar as aulas, com 240 professores, em 4 de outubro. A última, a Universidade Federal do Ceará (UFCE), em 3 de dezembro, com 120 educadores.

O processo para a oferta especialização em educação infantil aberto pelo Ministério da Educação teve as fases de pré-inscrição dos educadores na Plataforma Freire, aberta em 30 de janeiro deste ano; de validação das inscrições pelos sistemas de ensino dos municípios; de seleção final, realizada pelas universidades; de início das aulas segundo o calendário de cada instituição.

O objetivo do MEC, com a especialização, é qualificar quadros da rede pública de educação básica e, a partir daí, criar uma rede nacional de formação de professores nos municípios. O curso destina-se a professores, coordenadores e diretores de creches e de pré-escolas da rede pública e da particular (filantrópica, comunitária ou confessional) que mantenham convênio com o Poder Público e também a equipes de educação infantil dos sistemas de ensino.

Folha e o Direcionamento dos Números

Do VioMundo

Colunista da Folha infla números e levanta suspeitas descabidas. É no que dá a falta de rigor…
do blog do Planalto

Na sua coluna de hoje na Folha de S.Paulo, a jornalista Eliane Cantanhede diz que 2.512 sites e blogs teriam sido “agraciados” com investimentos publicitários do governo federal no ano de 2010. A jornalista errou. Na verdade, esse número refere-se à rubrica “outros” – ou seja, outros veículos além das TVs, rádios, jornais e revistas –, que compreende uma variada gama de mídias, como outdoors, busdoors, painéis eletrônicos, cinemas, painéis em metrôs, terminais rodoviários e ferroviários, aeroportos, carros de som, além de portais, sites e blogs.

No caso da Secom, os investimentos em publicidade na internet em 2010 foram de R$ 3.948.284,98 e alcançaram apenas 71 veículos – menos de 3% do total equivocadamente citado pela colunista, portanto. Registre-se ainda que 88% desses recursos foram aplicados em dez dos maiores portais do país, a saber: MSN, Uol, Globo.com, Terra, iG, Yahoo, Abril, Estadão, Valor Online e Folha.com.br. Nenhum deles pode ser incluído na categoria dos chamados “blogs sujos”. Estão mais próximos daquilo que alguns batizaram de “massa cheirosa”.

Segue abaixo o quadro de investimentos da Secom até 20 de dezembro de 2010. Para evitar novos erros e avaliações apressadas, tomamos o cuidado de separar o segmento “internet” da rubrica “outros”:
 

A Realidade Mexicana

Publiquei aqui recentemente artigo de Carlos Fuentes, publicado no New York Times. Um longo texto onde Fuentes descreve sua visão sobre o México atual.

Como tenho o prazer de ter uma nora mexicana, minha querida Cláudia, pedi a ela seus comentários a respeito. Quando recebi, fiquei fascinado pelo que ela escreveu. Tanto que lhe pedi autorização para republicar, já que comentários poucos leem. Assim, republico com muito orgulho o texto abaixo de minha nora Cláudia Gutierrez.

Olà, ola!
Me costò un poco organizar mi comentario, hay tantos aspectos que es dificil describir rapidamente. Trataré de ser breve por aqui..rsrsrs

Mas allá de las respetables capacidades que como critico y escritor Carlos Fuentes posee, en este texto percibo, de manera global, una “critica” neutra y vendible sobre la crisis social que México está viviendo. Una explicación con verdad absoluta creo que no existe, al menos ninguna que sea publicada en el NY Times.

México se ha convertido en un terreno de batalla por el poder, donde la población inofensiva y de trabajo justo paga los platos rotos. México es un claro ejemplo de error tras error de la parte de gobiernos tal vez inexpertos, pero sobre todo ambiciosos y opresores.
 

Efectivamente, gran parte de la historia de nuestro país ha sido marcada por batallas buscando la “libertad”. Aun y obteniendo la ansiada libertad, nuestro país terminó por otorgar el “control” del pueblo a otras manos “nacionales” no mejores…es un ciclo vicioso..

Personalmente creo que después de 10 años de “democracia” el poder en México, ha sido confirmado como sinónimo de dar siempre y cuando se pueda abusar. Siento que desgraciadamente esto se ha vuelto una enseñanza de vida también para el pueblo entero. El que tiene el poder (dinero, violencia o poder político) hace lo que quiera en México.
 

La crisis social que México afronta actualmente, es en su fondo más resultado de este conflicto de valores y hambre de poder, que realmente el tráfico de “drogas”. Tráfico de niños, trafico de blancas, de indocumentados, de órganos, secuestros, extorsión…desgraciadamente la lista es larga de todo lo que se trafica en nuestro país..
 

De manera concreta, el tráfico de drogas en México siempre ha existido y existirá mientras no sea legalizado. Estados Unidos siendo el más grande consumidor es el principal opositor y fomenta dicha “lucha” que mata tantos inocentes.
 

Es lamentable oír a mis amigos y familiares decir “basta”, pero como decirlo contra las armas, la violencia, las amenazas? Gobierno y traficantes se encuentran al mismo nivel de abuso contra la sociedad en esta "lucha"...
 

México se caracteriza por su gente, por su trabajo, por su naturaleza, pero esto se ve cada vez mas nublado si el hambre de poder sobre el otro sigue creciendo. Nunca se logrará llegar a una industrialización, a una política internacional de nivel, ni mejoras en la educación, si la cabeza del poder público esta tan pervertida, si la sociedad ella misma no se respeta. De nada sirve continuar a “nacionalizar” la industria petrolera, si justamente es una mina que alimenta a tantos parásitos. Tantas empresas internacionales que han tenido que dejar el país por causa de las opresiones sindicalistas y gubernamentales.

En fin, hemos ganado “democracia”, verdad!, Pero se sigue eligiendo a un dirigente buscando el “menos peor”..pasando el poder de un partido a otro, el pueblo se ha dado cuenta que eso no cambia el rumbo del país. Cualquiera que esté al poder es la misma o peor historia! La sociedad, ella misma está en crisis!!

Para el 2011 veo una gran incertidumbre, la situación esta en un punto que no veo solución posible en un solo año. México posee tantos avances en infraestructura, en organización política y social, de más alto nivel que cualquier otro país de América Latina, que es una lástima verlo así. Afortunadamente, esta situación de violencia no ha tocado todos los rincones de nuestro país, pero no existe “magia” para resolver esta crisis. Esto llevará años de transición que podrán ser positivos o aun más negativos. No estoy segura que una mejor relación con EUA o con cualquier otro país mejorara la situación interna del país..

 

Definitivamente este 2011 no será fácil, sobretodo esperando las elecciones del 2012. 


quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Governo Lula: A Criação do Mercado de Massa

Do Luis Nassif

A grande discussão acadêmica do momento é se o governo Lula inaugurou uma nova era – ao consolidar uma economia de massa – ou se foi uma continuidade do governo FHC.

O divisor de águas é a formação da sociedade de massas, com a inclusão econômica e política, definindo uma nova etapa no desenvolvimento brasileiro, um novo paradigma para as políticas públicas.

Na primeira metade dos anos 2000 escrevi um conjunto de artigos explorando esse tema – e que acabaram se constituindo na espinha dorsal do meu livro "Os Cabeças de Planilha".

Não é um livro de historiador. É um livro de jornalista com alguns "insights" que, creio eu, só agora estão tendo desdobramentos junto ao mundo acadêmico. Um deles, o da reavaliação do "encilhamento", ainda não foi suficientemente cinzelado pela Academia, especialmente a estratégia política em torno da remonetização (introdução de um novo padrão monetário) da economia – que seria seguida no Plano Real. Há bons livros analisando os erros, mas nenhum casando os erros com a estratégia de tomada de poder por parte de Rui Barbosa - que serviu de base para o modelo desenhado por Gustavo Franco para o Real.

O ponto que, agora, domina o debate acadêmico – graças aos estudos do André Singer – é o do impacto político e econômico da formação de uma economia de massa. Já tinha delineado no meu livro.

No "Cabeças de Planilha" trabalho o conceito de "janelas de oportunidade" na vida dos países, aqueles momentos únicos que, sendo aproveitados, lançam o país em um novo patamar; não sendo aproveitados, entram na cota do desperdício histórico.

Identifico três janelas na história do país, todas elas relacionadas com a possibilidade de ampliação dos mercados econômico e político, através da inclusão de novas massas - o mesmo conceito aprofundado por Singer para analisar o governo Lula.

A primeira, o período da Proclamação, onde se junta a Abolição e a política de atração de imigrantes. Ali se poderia ter dado o primeiro grande salto na criação de uma sociedade moderna. Morreu devido aos erros do Encilhamento, à falta de políticas públicas que ajudassem na inclusão dos libertos, e as enormes dificuldades colocados no caminho dos imigrantes. Em vez de um salto, criaram-se as bases para a vergonhoso concentração de renda que dominaria o século 20. Enfim, havia falta de elite.

A segunda grande janela se deu na segunda metade dos anos 60. O processo de industrialização ganhara fôlego, tivera início o grande movimento de urbanização, acelerado pela seca no nordeste. A falta de uma política agrária, de fixação do homem no campo, a carência de investimentos nos sistemas de educação e saúde, em vez de um salto no mercado trouxeram o inchaço das grandes metrópoles. Quando esgotou-se o modelo exportador e o salto do "milagre", não havia mercado interno para sustentar o crescimento.

A terceira janela de oportunidade desperdiçada – dizia eu no livro – foi justamente o Plano Real.

