quarta-feira, 31 de março de 2010

Quarta-feira Agitada

Dia 31 de março - que alguns insistem em lembrar de 1964 - foi bastante agitado.

De minha parte, acompanhei meu filho Tiago durante todo o seu último dia em terras brasileiras. Voltou para a França no final desta tarde. Durante o dia acompanhei-o para despedidas finais (das avós principalmente) e até o aeroporto, onde almoçamos um lanche caríssimo....rs... . A essas alturas ele está nas alturas (eita....). Seu voo deve chegar em Madrid no meio da madrugada. De lá novo voo até Nice e depois Antibes (cidade onde mora...acho que não errei...rs...), de trem. Muito curto o tempo que ficou por aqui. Na viagem até o aeroporto estava contando que não conseguiu ver todo mundo que esperava e estava triste por conta disso. Apesar de tudo fiquei muito feliz dele ter passado esses dias por aqui, pois deu para confirmar depois de três anos que ele está bem, feliz e buscando seus objetivos. Aliás, é muito bom ver um filho da gente correndo atrás de seus objetivos. Deixa-nos em paz com a vida, pois percebemos que eles entenderam os grandes desafios que a vida nos impõem e encara-os de frente e com muito ânimo e força. Nisso, meus dois tesouros só me dão alegria.

Em São Paulo os professores juntaram-se com outras categorias do funcionalismo estadual para o "Bota Fora Serra". Uma manifestação bastante grande exatamente no dia da saída do Serra do governo de São Paulo para a disputa presidencial. A grande "comemoração" da manifestação foi o "almoço" de $ 4,00 (valor do vale refeição dos professores) servido no vão do MASP. Veja aqui mais detalhes.

E o dia apontou para as desincompatibilizações de vários políticos em cargos executivos para disputarem as próximas eleições. Serra finalmente assumiu a candidatura à presidente. Entre o risco de perder a presidência e o risco de implodir o PSDB em São Paulo, preferiu o primeiro, deixando o caminho livre para o Alckmin disputar o governo do estado. Dilma também saiu da Casa Civil do governo federal pelo mesmo motivo. Aqui você pode ver um resumo das várias alternâncias de poder por conta das eleições e o que elas podem representar. O mais interessante são aqueles que estão na mira da justiça. Não deixe de observar.

E a globo ontem resolveu dizer a justiça que ela faz o que bem entender. Depois de ser obrigada a exibir um comunicado da justiça federal falando sobre as reais possibilidades de adquirir-se a AIDS e outras doenças sexualmente transmissíveis (por conta das falas do dourado sobre o assunto), fez o Brasil inteiro acompanhar a "vitória" de um homofóbico. E com um discurso do bial dizendo que ele não é. Então.... Chamo isso de um tapa na cara da justiça. Como ela é cega, não verá quem a agrediu, de novo....

HOMOFOBIA - ódio, aversão ou discriminação de uma pessoa contra homossexuais e, consequentemente contra a homossexualidade e que pode incluir formas sutis, silenciosas e insidiosas de preconceito e discriminação contra homossexuais. (direto da Wikipédia).

Alguma dúvida?


domingo, 28 de março de 2010

Rapidas do Domingo

Hoje não tive muito tempo para "passear" pela internet. Tivemos um grande encontro de família aqui em casa com a presença de meu filho Tiago, que volta para a França na quarta-feira.

Agora, enquanto aguardo o desfecho da Paixão de Cristo de hoje lá na Praça XV, levantei alguns poucos assuntos.

Primeiro, acho importante uma opinião rápida sobre a Paixão, que assisti ontem. Enquanto espetáculo parece que a Praça XV não ajuda na beleza e grandiosidade. Senti uma apresentação tímida e um tanto quanto com falta de brilho e grandeza. Talvez a única cena que lembrou isso foi a da ressurreição, com vários efeitos e muitas bailarinas ocupando os espaços. Uma outra coisa que ainda espero ver na Paixão de Cristo aqui de Salto é um Jesus menos piegas (e não se trata dos artistas, mas da forma como sua vida é encarada). Todavia, acho difícil até por uma questão de respeito à cultura popular, alguém ousar tanto e mostrar um Jesus realmente profeta e transformador, com uma Maria que revolucionou todas as formas de organização, sendo inclusive calada muitas vezes. Enfim, acho que é pedir demais...

