terça-feira, 30 de agosto de 2011

Prof. Erasmo e o Número de Vereadores

Do Blog do Prof. Erasmo

NÚMERO DE VEREADORES EM SALTO


O Jornal Estância aqui de Salto, está fazendo um abaixo assinado junto à sociedade, com o objetivo de transformar o documento em Projeto de Lei, de iniciativa popular, para o número de vereadores da cidade não ser ampliado. Hoje são 11 vereadores e com certeza vai aumentar para 17.
     
Na realidade o número de vereadores de Salto não vai aumentar. Apenas vai voltar ao número que era de 1989 a 2004. A ausência de leis claras e complementares, sobre o número de vereadores nos 5 564 municípios, contribuiu para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) reduzir o número de vereadores à revelia do Congresso Nacional, em várias cidades.
  
O problema dos vereadores não é o número deles e sim a qualidade do serviço prestado. Os vereadores precisam trabalhar articulados com a sociedade, em seus mais diversos segmentos. Não há mais espaço para vereador bonzinho, assistente social de seus eleitores, compradores de votos e puxa-saco do executivo e de empresários.

Vereador precisa olhar o município e a sociedade como um todo e não apenas seus eleitores. Eu assinei o abaixo-assinado, com o objetivo de contribuir para um debate, mesmo sabendo que a cidade merece 17 vereadores, inclusive com assessoria, para melhor prestar serviço para a sociedade, fortalecendo o Poder Legislativo Municipal, hoje saco de pancada da imprensa e de grande parcela da comunidade.

O número de vereadores em Salto a partir de 2005 diminuiu e os gastos da Câmara aumentaram. Está aí o exemplo de que menos vereadores não significa menos gastos. Salto é uma cidade como outra qualquer, do ponto de vista institucional. A Câmara de Salto, comparando com outras cidades do mesmo porte, com certeza é uma das que menos gasta.

Não se faz política sem partido. Os partidos políticos de Salto são a favor do número de vereadores, voltar para 17, inclusive dos vereadores que se dizem (...) contra. Temos que tomar cuidado, fortalecer este poder, porque de repente pode aparecer abaixo assinado para fechar o legislativo.

Se os partidos estão em crise, a política está instável. O que fazer? Reforma Política, diminuindo o número de partidos,  implantando a fidelidade partidária, o financiamento público de campanha e maior fiscalização da sociedade junto aos partidos políticos. Partido político forte significa democracia forte e partido político fraco, significa democracia frágil. 


Banda Marcial Faz Bonito

Do Orkut do Vereador Garotinho



A Banda Marcial da Estância Turística de Salto (BanMETS) participou durante o dia de ontem (Domingo 28 de Agosto) do 2º Concurso de Bandas e Fanfarras da Cidade de Pirapora organizado pela Prefeitura daquela Cidade e pela Ocifaban, órgão que congrega as Bandas e Fanfarras do Estado de São Paulo. 

Concorrendo na Categoria Juvenil e Senior os Integrantes da BanMETS conseguiram trazer para Salto 8 TROFÉUS; concorrendo com Bandas que estão a mais tempo na estrada. Os representantes de Salto mostraram que têm determinação e garra na Avenida.

Na Categoria Juvenil ficou assim colocada:

Corporação  Musical 2º Lugar

Corpo Coreográfico 2º Lugar

Baliza 2º Lugar com a Baliza: Jéssica Caroline Dario

Mor 2º Lugar com o Mor: Luis Gustavo da Silva Lima

Na Categoria Senior a posição foi a seguinte

Corporação Musical 3º Lugar

Corpo Coreográfico 2º Lugar

Baliza 3º Lugar com a Baliza: Larissa Groninger

Mor: 1º Lugar com o Mor : Luis Gustavo da Silva Lima que desfilou pela 1ª vez como Mor e realizou cerca de 30 dias de ensaio

Lembro ainda que a Banda Marcial atingiu o índice para participar da Final Estadual em 17 e 18 de Setembro na Cidade de Presidente Prudente e por não ser afiliada á entidade, não poderá participar desta próxima etapa. A Banda Marcial de Salto está com 4 anos e meio de formação e como Banda Marcial tem cerca de 2 anos. Quando criamos a Banda Marcial em 2007 pensamos em algo que pudesse ajudar a levantar a auto-estima de nossa Juventude e BanMETS tem hoje cerca de 70 integrantes entre Corpo Musical e Coreográfico. Já acertei para dia 7 de Setembro apresentação em Alumínio. 


domingo, 28 de agosto de 2011

Israel e a Tortura Infantil

Do Fora de Pauta do Brasilianas

Tradução de texto publicado no The Independent

How Israel takes its revenge on boys who throw stones


O menino, pequeno e frágil, está lutando para ficar acordado. Sua cabeça pende para o lado, a certa altura caindo sobre o peito. “Levanta a cabeça! Levanta!”, grita um dos interrogadores, estapeando o menino. Mas ele a essa altura não parece mais se importar, porque está acordado por pelo menos doze horas desde que foi tirado de casa e separado dos pais às duas da manhã, sob a mira de uma arma. “Eu gostaria que vocês me soltassem”, ele choraminga, “assim eu poderia dormir um pouco”.

Durante o vídeo, de quase seis horas, o palestino Islam Tamimi, de 14 anos de idade, exausto e amedrontado, é continuamente pressionado, a ponto de começar a incriminar homens de sua vila e a tecer lendas fantásticas que, acredita, seus tormentadores querem ouvir.

Estas imagens raras, vistas pelo Independent, oferecem uma janela num interrogatório israelense, quase um rito de passagem que centenas de crianças palestinas acusadas de atirar pedras enfrentam todo ano.

Israel tem defendido fortemente seu comportamento, argumentando que o tratamento dados aos menores melhorou vastamente com a criação de uma corte militar juvenil dois anos atrás. Mas as crianças que enfrentaram a dura justiça da ocupação contam uma história bem diferente.

“Os problemas começam muito antes de as crianças serem trazidas para o tribunal, começam com a prisão delas”, diz Naomi Lalo, uma ativista do No Legal Frontiers, um grupo israelense que monitora os tribunais militares. É durante os interrogatórios que o destino da criança  “é decidido”, ela diz.

Sameer Shilu, de 12 anos, estava dormindo quando soldados derrubaram a porta da frente da casa dele uma noite. Ele e o irmão mais velho sairam do quarto com os olhos embaçados para encontrar seis soldados destruindo a sala-de-estar.

Checando o nome do menino na carteira de identidade do pai, o oficial israelense parecia “chocado” quando viu que precisava prender uma criança, disse o pai de Sameer, Saher. “Eu disse, ‘ele é muito jovem: por que você o quer?’ ‘Eu não sei’, ele respondeu”. Vendado e com as mãos dolorosamente atadas por algemas plásticas nas costas, Sameer foi colocado em um Jeep, com o pai gritando que não tivesse medo. “Nós choramos, todos nós”, o pai diz. “Eu conheço meus filhos; eles não atiram pedras”.

Nas horas que antecederam o interrogatório, Sameer foi mantido vendado e algemado, sem poder dormir. Eventualmente levado para um interrogatório sem um advogado ou parente presente, um homem o acusou de participar de uma demonstração e mostrou imagens de um menino atirando pedras, dizendo que era ele.

“Ele disse, ‘este é você’ e eu disse que não era eu. Então ele me perguntou, ‘quem são eles?’ e eu disse que não sabia”, Sammer conta. “A certa altura, o homem começou a gritar comigo, me agarrou pelo colarinho e disse ‘eu vou jogar você pela janela e te bater com um pau, se você não confessar’”.

Sameer, que se disse inocente, teve sorte; ele foi solto algumas horas depois. Mas a maior parte das crianças é amedrontada a ponto de assinar uma confissão, sob ameaça de violência física ou contra as famílias, como a da retirada das permissões de trabalho.

Quando uma confissão é assinada, os advogados geralmente orientam as crianças a aceitar um acordo e a servir uma sentença de prisão, mesmo que não sejam culpadas. Alegar inocência quase sempre representa longas ações no tribunal, durante as quais a criança quase sempre fica presa. Sentenças em favor das crianças são raras. “Numa corte militar, você deve saber que não deve procurar por justiça”, diz Gabi Lasky, uma advogada israelense que representou crianças.

Existem muitas crianças palestinas em vilas da Cisjordânia sob a sombra do Muro israelense da separação ou de assentamentos judaicos em terras palestinas. Onde grandes protestos não-violentos se deram como forma de resistência, existem crianças que atiraram pedras e patrulhas de Israel nessas vilas são comuns. Mas advogados e grupos de defesa dos Direitos Humanos protestam contra a política de Israel de tornar alvo as crianças de vilas que resistem à ocupação.

Na maioria dos casos, crianças de até 12 anos de idade são arrancadas da cama à noite, algemadas e vendadas, ficam sem dormir ou sem comida, são submetidas a longos interrogatórios e então forçadas a assinar confissões em hebreu, um idioma que poucas tem capacidade de ler.

O grupo de Direitos Humanos B’Tselem concluiu que “os direitos dos menores são severamente violados, que a lei quase sempre fracassa na proteção de seus direitos, e que os poucos direitos dados a eles sob a lei não são implementados”.