Em geral abre-se a oportunidade de grandes movimentos de mobilidade social ou em eventos políticos traumáticos (como na Proclamação) ou em grandes desastres geográficos.

Com o Real, FHC recebeu o prato pronto, de presente. O fim da inflação trouxe para o mercado de consumo milhões de brasileiros, sem traumas políticos, sem tragédias ambientais. E isso em um momento de grande reorganização da estrutura das multinacionais, com o Brasil despontando como um dos países sede das unidades produtivas.

Esse movimento foi abortado porque inclusão social, criação de bases sólidas econômicas, nunca fizeram parte das prioridades de FHC. E essa história de que primeiro precisaria consolidar a estabilidade monetária não resiste aos fatos.

Têm estudos de Edmar Bacha, no primeiro semestre de 1995, admitindo que a luta contra a inflação já tinha sido completada e que, agora, seria o desenvolvimento. Impôs-se a estratégia de criação de grandes grupos financeiros à custa da apreciação do real. O contraponto tímido - de pessoas como Luiz Carlos Bresser Pereira e José Serra - se dava no campo do desenvolvimentismo tradicional, jamais na ampliação de políticas sociais como base para um novo mercado de massas.

Os poucos avanços que ocorrerem em educação e saúde foram decorrência exclusiva da Constituinte, que criou transferências obrigatórias para o setor. Durante toda sua gestão, o Ministro Pedro Malan tentou acabar com a vinculação.

Digo isso para salientar que é falsa a ideia de continuidade entre FHC e Lula na criação desse mercado de massa. E de que consumou-se com Lula porque as condições sociais e políticas impuseram-se por si próprias.

FHC jamais implementaria esse modelo, em nenhuma circunstância, porque não fazia parte de suas prioridades. Aliás, quem leu a entrevista com ele, com que fecho meu livro, perceberá uma absoluta ignorância de FHC em relação a pontos essenciais desse novo modelo, que o livro percebia latente, mas que só se materializou nos últimos anos. Sua única visão de país consistia na geração de grandes grupos financeiros, internacionalizados, que avançariam levando o país consigo.

Assim, considero correta a avaliação de que a grande marca de Lula, que mudou o Brasil no plano econômico, político, regional, foi o da criação do enorme mercado de massa, político e econômico. Esse é o divisor de águas, a mudança de paradigma.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Apesar de Tudo, Médicos Cubanos Fazem História

Do Fazendo Média

Eles são os verdadeiros heróis do desastre do terremoto no Haiti, a catástrofe humana na porta da América, a qual Barack Obama prometeu uma monumental missão humanitária dos EUA para aliviar. Esses heróis são da nação arqui-inimiga dos Estados Unidos, Cuba, cujos médicos e enfermeiros deixaram os esforços dos EUA envergonhados.

Uma brigada de 1.200 médicos cubanos está operando em todo o Haiti, rasgado por terremotos e infectado com cólera, como parte da missão médica internacional de Fidel Castro, que ganhou muitos amigos para o Estado socialista, mas pouco reconhecimento internacional.

Observadores do terremoto no Haiti poderiam ser perdoados por pensar operações de agências de ajuda internacional e por os deixarem sozinhos na luta contra a devastação que matou 250.000 pessoas e deixou cerca de 1,5 milhões de desabrigados. De fato, trabalhadores da saúde cubanos estão no Haiti desde 1998, quando um forte terremoto atingiu o país. E em meio a fanfarra e publicidade em torno da chegada de ajuda dos EUA e do Reino Unido, centenas de médicos, enfermeiros e terapeutas cubanos chegaram discretamente. A maioria dos países foi embora em dois meses, novamente deixando os cubanos e os Médicos Sem Fronteiras como os principais prestadores de cuidados para a ilha caribenha.

Números divulgados na semana passada mostram que o pessoal médico cubano, trabalhando em 40 centros em todo o Haiti, tem tratado mais de 30.000 doentes de cólera desde outubro. Eles são o maior contingente estrangeiro, tratando cerca de 40% de todos os doentes de cólera. Um outro grupo de médicos da brigada cubana Henry Reeve, uma equipe especializada em desastre e em emergência, chegou recentemente, deixando claro que o Haiti está se esforçando para lidar com a epidemia que já matou centenas de pessoas.

Desde 1998, Cuba treinou 550 médicos haitianos gratuitamente na Escola Latinoamericana de Medicina em Cuba (Elam), um dos programas médicos mais radicais do país. Outros 400 estão sendo treinados na escola, que oferece ensino gratuito – incluindo livros gratuitos e um pouco de dinheiro para gastar – para qualquer pessoa suficientemente qualificada e que não pode pagar para estudar Medicina em seu próprio país.

John Kirk é um professor de Estudos Latino-Americanos na Universidade Dalhousie, no Canadá, que pesquisa equipes médicas internacionais de Cuba. Ele disse: “A contribuição de Cuba, como ocorre agora no Haiti, é o maior segredo do mundo. Eles são pouco mencionados, mesmo fazendo muito do trabalho pesado.”.

Esta tradição remonta a 1960, quando Cuba enviou um punhado de médicos para o Chile, atingido por um forte terremoto, seguido por uma equipe de 50 a Argélia em 1963. Isso foi apenas quatro anos depois da Revolução.

Os médicos itinerantes têm servido como uma arma extremamente útil da política externa e econômica do governo, gahando amigos e favores em todo o globo. O programa mais conhecido é a “Operação Milagre”, que começou com os oftalmologistas tratando os portadores de catarata em aldeias pobres venezuelanos em troca de petróleo. Esta iniciativa tem restaurado a visão de 1,8 milhões de pessoas em 35 países, incluindo o de Mario Terán, o sargento boliviano que matou Che Guevara em 1967.

A Brigada Henry Reeve, rejeitada pelos norteamericanos após o furacão Katrina, foi a primeira equipe a chegar ao Paquistão após o terremoto de 2005, e a última a sair seis meses depois.

A Constituição de Cuba estabelece a obrigação de ajudar os países em pior situação, quando possível, mas a solidariedade internacional não é a única razão, segundo o professor Kirk. “Isso permite que os médicos cubanos, que são terrivelmente mal pagos, possam ganhar dinheiro extra no estrangeiro e aprender mais sobre as doenças e condições que apenas estudaram. É também uma obsessão de Fidel e ele ganha votos na ONU.”

Um terço dos 75 mil médicos de Cuba, juntamente com 10.000 trabalhadores de saúde, estão atualmente trabalhando em 77 países pobres, incluindo El Salvador, Mali e Timor Leste. Isso ainda deixa um médico para cada 220 pessoas em casa, uma das mais altas taxas do mundo, em comparação com um para cada 370 na Inglaterra.

Onde quer que sejam convidados, os cubanos implementam o seu modelo de prevenção com foco global, visitando famílias em casa, com monitoração proativa de saúde materna e infantil. Isso produziu “resultados impressionantes” em partes de El Salvador, Honduras e Guatemala, e redução das taxas de mortalidade infantil e materna, redução de doenças infecciosas e deixando para trás uma melhor formação dos trabalhadores de saúde locais, de acordo com a pesquisa do professor Kirk.

A formação médica em Cuba dura seis anos – um ano mais do que no Reino Unido – após o qual todos trabalham após a graduação como um médico de família por três anos no mínimo. Trabalhando ao lado de uma enfermeira, o médico de família cuida de 150 a 200 famílias na comunidade em que vive.

Este modelo ajudou Cuba a alcançar alguns índices invejáveis de melhoria em saúde no mundo, apesar de gastar apenas $ 400 (£ 260) por pessoa no ano passado em comparação com $ 3.000 (£ 1.950) no Reino Unido e $ 7.500 (£ 4,900) nos EUA, de acordo com Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento.

A taxa de mortalidade infantil, um dos índices mais confiáveis da saúde de uma nação, é de 4,8 por mil nascidos vivos – comparável com a Grã-Bretanha e menor do que os EUA. Apenas 5% dos bebês nascem com baixo peso ao nascer, um fator crucial para a saúde a longo prazo, e a mortalidade materna é a mais baixa da América Latina, mostram os números da Organização Mundial de Saúde.

As policlínicas de Cuba, abertas 24 horas por dia para emergências e cuidados especializados, é um degrau a partir do médico de família. Cada uma prevê 15.000 a 35.000 pacientes por meio de um grupo de consultores em tempo integral, assim como os médicos de visita, garantindo que a maioria dos cuidados médicos são prestados na comunidade.

Imti Choonara, um pediatra de Derby, lidera uma delegação de profissionais de saúde internacionais, em oficinas anuais na terceira maior cidade de Cuba, Camagüey. “A saúde em Cuba é fenomenal, e a chave é o médico de família, que é muito mais pró-ativo, e cujo foco é a prevenção. A ironia é que os cubanos vieram ao Reino Unido após a revolução para ver como o HNS [Serviço Nacional de Saúde] funcionava. Eles levaram de volta o que viram, refinaram e desenvolveram ainda mais, enquanto isso estamos nos movendo em direção ao modelo dos EUA “, disse o professor Choonara.

A política, inevitavelmente, penetra muitos aspectos da saúde cubana. Todos os anos os hospitais produzem uma lista de medicamentos e equipamentos que têm sido incapazes de acesso por causa do embargo americano, o qual que muitas empresas dos EUA de negociar com Cuba, e convence outros países a seguir o exemplo. O relatório 2009/10 inclui medicamentos para o câncer infantil, HIV e artrite, alguns anestésicos, bem como produtos químicos necessários para o diagnóstico de infecções e órgãos da loja. Farmácias em Cuba são caracterizados por longas filas e estantes com muitos vazios. Em parte, isso se deve ao fato de que eles estocam apenas marcas genéricas.