Um outro assunto que achei agora à noite e considero importante é um demonstrativo que explica em parte a grande mudança do jornalista Gilberto Dimenstein. Há anos passados era um ícone do jornalismo questionador e opinativo. De uns tempos para cá uma mudança significativa, inclusive com artigos escritos que jamais pensaríamos em ler no passado recente. E, como sempre, na net encontram-se as respostas. O blog da NaMaria News foi fundo e traz uma possível explicação. Veja aqui.

O outro assunto é a pesquisa DataFolha divulgada ontem. Um resultado inesperado até para seus próprios jornalistas, como alguns manifestaram na edição de hoje. Dilma caindo, quando todos os outros institutos, inclusive o IBOPE, indicam uma subida constante de Dilma. Algumas questões surgem como estas feitas pela netinha de um engenheiro:

O inexplicável aumento de vantagem do Serra sobre a Dilma (Datafolha)

Minha cabeça de engenheiro sempre exige explicações racionais para explicar números de pesquisas de opinião. Minha neta de três anos não é engenheira (ainda), mas gosta que eu explique tudo com lógica.
Diante dos últimos resultados do Datafolha, que mostram um aumento na vantagem do Serra sobre a Dilma, de cinco para nove pontos percentuais, ela me fez as seguintes perguntas:

1. A Dilma não cresceu 20% na pesquisa espontânea, passando de 10% em fevereiro para 12% agora em março?
2. O Serra não ficou estagnado em 8%, na espontânea, nesse mesmo período?
3. A rejeição ao Serra não se manteve no mesmo patamar de 25%, entre a pesquisa anterior e esta?
4. A rejeição à Dilma não se manteve no mesmo patamar de 23%, no mesmo período?
5. Houve algum fato novo relevante para o crescimento do Serra?
6. Será que inauguração de maquete de ponte e demolição de prédio foram suficientes para aumentar a indicação de voto no Serra?
7. Houve algum fato relevante para a estagnação com ligeiro decréscimo da Dilma?
8. A Dilma não continuou inaugurando obras importantes todos os dias?
9. Se a porradaria (desbocada essa menina) das Organizações Serra em cima do Zé Dirceu e do Vaccari tivesse interferido na avaliação dos eleitores pesquisados não seria natural o aumento da rejeição à Dilma?
10. Finalmente, o aumento da avaliação do governo Lula, que atingiu o recorde nas pesquisas do Datafolha com 76%, não taria vantagem para a Dilma em vez de trazer vantagem para o Serra, como tenta demonstrar a Folha de São Paulo?

Pois é....

Vejamos, então, algumas opiniões. Primeiro, de onde tirei o texto acima: do blog do Miro, uma primeira análise de quem acredita (como eu) na vitória de Dilma.

A segunda, dúvidas lançadas inclusive pelos próprios jornalistas da folhona.

E a terceira, uma análise mais técnica das pesquisas, fazendo o que experienciei na primeira campanha do Geraldo e Juvenil: as pesquisas, na sua somatória, mostram tendências. Quando se consegue ler as tendências é possível vislumbrar um resultado futuro.

É isso. Espero que gostem.

sexta-feira, 26 de março de 2010

As Torturas à Mostra e Escondidas

As torturas que a Folha mostra e a que esconde

Do Blog do Mello

Hoje, na Folha, Eliane Cantanhêde escreve:

Sem adjetivos

BRASÍLIA – “Eu sabia que estava com um cheiro de suor, de sangue, de leite azedo. Ele [delegado Fleury] ria, zombava do cheiro horrível e mexia em seu sexo por cima da calça com olhar de louco.” De Rose Nogueira, jornalista em São Paulo. Da ALN, foi presa em 1969, semanas depois de dar à luz.

“No quinto dia, depois de muito choque, pau de arara, ameaça de estupro e insultos, abortei. Quando melhorei, voltaram a me torturar.”

De Izabel Fávero, professora de administração em Recife. Da VAR-Palmares, foi presa em 1970.

“Eu passei muito mal, comecei a vomitar, gritar. O torturador perguntou: “Como está?”. E o médico: “Tá mais ou menos, mas aguenta”. E eles desceram comigo de novo.”

De Dulce Chaves Pandolfi, professora da FGV-Rio. Da ALN, foi presa em 1970 e serviu de “cobaia” para aulas de tortura.

“Eu não conseguia ficar em pé nem sentada. As baratas começaram a me roer. Só pude tirar o sutiã e tapar a boca e os ouvidos.”