Israel alega que trata os menores palestinos no espírito de sua própria lei para jovens mas, na prática, este é raramente o caso. Por exemplo, crianças não deveriam ser presas à noite, advogados e parentes deveriam estar presentes durante os interrogatórios e é preciso ler os direitos para as crianças presas. Mas Israel trata isso como comportamento recomendando, não como exigência legal, e os direitos das crianças são frequentemente violados. Israel considera jovens israelenses como crianças até 18 anos, enquanto palestinos são vistos como adultos a partir dos 16 anos de idade.

Advogados e ativistas dizem que mais de 200 crianças palestinas estão em prisões israelenses. “Se você quer prender estas crianças, se quer julgá-las”, diz a srta. Lalo, “tudo bem, mas faça isso de acordo com a lei de Israel. Dê a elas os seus direitos”.

No caso de Islam, o menino do vídeo, a advogada dele, srta. Lasky, acredita que o vídeo é prova de sérias irregularidades no interrogatório.

Em particular, o interrogador não disse a Islam que ele tinha direito de ficar calado, e o menino foi ouvido sem a advogada, que tentou vê-lo mas não conseguiu. Em vez disso, o interrogador pediu a Islam que contasse tudo a ele e aos colegas, sugerindo que se fizesse isso ele seria solto. Um interrogador sugestivamente socou uma das mãos, fechada, na palma da outra.

Ao final do interrogatório Islam, chorando entre soluços, sucumbiu aos interrogadores, aparentemente dando a eles o que queriam ouvir. Numa página de fotografias, a mão do menino se moveu sobre as imagens, identificando moradores da vila que mais tarde seriam presos por protestar.

A srta. Lasky espera que a divulgação do vídeo mude o tratamento das crianças presas nos territórios ocupados, em particular na forma como são usadas para incriminar outros, o que advogados alegam é o principal objetivo dos interrogadores. O vídeo ajudou a conseguir a soltura de Islam, do presídio para prisão domiciliar, e pode levá-lo a ser inocentado das acusações de atirar pedras. Mas, neste momento, um Islam silencioso não acredita em sua sorte. A metros de sua casa em Nabi Saleh fica a casa de uma prima, cujo marido está preso à espera de julgamento junto com uma dúzia de outros com base na confissão do menino.

A prima é magnânima. “Ele é uma vítima, ele é apenas uma criança”, diz Nariman Tamimi, de 35 anos, cujo marido, Bassem, de 45 anos, está na prisão. “Não devemos culpá-lo pelo que aconteceu. Ele estava sob enorme pressão”.

A política de Israel tem sido bem sucedida num sentido: criar medo entre as crianças e evitar que elas participem de futuras manifestações. Mas as crianças ficam traumatizadas, sujeitas a pesadelos e a molhar a cama à noite. A maioria acaba perdendo o ano escolar, ou abandona a escola.

Os críticos de Israel dizem que a política em relação às crianças palestinas está criando uma nova geração de ativistas com os corações cheios de ódio contra Israel. Outros dizem que ela mancha o caráter do país. “Israel não tem nada que prender estas crianças, julgá-las ou oprimí-las”, a srta. Lalo diz, com os olhos marejados. “Elas não são nossas crianças. Meu país está fazendo muitas coisas erradas e as justificando. Nós deveríamos servir de exemplo, mas nos tornamos um estado opressor”.

Números de crianças detidas

7000. O número estimado de crianças palestinas detidas e processadas pelos tribunais militares israelenses desde 2000, de acordo com relatório do Defesa Internacional de Crianças Palestinas (DCIP)

87. Porcentagem de crianças submetidas a alguma forma de violência física durante a custódia. Cerca de 91% tiveram os olhos vendados em algum momento da detenção.

12. A idade mínima de responsabilidade criminal, conforme estipulado pela Ordem Militar 1651.

62. Porcentagem das crianças presas entre meia-noite e 5 da manhã.

O Ponto Sem Retorno - Artigo

Do Luis Nassif

Veja chegou a um ponto sem retorno. Em plena efervescência do caso Murdoch, com o fim da blindagem para práticas criminosas por parte da grande mídia no mundo todo, com toda opinião esclarecida discutindo os limites para a ação dá mídia, ela dá seu passo mais atrevido, com a tentativa de invasão do apartamento de José Dirceu e o uso de imagens dos vídeos do hotel, protegidas pelo sigilo legal.

Até agora, nenhum outro veículo da mídia repercutiu nenhuma das notícias: a da tentativa de invasão do apartamento de Dirceu, por ficar caracterizado o uso de táticas criminosas murdochianas no Brasil; e a matéria em si, um cozidão mal-ajambrado, uma sequência de ilações sem jornalismo no meio.

Veja hoje é uma ameaça direta ao jornalismo da Folha, Estadão, Globo, aos membros da Associação Nacional dos Jornais, a todo o segmento da velha mídia, por ter atropelado todos os limites. Sua ação lançou a mancha da criminalização para toda a mídia.

Quando Sidney Basile me procurou em 2008, com uma proposta de paz – que recusei – lá pelas tantas indaguei dele o que explicaria a maluquice da revista. Basile disse que as pessoas que assumiam a direção da revista de repente vestiam uma máscara de Veja que não tiravam nem para dormir.

Recusei o acordo proposto. Em parte porque não me era assegurado o direito de resposta dos ataques que sofri; em parte porque – mostrei para ele – como explicaria aos leitores e amigos do Blog a redução das críticas ao esgoto que jorrava da revista. Basile respondeu quase em desespero: "Mas você não está percebendo que estamos querendo mudar". Disse-lhe que não duvidava de suas boas intenções, mas da capacidade da revista de sair do lamaçal em que se meteu.

Não mudou. Esses processos de deterioração editorial dificilmente são reversíveis. Parece que todo o organismo desaprende regras básicas de jornalismo. Às vezes me pergunto se o atilado Roberto Civita, dos tempos da Realidade ou dos primeiros tempos de Veja, foi acometido de algum processo mental que lhe turvou a capacidade de discernimento.

Tempos atrás participei de um seminário promovido por uma fundação alemã. Na mesa, comigo, o grande Paulo Totti, que foi chefe de reportagem da Veja, meu chefe quando era repórter da revista. Em sua apresentação, Totti disse que nos anos 70 a revista podia ser objeto de muitas críticas, dos enfoques das matérias aos textos. "Mas nunca fomos acusados de mentir".

Definitivamente não sei o que se passa na cabeça de Roberto Civita e do Conselho Editorial da revista. Semana após semana ela se desmoraliza junto aos segmentos de opinião pública que contam, mesmo aqueles que estão do mesmo lado político da publicação. Pode contentar um tipo de leitor classe média pouco informado, que se move pelo efeito manada, não os que efetivamente contam. Mas com o tempo tende a envergonhar os próprios aliados.

Confesso que poucas vezes na história da mídia houve um processo tão clamoroso de marcha da insensatez, como o que acometeu a revista.


Financiamento Público de Campanha Rejeitado em SP

E você? Já pensou nisso???

Da Carta Capital

Eleitores paulistas rejeitam o financiamento público de campanha. Foto: Marcello Casal Jr/ABR

“Não sei muito bem quem paga as campanhas eleitorais e creio que as doações de empresas aumentam a corrupção, mas não quero que o dinheiro público seja usado para patrocinar as eleições. Não gosto de corrupção, mas muitas vezes penso que as eleições deveriam ser bancadas exclusivamente pela iniciativa privada”. Contraditório e nada politizado, esse é o pensamento predominante dos eleitores brasileiros. É o que demonstra uma pesquisa feita pela agência de comunicação APPM (Análise, Pesquisa e Planejamento de Mercado) sobre o financiamento público exclusivo das campanhas, priorizado no relatório da reforma política que tramita na Câmara.

A APPM ouviu mil eleitores por telefone, entre os dias 16 e 17 de agosto, na cidade de São Paulo, que é representativa do País no tema. Perguntou primeiro se eles são a favor ou contra o financiamento público integral das campanhas. Um total de 81% dos entrevistados declararam-se contrários, 12% favoráveis e 6% não souberam responder. Em seguida, a agência de comunicação perguntou se sabiam se o atual sistema de financiamento mescla dinheiro público e privado. Quase metade, ou 45%, não tinham conhecimento.

Na sequência, 84% dos entrevistados disseram que o fato de um candidato receber doações de empresas aumenta as chances de corrupção política. Mesmo assim, 54% afirmaram que as campanhas eleitorais devem ser financiadas exclusivamente com doações particula-res. Outros 15% defenderam a exclusividade do financiamento público, 11% o atual sistema misto e 20% disseram não saber. Os porcentuais de entrevistados que não tinham opinião cresceram nas faixas de menor escolaridade.

“A população realmente não quer que o seu dinheiro seja usado em campanhas. Ela acredita que o financiamento privado aumenta as chances de corrupção, mas a questão central para ela é o dinheiro”, avalia o especialista em pesquisa e marketing político da APPM, Antonio Prado Júnior, o Paeco. Na avaliação do especialista, as respostas estão muito relacionadas ao descrédito genérico dos políticos. Os brasileiros ainda precisam de um amplo debate sobre o financiamento público, segundo avalia.

Supondo que a reforma política seja feita como o PT e o ex-presidente Lula desejam, com o financiamento público integral em 2014, do ponto de vista do marketing a situação será, no mínimo, desafiadora. Considerando a rejeição que os eleitores demonstram -pelas -campa-n–has-, ao saber que passaram a -pagá-las -integralmente, “ficarão absolutamente indispostos, mesmo com o horário eleitoral”. Segundo Paeco, significa que os políticos enfrentarão um eleitorado muito mais crítico, um eleitor que diz “e eu estou pagando tudo isso”.  Na análise do especialista, “a campanha mais limpa e o cumprimento das promessas pelos candidatos serão as grandes demandas”.