Antonio Fernandez, do Ministério da Saúde Pública, disse: “Nós fazemos 80% dos medicamentos que usamos. O resto nós importamos da China, da antiga União Soviética, da Europa – de quem vender para nós – mas isso é muito caro por causa das distâncias.”

Em geral, os cubanos são imensamente orgulhosos e apóiam a contribuição no Haiti e outros países pobres, encantados por conquistar mais espaço no cenário internacional. No entanto, algumas pessoas queixam-se da espera para ver o seu médico, pois muitos estão trabalhando no exterior. E, como todas as commodities em Cuba, os medicamentos estão disponíveis no mercado negro para aqueles dispostos a arriscar grandes multas se forem pegos comprando ou vendendo.

As viagens internacionais estão além do alcance da maioria dos cubanos, mas os médicos e enfermeiros qualificados estão entre os proibidos de deixar o país por cinco anos após a graduação, salvo como parte de uma equipe médica oficial.

Como todo mundo, os profissionais de saúde ganham salários miseráveis em torno de 20 dólares (£ 13) por mês. Assim, contrariamente às contas oficiais, a corrupção existe no sistema hospitalar, o que significa que alguns médicos e até hospitais, estão fora dos limites a menos que o paciente possa oferecer alguma coisa, talvez almoçar ou alguns pesos, para tratamento preferencial.

Empresas internacionais de Cuba na área da saúde estão se tornando cada vez mais estratégicas. No mês passado, funcionários mantiveram conversações com o Brasil sobre o desenvolvimento do sistema de saúde pública no Haiti, que o Brasil e a Venezuela concordaram em ajudar a financiar.

A formação médica é outro exemplo. Existem atualmente 8.281 alunos de mais de 30 países matriculados na Elam, que no mês passado comemorou o seu 11 º aniversário. O governo espera transmitir um senso de responsabilidade social para os alunos, na esperança de que eles vão trabalhar dentro de suas próprias comunidades pobres pelo menos cinco anos.

Damien Joel Soares, 27 anos, estudante de segundo ano de New Jersey, é um dos 171 estudantes norte-americanos; 47 já se formaram. Ele rejeita as alegações de que Elam é parte da máquina de propaganda cubana. “É claro que Che é um herói, mas aqui isso não é forçado garganta abaixo.”

Outros 49.000 alunos estão matriculados no “Novo Programa de Formação de Médicos Latino-americanos”, a ideia de Fidel Castro e Hugo Chávez, que prometeu em 2005 formar 100 mil médicos para o continente. O curso é muito mais prático, e os críticos questionam a qualidade da formação.

O professor Kirk discorda: “A abordagem high-tech para as necessidades de saúde em Londres e Toronto é irrelevante para milhões de pessoas no Terceiro Mundo que estão vivendo na pobreza. É fácil ficar de fora e criticar a qualidade, mas se você está vivendo em algum lugar sem médicos, ficaria feliz quando chegasse algum.”

Há nove milhões de haitianos que provavelmente concordariam.

(*) Matéria escrita originalmente por Nina Lakhani no The Independent, e republicada na Carta Maior.

Aviões dos EUA Continuam Matando

TeleSur

Unas 15 personas murieron este martes a causa de tres nuevos ataques con misiles desde un avión no piloteado de Estados Unidos en la localidad de Waziristán del Norte, una zona tribal de Pakistán, mientras otras dos resultaron heridas de acuerdo a lo informado por fuentes locales.

Las agresiones se registraron específicamente en el distrito de Ghulam Khan y otros puntos de la demarcación norteña paquistaní, que limita con Afganistán, cuyo objetivo se presume que apuntaba hacia vehículos y refugios de insurgentes talibanes.

Una primera arremetida en horas de la mañana acabó con la vida de cinco personas. Entre tanto, otros dos ataques se produjeron horas después que sumaron diez nuevas víctimas, según la misma fuente paquistaní.

El de este martes es una nueva ofensiva de aviones espías norteamericanos, toda vez que el pasado lunes tuvo lugar una embestida también en Waziristán, cerca de la ciudad de Mir Alí, que segó la vida de al menos 25 personas.

Sólo entre lunes y martes se han producido cuatro ataques y 40 fallecidos.

Por si fuera poco, Washington continúa con su exhorto al Gobierno de Islamabad para que inicie un ataque terrestre en la misma localidad, sin embargo, el Ejército paquistaní se resiste a llevar a cabo la operación.

Los ataques estadounidenses con aviones no tripulados, conocidos por dejar un alto número de víctimas civiles, comenzaron a realizarse en 2004 cuando se lanzó la primera ofensiva en el noroeste del país asiático.

Hace dos años se reforzaron las agresiones con misiles en las zonas tribales consideradas por Estados Unidos como el lugar "más peligroso del mundo".

En este 2010 se han registrado unos 110 ataques de aviones sin piloto en Pakistán. El año pasado se totailizaron 53.

Artigo - Crise Neoliberal e Sofrimento Humano

Do Blog do Miro

Reproduzo artigo do teólogo Leonardo Boff, publicado no sítio da Adital:

O balanço que faço de 2010 vai ser diferente. Enfatizo um dado pouco referido nas análises: o imenso sofrimento humano, a desestruturação subjetiva especialmente dos assalariados, devido à reorganização econômico-financeira mundial.

Há muito que se operou a "grande transformação" (Polaniy), colocando a economia como o eixo articulador de toda a vida social, subordinando a política e anulando a ética. Quando a economia entra em crise, como sucede atualmente, tudo é sacrificado para salvá-la. Penaliza-se toda a sociedade como na Grécia, na Irlanda, em Portugal, na Espanha e mesmo dos USA em nome do saneamento da economia. O que deveria ser meio transforma-se num fim em si mesmo.

Colocado em situação de crise, o sistema neoliberal tende a radicalizar sua lógica e a explorar mais ainda a força de trabalho. Ao invés de mudar de rumo, faz mais do mesmo, colocando pesada cruz sobre as costas dos trabalhadores. Não se trata daquilo relativamente já estudado do "assédio moral", vale dizer, das humilhações persistentes e prolongadas de trabalhadores e trabalhadoras para subordiná-los, amedrontá-los e, por fim, levá-los a deixar o trabalho. O sofrimento agora é mais generalizado e difuso afetando, ora mais ora menos, o conjunto dos países centrais. Trata-se de uma espécie de "mal-estar da globalização" em processo de erosão humanística.

Ele se expressa por grave depressão coletiva, destruição do horizonte da esperança, perda da alegria de viver, vontade de sumir do mapa e até, em muitos, de tirar a própria vida. Por causa da crise, as empresas e seus gestores levam a competitividade até a um limite extremo, estipulam metas quase inalcançáveis, infundindo nos trabalhadores, angústias, medo e, não raro, síndrome de pânico. Cobra-se tudo deles: entrega incondicional e plena disponibilidade, dilacerando sua subjetividade e destruindo as relações familiares. Estima-se que no Brasil cerca de 15 milhões de pessoas sofram este tipo de depressão, ligada às sobrecargas do trabalho.

A pesquisadora Margarida Barreto, médica especialista em saúde do trabalho, observou que no ano passado, numa pesquisa ouvindo 400 pessoas, que cerca de um quarto delas teve ideias suicidas por causa da excessiva cobrança no trabalho. Continua ela: "é preciso ver a tentativa de tirar a própria vida como uma grande denúncia às condições de trabalho impostas pelo neoliberalismo nas últimas décadas".

Especialmente são afetados os bancários do setor financeiro, altamente especulativo e orientado para a maximalização dos lucros. Uma pesquisa de 2009 feita pelo professor Marcelo Augusto Finazzi Santos, da Universidade de Brasília, apurou que entre 1996 a 2005, a cada 20 dias, um bancário se suicidava, por causa das pressões por metas, excesso de tarefas e pavor do desemprego. Os gestores atuais mostram-se insensíveis ao sofrimento de seus funcionários, acrescentando-lhes ainda mais sofrimento.

A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de três mil pessoas se suicidam diariamente, muitas delas por causa da abusiva pressão do trabalho. O Le Monde Diplomatique de novembro do corrente ano denunciou que entre os motivos das greves de outubro na França, se achava também o protesto contra o acelerado ritmo de trabalho imposto pelas fábricas causando nervosismo, irritabilidade e ansiedade. Relançou-se a frase de 1968 que rezava: "metrô, trabalho, cama", atualizando-a agora como "metrô, trabalho, túmulo". Quer dizer, doenças letais ou o suicídio como efeito da superexploração capitalista.

Nas análises que se fazem da atual crise, importa incorporar este dado perverso que é o oceano de sofrimento que está sendo imposto à população, sobretudo, aos pobres, no propósito de salvar o sistema econômico, controlado por poucas forças, extremamente fortes, mas desumanas e sem piedade. Uma razão a mais para superá-lo historicamente, além de condená-lo moralmente. Nessa direção caminha a consciência ética da humanidade, bem representada nas várias realizações do Fórum Social Mundial entre outras.

Sobre a História do México

Do Luis Nassif

DO BLOGUEIRO> Gostaria muito da opinião de minha querida nora, Cláudia. Que achas do texto?