De Hecilda Fontelles Veiga, professora da Universidade Federal do Pará. Da AP, foi presa em 1971, no quinto mês de gravidez.

“Eu era jogada, nua e encapuzada, como se fosse uma peteca, de mão em mão. Com os tapas e choques elétricos, perdi dentes e todas as minhas obturações.”

De Marise Egger-Moellwald, socióloga, mora em São Paulo. Do então PCB, foi presa em 1975. Ainda amamentava seu filho. “Eu estava arrebentada, o torturador me tirou do pau de arara. Não me aguentava em pé, caí no chão. Nesse momento, fui estuprada.”

De Gilze Cosenza, assistente social aposentada de Belo Horizonte. Da AP, foi presa em 1969. Sua filha tinha quatro meses.

Trechos de 27 depoimentos de sobreviventes, intercalados às histórias de 45 mortas e desaparecidas no livro “Luta, Substantivo Feminino”, da série “Direito à Verdade e à Memória”. Será lançado na PUC-SP hoje, a seis dias do 31 de março.

Dona Cantanhêde só esquece de dizer que Rose Nogueira, a jornalista citada logo no início, trabalhava na Folha na época em que foi presa e torturada. Sabe o que aconteceu a ela? Foi demitida por abandono de emprego. Ela conta:

Vinte e sete anos depois, descubro que fui punida não apenas pela polícia toda-poderosa daqueles tempos, pela “justiça” militar que me absolveu depois de me deixar por nove meses na prisão, pela luta entre vida e antivida nesse período.
(…) Ao buscar, agora, nos arquivos da Folha de S. Paulo a minha ficha funcional, descubro que, em 9 de dezembro de 1969, quando estava presa no DEOPS, incomunicável, “abandonei” meu emprego de repórter do jornal. Escrito à mão, no alto: ABANDONO. E uma observação oficial: Dispensada de acordo com o artigo 482 – letra ‘i’ da CLT – abandono de emprego”. Por que essa data, 9 de dezembro? Ela coincide exatamente com esse período mais negro, já que eles me “esqueceram” por um mês na cela.
Como é que eu poderia abandonar o emprego, mesmo que quisesse? Todos sabiam que eu estava lá, a alguns quarteirões, no prédio vermelho da praça General Osório. Isso era e continua sendo ilegal em relação às leis trabalhistas e a qualquer outra lei, mesmo na ditadura dos decretos secretos. Além do mais, nesse período, caso estivesse trabalhando, eu estaria em licença-maternidade.

Direto do O Globo

O jornal O Globo está demais hoje, duas notícias seguidas com manchetes que parecem denúncia mas que são desmentidas pela própria matéria e “quase sem querer”. Veja só:

1. Na primeira a manchete critica Lula porque num projeto de urbanização de uma favela entregou os apartamentos sem acabamento. Ironiza que Lula cita no discurso isso como que para disfarçar o problema. Só na última linha coloca que o contrato com os moradores sempre previu isso, pois são eles que vão escolher o acabamento de seus apartamentos.

2. Na segunda manchete critica a ideia do MEC de distribuir bicicletas para alunos de escolas rurais com “dinheiro dos outros” (prefeituras e governos estaduais). Ignora a boa ideia e se atém somente a fonte de recursos que foi apenas sugerida pelo ministro da educação. Raciocinando um pouco, o custo das bicicletas é tão baixo que o melhor talvez seja mesmo apenas incentivar a ação local ao invés de bancar licitações complexas e demoradas.

Escrito por Jaime Balbino

Se quiser ler as duas notícias, entre aqui.

Manchetes que Ainda Podem Surgir

Diante do papel ridículo que os meios de comunicação estão fazendo no país, começam a surgir na internet algumas "apostas" de quais serão as próximas manchetes que veremos a embalar os anseios dos jornalões e televisões. Algumas são muito criativas. Vejam só:

- Lula é sócio de Bin Laden;
- O PT derrubou o avião da Air France;
- FHC é um petista infiltrado no PSDB, para levar os tucanos ao fracasso;
- O PT quer estatizar a Coca-Cola;
- Foi Dilma quem matou Kennedy;
- O PT recebeu dinheiro sujo do Vaticano, de Israel, dos Palestinos, do Fidel, do Chaves, do Bill Gates, do Romário e do Tio Patinhas.