Relator da reforma na Câmara, o deputado petista Henrique Fontana afirma que a pesquisa é significativa porque demonstra também que os brasileiros não sabem quanto custa o atual- modelo. Para ele, quando o sistema for mudado e a iniciativa privada parar de ajudar a patrocinar a democracia, o eleitor ficará a favor do financiamento público.

“O eleitor vai descobrir que o financiamento privado é pago por ele também, pois os doa-dores incorporam os valores gastos em seus custos, que são repassados aos produtos, ou usam da via da ilegalidade para ser favorecidos financeiramente pelo poder público, principalmente com a corrupção. Então, de todo modo, é o cidadão quem paga a conta das campanhas eleitorais”, afirma Fontana. 
 

Faça Como o Devanir: Diga NÃO AO LIXO!!!

Do VioMundo

por Conceição Lemes

Desde quarta-feira, 24 de agosto, quando Gustavo Nogueira Ribeiro, repórter da Veja, foi flagrado pela camareira, tentando invadir o apartamento de José Dirceu no Hotel Naoum, em Brasília, era previsível que mais uma “aula” de jornalismo esgoto estava a caminho. Não deu outra. Com capa e tudo.

Com a manchete “José Dirceu mostra que ainda manda em Brasília”, Veja chegou este final de semana às bancas. Logo no olho diz: “Com ‘gabinete’ instalado em um hotel, ex-ministro recebe autoridades da República para, entre outras atividades, conspirar contra o governo Dilma”.

A matéria traz uma sequência de dez fotos, provavelmente extraídas da câmera de segurança, tiradas do andar em que fica o apartamento de José Dirceu. Numa delas, aparece o próprio. Nas demais, ministros, deputados, senadores que lá estiveram.

Entre eles, o deputado federal Devanir Ribeiro (PT-SP), que, aparentemente, está acompanhado de duas pessoas, cujos rostos foram disfarçados pela revista para não serem reconhecidos. Legenda da foto:

07/6/2011 – 20:22:42 – Duração: 25 minutos | Deputado Devanir Ribeiro, PT: “Faz muito tempo que eu não vejo o Zé Dirceu. Nem lembro quando foi a última vez” – Reprodução/Veja

No início da noite desse sábado, conversei com Devanir: “Eu não li ainda a matéria. Encontrei hoje o Vacarezza [deputado federal Cândido Vacarezza, líder do governo na Câmara] num debate, ele me falou. Eu não leio, não compro, não recomendo e não dou entrevista à Veja há vários anos”.

Pedi-lhe para abrir uma exceção, para comentar o que foi publicado. Topou. Como havíamos combinado, voltei a ligar no final da noite desse sábado. Devanir foi logo dizendo:

“Que matéria mais besta? Francamente não sei o que estão querendo com ela. Intrigar o Zé com a Dilma? Jogar a Dilma contra o Zé? Besteira! Dizer que o pessoal do PT frequenta o Naoum?! Vários parlamentares do PT que não têm apartamento funcional ficavam e ficam lá hospedados. Que o Zé faz política, qual a novidade?! É um direito dele. O Zé é um cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. É um quadro importante do PT  que fez parte das lutas democráticas do Brasil nas últimas décadas. É uma pessoa que eu respeito”.

Viomundo – Segundo a Veja, o senhor disse que faz tempo que não vê o José Dirceu e nem se lembrava de quando tinha sido a última vez que o tinha encontrado. Diz também que o  senhor teria estado no apartamento do José Dirceu em 7 de junho. É isso mesmo que aconteceu?
Devanir Ribeiro – Primeiro, gostaria repetir. Vários parlamentares do PT ficavam e ficam no Naoum. De modo que, de vez em quando, eu vou até lá, sim, para encontrar algum companheiro.

Segundo, eu fui ao Naoum aquele dia — não sei se em 7 de junho como afirma a Veja — para buscar alguns companheiros do Pará e levar para uma reunião que iria acontecer em seguida na minha casa. Ao chegar na portaria,  liguei para um deles, que pediu para eu subir. O Zé atendeu,  cumprimentei-o, ele  estava atendendo umas ligações, conversamos um pouco e fomos embora.

Eu não tinha NENHUMA audiência marcada com o Zé Dirceu. E se tivesse, assumiria. Qual o problema? Nenhum. Sou político, tenho de fazer política. O Zé, a mesma coisa.

Viomundo – E essa história de que o senhor não se lembrava de ter o encontrado o José Dirceu?
Devanir Ribeiro – Veja bem. O Zé é dirigente partidário, logo a gente vive  se cruzando em reuniões do PT, assim como com os demais companheiros do PT.
Como eu não havia solicitado audiência ao Zé Dirceu, eu, na hora, inicialmente, não me lembrei que tinha passado pelo Naoum, pra pegar o pessoal.

Viomundo – Então o que disse para o jornalista?
Devanir Ribeiro – Tem uma coisa importante que eu quero esclarecer. Há alguns dias um repórter da Veja me ligou, querendo marcar um horário para conversar comigo.  Eu disse NÃO. Disse o que já disse a você: que não lia, não assinava, não recomendava nem dava para a Veja em função do péssimo jornalismo que ela faz. Acrescentei ainda que estava processando a Veja.

O repórter disse: “Ah, mas eu sou novo!”.

Eu contrapus: “Você é novo, mas a revista é velha”.

A coisa morreu aí. Só que num outro dia outro repórter me ligou, perguntando se eu não achava estranho o Zé Dirceu receber um monte de gente em Brasília.Respondi que achava   normal, já que o Zé conhece muita gente. Aí, ele me perguntou quando tinha sido a última vez que eu tinha encontrado o Zé. Inicialmente, respondi: “Eu não me lembro”. Mas, em seguida, falei: “Foi no Rio de Janeiro há uns 15 dias na reunião do diretório nacional do PT.

Viomundo – Mas o repórter não citou o Rio de Janeiro na legenda da foto…
Devanir Ribeiro – Eu disse, mas ele colocou só o começo da minha fala.

Viomundo – Esse segundorepórter se identificou como da Veja?
Devanir Ribeiro – Não! Se tivesse dito, não teria respondido nada.

Viomundo – O senhor lembra o nome dos dois repórteres que lhe telefonaram?
Devanir Ribeiro – Não. Não, mesmo. Mas são jornalistas que eu nunca ouvi falar o nome.

Viomundo – O senhor está processando a Veja. Por quê?
Devanir Ribeiro – Na época do dito “mensalão”, que nunca existiu, saiu publicado que uma funcionária minha, Maria Aparecida da Silva, tinha ido ao Banco Rural e sacado dinheiro.

Na época, o meu advogado pesquisando na internet percebeu que o número de dígitos da carteira de identidade da Maria Aparecida envolvida não batia com o que temos em São Paulo. Aí, descobriu que não tinha nada a ver com a minha secretária. Foi a minha sorte.

Aliás, no Brasil, o que não falta é Maria Aparecida da Silva (risos), concorda?

A Globo se retratou. A Veja, não. Eu resolvi processá-la, pois como diz o meu advogado: “Se você é acusado injustamente e fica quieto, é como se admitisse a culpa. Por isso tem de processar, mesmo.  Se você não processar, vão dizer que você é culpado”. Então processei. Não desisto.

Não importa o tempo que demorar. Estou fazendo uma poupança para os meus netos. A Veja não se emenda.  Não está preocupada com a verdade. Aliás, o jornalismo brasileiro está cada vez pior. Aonde vamos parar com esse jornalismo tão podre, tão mentiroso, tão malfeito?

Lembrando a História

O vídeo abaixo, retirado do Blog Tijolaço, é um rápido discurso do deputado Brizola Neto, lembrando o movimento desencadeado em 1961 para impedir o golpe militar já naquele ano, quando da tentativa de não garantir-se a posse de João Goulart, depois da renúncia de Jânio Quadros. O movimento adiou o golpe, e poucos ou quase ninguém se lembra dele. Vamos então ao vídeo:


sábado, 27 de agosto de 2011

"Candelária Nelas" - Artigo

Da Carta Capital

Megaexposição de casos envolvendo crianças funciona, vira espécie de reality show, e raivosos (ofendidos) se manifestam para cuspir ignorância e sugerir novas chacinas

Ninguém gosta de ser roubado. Ninguém gosta pagar impostos e topar com ineficiência da gestão pública que nos empurra a contratar serviços de saúde, educação e segurança particulares, embutidos nas travas do carro blindado de fechamento automático, do alarme do portão de casa, nas cercas elétricas, de arame farpado ou cacos de vidro juntados no muro, nos vigias contratados pela direção do condomínio, da escola dos filhos, do prédio do escritório ou da balada.

É revoltante descer do carro e reencontrá-lo, minutos depois, riscado, amassado, estourado, sem o aparelho de som. Ou voltar para casa e se deparar com a porta arrombada, o armário revistado, limpo. Ou sentir algo escapar dos bolsos ou das mãos durante um passeio apressado após um encontrão previamente estudado por alguém que acaba de fugir com seu celular, ou iPod, ou carteira, ou boné.