Por MiriamL
Do UOL

Análise: esqueça o que dizem sobre o México
Carlos Fuentes*
The New York Times

Eventos recentes que têm ocorrido no México – a guerra contra as drogas, a violência de gangues e os assassinatos – colocam em destaque apenas o lado perverso, separando o meu país de um contexto mais amplo e de sua história. Para entender o México, precisamos conhecer o seu passado difícil. Compreender o país e o restante da região que compõe a América Latina é essencial, uma vez que ela começa a exercer um papel mais amplo no cenário mundial em 2011 e mais adiante.

A história do México é uma longa batalha para alcançar uma constituição confiável e um sistema legal. Atualmente, a infelicidade do país é ter conquistado a democracia, após tanta luta, e ela vir junto com o crime.

Quando a Espanha perdeu as suas colônias americanas em 1821, o México perdeu o telhado que o havia protegido por três longos séculos. As leis eram improvisadas; as instituições da França e dos Estados Unidos eram copiadas. Por fim, nada representava a nossa realidade pós-colonial.

A tirania e a anarquia preencheram esta lacuna. O general Antonio Lopez Santa Ana, um presidente de longa data, é o símbolo desta tragicomédia.

Este enredo tragicômico causou a perda de metade de nosso território para os Estados Unidos.

No desenrolar desta trama, foi ficando bem clara a falta de instituições nacionais no México. Em 1857, o Partido Liberal, liderado por Benito Juarez, nos deu uma constituição moderna e desmontou a intervenção francesa e o império de Maximiliano.

Mas, ao consagrar a propriedade privada e desmantelar fazendas comunais, abriu o caminho para a ditadura de Porfirio Diaz em 1877.

Diaz incentivou as grandes propriedades rurais privadas, como as "haciendas", fazendas que, não raro, eram tão grandes quanto a Bélgica.

Mas a população, os partidos políticos e a impressa eram repetidamente privados do processo democrático.

Finalmente, em 1910, irrompeu o descontentamento geral da nação. Liderados pelo "apóstolo da revolução", Francisco Madero, todos os descontentes e os que tiveram seus direitos caçados se uniram: os revolucionários agrários, liderados por Emiliano Zapata no sul; o exército cada vez mais forte de Pancho Villa, no norte, cujos membros cancelaram dívidas e liberaram terras; os revolucionários de classe média, liderados por Alvaro Obregon de Sonora; e os seguidores legalistas de Venustiano Carranza, cujas ideias originaram a constituição de 1917, mas não puderam evitar a rivalidade entre facções revolucionárias.

Nesta luta, estavam Obregon contra Villa, Carranza contra Zapata e Obregon contra Carranza.

Todos, no final, foram vítimas de assassinatos.

Com o intuito de passar uma imagem de ordem para a política, o partido revolucionário (hoje PRI, Partido Revolucionário Institucional) foi fundado em 1929. Ele impôs limites de duração à política, proibindo a reeleição de presidentes e as facções com direito de escolha de membros.

Em um período de 70 anos, o partido construiu o México, estabelecendo uma infraestrutura de comunicações e elétrica, assim como o sistema educativo e de saúde. A população do país saltou de aproximadamente 15 milhões em 1920, para mais de 100 milhões hoje.

Em 2000, nosso país tinha tudo, menos a democracia.

O PRI representava a legitimidade revolucionária. Contudo, se as origens históricas de um partido podem legitimar as revoluções, então, o desenvolvimento político também pode tirar essa legitimidade.

O governo do México perdeu suas credenciais revolucionárias em 1968, quando o presidente Gustavo Diaz Ordaz ordenou o massacre de estudantes pelo exército em Tlatelolco, na Cidade do México. Eles eram jovens de ambos os sexos que estavam pressionando o governo por democracia. Eleições livres, desenvolvimento social, igualdade econômica e imprensa livre, eram temas que eles estudavam na escola. A morte deles destruiu a credibilidade do governo.

Os governos do PRI que se seguiram, de 1970 a 2000, não conseguiram reestabelecê-la. O sistema educacional, uma força de trabalho organizada e instituições legais tinham criado uma sociedade bem-informada e que não estava a ponto de entregar a sua liberdade, conquistada com dificuldade, a tradições autoritárias. Porém, o sistema político permanecia dominado por um partido.

Em 1999, o presidente Ernesto Zedillo percebeu isso e se absteve de impor a vontade oficial de seu partido, o PRI. Em vez disso, ele permitiu que a ala direitista da oposição ganhasse a disputa pela presidência em eleições livres e justas.

E isso nos leva ao presente, ao momento em que a infelicidade do México é ter conquistado a democracia, após tanta luta, e ela vir junto com o crime.

No mesmo momento que o país conquistou liberdade política, os cartéis de drogas se mudaram da Colômbia para o México, próximos à porosa fronteira com os Estados Unidos. Ou seja, próximos do mercado consumidor de drogas e do país de onde vem a maioria das armas dos cartéis, os Estados Unidos.

Este é o enigma para o chefe de estado atual, Felipe Calderón, do PAN (Partido da Ação Nacional) da ala direitista. Disputando com o candidato da ala esquerdista, Lopez Obrador, nas eleições de 2006, Calderón ganhou por menos de 1% dos votos.

Em um país em que as vitórias do PRI eram repetidamente ganhas com 80% dos votos, Obrador alegou ter ganhado as eleições e ter sido privado de uma vitória legítima. Calderón agiu rápido, afirmando a sua vitória e exercendo o poder de maneira muito visível: declarou guerra aos cartéis de drogas.

No entanto, ele não estava preparado para travar uma batalha, sem a união de forças e os armamentos para vencê-la.

Portanto, os cartéis, por sua vez, declararam guerra a Calderón.

O governo simplesmente não tinha recursos para responder de maneira efetiva. Por exemplo, a força policial não era confiável. Ela está inundada de corrupção e, às vezes, de combinação com os barões da droga.

Calderón enviou o exército para combater os barões da droga, mas o exército estava tão despreparado quanto a polícia para este tipo de combate. Às vezes, ele era repelido pelas gangues de traficantes, outras vezes, derrotado.

Esta foi a situação em 2010 e não há sinais de mudança em 2011.

Quem ou o que pode mudar esta situação?

Eu poderia sugerir que olhássemos para o norte? Os barões da droga estão respondendo à demanda por drogas de usuários nos Estados Unidos e em outros países, porém, principalmente nos Estados Unidos.

Os membros do exército dos barões da droga compram suas armas de fontes americanas.

Suas drogas estão chegando aos consumidores americanos. Como?

Através de esquemas de lavagem de dinheiro e instituições financeiras complacentes; através de violência generalizada, extorsão e formas muito sutis de troca de informações. O que eu quero dizer é que, sem a cooperação séria dos Estados Unidos, o México não pode derrotar as gangues de traficantes.

Contudo, o governo do México pode afetar seriamente as gangues legalizando o consumo de drogas em sua fronteira.

Com isso, os traficantes ficariam desprovidos de seus mercados locais.

Ao mesmo tempo, mas com uma marca menos positiva, o México se tornaria um paraíso dos consumidores de drogas, semelhante à Holanda.

No longo prazo, somente um acordo internacional, estabelecendo parâmetros para o consumo legalizado de drogas, irá atenuar a situação.

Essas ações estão por vir? Possivelmente. Os ex-presidentes Zedilho, do México, Fernando Henrique Cardoso, do Brasil, e Cesar Gaviria, da Colômbia, formaram um grupo que defendia, em vez de proibir, o uso legalizado de drogas. Eles apoiam a ideia de ajudar os usuários de drogas e punir os traficantes, privando os últimos do acesso ao consumo e aos benefícios financeiros.

Outro grande problema do México é a força de trabalho. Temos vivido bem, graças a essas três fontes de renda: turismo, petróleo e remessas de dinheiro de trabalhadores no exterior. Agora, todas elas estão em situação comprometedora.

A violência e as notícias ruins assustam os turistas. Os trabalhadores que, em outros tempos, se mudavam para os Estados Unidos em busca de emprego, agora ficam aqui, ou enviam menos dinheiro para casa devido à recessão americana.

O preço do petróleo está instável e nossas reservas não têm sido totalmente exploradas devido ao desserviço político. O Brasil mantém seu petróleo sob domínio público enquanto permite que empresas privadas trabalhem no setor petrolífero: processando, distribuindo e vendendo os produtos. No México, a nacionalização absoluta é algo sagrado: é a Pemex, não importa se ineficiente ou obsoleta. Eu acredito com veemência que não precisamos "desnacionalizar" a Pemex e entregar o petróleo às empresas privadas. Devemos manter o domínio público, mas permitir que empresas privadas operem no setor, porém mantendo a indústria petrolífera no geral como propriedade do estado.

Conforme olhamos para 2011 e mais à frente, sugiro que olhemos para uma página do livro da era de Depressão do Presidente Franklin Delano Roosevelt e comecemos a pensar na criação de trabalho por aqui. É hora de um "New Deal" mexicano, do reestabelecimento econômico financiado com o dinheiro do petróleo, que agora financia boa parte do orçamento federal, através da cooperação bilateral e internacional e do sucesso da própria agenda.

Nós precisamos de uma infraestrutura renovada, mais hospitais e escolas. Além disso, é preciso que melhoremos nossas práticas agrícolas e modernizemos nossas indústrias.

Todo este trabalho não tem sido feito porque nossos trabalhadores enviam dinheiro do exterior, além disso, temos o petróleo e os turistas. Grande coisa!