Outras:

“ADRIANO IMPEADOR COMPROU OUTRAS DUAS MOTOS. UMA PRO LUL.A, OUTRA PRA DILMA”.

“WAGNER LOVE DANÇOU REBOLATION COM DILMA NO BAILE FUNK DO MORRO”.

“QUEM MATOU ABEL NÃO FOI CAIM. FOI A DILMA, A TERRORISTA”.

“LULINHA COMPROUO SÍTIO DO PICA-PAU AMARELO
EM NEGÓCIO NEBULOSO. ÁLVARO DIAS JÁ DEU ENTREVISTA NA CBN, AFIRMANDO QUE VAI COLHER ASSINATURAS PARA UMA CPI”.

“MICHAEL JACKSON FOI ENVENENADO POR…DILMA, A TERRORISTA INTERNACIONAL”.

LULA VAI A UM ENCONTRO DE MULHERES. DILMA VAI COM ELE”.

Epa! Essa última manchete já foi veiculada hoje de manhã, por uma “repórter visionária” da CBN.

Colaboração de vários internautas....rs...


TV Cultura e as Opções

Até pouco tempo atrás, a TV Cultura de São Paulo era cabeça da enorme rede de TVs educativas estaduais. O Jornal da Cultura capitaneava o horário nobre, acompanhado pelos demais programas.

Foram vinte anos de esforços para conseguir esse feito.

Fora de São Paulo, o alcance da TV Cultura era tal que, em um carnaval no Recife, anos atrás, surpreendi-me por ser tão reconhecido pelo público quanto o governador Mendonça Neto, que me acompanhava.

Paulo Markun conseguiu jogar fora o último ativo valioso da empresa.

Primeiro, pela incapacidade de fixar uma grade de programação – tarefa que caberia ao Gabriel Priolli. Depois, por ter permitido interferência total do governo do Estado, tirando o caráter nacional da cobertura do jornal, transformando-o numa sucursal do Palácio Bandeirantes, culminando com o afastamento do jornal do âncora Heródoto Barbero, um dos mais premiados do país. Seguiu-se o desmonte do jornalismo da Cultura com a descontinuidade de diversos programas. Finalmente, a pá de cal, ao decidir cobrar pela retransmissão dos seus programas.

Consequência: a programação da TV Cultura deixou de ser retransmitida por todas as emissoras estaduais. É possível que o Roda Viva e um ou outro programa consigam espaço. Mas, a voz de São Paulo no Brasil calou-se. Sobraram as propagandas da Sabesp.

Luiz Nassif

Pedofilia e o Papa

Do Uol

26/03/2010

Novos fatos contra o Vaticano elevam a pressão sobre o Papa Bento 16; uma renúncia é possível?

Der Spiegel

Peter Wensierski

Continuam a surgir alegações de que o papa Bento 16 pode ter tido conhecimento detalhado de episódios de abuso sexual na Igreja Católica. Em 1996, a Congregação para a Doutrina da Fé, que ele liderava na época, decidiu não punir o padre pedófilo Lawrence Murphy. Com sua autoridade desgastada, por que ele permanece no cargo?

Quando é hora de um papa renunciar? Margaret Kässmann, ex-líder da Igreja Protestante na Alemanha, renunciou em fevereiro, depois de decidir que não possuía mais a autoridade moral necessária para seu cargo depois de ter sido pega dirigindo embriagada. Mas quanta autoridade o papa Bento 16 ainda tem?

Ultimamente, o que restou dela tem desaparecido quase que diariamente. Cada novo detalhe sobre o papel que ele teve na forma como sua igreja lidou com os episódios de abuso sexual a desgasta ainda mais. Mas um papa não renuncia, simplesmente. Ele não é presidente de uma empresa, ou o líder de um partido político – ele é o descendente espiritual direto do apóstolo Pedro.

Teoricamente é possível, segundo a lei canônica. O Cânone 332, parágrafo 2, prevê uma renúncia papal, permitindo ao papa que renuncie quando desejar, sem pedir permissão de ninguém. Mas na longa história da Igreja Católica, é extremamente raro. O papa Celestino 5º foi o último líder da igreja a renunciar – 700 anos atrás.

E ainda que várias vítimas de abuso venham pedindo há tempos pela renúncia de Bento, simplesmente não é papal abrir mão do papado. Em vez disso, o Vaticano prefere rejeitar qualquer acusação que tenha sido feita, determinando-as como infundadas.