Dizer tudo isso não é nada mais que babar no lugar-comum. Mas é necessário que se diga: na semana retrasada, manifestei, por aqui, certo desconforto com o tratamento dispensado a um grupo de garotas que promoviam arrastões na região da Vila Mariana, em São Paulo. Chamava a atenção a falta de cuidado da própria mídia, especialmente a televisiva, que, sabendo dos medos contidos na população, pintava as meninas como ponto nevrálgico dos distúrbios de toda ordem pública de uma cidade de 11.253.503 habitantes.

A ideia era apenas chamar a atenção para a desproporção da revolta da opinião pública diante do caso. Pensava, e ainda penso, que os motivos não eram outros se não uma manifestação de classe. Porque a rua é, e sempre foi, o espaço de transgressões, tanto pelo filho do rico como para o filho dos pobres. Só que somente um deles é chamado de “marginal”. Somente um deles é convidado ao extermínio. Somente um deles é visto como câncer moral. Diante de uma câmera de tevê, a mãe de uma das meninas da “gangue”, aparentemente mentora dos crimes, foi flagrada lamentando que a filha havia marcado bobeira por ter voltado ao lugar do delito.

A exploração, a esperteza, a ideia de se dar bem a todo custo acabava de ganhar um rosto, uma representante. Sabendo disso, as emissoras de tevê apostaram no tema e criaram o que pode ser considerado um case. Voltaram às ruas e divulgaram novos flagrantes, desta vez de depredações. Cena 1: um grupo de crianças invade um hotel, na região da Paulista, rouba uma carteira, e corre. Cena 2: elas são encontradas pela polícia. Cena 3: são levadas para o encarceramento. A sede do conselho tutelar não tem grades, mas a tática é a mesma: câmeras posicionadas para mostrar a reação delas ao serem enjauladas numa sala. Cena 4: elas se revoltam e arremessam objetos contra as câmeras. Numa das cenas, um garoto é levado pelos braços por um policial. Caminhava até calmamente até que, de novo, é alvejado pela câmera. E tome voadora contra o paparazzi. Numa das emissoras, a repórter chega a se queixar do deboche das crianças ao se verem expostas numa Kombi e mostrando os dedos para a equipe. Ultrajante.

A insistência no assunto deu força, mais uma vez, a toda espécie de discurso pró-extermínio.

Nunca é bom duvidar do quanto a ala raivosa da elite nacional (é preciso soletrar ou desenhar: nem toda a elite é raivosa) é incapaz de compreender o preço pago por tratar como animais grupos historicamente marginalizados. Nem do potencial destruidor de suas (nossas) ações ao incentivar ou se omitir diante do subemprego, dos maltratos, das remoções que empurram populações inteiras morro acima. Ou quando ignoramos os abismos de oportunidades que são negadas a determinados grupos que não tiveram acesso a determinados luxos. Como tomar banho.

Muitos, ao lerem o texto da semana passada, chatearam-se com o termo “elite raivosa” do título. Responderam com mais raiva. E, nos comentários do artigo, espaço criado para apimentar o debate, pintaram sua autocaricatura. Nada demais: o ódio, nesse caso, é apenas construção de um inimigo que justifica nossos medos. No caso, o de sair às ruas e correr o risco de perder muito do pouco que se tem, que se acumula; o pouco do muito que garante a sensação de dignidade. “Pois pagos meus impostos.” “Pois trabalho feito louco.” “Pois sou um consumidor lesado.” Como se, de novo, as obrigações financeiras (que já chegaram à favela, diga-se) fossem salvo-conduto para alargar ainda mais o fosso em relação a essa “gentinha diferenciada”. Fosso que dá a garantia para se viver vidas sem-graças, trancadas nos cadeados do próprio medo e hipocondria. Morrendo um pouco a cada dia. E acreditando que, eliminando uma dúzia de crianças de rua, e a mãe delas, estarão a salvo de vidas sem sentido, do medo do fracasso, da perda, da opressão; do fim, enfim.

É um direito delas viver assim: sem entender para que trabalha e paga tantos impostos, afinal. Mas a brincadeira, um dia, perde a graça. Na quarta-feira 24, um dos raivosos resolveu dar sua contribuição para o debate democrático. Em sua manifestação, disse ser até favorável à ressocialização das meninas. Mas que, se reincidissem, “Candelária nelas”. A referência à chacina, ocorrida no Rio de Janeiro, em 1993, talvez recebesse aplausos se não fosse devidamente removida. O episódio resultou na morte de seis crianças, moradoras de rua que dormiam perto da igreja. Os motivos da chacina até hoje é desconhecida. E nada indica que estamos longe de uma versão paulistana do episódio.

Foi só por temer novas Candelárias (e novos partidos nacional-socialistas que pregam o resgate da dignidade de uma população para defender a destruição de outra) que decidi voltar ao tema. E reforço o que disse há duas semanas: as crianças não são o problema. O crime, sim, é um problema. E o é independentemente de classes e gênero. Como é a impunidade. E como é o apelo a soluções fáceis, higienistas, preguiçosas até, que sempre aparecem nessas horas de aparente descontrole.

Sim, vamos ao chavão: a classe média, como todos, tem direito de reivindicar segurança, educação, saúde e assistência. Tem direito de andar nas ruas sem sobressaltos. E de viver livre, como bem entender. Mas não é só ela que trabalha. Não é só ela que dá duro. Não é só ela que paga impostos. Trabalhar, dar duro ou pagar impostos dá a ela direito a uma série de reivindicações, menos o de pedir o direito de se viver num país segregado, onde a polícia e o Estado detêm o monopólio da violência, mas só podem descarregar suas armas em alguns – os “diferenciados”, sejam eles inocentes ou não, sejam seus crimes puníveis ou não.

É direito de todos pedir e lutar por um Estado mais justo, mais bem preparado, que encaminhe soluções definitivas para a criminalidade. Mas a questão, como lembrou a socióloga Helena Singer, em recente artigo para o portal O Aprendiz, passa pelo fortalecimento das próprias instituições. Algumas pessoas não sabem, mas política também se faz fora de Brasília. É feita também nos bairros onde são instalados conselhos tutelares. Se são insuficientes, podem ser rediscutidos, repensados, remodelados. A participação é bem-vinda, inclusive. É um caminho mais nobre, e mais interessante, do que enjaular as crianças, enfiar câmera na cara delas e esperar que rosnem para aumentar a audiência ancorada no medo da própria sombra de quem assiste.


O Escândalo VEJA Pela Vítima

Do Blog do Zé Dirceu

“Veja” atenta contra os princípios democráticos
Publicado em 27-Ago-2011

Depois de abandonar os critérios jornalísticos e a legalidade, a revista Veja abriu mão também dos princípios democráticos.

A matéria de capa desta semana foi realizada no mais clássico estilo de polícia privada, a serviço dos setores que a Veja representa. Viola o princípio constitucional da intimidade e infringe o Código Penal. Ignora o direito a julgamento e condena previamente.

A matéria é um amontoado de invenções e erros.

A revista obteve, não se sabe como, imagens do corredor do hotel onde me hospedo em Brasília. Com a relação de todas as pessoas que recebi, passou a questionar a todos sobre os motivos de se encontrarem comigo.

Os questionamentos não tinham como objetivo a apuração jornalística. A tese da revista de que conspirávamos contra o governo da presidenta Dilma já estava pronta. O objetivo era apenas o de constranger.

Manipulação dos fatos

Para tentar dar consistência à sua tese, Veja manipula os fatos para fazer o leitor crer que atuei para que Antonio Palocci deixasse a Casa Civil. Afirma, por exemplo, que três senadores petistas saíram da reunião comigo e, horas depois, recusaram-se a assinar uma nota em apoio a Palocci.

Uma rápida pesquisa no noticiário mostra que a reunião da bancada a que a matéria se refere ocorreu antes de meu encontro com os senadores. Às 15h30, os sites de notícia já divulgavam o resultado do encontro. Minha reunião, segundo a própria Veja, ocorreu às 15h52 e durou mais de 50 minutos.

Ontem, em nota no blog, denunciei a tentativa de um repórter da Veja de invadir meu quarto no hotel (leia mais). O jornalista Gustavo Ribeiro se hospedou em apartamento próximo ao meu, aproximou-se de uma camareira e, alegando estar hospedado na minha suíte, simulou que havia perdido as chaves e pediu que a funcionária abrisse a porta. Ela se recusou e comunicou o fato à direção do hotel, que registrou a tentativa de violação de domicílio em boletim de ocorrência no 5º Distrito Policial.

Outra tentativa frustrada de golpe

A reportagem da Veja tentou ainda outro golpe. O mesmo repórter fez-se passar por assessor da Prefeitura de Varginha, insistindo em deixar no meu quarto "documentos relevantes". Disse que se chamava Roberto, mas utilizou o mesmo número de celular que constava da ficha de entrada do hotel que preencheu com seu verdadeiro nome. O golpe não funcionou, porque minha assessoria estranhou o contato e não recebeu os tais “documentos”.

Reafirmo: Deixei o governo, não sou mais parlamentar. Sou cidadão brasileiro, militante político e dirigente partidário. Essas atribuições me concedem o dever e a legitimidade de receber companheiros e amigos, ocupem ou não cargos públicos, de qualquer partido, onde quer que seja, sem precisar dar satisfações à Veja acerca de minhas atividades.