A solução verdadeira e de longo prazo para os problemas do México esta na sua força de trabalho, na sua gente.

Algumas estimativas situam cerca da metade da população do México como tendo 30 anos ou menos. Se esses jovens não encontrarem um trabalho digno, que seja seguro e bem pago, eles irão ouvir a sirene do crime. Ela está drogada e armada até os dentes.

Sim, nós precisamos olhar para nós mesmo, para o povo do México, para melhorar a nossa situação atual. É verdade que Calderón vem pressionando por reformas trabalhista, da segurança pública e setor energético, que agora aguardam a decisão do congresso. Contudo, eu estou absolutamente convencido de que a solução não está apenas na nação e nem em uma relação bilateral, mas nas relações internacionais: ela é global.

O México faz parte da América Latina e a ela está mudando. O Brasil se tornou uma importante potência mundial, aspirando a uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas. O Chile fez grandes progressos sob os governos social-democratas de Ricardo Lagos e Michelle Bachelet. A Colômbia mudou sob o governo do presidente Juan Manuel Santos, consolidando um regime de leis e liberdades à medida que lutava contra os guerrilheiros do narcotráfico. A Venezuela está tendo dificuldades sob o governo do orgulhoso e tirânico presidente Hugo Chavez, enquanto a Bolívia e o Equador estão reconsiderando as suas opções. O Uruguai consolidou sua democracia. O Peru teve um fortalecimento econômico, enquanto a Argentina, mais uma vez, não está usando o seu tremendo potencial de maneira hábil e está enfrentando de novo uma crise política, após a morte do seu "presidente entre as sombras", Nestor Kirchner.

E Cuba? A ilha, na era pós Castro, não irá abrir mão do que considera ter conquistado: educação e saúde. Mas o governo precisa pensar no que a população precisa agora e no futuro: empregos úteis, menos burocracia, um setor agrícola próspero e a reconciliação difícil e profunda entre as duas Cubas. O governo americano tem a grande tarefa e desafio de trazer seriedade para a relação de trabalho com Cuba. Se Washington pode trabalhar com Pequim, por que não com Havana?

A lição mexicana mostra que os Estados Unidos podem cooperar com um regime não democrático. Talvez através de uma relação melhor com os Estados Unidos, Cuba se torne menos autoritária, e, quem sabe, democrática. Os ataques e contra-ataques dos últimos cinquenta anos, a desconfiança e a ambiguidade não têm beneficiado ninguém. Cuba continua sendo a grande divergente da América Latina democrática.

Nós, cidadãos da América Latina, precisaremos garantir que nosso sistema de governo democrático esteja de acordo com nosso desenvolvimento social e econômico. A continuidade de nossa cultura deve estar em harmonia com a continuidade econômica e política, junto com um maior envolvimento internacional. A cooperação e o entendimento da Europa, América do Norte e outras nações mais desenvolvidas é essencial para que alcancemos isso.

Não somos mais o quintal dos Estados Unidos. Nosso presente e futuro, do México e da América Latina, reservam mais do que as histórias sombrias que dominaram as manchetes ao redor do mundo em 2010. Estamos olhando mais à frente na esperança de uma parceria mundial.

* Carlos Fuentes é um dos mais conhecidos autores vivos do mundo falante do espanhol.

LULA Já Apoia Dilma para 2014

Do Correio do Brasil

No último café da manhã com jornalistas durante sua gestão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva indicou hoje que não pretende candidatar-se à Presidência da República em 2014 por considerar “justo”que a presidenta eleita Dilma Rousseff tente a reeleição. Para Lula, Dilma terá menos dificuldades do que ele ao assumir o governo por conhecer os “atores” e a administração pública.

– A Dilma será minha candidata em 2014. Só existe uma possibilidade de ela não ser minha candidata: ela não querer. Para mim, é líquido e certo que ela será candidata – afirmou o presidente. De acordo com Lula, é “justo” que aquele que faz “um bom governo” tente a reeleição.

Bem-humorado e descontraído no café da manhã com setoristas da Presidência da República, Lula posou para fotos ao lado de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas. O presidente brincou e fez piadas. Participaram do encontro, no Palácio do Planalto, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, o secretário de Imprensa, Nelson Breve, o assessor internacional Carlos Villanova, entre outros assessores. Em meio à insistência sobre as expectativas para as eleições de 2014, o presidente foi enfático:

– É muito cedo para discutir 2014.

Para Lula, é fundamental analisar o momento político atual e fez uma série de elogios às escolhas de Dilma.

– Estou confiante que Dilma montou um governo capaz. Para ela, não tem novidades. Ela (Dilma Rousseff) conhece o projeto (de governo) os atores, os governadores e alguns ministros. Ela vai ter uma vida mais facilitada do que tive em 2003, quando tudo era novidade. Ela tem uma vantagem extraordinária para ter sucesso – disse ele.

Aumento no Piso do Magistério

Do Correio do Brasil

Projeto aumenta para R$ 1.575 piso do magistério do ensino básico

27/12/2010 13:37,  Redação, com Agência Câmara - de Brasília

Tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, o Projeto de Lei, do deputado Eliseu Padilha (PMDB-RS), que fixa em R$ 1.575 o piso salarial nacional para profissionais do magistério público da educação básica.
Segundo o autor, após duas décadas de luta, a aprovação da Lei 11.738/08, que criou o piso nacional para a categoria, foi comemorada pelos professores como uma grande vitória. Padilha lembra, no entanto, que, por razões políticas ou por dificuldades operacionais na aplicação do critério de atualização previsto na lei, os professores tem manifestado preocupação de a lei não ser aplicada na prática.

– Após a demora para a implementação inicial da lei – atropelada por uma ação direta de inconstitucionalidade ainda pendente de julgamento final de mérito -, há uma insatisfação generalizada com as divergências sobre os critérios de atualização. O piso atualmente é de R$ 1.024,67.

Pelas regras em vigor hoje, o piso será atualizado no mês de janeiro no mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno definido pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

Pelo projeto, o cronograma de atualizações do piso de profissionais do magistério da educação básica, com formação em nível médio e jornada de 40 horas semanais, passara a ser o seguinte:
- no primeiro ano, 1/3 de acréscimo em relação ao valor praticado no exercício de 2010;
- no segundo ano, 2/3 de acréscimo em relação ao valor praticado no exercício de 2010;
- após esse período, valor integral de R$ 1.575,00.

– A elaboração do piso salarial dos profissionais do magistério é, em verdade, o maior e melhor investimento que podemos fazer em nosso crescimento como atores em um mercado globalizado –, argumenta o autor.

O projeto será analisado em caráter conclusivo. Rito de tramitação pelo qual o projeto não precisa ser votado pelo Plenário, apenas pelas comissões designadas para analisá-lo. O projeto perderá esse caráter em duas situações: – se houver parecer divergente entre as comissões (rejeição por uma, aprovação por outra); – se, depois de aprovado ou rejeitado pelas comissões, houver recurso contra esse rito assinado por 51 deputados (10% do total).

Nos dois casos, o projeto precisará ser votado pelo Plenário. pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Educação e Cultura; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Franklin Martins e as Comunicações no Brasil

Do Correio do Brasil


Ministro diz que mídia conservadora tenta ‘evitar uma discussão’

27/12/2010 11:26,  Por Redação - de Brasília

Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, o jornalista Franklin Martins afirmou, em entrevista a um canal de TV, que a oposição a um marco regulatório para o setor de telecomunicação e radiodifusão, levada a altos decibéis pela mídia conservadora, trata-se na realidade de “um expediente para tentar evitar uma discussão”.

– Você ter obrigações de conteúdo e ter que cumprir, por ser uma concessão pública, (o fato) existe no mundo todo, em tudo quanto é democracia. Ninguém levanta as mãos para o céu e diz que isso é um atentado à liberdade de imprensa – afirmou o ministro em entrevista ao programa É Notícia, da RedeTV!, exibido na madrugada desta segunda-feira.

O projeto que estabelece a Agência Nacional de Comunicação (ANC), em substituição à Agência Nacional do Cinema (Ancine), mantém uma das sugestões apresentadas pelo grupo de trabalho coordenado pelo ministro Franklin Martins, que autoriza a nova agência a multar as empresas que veicularem programação considerada ofensiva, preconceituosa ou inadequada ao horário. O projeto seguirá à sanção da presidente Dilma Rousseff ainda em janeiro do ano que vem.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Nosso Presidente

Não sou uma pessoa que gosta de sair em fotografias. Apesar de as vezes não ter como escapar, sempre prefiro estar atrás da máquina fotográfica. Por conta disso, poucas são as que guardo e cada uma delas tem seu significado. Esta que apresento neste post, é do início do ano 1991. Nela estão ao fundo o atual deputado federal, Arlindo Chinaglia, o guarda-costas sempre presente de Lula, e à frente eu e o Presidente Lula que na foto fazia dois anos tinha perdido sua primeira eleição.

Como pode ser percebido, estamos todos molhados: chovia naquele dia. Para os crédulos, pode-se dizer que "os céus choravam". Sim, perfeitamente possível, pois a causa desse encontro era um protesto na vizinha cidade de Itu frente a um assassinato ocorrido por lá no ano anterior: o sindicalista e militante do movimento negro, companheiro SANTANA que fora brutalmente assassinado. O ato era para cobrar das autoridades celeridade nas investigações e prisões. Observem que minha camisa tem uma alusão a isso: CHEGA DE ASSASSINATOS.