Na quinta-feira, era possível observar o reflexo novamente. No caso do padre pedófilo dos Estados Unidos, Lawrence Murphy, o porta-voz do Vaticano Federico Lombardi insistiu que, antes de se tornar papa, Bento, na época conhecido como Joseph Ratzinger, de forma alguma esteve envolvido em um acobertamento. Considerando que o “Padre Murphy era idoso e tinha saúde debilitada”, a Congregação para a Doutrina da Fé, então liderada por Ratzinger, decidiu em 1996 não puni-lo. Murphy, que abusou de cerca de 100 crianças, pôde continuar como padre até sua morte.

“Os culpados em primeiro lugar”

Parece improvável que essa explicação vá reduzir a pressão sobre o papa. O lema da Igreja sempre pareceu ser “os culpados em primeiro lugar”. Eles foram bem cuidados – as vítimas, entretanto, foram deixadas à própria sorte.

Desde 1982 Ratzinger foi responsável por aquela parte do Vaticano que lida com casos de abuso sexual. Quem, se não ele, foi responsável pelo caminho da Igreja?

Você pode trocar o nome de Ratzinger por “Bento”, escreveu o “Der Spiegel” diante da euforia que houve aqui pela eleição de um papa alemão em 2004, mas você não pode tirar o Ratzinger do papa. Desde então, como um papa, ele causou mais danos do que benefícios à sua igreja. Ele tensionou as relações com os judeus diversas vezes, brincou com fogo nas relações entre cristãos e muçulmanos com seu discurso de Ratisbona, enfureceu o povo indígena durante sua viagem à América Latina, irritou os protestantes e se mostrou conciliatório com os negacionistas do Holocausto.

Até católicos fiéis se surpreenderam com as atitudes que ele tem tomado. E agora, alem disso tudo, descobre-se que a área onde ele tem sido consistente nas últimas décadas é na sua negligência em lidar com pedófilos dentro de sua própria instituição.

Na Irlanda ou nos Estados Unidos, os bispos têm encontrado dificuldades para renunciar, mesmo em casos em que seu acobertamento tenha sido desmascarado. E na Alemanha, nenhum bispo caiu pelos graves erros cometidos pela Igreja Católica ali.

Gestão de crises de pequena empresa

A reação até o momento não foi maior do que uma gestão de crises que poderia se ver em uma empresa de médio porte: emitir um pedido de desculpas, criação de uma mesa-redonda para lidar com o problema, estabelecer uma linha direta… não muito mais do que isso. Então como os culpados por trás dos culpados devem ser encontrados? Como devemos erradicar o sistema de encobrimento, silêncio e transferência de pedófilos para outra diocese na Igreja? E quem obrigará a Igreja a abrir seus arquivos para o público?

A experiência das vítimas nos Estados Unidos e na Irlanda nos últimos anos foi ruim. Será que essa experiência se repetirá na Alemanha? O que aconteceu por trás da fachada da Igreja ainda está longe de ser um livro aberto. Só o fato de que vários bispos aqui na Alemanha ajudaram a garantir a continuidade do cartel do silêncio já é razão suficiente para que eles renunciem. A alternativa seria eles virem a público sobre o que sabem e o que fizeram, por mais doloroso e difícil que isso possa ser.

O mal foi perpetrado dentro de uma das mais altas autoridades morais, cujos homens pregaram a partir de seus púlpitos, nos mínimos detalhes, sobre o que é certo e o que é errado.

Mas fica a questão: para que autoridade moral padres e bispos na Alemanha podem se voltar, para continuar a executar suas funções e fornecer às pessoas respostas para as difíceis questões da vida?

Tradução: Lana Lim

quarta-feira, 24 de março de 2010

BBB na Justiça

Procurador pede ação da Globo sobre AIDS por fala de Dourado no "Big Brother"

Declarações sobre transmissão do vírus feita por participante do reality show da emissora foram ao ar. Para procurador, Globo deve falar sobre prevenção até o fim da atual edição do programa

Por: João Peres, Rede Brasil Atual

Publicado em 24/03/2010, 18:06

São Paulo - O Ministério Público Federal em São Paulo espera uma decisão rápida da Justiça Federal para que a Rede Globo seja obrigada a veicular esclarecimento sobre as formas de contágio do vírus HIV. Uma medida cautelar foi movida porque um dos participantes do Big Brother Brasil (BBB) 2010 afirmou que homens se contaminam com o vírus apenas em relações homossexuais.