Todas minhas atividades são públicas. Viajo pelo país, sou recebido por governadores, prefeitos, parlamentares, lideranças e, principalmente, pela militância petista. Dou palestras e realizo debates, articulo e participo da vida política do país, como dirigente do PT e cidadão. Não tenho nada a esconder.
 
Campanha contra mim não tem limites


A revista tem o claro objetivo de destruir minha imagem e pressionar a Justiça pela minha condenação. Sua campanha contra mim não tem limites.  Mas a Veja não fere apenas os meus direitos. Ao manipular fatos, ignorar a Constituição, a legislação e os direitos individuais, a revista coloca em risco os princípios democráticos e fere toda a sociedade.


Veja e Suas Trapalhadas Perigosas

É de se admirar quem ainda se presta a ler essa revista!!!

Da Rede Brasil Atual

São Paulo – A tentativa de invasão do quarto de hotel do ex-ministro José Dirceu por um repórter da revista Veja virou motivo de piada na internet. O tópico #VejaInvaders ocupou neste sábado (28) a lista de assuntos mais comentados na rede social Twitter.

No geral, os comentários oscilaram entre o cômico e o crítico. “Antigamente jornalistas usavam papel e caneta; depois, celular e Ipad; agora usam chave-mestra e pé de cabra”, registrou o usuário Maurício Caleiro. “@veja, por favor, invada o quarto do meu professor de processo civil,quero saber o que ira cair na prova!!!”, ironizou Thiago Dias Bitelli. “Seu repórter, vou viajar. Se o sr. vier aqui enxague umas cuecas que vou deixar no tanque. Ah, tem frango na geladeira”, acrescentou Gerson Carneiro, outro usuário.

De acordo com carta publicada no blog do ex-ministro, e que até o momento não foi desmentida pela publicação, o repórter Gustavo Nogueira Ribeiro empreendeu ao menos duas tentativas frustradas de invadir o quarto no hotel Naoum, em Brasília, onde está hospedado. “O @gnribeiro passou recibo quando fugiu do hotel sem pagar a conta. Repórter-invasor-caloteiro”, registrou Stanley Burburinho, influente perfil do microblog, para quem Veja queria implantar escutas no dormitório.

Na primeira tentativa, Ribeiro alegou a uma camareira que estava hospedado no mesmo quarto do ex-ministro. A funcionária não apenas lhe negou a chave como o denunciou à equipe de segurança do hotel. O repórter teria passado então a uma segunda investida, na qual afirmou ser um empresário do interior paulista que queria deixar documentos dentro do quarto de Dirceu. “Os procedimentos da Veja se assemelham a escândalo recentemente denunciado na Inglaterra”, ponderou o político, fazendo referência ao caso do tablóide News of the World, fechado depois que veio à tona que se valia de escutas telefônicas ilegais na apuração de reportagens.

“Se você assina Veja está apoiando atos terroristas, e o jornalismo de esgoto, cancele essa assinatura”, defendeu o bancário José Geraldo Filho em comentário no Twitter. Vários usuários se somaram aos pedidos para que seja investigada a revista e se abra uma discussão profunda sobre o papel da mídia no país. 

Denúncias

A edição desta semana da publicação da editora Abril dedica sua reportagem de capa à tentativa de mostrar que Dirceu segue atuante em Brasília. A publicação afirma ter obtido acesso a imagens do circuito interno de segurança do hotel que mostram encontros com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e senadores do PT e do PDMB. Para Veja, o ex-ministro tenta “conspirar contra o governo Dilma” e “infiltrar aliados no governo federal”.


Esquema de Escravidão Descoberto

Impressionante, mas ainda existe esse tipo de coisa. O que mais assusta são as grandes siderúrgicas que compram o resultado desse trabalho.

Da Rede Brasil Atual

São Paulo - A resposta que Paulo* recebeu quando tomou coragem para cobrar o salário atrasado foi uma saraivada de tiros. As balas não o atingiram e ele conseguiu fugir da carvoaria em que trabalhava. Saiu em busca de providências para dar um basta ao cotidiano de sofrimento que compartilhava com outros colegas migrantes de Minas Gerais que enfrentavam as mesmas condições desumanas de trabalho e de vida na região Norte de Goiás.

Após escapar do atentado, ele seguiu a pé da fazenda até o posto da Polícia Civil de Santa Terezinha de Goiás (GO). Deparou-se, porém, com a recusa dos policiais em registrar o episódio na forma de boletim de ocorrência. "Eles me disseram que só registrariam a queixa se eu tivesse com ele [autor dos disparos] lá. Como eu poderia estar com ele lá? Ele é poderoso na cidade. Dá medo", relatou Paulo* à Repórter Brasil

Mesmo assim, ele não desistiu. Determinado, dormiu na rodoviária e teve até que vender uma das poucas peças de roupa que ainda tinha para juntar os recursos necessários para chagar até uma unidade do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e relatar o ocorrido. Cumprida a missão, Paulo* foi brindado com o abrigo oferecido por uma entidade civil.

A operação organizada pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Goiás (SRTE/GO) a partir das indicações dele resultou na libertação de 69 pessoas de condições análogas à escravidão, incluindo cinco adolescentes entre 15 e 17 anos, que trabalhavam em 11 carvoarias.

"Trata-se de um dos maiores esquemas de exploração de trabalhadores já vistos em Goiás", declarou Roberto Mendes, que coordenou a fiscalização. Os flagrantes ocorreram em julho último e foram acompanhados pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pela Polícia Federal (PF).

Os empregados desmatavam a mata nativa do Cerrado, produziam carvão vegetal nos fornos e continuava até a entrega do produto em Minas Gerais. "Várias siderúrgicas compravam o carvão, mas não havia notas fiscais no local para apurarmos a cadeia produtiva", adicionou Roberto.

Descartados

A exploração criminosa de trabalhadores envolvia um grupo familiar que vinha atuando há mais de seis anos na produção e comercialização de carvão vegetal na região, sempre de forma irregular. São ao menos sete os envolvidos, todos de uma mesma família: Francisco Braz Cavalcante, conhecido como "Paraíba"; Francisco Cezar Cavalcante (pai de "Paraíba"); Marli Pereira Cavalcante (esposa do Paraíba); Pedro Braz Cavalcante (irmão de "Paraíba"); Cícero Aguiar Pereira Cavalcante (filho de "Paraíba"), além de Ricardo e Eduardo Braz Cavalcante (ambos sobrinhos do mesmo "Paraíba").

O acusado da tentativa de homicídio é Walter Lopes Cançado, que tem os apelidos "Nenzin" e "Nenzico", que também foi considerado como co-autor do crime de trabalho escravo pela equipe de fiscalização.

As propriedades fiscalizadas foram as seguintes: Fazendas Santa Cruz e Óregon, em Santa Terezinha de Goiás (GO); Fazendas Areião, Alegre Córrego Jatobá, Crixazinho e Jatobá, em Crixás (GO); Fazenda Mutum ou São Francisco, em Pilar de Goiás (GO); Fazenda Many, povoado de Mandinópolis, em Guarinos (GO); Fazenda Xavier ou Sete Estrelas, em Uirapuru (GO); e Fazenda Tarumã, em Nova Crixás (GO). Os proprietários das áreas citadas também serão responsabilizados pela fiscalização trabalhista.

As vítimas foram aliciadas em Paracatu (MG) e Mirabela (MG) por "gatos". O próprio "Nenzin" atuou como intermediário em alguns dos casos. "Eu estava em Minas [Gerais] procurando trabalho. Podia ser qualquer coisa - cana ou carvoaria. Aí o ´gato´ Nenzin me chamou e disse que o trabalho era bom, que eu ia ganhar até R$ 2 mil por mês. Fui, né?", descreveu Paulo*. Ele relatou que vem atuando há cinco anos em carvoarias e alega que já está habituado a viajar por diferentes Estados do páis em busca de trabalho.

Os migrantes resgatados em Goiás deixaram suas comunidades sem que o empregador cumprisse a Instrução Normativa nº 76, do MTE, que prevê um requerimento junto à agência mais próxima do órgão para a emissão da Certidão Declaratória para Transporte de Trabalhador (CDTT). 

O registro em carteira do trabalhador deve ser feito ainda no local de origem. "O descumprimento dessas obrigações caracteriza, em tese, os delitos previstos no art. 207 do Código Penal: crimes de aliciamento e de recrutamento de mão de obra", explicou o auditor fiscal Roberto. Por muitas vezes, completa o agente público, "os trabalhadores vinham sobre as carrocerias dos caminhões que transportavam carvão para aquele Estado". 

No desenrolar das inspeções, foram encontrados oito trabalhadores que passavam fome em um hotel em Santa Terezinha de Goiás (GO). Os auditores fiscais pagaram a alimentação do grupo. "Nos dias seguintes, mais trabalhadores foram encontrados na mesma situação. Todos eles foram encaminhados para um hotel, onde receberam abrigo e alimentação por conta da União durante 13 dias", contou o coordenador da fiscalização. 

Com a conclusão de determinados serviços, alguns eram abandonados pelos empregadores, sem nenhum dinheiro. "Descartados, eles se hospedavam em alguma pequena pousada à espera de um ´gato´ que pudesse pagar as dívidas pendentes e levá-los para outra carvoaria", disse Roberto.

Clique aqui para ler a matéria na íntegra na página da Repórter Brasil.


quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Colocando os Pingos em Todos os iiiss....

Presidenta exorciza aprendizes de feiticeiros da imprensa.....