O ato não teve muito efeito prático, mas o momento marcou minha vida totalmente. Era novo na militância sindical. Tinha assumido o sindicato no final do ano de 1990. E no início do ano seguinte já estava ao lado de nossa maior liderança: LULA. Daquele momento para hoje várias foram as oportunidades disso acontecer, seja na CUT, seja no PT, seja em São Bernardo, ou mesmo depois de eleito presidente, em Salto quando aqui esteve.

Mas não são os encontros que marcam. Para mim o que marca é a história construída. Hoje, esse homem que está ao meu lado na foto, sai da presidência do país como o presidente mais bem avaliado pela população, como o presidente que soube concretamente fazer um governo de todos, o presidente que recuperou a auto estima do povo brasileiro e mostrou que todos podem crescer neste país. E o que marca ainda mais todo esse tempo é a concretização de um sonho coletivo.

Sim, um sonho coletivo!!! Quando da foto, todos nós que lá estávamos queríamos isso: um país de todos e para todos. Um país onde fosse possível acreditar que as oportunidades são iguais e as alternativas existentes são para todos. Um país onde não é "pecado" ser pobre. Um país onde as políticas públicas privilegiem o pobre e o excluído. Um país onde as regiões sejam vistas como parte do todo e não como peso de partes. Um país onde exista trabalho e renda para todos e não para poucos.

Esse era o sonho coletivo que nos animava a militar naquela época. Esse era o sonho coletivo que nos fez avançar ano após ano nessa direção. Esse era o sonho coletivo que gerou a maior de nossas lideranças: o presidente LULA. Esse É o sonho coletivo que continua nos impulsionando a manter as políticas públicas para todos como fez os dois governos do presidente LULA.

Daqui alguns dias faço 54 anos de vida. Na foto tinha 34. Vinte anos após posso afirmar com todas as letras o que já foi dito inúmeras vezes: um sonho coletivo transforma-se em realidade. A história que vivi e vivo, que presenciei e presencio, que atuei e atuo é a maior demonstração disso.

Que nosso querido presidente tenha essa certeza: você foi a maior demonstração de tudo isso. Você será a maior motivação para que tudo isso perdure. Você é a síntese do sonho coletivo transformado em realidade a partir da construção de uma história.

Obrigado ao LULA e a todos os lulas desse sonho maravilhoso. Provamos que sonhos transformam realidades. É só não sonhar sozinho...

Três Temas de Nossa Terrinha

Nas tais retrospectivas de final de ano, um dos jornais aqui de Salto traz três assuntos bastante interessantes e dignos de reflexões, senão profundas pelo menos necessárias, na minha opinião.

O primeiro deles é sobre o emprego: Salto superou sua marca histórica de criação de novos empregos que era do ano 2007. Naquele ano, a diferença entre demissões e admissões foi positiva para a última em 1095 postos de trabalha. No ano de 2010, que encerramos nesta semana, esse número foi 111%¨maior, ou seja, 2311 novos postos de trabalho criados durante o ano. Nossa População Economicamente Ativa (PEA) que era de 25.692 trabalhadores, pulou para 27.003. Vale lembrar que em 2009, o ano da crise, o número também foi positivo, em 183 novos postos de trabalho. As causas, evidentemente, não são somente locais. Toda a economia brasileira está em ritmo de crescimento. Espera-se que o aumento do PIB nacional ultrapasse a marca dos 7%, ficando atrás somente da China em termos mundiais. Mas a atuação local precisa ser destacada, pois as ações precisam de sintonia para funcionarem. De nada adiantaria termos uma economia nacional em franca expansão, se localmente nada fosse feito. Por conta disso é que merece destaque todas as ações efetivadas pela administração municipal na descoberta e busca de novos empreendedores e na preocupação em criar espaços formativos para inúmeras novas profissões através de cursos profissionalizantes, seja de curta ou de média duração.  Além disso o IFSP (Instituto Federal de SP, Unidade Salto),  os campi universitários aqui existentes e a política de incentivo para os universitários que estudam fora da cidade contribuem e muito com essas ações.

O que me incomoda é ainda verificar críticas que pedem a vinda de "grandes indústrias" para a cidade. Assim, dizem, a criação de novos empregos é mais rápida e maior. Esse tipo de pensamento, pelos meus cálculos, é da década de 70, do século passado, quando ainda tínhamos a implantação de grandes complexos industriais. Isso já acabou faz muito tempo, com a última grande transformação produtiva que na Europa e EUA aconteceu nos anos 80 do século passado, chegando no Brasil no início dos anos 90. Não existem mais mega empreendimentos, até porque a mão de obra é cada vez mais capacitada e as tecnologias mais avançadas. Para se ter uma ideia do que falo, o nosso secretário Daniel, do Desenvolvimento Econômico, mostra isso com números: em 2010 o setor industrial em Salto cresceu 9%, o setor de comércio, 10% e o de serviços, 12,9%. Ou seja, novos investimentos estão vindo para Salto de forma crescente.

O segundo assunto é a segurança e o que vemos ainda é o lamento dos crimes não resolvidos. Continuamos com a impunidade sendo a regra quando se fala em segurança. E a explicação para isso não é tão difícil: enquanto investe-se muito em repressão (mais policiais na rua), perde-se em investigação e inteligência (delegacias fechadas). Evidente que essa equação só pode ter um resultado: impunidade, pois o aspecto investigativo e de inteligência, que podem desvendar as formas e as causas dos crimes são preteridos para uma política repressiva (chamada de preventiva) que em muitas vezes acaba também cometendo delitos pela sua própria força excessiva. Entraremos em um novo governo estadual que ao meu ver tem uma diferença em relação ao último: as pessoas são outras. Entretanto a matriz ideológica é a mesma. Não nos esqueçamos de quem era governador quando tivemos aquela série de ataques a policiais em SP. Ou seja, quero ser otimista e acreditar que as coisas irão melhorar, mas os fatos não colaboram muito com isso.

O terceiro assunto é a questão do trânsito na cidade. E o primeiro dado é muito preocupante: a frota de veículos devera ultrapassar a casa dos 50 mil em 2011. Já temos 47.918 registrados e uma média de 300 novos veículos são registrados mensalmente. Chegamos muito perto da casa de um veículo para cada duas pessoas moradoras da cidade. A preocupação nesse campo caminha para várias direções: os espaços públicos não são criados na mesma velocidade, a formação de nossos condutores é muito inadequada para essa realidade, a cultura brasileira de posse e poder quando sentado em um volante, as divergências locais quando se fala em mudanças necessárias para amenizar o problema.

Para 2011 teremos um programa batizado de "Trânsito Seguro", que trabalhará em três frentes: educação, engenharia de trânsito e fiscalização. Várias alternativas já se desenham para o próximo ano, como  a implantação de radares, as lombofaixas, as mudanças de estacionamento no centro da cidade, e um novo desafio: a educação permanente a partir dos primeiros anos de vida. Creio que todas são necessárias e urgentes. Acho que (na minha modesta opinião de observador e nada mais) ainda falta se pensar no incentivo ao transporte público. E quando falamos em transporte público talvez se pensar outras alternativas além do ônibus. Inúmeras vezes meu filho (que mora na França) já me falou dos pontos públicos de bicicletas existentes por lá. Pontos públicos, bicicletas públicas. Estamos prestes a inaugurar uma ciclovia..... quem sabe!!!

Enfim, a questão do trânsito certamente exigirá muito estudo, prevenção, educação e ação em 2011. Disso não tenho dúvida.

Três grandes assuntos que estão em pauta em nossa cidade. Três grandes assuntos que podem ajudar a construir uma bela cidade, dependendo de como nos comportamos diante deles. Mas de uma coisa tenho certeza: mais um ano se encerra e nossa querida Salto avança a passos largos para uma cidade cada vez mais humana e bela.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Já Não São Mais Invisíveis

Dos Amigos do Presidente Lula

Dois discursos com trechos emocionantes, de duas brasileiras, durante a confraternização de natal dos catadores de recicláveis e da população em situação de rua, com a participação do presidente Lula e da presidenta eleita Dilma Rousseff.

Maria Lucia Santos Pereira, do Movimento Nacional da População de Rua, mostra toda a politização, quando diz que pela primeira vez o IBGE aloca verbas e faz um trabalho sério para mapear a população em situação de rua no Brasil. Ela explica que a população de rua era "invisível", porque assim não tinha necessidade de fazer políticas públicas para elas, coisa que mudou no governo Lula e continuará mudando no governo Dilma.


Matilde Ramos, do Movimento Nacional de catadores, fala que os catadores, que antes nem tinham consciência de que eram trabalhadores, deixaram de ser tratados como população invisível, e passaram a se organizar em cooperativas e contar com políticas públicas do governo federal para que sejam pagos pelo trabalho que fazem, inclusive em contratos com prefeituras.


DO BLOGUEIRO> Por este post e pelos vídeos dele, tive a oportunidade de pesquisar e ler a Lei Federal 11.445/2007 que faz uma alteração na lei de licitações e dispensa da mesma as cooperativas de catadores na contratação de coleta com os órgãos públicos. Parece que temos uma possibilidade para nossa Cooperativa, não?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Despedida de LULA. Imperdível!!!

Veja no vídeo abaixo a despedida, em cadeia nacional, do maior presidente que esse país já teve.

Vale a pena, aqui.

