Os 12 policiais militares acusados de assassinar o motoboy Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, 30, no dia 10 de abril foram soltos na madrugada desta sexta-feira. Segundo os advogados deles, a libertação ocorreu devido o fim da prisão temporária de 30 dias.

Ainda não foi feito nenhum pedido de prorrogação da prisão do grupo. O promotor Marcos Hideki Ihara, do 2º Tribunal do Júri de Santana, informou, por intermédio da assessoria de imprensa, que só recebeu o relatório do caso ontem e, por isso, ainda não fez nenhum pedido de prorrogação de prisão.

Os PMs Raphael Souza Cardoso, Nelson Rubens Soares, Alexandre Seidel, Wagner Aparecido Rosa, Ismael Pereira de Jesus, Rodrigo Monteiro, Antonio Sidnei Rapelli Júnior, Jair Honorato da Silva Junior, Fernando Martins Lobato, Andressa Silvestrini Sartoreto, Rafael Silvestre Meneguini e Jordana Gomes Pereira deixaram o presídio militar Romão Gomes pouco depois da 0h de hoje. Antes de serem liberados, fizeram exames de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal).

Os PMs, que na época do crime atuavam na 1ª Companhia do 9º Batalhão da PM, na Casa Verde (zona norte), são suspeitos de torturarem o motoboy Eduardo dos Santos até a morte. Na noite de 9 de abril, o motoboy envolveu-se em uma briga por causa da bicicleta de um amigo que havia sido furtada. Foi levado por PMs para o quartel e, no dia seguinte, seu corpo foi localizado em uma rua, com marcas de tortura.

A mãe da vítima, a pedagoga Elza Pinheiro dos Santos, 62, disse na época do crime que o filho foi morto por ser negro. Dos 12 policiais investigados, 9 foram presos administrativamente no dia 23 de abril. Cinco dias depois, a Justiça Militar decretou a prisão temporária de todo o grupo que estava no plantão noturno daquela companhia da PM.

No inquérito que corre na Corregedoria, todos os investigados negaram o envolvimento na morte do motoboy.

Após o crime, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Batista Camilo, enviou uma carta à mãe do motoboy pedindo desculpas pela ação dos policiais. No dia 30 de abril, o governador Alberto Goldman (PSDB) autorizou o pagamento de indenização à família da vítima.