Do Tijolaço



Acho que hoje, quem tinha alguma dúvida sobre a Presidenta Dilma ter percebido que sua ação – normal, adequada e correta – em favor da moralidade na administração estava se tornando, pela mão dos aprendizes de feiticeiro que scharam que isso era a “grande sacada de marketing”, uma verdadeira armadilha para o Governo.
 
Hoje, folheando o jornal O Globo, perdi a conta de matérias sobre suposta corrupção no Governo. Claro, dê um pingo de lama a certos bichos que eles transformam tudo em chiqueiro.
 
Dilma, hoje, deu um “chega-pra-lá” nesta história de transformarem-na em faxineira, uma governante que passo o dia ocupada em responder as acusações que, hoje, nem precisam de qualquer prova para virarem condenações.
 
Vou transcrever, porque é importante ser fiel ao que ela disse, sem tergiversar com a questão da honradez e dos princípios democráticos de direito. E lá em cima está o vídeo.
 
“Jornalista: É verdade mesmo que a senhora teria dito que não haverá mais demissões, Presidenta?

Presidenta: Só um pouquinho. Primeira coisa:

Jornalista: É verdade mesmo?

Presidenta: Só um pouquinho. Veja bem, essa pauta de demissões que fazem ranking não é adequada para um governo. Essa pauta, eu não vou jamais assumir. Não se demite nem se faz escala de demissão, nem se quer demissão todos os dias. Isso não é, de fato, Roma antiga.

Jornalista: Mas a senhora teria estancado isso mesmo?

Presidenta: Eu, qualquer, qualquer atividade inadequada, malfeito que for constatado no governo, mantida a presunção de inocência, eu tomarei providências. O que… Eu não sei de onde sai a informação de vocês, mas, tanto a forma como colocam a política do meu governo contra malfeitos, chamando-a de faxina, eu não concordo com isso, acho que isso é extremamente inadequado – e já disse isso para vocês uma vez… Eu acho o seguinte: que se combate o malfeito, não se faz disso meta do governo. Faxina, no meu governo, é faxina contra a pobreza. É isso que é a faxina do meu governo. Os restos, eu disse para vocês, são ossos do ofício da Presidência, e ossos do ofício da Presidência não se interrompem. Se houver algum malfeito, eu tomarei providências. O que eu não vou aceitar, em hipótese alguma, é que qualquer pessoa do meu governo, seja sem respeitar os princípios fundamentais que fundam a Justiça moderna – que são: respeito aos direitos individuais e às liberdades… A Lei é igual para todos. Não tem aqueles que estão acima da Lei, a Lei é igual para todo mundo. Terceiro: é importantíssimo você respeitar a dignidade das pessoas, não submetê-las a condições ultrajantes, e eu sei disso, porque eu já passei por isso. Quarto: a presunção da inocência.
Assim sendo, baseada nesses princípios, eu tomarei todas as providências para conter. Não existe essa condição. Só quem pensa que alguém faz do seu governo, de um país como o nosso, nas condições do mundo, que transforme uma política como o centro do governo, não é o centro do meu governo, o centro do meu governo é fazer este país crescer, é fazer uma faxina contra a pobreza. O resto, ou seja, tomar providência com o malfeito é obrigação na minha condição de Presidência…”

Decisão Publicada!

Agora não tem mais o que contestar....

Da Rede Brasil Atual

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou nesta quarta-feira (24) o acórdão do julgamento ocorrido em abril que reconheceu a constitucionalidade da lei que criou o piso nacional do magistério. Alguns governos estaduais e prefeituras estavam aguardando a publicação do acórdão para se adequar à legislação.
 
A Lei do Piso foi sancionada em 2008 e determinou que nenhum professor da rede pública com formação de nível médio e carga horária de 40 horas semanais pode ganhar menos de R$ 950 por mês. Com a correção, o valor do piso este ano passou para R$ 1.187. Quando a lei foi aprovada, cinco governadores entraram no STF questionando a constitucionalidade do piso nacional.

Este mês, professores de 21 estados pararam as atividades para exigir o cumprimento da lei. Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), "a decisão do STF, tão aguardada por milhões de trabalhadores em educação, torna incontestável qualquer opinião que desafie a constitucionalidade e a aplicação imediata da lei".

O STF confirmou, no julgamento, que o piso nacional deve ser interpretado como vencimento básico, isto é, sem gratificações e outros adicionais. As prefeituras alegam que não têm dinheiro para garantir o salário de acordo com o que determina a lei. Levantamento feito pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com 1.641 prefeituras mostra que, considerando o piso como vencimento inicial, a média salarial paga a professores de nível médio variou, em 2010, de R$ 587 a R$ 1.011,39. No caso dos docentes com formação superior, os salários variaram entre R$ 731,84 e R$ 1.299,59.

Outro levantamento, feito pela CNTE com os sindicatos filiados, mostrou que 17 estados não pagam aos professores o valor mínimo estabelecido em lei. Não há levantamento sobre o cumprimento da lei nas redes municipais.

Estados e municípios podem pedir ao Ministério da Educação uma verba complementar para estender o piso nacional à todos os professores. Para conseguir o dinheiro, é preciso comprovar que aplica 25% da arrecadação em educação, como prevê a Constituição Federal, e que o pagamento do piso desequilibra as contas públicas. O MEC tem R$ 1 bilhão disponíveis para este fim, mas, desde que a lei foi criada, nenhuma das prefeituras que solicitaram a complementação de recursos cumpriu as exigências necessárias para receber a verba.


Nem os EUA Acreditaram!!!

Mais uma máscara da Veja que cai. E agora pelas mãos de embaixadores norte-americanos a partir de documentos conseguidos pela Wikileaks.

Da Rede Brasil Atual

São Paulo - No dia 16 de março de 2005, a revista semanal Veja publicou a matéria "Os Tentáculos das Farc no Brasil", em que detalhava uma possível relação entre membros do PT (Partido dos Trabalhadores) com a guerrilha colombiana. O caso, porém, foi relatado pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília como um exagero, além de uma tentativa de "manobra política". O documento da embaixada com o relato foi divulgado pelo Wikileaks.

Segundo a matéria, candidatos petistas teriam recebido 5 milhões de dólares da guerrilha durante uma reunião no ano de 2002, em uma fazenda próxima a Brasília. Na ocasião, membros do PT teriam se encontrado com o representante da organização colombiana no país, Francisco Antonio Cadenas, e acertado os detalhes. O objetivo seria financiar a campanha de reeleição do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).

O partido, porém, negou as acusações e a Veja não conseguiu provas documentais sobre a transferência de dinheiro.

Para embaixada norte-americana, a revista "exagerou o real nível das relações entre as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o PT", segundo o documento datado de março de 2005. Isso porque, após as acusações, membros da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em Brasília, que de acordo com a revista, estavam infiltrados no encontro, não obtiveram provas concretas sobre o recebimento de dinheiro.

Citado pela embaixada norte-americana, o general Jorge Armando Felix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Abin e que acompanhou a investigação, afirmou que os documentos internos da agência citados pela Veja como provas foram "forjados", já que não estavam nas formatações da agência.

"O que foi publicado é uma mistura de meias verdades e meias mentiras. Nós não temos qualquer documento oficial que prove que o encontro ocorreu", afirmou o delegado e chefe da Abin, Mauro Marcelo, também citado no despacho.

No documento, fica explícito o estranhamento do embaixador norte-americano em relação a demora de três anos para divulgação do possível financiamento. "A história mais parece uma manobra política. O que é incontestável é que os membros do PT e representantes das Farc estiveram juntos em um encontro, mas não há provas de colaboração financeira", disse.

Para ele, o que deveria ser uma denúncia importante tornou-se uma ferramenta arquitetada pela Veja para minar a candidatura de Lula ao segundo mandato. "Enquanto os opositores e a outros veículos de comunicação estão notavelmente desinteressados em prosseguir com as acusações e investigações, parece que a Veja está exagerando os fatos", conclui o embaixador.

Fonte: OperaMundi

Diante da (des) Ordem Mundial - Artigo

Da Carta Capital

Sugestões para o Brasil transitar em um planeta onde o eixo de poder muda de lugar e as certezas se dissipam no ar. Por Celso Amorim. Foto: Gao Jing/Latinstock

“Tudo que é sólido desmancha no ar”, a célebre frase do Manifesto Comunista de Marx, utilizada como título de um dos raros best sellers de filosofia, de autoria do norte-americano- Marshall Berman, bem poderia descrever a realidade do mundo em que vivemos. Logo depois do espetáculo circense – com malabarismos algo pobres, é verdade – oferecido pelo Congresso norte-americano, uma agência chinesa de avaliação de risco e depois uma norte-americana decretaram o rebaixamento dos títulos dos Estados Unidos. O fato, noticiado quase com naturalidade por boa parte da mídia, se ocorrido 20 anos atrás, no auge da euforia com o “Fim da História”, teria soado como um exercício de ficção científica, um daqueles filmes de apocalipse político dos anos 1950.

Quem poderia prever, logo após a queda do Muro de Berlim, quando o Ocidente celebrava o fim do comunismo e a vitória final do capitalismo e da democracia liberal? E que, em duas décadas, o mundo estaria envolto em incertezas, que os pressupostos que haviam embasado todas as crenças e convicções teriam caído por terra, que o recém-expandido (para acomodar a Rússia) G-8 teria sido substituído por um (então) inimaginável G-20 como o principal fórum para coordenação de política econômica global?