Aumento de Salários Para Trabalho Distante

Amigos da Presidente Dilma

 
A dificuldade em contratar profissionais para oferecer atendimento à saúde de índios em áreas remotas do país levou o governo federal a aumentar em até 354% o salário dos aprovados no último concurso da Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Para alguns cargos de nível superior, dependendo da localidade de lotação, o vencimento previsto de R$ 2.643,28 saltou para R$ 12 mil. As mudanças foram publicadas por meio de decreto no Diário Oficial da União de ontem. A seleção previa 802 vagas, mas apenas 453 aprovados ficaram interessados em preencher os cargos. Eles devem começar a ser nomeados na semana que vem, já com os salários reajustados.

O certame para as oportunidades de servidor temporário foi realizado em março deste ano. A demora para convocar concursados, porém, deve-se à migração na responsabilidade pela saúde dos índios, da Funasa para a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai). “A partir do momento em que o ministério assumiu o comando, foi preciso criar uma tabela comum que desse condições para os aprovados trabalharem nas aldeias. Propusemos a alteração da Lei n° 8.745/1993, que autoriza contratação por tempo determinado em algumas condições especiais e conseguimos as mudanças por meio da Lei n° 12.314 de 19 de agosto de 2010”, relata o secretário Antônio Alves.

Uma das principais mudanças foi na diferenciação de salários por região. Antes, os pisos eram definidos apenas a partir do nível de formação exigido para o cargo. Agora, quanto mais distante do centro do país for a localidade, maior será o vencimento. “Cada região precisa de um piso específico. Uma pessoa que vai para uma comunidade Yanomami, no estado de Roraima, na divisa com a Venezuela e precisa viajar em diversos meios de transporte para chegar lá, fica praticamente isolada. O salário precisa compensar isso”, explica Antônio Alves. Um médico aprovado, por exemplo, para trabalhar no Acre receberá R$ 12 mil. Já o que for exercer a função no Distrito Federal terá uma remuneração de R$ 8 mil (veja quadro).

Efetivos

O especialista em políticas públicas indigenistas da ONG The Nature Conservance e antropólogo, Eduardo Barnes, explica que o trabalho de atendimento à população é feito, hoje, por organizações do terceiro setor e pelos próprios municípios, o que, segundo ele, acaba enfraquecendo o sistema. Para ele, porém, não basta aumentar os salários. É necessário criar um plano de carreira e, em vez de contratar profissionais apenas pelo período de cinco anos, efetivá-los nos postos. “É preciso ter pessoas qualificadas que fiquem nas aldeias, médicos que não se desloquem das áreas, para tratar essas populações com periodicidade”, diz Barnes.


Atualmente, 12,5 mil contratados por entidades diferentes trabalham com saúde indígena. Entre eles, apenas 1,8 mil são servidores efetivos. Por isso, a Sesai já analisa a realização de um concurso público para suprir essa diferença. Uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público do Trabalho (MPT) é que todo esse pessoal seja transformado em empregado público. Porém, durante os cinco anos do contrato temporário, essa possibilidade será confirmada. Mesmo assim, para ingressar no setor, os temporários terão que fazer nova seleção. A vantagem que eles levam pode estar na exigência de títulos ou experiência no setor.


DPU espera autorização


» A Defensoria Pública da União (DPU) aguarda autorização do Ministério do Planejamento para criar 2,1 mil vagas, que serão distribuídas por todo o Brasil. Dessas, 1,5 mil serão no quadro administrativo e 600 na carreira de defensor. O pedido é para que sejam abertas mil vagas no cargo de analista de assistência jurídica — para quem concluiu graduação — e 500 no de técnico de assistência jurídica, para candidatos com ensino médio. No caso da seleção para defensor, a instituição exige bacharelado em direito, inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e experiência jurídica de, no mínimo, dois anos. Nos últimos concursos, os vencimentos variaram de R$ 2.299,42 a R$ 3.532,95 na carreira administrativa. Para defensor, a remuneração foi de R$ 14.549,23. Atualmente, a DPU tem 311 concursados e 600 servidores requisitados, além de 480 defensores.Correio

Fique ligado

Governo aumenta remuneração média para várias categorias

Médicos
Localidades Salários (Em R$)

Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso,
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins 12 mil

Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais 10 mil

Bahia, Ceará, Distrito Federal, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina 8 mil

Educação em saúde, epidemiologia, antropologia e outras (nível superior)
Localidades Salários (Em R$)

Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão,
Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins 7 mil

Goiás, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais 5,6 mil

Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná,
Rio Grande do Sul e Santa Catarina 4,2 mil

Atenção à saúde (nível intermediário)
Localidades Salários (Em R$)

Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso,
Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins 2,3 mil

Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Alagoas,
Bahia, Ceará e Distrito Federal 2,2 mil

Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo,
Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina 2,1 mil

Agente de saúde e de saneamento (auxiliar)

Para todos os estados R$ 600
 

Morre Orestes Quércia

Do Luis Nassif

Ex-governador Orestes Quércia morre em SP - politica - Estadao.com.br
Ex-governador Orestes Quércia morre em SP
Estadão.com.br

SÃO PAULO - O ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB-SP) faleceu nesta sexta-feira, 24, aos 72 anos. Ele estava internado no hospital Sírio-Libanês e lutava contra um câncer na próstata.


Tiago Queiroz/AE
Tiago Queiroz/AE
Orestes Quércia estava internado e lutava contra câncer na próstata




Morre o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia

Morreu na manhã desta sexta-feira (24) em São Paulo o ex-governador do Estado Orestes Quércia (PMDB), aos 72 anos. Ele permanecia internado desde 18 de novembro no Hospital Sírio-Libanês, onde passava por sessões de quimioterapia para tratar de um câncer de próstata.

Ele ficou internado no mesmo hospital por mais de um mês, entre o dia 1º de setembro e o dia 6 de outubro, quando foi constatada a volta do tumor, tratado há mais de dez anos.

Na última quinta-feira (23), o estado de saúde de Quércia era considerado crítico, de acordo com a assessoria de imprensa do hospital.

Devido ao tratamento, Quércia deixou a disputa pelo Senado – ele era candidato pela coligação de Geraldo Alckmin (PSDB), eleito governador do Estado. Com a desistência, o ex-governador apoiou o tucano Aloysio Nunes, que foi eleito para uma das vagas ao Senado por São Paulo.

Biografia

Nascido em Pedregulho (SP), em 1938, Orestes Quércia iniciou a carreira política em 1962, ao ser eleito vereador em Campinas, no interior paulista, pelo extinto Partido Libertador. Com a ditadura militar e o fim da liberdade partidária, Quércia migrou para o MBD (Movimento Democrático Brasileiro), partido que mais tarde ajudou a transformar no atual PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro).

Pelo MDB, foi eleito deputado estadual em 1966 e prefeito de Campinas em 1968. Quércia fortaleceu o partido no interior de São Paulo como principal oposição legal à ditadura e, em 1974, foi eleito senador pelo Estado.

Em 1980, com a abertura do regime militar e a volta do pluripartidarismo, Quércia foi eleito vice-governador pelo PMDB, na chapa pura de Franco Montoro, e foi eleito governador em 1986. O peemedebista foi favorável à campanha pelas Diretas Já e, em 1985, apoiou a candidatura vitoriosa de Tancredo Neves à Presidência.

Desde que deixou o governo paulista em 1991, Quércia não conseguiu mais se eleger, apesar de ter concorrido diversas vezes. Tentou a Presidência, em 1994, o governo estadual, em 1998 e 2006, e disputou o Senado, em 2002. Este ano, abandonou no meio a campanha para senador por São Paulo devido a um câncer de próstata. Quércia apoiou Aloysio Nunes, o que garantiu a vitória ao tucano, antes atrás nas pesquisas.

Quércia deixa mulher e quatro filhos.
http://noticias.r7.com/brasil/noticias/morre-o-ex-governador-de-sao-paulo-orestes-quercia-20101224.html

DO BLOGUEIRO> Saudades? Veja este vídeo para responder.....


quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

"Vocês me Ensinaram a Governar"

Do Último Segundo

Presidente e presidenta eleita Dilma Roussef participaram de festa de Natal de moradores de rua em São Paulo

Na celebração de Natal dos catadores de papel e moradores de rua de São Paulo, na Vila Guilherme, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a gratidão e muitos elogios dos presentes, mas acabou invertendo o discurso dos que falaram antes dele. “Em vez de vocês me agradecerem, eu vou agradecer porque vocês me ensinaram a governar este País”, disse. Acompanhado pela presidenta eleita Dilma Roussef , Lula prometeu manter o ritual que se repete há oito anos e comparecer, “se for convidado”, à festa de Natal dos catadores no próximo ano. Dilma também assumiu o mesmo compromisso.



Foto: Futurapress
Presidente se emocionou em festa de Natal do catadores de lixo em São Paulo

A fala do presidente começou com uma oração para o vice José Alencar, internado ontem às pressas por conta de uma hemorragia. Lula contou que foi visitá-lo, junto com Dilma, no hospital. Segundo o presidente, Alencar está lutando para comparecer à posse da presidenta Dilma. “Se depender da energia positiva que temos aqui, ele vai se recuperar muito mais rápido do que espera”, disse após a plateia entoar o pai nosso.

Emocionado em mais uma despedida do cargo de presidente, Lula afirmou ainda que se orgulha de ter tratado os catadores com o mesmo respeito que teve com “todo mundo”. “Vocês entraram no Palácio do Planalto como qualquer empresário”, disse. O fato de a cerimônia de hoje contar com o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e do Banco do Brasil (BB) demonstra esse respeito e que o Brasil mudou, segundo Lula. As instituições assinaram convênio com a Itaipu e a Petrobras para a entrega de carrinhos elétricos às cooperativas de catadores de material reciclado.

“Há pouco tempo, ninguém aqui imaginava que estaria sentado junto com dois presidentes – um sainte e uma entrante”, disse.


O presidente também aproveitou a ocasião para cobrar de prefeitos convênios de parceira com cooperativas de catadores de papel e alfinetou o gestor de São Paulo, Gilberto Kassab, que teria assumido tal compromisso sem ter cumprido. “Cuida do pessoal da Granja Julieta com carinho, pelo amor de Deus”, pediu. Para a próxima semana, fez mais uma promessa de fim de governo: uma medida provisória garantindo incentivos fiscais para empregadores que comprarem material reciclado de cooperativas de catadores de papel.

Antes da fala de Lula, Dilma chegou a dançar e cantar um samba criado em sua homenagem e prometeu em seu discurso que continuará trabalhando para melhorar a vida dos catadores, como fez o presidente Lula.

Posse de Dilma com Show de Cantoras

Do PT na Câmara

A cerimônia de posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, no dia 1º de janeiro, terá também uma festa com shows de cantoras brasileiras na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.
Segundo informações do Ministério da Cultura, estão confirmadas as apresentações de Elba Ramalho, Zélia Duncan, Fernanda Takai, vocalista da banda Pato Fu, e Mart'nália, filha do sambista Martinho da Vila.

Os shows devem começar às 10h e serão interrompidos às 14h, quando tem início a programação oficial da posse. Neste horário, Dilma sairá da Catedral de Brasília e, a bordo do Rolls Royce presidencial, seguirá em direção ao Congresso. A cerimônia de posse da presidente eleita, Dilma Rousseff, no dia 1º de janeiro, terá também uma festa com shows de cantoras brasileiras na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

A música volta às 18h e continua até as 21h. Dilma não deve participar da festa.


R7

Assange Defende Blog Brasileiro

Da Carta Capital

Em uma entrevista concedida ao Estadão ontem, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, citou o caso do blog satírico FAlha de São Paulo para defender a liberdade de expressão.

“Entendo a importância de proteger a marca e temos sites similares que se passam por WikiLeaks. Mas o blog não pretende ser o jornal e acho que deve ser liberado. A censura é um problema especial quando ocorre de forma camuflada. Sempre que haja censura, ela deve ser denunciada”, disse Julian ao jornalista Jamil Chade.

O site FAlha de S Paulo foi retirado do ar por ordem da justiça paulista, após o jornal Folha de S Paulo entrar com processo por uso indevido da marca. O site humorístico satrizava o maior jornal do país.

Ontem a organização Repórteres sem Fronteiras pediu que a Folha de S Paulo  retire o processo, dizendo que o jornal se “engrandeceria” ao tomar esta atitude.

O jornal nega que tenha censurado o conteúdo do site – diz que o problema é o nome parecido e o logo da Folha.

Asilo político no Brasil

Julian também falou que pensa em expandir a atuação do WikiLeaks no Brasil. “Vemos muito apoio vindo do Brasil, tanto da população, mídia, da forte e emergente cultura de internet. E também há muita corrupção. Portanto, haverá bons tempos no futuro no Brasil para nós”.


Perguntado se já pensou em pedir asilo político no Brasil, o fundador do WikiLeaks disse que “seria ótimo” se fosse oferecido.

“É um país grande o suficiente para ser independente da pressão dos EUA, tem força econômica e militar suficiente para fazer isso. E não é um país como China e Rússia que não são tão tolerantes com a liberdade de imprensa. Talvez o Brasil seria um bom país para que coloquemos parte de nossas operações”.

Julian também falou da perseguição que tem sofrido por parte dos EUA -  disse se considerar um preso político – e do recente vazamento de parte do processo que está sofrendo na Suécia por crimes sexuais.

“Transparência é para governos. Não para indivíduos. O objetivo de revelar informações sobre pessoas poderosas é cobrar responsabilidade deles. Quando um governo dá material legal para um jornal para prejudicar alguém, trata-se de um abuso. O repórter que foi escolhido para receber a informação é um conhecido crítico de nossa organização. O Guardian não perguntou por que foi liberada essa documentação antes de uma audiência na Corte. Quais são os motivos envolvidos. São perguntas que não foram respondidas”.

Ele também  e explicou os planos da organização para o próximo ano. “Para 2011, vamos publicar mais telegramas sobre países e sobre mais de cem organizações. Mas também teremos outras publicações. Vamos expandir nossa estrutura”.

A entrevista completa pode ser lida neste link e na edição de hoje do jornal

Casseta e Planeta: Última Cena Deprimente

Do Luis Nassif

Do Blog de Eduardo Guimarães

Casseta cai por ser machista e sem graça

(...)


Reproduzo, abaixo, o diálogo da edição do Casseta& Planeta de 21 de dezembro último. Tal diálogo se dá entre o presidente Lula e Dilma Rousseff, que assim aparecem caracterizados na transcrição.

“Lula” (Hubert) – Ah, Dilmandona, parabéns pela sua vitória nessa tal de eleição, entendeu, mas eu vou logo avisando, hein: não quero trairagem comigo, não. Quem vai mandar, sou eu… He, he, he…

“Dilma” (Cláudio Manoel) com voz rouca igual à de “Lula – Pode ficar tranqüilo, eu vou ser bem obediente e boazinha.

“Lula” – Eu sei, mas você vai ter que seguir o meu regime…

“Dilma” – É claro, chefinho, eu vou fazer tudo igualzinho, vou nomear até os mesmos ministros.

“Lula” – Não, não é nada disso que eu to falando, não. Tu vai ter que seguir o meu regime alimentar. Ó só: tu vai comer ovo, repolho, batata-doce e feijão. Todo dia… He, he, he…

“Dilma” – Mas chefinho, se eu comer isso todo dia vai dar muito pum.

“Lula”, segurando os ombros de “Dilma” e conduzindo-a à “cadeira presidencial” – Eu sei, mas eu quero que você esquente a cadeira pra mim. Assim, quando eu voltar, vai estar bem quentinha… He, he, he…

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Os Ministros de Dilma

Do Luis Nassif

A presidente eleita, Dilma Rousseff, convidou a deputada Iriny Lopes (PT-ES) para comandar a Secretaria das Mulheres e o deputado eleito Afonso Florence (PT-BA) para o Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Os nomes foram formalizados na manhã de hoje. Os dois petistas fecham os 37 ministros que tomam posse ao lado de Dilma no dia 1º de janeiro. Nenhuma nova pasta foi criada.

O PT ficará com quase a metade das pastas da Esplanada --17. Também controlará o maior orçamento livre, R$ 56 bilhões em valores de 2010. O PMDB, do vice Michel Temer, ficou com seis pastas, mas perdeu peso político.

O PSB fechou sua cota sem conseguir aumentar seu espaço. Ciro Gomes também não entrou no primeiro escalão.

Na negociação, prevaleceu um dos desenhos iniciais, com duas pastas. Na Integração, com Bezerra Coelho, indicado pelo governador de Pernambuco e presidente do partido, Eduardo Campos, e Portos com Cristino, indicado por Cid Gomes.

A negociação com o PSB conseguiu ser mais difícil e demorada que as conversas para acomodar o PMDB. Tanto que, nos momentos finais das negociações, Dilma decidiu não juntar a secretaria de Portos com o setor aéreo, como esperava o PSB.

PC do B, PR, PP e PDT ficaram com o mesmo espaço conquistado no governo Lula.

Dilma também aumentou o número de mulheres, passando de três para nove. Ela ainda decidiu manter dez ministros de Lula --sendo que alguns foram deslocados-- e reconduzir outros três que já fizeram parte da atual gestão --praticamente um terço do total.

Confira o ministério de Dilma:

PT
Guido Mantega (Fazenda)
Alozio Mercadante (Ciência e Tecnologia)
Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral)
José Eduardo Cardozo (Justiça)
Antonio Palocci (Casa Civil)
Paulo Bernardo (Comunicações)
Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio)
Miriam Belchior (Planejamento)
Ideli Salvatti (Pesca)
Maria do Rosário (Direitos Humanos)
Fernando Haddad (Educação)
Alexandre Padilha (Saúde)
Luiza Bairros (Igualdade Racial)
Tereza Campelo (Desenvolvimento Social)
Luiz Sérgio (Secretaria de Relações Institucionais)
Iriny Lopes (Secretaria das Mulheres)
Afonso Florence (Desenvolvimento Agrário)

PMDB
Wagner Rossi (Agricultura)
Pedro Novais (Turismo)
Garibaldi Alves (Previdência)
Edson Lobão (Minas e Energia)
Moreira Franco (Secretaria de Assuntos Estratégicos)
Nelson Jobim (Defesa) - Cota pessoal

PR
Alfredo Nascimento (Transportes)

PDT
Carlos Lupi (Trabalho)

PP
Mário Negromonte (Cidades)

PC do B
Orlando Silva (Esporte)

PSB
Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional)
Leônidas Cristiano (Portos)

Sem filiação partidária
Alexandre Tombini (Banco Central)
Helena Chagas (Comunicação Social)
Antonio Patriota (Relações Exteriores)
Izabella Teixeira (Meio Ambiente)
Ana de Hollanda (Cultura)
Luís Inácio Lucena Adams (Advocacia-Geral da União)
Jorge Hage (Controladoria-Geral da União)
José Elito Carvalho Siqueira (Gabinete da Segurança Institucional)