E, para passar do terreno da economia política para o da paz e da segurança, quem imaginaria, não há 20 anos, mas há dois ou três, que Washington assistiria, impassível, ao julgamento, com possível condenação à morte, do seu grande aliado no mundo árabe, o exemplo de “líder moderado” egípcio, Hosni Mubarak? Enquanto a Líbia em chamas (não só pelas atrocidades de Muamar Kadaffi, mas também pelos bombardeios da Otan) aguarda que um lampejo de coragem e sensatez ajude a encontrar uma saída negociada para a guerra civil em que está submersa.

Ao mesmo tempo, conceitos que nos acostumamos a considerar como inabaláveis – mas nem por isso menos sujeitos à manipulação – como o de “ocidente”, passam a inspirar ações terroristas, levianamente atribuídas (e de certa forma descartadas) à loucura de um indivíduo.  Seria preciso recordar o nosso Euclides da Cunha, que, ao comentar as medições feitas no crânio de Antônio Conselheiro, após o massacre de Canudos, recordava que ainda não havia um método para medir as “loucuras das civilizações”. É que, na nossa visão particularista do mundo, somente a religião do “outro” poderia conduzir a atos de barbárie.

E mesmo que se diga, talvez com razão, que se trata de um ato isolado, que não faz parte de uma conspiração ou de um movimento organizado, como separar tal ação do crescimento da extrema-direita- europeia-, fomentado por uma cultura de exclusão do “estrangeiro”, visto como bárbaro invasor. E a mesma atitude de desprezo – que facilmente se transforma em ódio – diante do mundo, revela-se na irresponsabilidade com que o Congresso dos Estados Unidos tratou da questão da dívida, pouco se importando que, em consequência da batalha por ganhos eleitorais, a incerteza sobre a economia mundial pudesse se transformar em crise profunda, que levaria à bancarrota o sistema financeiro internacional, mas, sobretudo, espalharia a fome e a pobreza pelo mundo, em uma escala provavelmente muito maior do que ocorreu durante a Grande Depressão, por causa mesmo da interdependência gerada pela globalização.

Tudo isso faz pensar em uma crise de valores, que vai muito além de um fenômeno puramente econômico ou político e que nos obriga a uma reflexão profunda. Minha geração, que cresceu no pós-Guerra, foi formada em torno de certezas que não mais se sustentam. A esquerda via no socialismo a esperança de salvação não só do proletariado, mas de toda a humanidade. Teve de ajustar seu discurso e, mais que isso, sua visão do mundo a uma realidade sem paradigmas concretos a serem seguidos. De alguma maneira, reinventou-se com base em movimentos de trabalhadores e na defesa de outras causas nobres, como a igualdade de raça e de gênero, a defesa de padrões sustentáveis de vida e o exercício de uma práxis solidária, tida por muitos como irrealista.

Essa atitude teve impacto nos sistemas políticos internos e, de alguma forma, chegou ao cenário internacional, em que pese à resistência conservadora. Não é uma adaptação fácil. Como manter o idea-lismo transformador sem ter mais no horizonte o “socialismo científico” ou outra forma semelhante de utopia? E o que fazer, no mundo de hoje, de conceitos como o de “Ocidente”, que, de Voltaire a Marx, de Bertrand Russel a Sartre, serviram de inspiração para os jovens das décadas de 1950 e 1960, que, já na idade madura, veriam esboroar, juntamente com o Muro de Berlim e a certeza na força do capitalismo norte-americano, os “tijolos” da construção de um novo mundo.  Não é uma coincidência talvez que analistas políticos hoje estejam em busca de novos BRICS.

Essas reflexões aparentemente abstratas não são irrelevantes quando se considera o lugar do Brasil no mundo. Acostumamos a nos ver como um país ocidental, parte de uma civilização que alguns dentre nós queriam transformar e outros conservar, mas cujos alicerces não contestávamos. Hoje, quando assistimos às consequências desastrosas do particularismo, seja muçulmano, cristão ou judeu, seja de qualquer outra índole, devemos nos perguntar se a ideia do não alinhamento, surgida durante a Guerra Fria, como resposta à bipolaridade, não deve ser aprofundada e levada às suas consequências lógicas.

Essencialmente, trata-se de encarar o mundo como ele é, sem os confortos de uma inserção automática, de um lado ou de outro do espectro político. Àquela época, feita a escolha inicial (ou, na maioria das vezes, aceita a condição que decorria de nossa situação no centro ou na periferia), éramos “poupados” de escolhas subsequentes. Nesse “admirável mundo novo”, que sucedeu não só a Guerra Fria, mas de certa forma o “pós-Guerra Fria”, não há agendas prefixadas nem opções predefinidas.  Em política externa, como queria Sartre para os indivíduos, estamos “condenados” a ser livres. Há algo de muito positivo nisso, como vimos no caso das negociações da Alca ou mesmo do Acordo -Mercosul-União -Europeia, em que nossa atitude firme impediu, de forma surpreendente para muitos, que embarcássemos  em arranjos comerciais que teriam, no mínimo, agravado os efeitos da crise financeira de 2008. Naqueles dois casos e na ênfase na integração da América do Sul e na busca de diversificação de parcerias, ficou claro que nosso País tinha não só a capacidade de posicionar-se sobre os temas de uma agenda imposta de fora, como também de – algo novo para nós, pelo menos nessa escala – de “criar” nossa própria agenda.

O que tem ocorrido recentemente no mundo corrobora essa reflexão. Do Irã à Síria, da Primavera Árabe à tragédia líbia, passando pelo reconhecimento do Estado Palestino, nosso País tem sido “obrigado” a posicionar-se de forma independente, frequentemente “inventando” soluções e criando novas coligações, como o IBAS e os BRICS.  Até porque não há mais um ou outro “lado” com o qual possamos ou queiramos nos alinhar. Nossa recente atitude no Conselho de Segurança em relação ao caso da Síria, de cautela em apoiar uma resolução que abrisse caminho para o eventual- uso da força, seguida de uma construtiva busca de consenso em torno da condenação do ataque indiscriminado a civis, é um exemplo desse “exercício da liberdade”, como antes, a nossa busca de um acordo que abrisse caminho para a solução do impasse em torno do programa nuclear iraniano, certamente teve um custo em termos de opinião pública, em geral vítima da desinformação imposta pelo simplismo direcionado da grande mídia. Mas ele é uma consequência inescapável da nossa por fim assumida grandeza, de um lado, e da fluidez da realidade internacional, de outro.

Mubarak, o grande aliado do Ocidente, é julgado por seus crimes. Foto: Kaled Desouki/AFP

O mesmo, mutatis mutandis, se passará na esfera econômica. Não tenho a pretensão de sugerir saídas mágicas, como uma nova moeda ou a utilização mais intensa dos Direitos Especiais de Saque, como meios de troca e reserva de valor. -Falecem-me conhecimentos para isso. Mas se a força da moeda repousa, nesta era pós-padrão ouro, na “confiança” (não é outro, como é óbvio, o sentido da palavra “crédito”), alguma solução deve ser buscada para a irreversível perda de credibilidade dos que decidem sobre o futuro da maior economia do mundo (e, em certo grau, também sobre a economia europeia).

Não devemos rejeitar o que a tradição ocidental nos legou: a força da razão e a busca da justiça com liberdade.  Mas o Brasil é um país plural.  É sul-americano- (e não nos esqueçamos que a América do Sul é tão indígena e afrodescendente quanto europeia). É, também, parte do mundo em desenvolvimento, da mesma forma que nações de outros continentes, como a Índia e a África do Sul, com as quais temos interesses comuns e afinidades, como tem sido demonstrado em -foros econômico-comerciais (como o G-20 e a OMC) e políticos (como o Conselho de Segurança). Não podemos nos limitar a opções únicas. Ou, muito menos, deixarmo-nos cercear pelo pensamento único. Temos de nos relacionar de maneira diversificada, não só na economia, mas também na política. Temos de enfrentar a “angústia” sartriana da escolha e deixar para trás os preconceitos, que, além de eticamente duvidosos, já não são operacionais para atuar no mundo de hoje, em que, mais do que nunca, a evolução dos fatos varre velhas certezas.


Evasão é Menor no PROUNI

Excelente notícia que comprova a seriedade e o sucesso do PROUNI

Do Correio do Brasil


23/8/2011 11:57,  Redação, com MEC - de Brasília 

Criado em 2005, o ProUni já concedeu bolsas de estudos para 893.102 estudantes em todo o país

A evasão entre os alunos que cursam o ensino superior com bolsa do Programa Universidade para Todos (ProUni) é inferior ao percentual observado na totalidade do sistema universitário privado brasileiro. É o que aponta estudo realizado pelo Ministério da Educação a partir de dados preliminares do censo da educação superior de 2010, elaborado pelo Instituto de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Tendo como referência os anos de 2009 e 2010, observa-se que foi de 15,6% o percentual de alunos que deixaram o ensino superior antes da conclusão de seus cursos em instituições privadas. No mesmo período, entre os alunos contemplados com bolsas do programa do governo federal, esse percentual foi de apenas 4%.

Criado em 2005, o ProUni já concedeu bolsas de estudos para 893.102 estudantes em todo o país. Deste total, 175.215 já se formaram, enquanto 488.819 estudantes estão atualmente frequentando cursos superiores como bolsistas do programa.

No período de seis anos e meio, 229.068 bolsistas tiveram o benefício encerrado devido a uma série de motivos, entre eles, a aprovação em vestibulares de instituições públicas ou transferência para outros cursos. Do total de estudantes que tiveram a bolsa encerrada, 126.562 estudantes prosseguem com matrículas ativas no ensino superior, segundo dados preliminares do censo 2010, tendo apenas deixado de ser atendidos pelo programa. Os demais 102.506 bolsistas que deixaram o ensino superior representam 11,5% do total de bolsas já concedidas.

O ProUni faz parte do conjunto de ações do governo federal destinado a abrir as portas do ensino superior a mais 4 milhões de jovens. A meta está estabelecida no projeto do Plano Nacional de Educação (PNE) para 2011-2020, em análise no Congresso Nacional.


domingo, 21 de agosto de 2011

Campinas Acéfala???

Abaixo, análise do atual momento vivido pela cidade de Campinas com um quadro mais abrangente de suas realidades. Após o artigo algumas opiniões convergentes e/ou divergentes sobre o mesmo, para que possamos ter mais elementos na tentativa de entender o que acontece com uma das maiores cidades do país e centro econômico importantíssimo de nosso estado.


Por Elias Aredes Jr

Tenho 38 anos. Nasci, cresci, estudei e fiz minha vida em Campinas. Fui atraído pelo futebol em virtude da rivalidade de Ponte Preta e Guarani. Cresci em bairros anteriormente periféricos e que hoje transformaram-se em templos da dita classe média alta. Convivi com transportes deficitários, sistema de saúde caótico e talvez a pior parte: uma cidade que, apesar de ostentar um potencial econômico espetacular e maravilhoso, parece ter a triste sina de ser dividida em duas partes: de um lado, uma cidade de 600 mil habitantes, capitaneada pelas regiões do Ouro Verde e do Campo e formada por gente simples e lutadora e que vive com a sina de perceber que não tem saída.

Do outro, a Campinas antiga, aristocrática, que não aceita a diversidade e impregnada por um provincianismo letal. Excludente em todos os sentidos. Você vai no Cambuí ou em outras regiões ricas na cidade e a cara de poucos amigos está ali, na sua cara, para você. Não há como você ser bem recebido. Ninguém fala, mas os gestos dizem tudo. É como se para morar ou conviver ali, você deveria fazer parte de uma casta ou de uma escolha divina. Um quadro que não mudará mesmo com a cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos na madrugada de hoje.

Essa divisão perdura há anos e anos. Antonio da Costa Santos, o Toninho do PT, apesar dos problemas na curta gestão, foi o primeiro a adotar uma postura transparente e buscar um pacto que unisse esses dois lados da cidade. Que não existisse mais preconceito de qualquer lado. Que todos focassem em um único objetivo: a construção de uma cidade solidária, pacata e de paz.

Seu assassinato não destruiu o projeto político do PT e sim de todo um processo de reconstrução e de união. Izalene Tiene, a vice-prefeita,  perdeu-se em sua própria ineficiência administrativas e nas disputas internas do partido.

Basta fazer uma retrospectiva a partir de 2004 e verá que o prefeito cassado (com merecimento!) na madrugada de hoje teve a visão de perceber que existia uma parcela da população carente, desprezada e humilhada pelo outro lado da cidade. E que do outro existia uma Campinas cresceu e virou uma metrópole. Quer apenas seus pedidos atendidos e pronto.

Quando ganhou a eleição, o plano era perfeito. Para agradar a classe média, recapeamento, melhoria das praças e uma cidade limpa e impecável. Do outro lado, programas sociais para amenizar o sofrimento de uma população anteriormente desprezada e construção de empreendimentos esquecidos na gaveta, como o Túnel Joá Penteado, o Hospital Ouro Verde e a nova Rodoviária . Assim, não haveria como perturbá-lo.

Chegaram as eleições de 2008 e como Hélio não é bobo, colou em Lula e aproveitou-se da pobreza de lideranças políticas na cidade. Hoje nós xingamentos com razão o prefeito cassado? Quem poderia ser colocado em seu lugar? Carlos Sampaio? Jonas Donizete? Com todo o respeito, deixa para lá...

]Talvez isso que a ressaca cívica não permita ninguém enxergar: Campinas está falida em termos de lideranças. Hélio percebeu e colocou suas ideias maquiavélicas em prática porque sabia que não seria atrapalhado.

Pois bem, o Ministério Público fez sua parte, a imprensa cobriu os acontecimentos de modo magistral e Hélio será apeado do poder. Demétrio Villagra, por sua vez, tem a sombra da cassação sobre suas costas. Mas a pergunta que fica é: e agora?

Parem e pensem: existe a garantia de que as duas partes da cidade vão se unir? Será que a população carente será atendida em seus anseios? E quais lideranças políticas podem conduzir Campinas a um novo patamar? Josias Lech? Angelo Barreto? Canário? Bileo Soares? Benassi? Artur Orsi? Sellin? Guilherme Campos? Carlos Sampaio? Por favor, não queiram brincar com minha paciência...

Daqui alguns dias, ninguém vai se lembrar de Hélio e da turma do Mato Grosso. E esse apartheid social, essa separação virtual, essa luta de classes existente em Campinas continuará firme e forte. A saída de Hélio de Oliveira Santos deveria ser o começo de uma nova era. Mas existe um empecilho: ninguém, absolutamente ninguém, tem capacidade e estofo para a tarefa. E existe um agravante: falta vontade em colocar a mão na massa. Os mesmos políticos que cassaram Hélio querem que tudo continua do jeito que está: migalhas à periferia e agrado ao contingente provinciano. Em termos de estrutura e pujança, Campinas é a capital do interior do estado de São Paulo. Mas no espirito de sua sociedade, é praticamente inviável. Triste.

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JC SOUZA

Discordo em parte do referido artigo. Dr. Hélio se perdeu por não ser um político habilidoso com a demanda destas classes. A cassação veio num caldo , onde as lideranças antigas da cidade perceberam um momento de enfraquecimento geral. Não existe um lider natural para ocupar o vácuo político  , mas aproveitador de momento está repleto.  O impressionante é a ausencia da intelectualidade no debate político da cidade , representada por duas grandes universidades ( UNICAMP e PUC ) , não se manifestarem a respeito. Lamentável.
 
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 Robson Porto

O que me chama a atenção, tendo vivido mais de 30 anos em Campinas, é que um Quércia, que saiu de radialista paupérrimo para vereador, e posteriormente, Prefeito, quando saiu milionário, passando por Chico Amaral, uma caricatura ambulante que foi Prefeito duas vezes e passava mais tempo em "re-hab" do que trabalhando, somente agora tenhamos um Prefeito cassado. Acho estranho... muito estranho...

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Marcos J B Ferreira 
 
Prezado Elias Aredes Jr.

Como você também nasci, cresci, estudei e continuo vivendo em Campinas. Fico feliz de de ver uma análise tão clara e objetiva quanto a sua.

Faço minhas as suas palavras, talvez carregasse um pouco mais nas tintas, da tristeza e importância para os descaminhos de Campinas que foi o assassinato do Prefeito Toninho do PT (até hoje não solucionado !!!). E também das "pragas bíblicas" que foram o seu antecessor, o incompetente  Chico Amaral e da sua sucessora, a incapacitada Izalene Tiene.

No primeiro mandato, apesar de não ter votado nele, vi o governo do Dr. Hélio como uma tentativa de recuperação do município, mas na realidade fomos observadno uma quadrilha se apoderar do Palácio dos Jequitibás e, em troca de "trinta moedas", jogar por terra qualquer tentativa de planejamento de longo prazo para o desenvolvimento e integração do conjunto do município. 

Concordo, uma cidade de grande potencial, com certeza um dos maiores do país, mas sem lideranças políticas para esta desafiadora tarefa.   

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Sonia Maria Aranha 
 
O vereador Sérgio Benassi (PCdoB) concedeu entrevista ao jornalista Luiz Crescenzo, no programa Balanço Geral, da TVB/Record, confirmando a posição do Partido com relação ao pedido de cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT).

Ao avaliar o relatório final da Comissão Processante, o vereador aponta que não houve produção de provas que levem à cassação. Ele destaca que o relatório joga tal questão para as denúncias do Ministério Público. Lendo os documentos do MP, Benassi verificou por mais de uma vez é afirmado que não há provas contra o prefeito.
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Em respeito à população de Campinas, a Comissão Política do PCdoB reafirma publicamente sua posição face às denúncias contra o governo do prefeito Hélio de Oliveira Santos.

O Partido Comunista defende a continuidade das investigações das denúncias feitas pelo Ministério Público, bem como a apuração e a punição de pessoas que possam ter cometido delitos.

Nosso voto contrário à cassação está baseado na análise do relatório final da Comissão Processante da Câmara e nas denúncias do Gaeco do Ministério Público. Ambos os documentos não produziram provas contra o prefeito.

Participamos do governo Hélio em apoio a um projeto político que produziu ações que beneficiaram amplas parcelas da população historicamente excluídas do desenvolvimento da cidade.

Campinas, 20 de agosto de 2011.  Comissão Política do Partido Comunista do Brasil

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Ricardo Cesar 
 
Cassamos e defenestramos os corrompidos, e os corruptores? Eles não existem? Ha, são empresários que só querem o bem do país!