Marcelo Dourado, integrante do reality show televisivo, declarou que “hétero não pega aids” e que um homem portador do vírus “em algum momento teve relação com outro homem”. Lutador de artes marciais, ele se envolveu em uma discussão com outros participantes. Disse ainda que “um homem transmite para outro homem, mas uma mulher não passa para o homem”.

Depois de apresentar as imagens, no dia 9 de fevereiro, o apresentador Pedro Bial avisou que as afirmações dos participantes do programa não eram responsabilidade da emissora e que mais informações sobre HIV e aids poderiam ser encontradas no site do Ministério da Saúde.

Para o procurador Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo, Jefferson Aparecido Dias, o alerta não é suficiente. “Como se tratava de um programa gravado, a Globo tinha a opção de ter editado e não colocado no ar. Ela optou por fazer a exposição da informação equivocada e depois falou para pesquisar na internet. A emissora precisa fazer uma contrapropaganda e deixar claro como se faz a transmissão”, explica.

Antes de ingressar com o pedido de liminar, o Ministério Público Federal pediu que a emissora fizesse a devida explicação sobre os fatos a seus telespectadores, mas a resposta foi de que o Big Brother Brasil não tem roteiro e, portanto, as manifestações são espontâneas e de responsabilidade dos participantes.

O procurador, por entender que a explicação não é suficiente e que a informação equivocada de Dourado gerou um desserviço à prevenção ao HIV no país, espera que a decisão judicial saia até o fim da atual edição do programa, nesta próxima terça-feira (30).

Reações

Enquanto isso, organizações que lutam pela prevenção à doença se mobilizam para pressionar a emissora a divulgar rapidamente uma explicação. “Cabe à Rede Globo manifestar responsabilidade por aquilo que foi dito dentro de seu espaço. A pressão do MPF pela retratação é correta para que se passe uma informação que diminua esse prejuízo em termos de reforço de preconceitos e estigmas”, avalia Veriano Terto, coordenador-geral da Associação Brasileira Interdisciplinar de aids (Abia).

A leitura é de que a afirmação de Marcelo Dourado não apenas prestou uma desinformação como reforçou a imagem de que há “grupos de risco”, um pensamento comum há vinte anos, quando o debate sobre o vírus estava apenas começando e era parte do senso comum achar que se tratava de uma doença apenas transmissível entre homossexuais.

“Essa é a representação da cultura, mas isso, do ponto de vista de prevenção, não ajuda. Só causa mais exclusão e afasta as pessoas de uma prevenção correta, clara, que deve ser responsabilidade de todos”, afirma Veriano Terto.

O procurador Jefferson Aparecido Dias entende que a afirmação do participante do Big Brother, isoladamente, não foi fruto de preconceito, mas de falta de informação. Por outro lado, ele confirma que está analisando outras denúncias que recebeu a respeito de declarações preconceituosas de vários integrantes do programa e pode mover ações após o término da atual edição.

Plebiscito 2

Alguns números que a revista traz de cada um dos dois governos.

Taxas de juros:

1997 - 45,67%
1999 - 45,00%
2002 (quando Lula assumiu) - 18,50%
2006 - 17,25%
2009 - 8,75%

Crescimento do PIB em %

Média FHC - Brasil, 2,32% e no mundo, 3,53%

Média Lula - Brasil, 4,20% e no mundo, 4,38%

Reservas internacionais

2002 - 37,823 bilhões de dólares

2009 - 239,427 bilhões de dólares

Emprego com carteira assinada

FHC - 797 mil postos de trabalho

LULA - 9 milhões de postos de trabalho

Chega?

Tá bom. Qualquer coisa não deixe de ler a revista.

Plebiscito 1

Faz algum tempo que reservo a opinião de que das revistas semanais a única confiável é a CARTA CAPITAL. Existe uma outra chamada REVISTA DO BRASIL que infelizmente (ou felizmente, depende da ótica que se veja) é mensal.

Pois bem. Na semana de 10 de março - a que meu filho chegou da França - a revista tem uma capa muito sugestiva, cuja chamada é O PLEBISCITO EM MARCHA. Nesta edição a revista traz comparativos muito interessantes sobre os oito anos de FHC e os oito anos de LULA. Uma comparação que Serra jamais quis fazer, mas que FHC parece querer, se levarmos em conta alguns artigos por ele escritos no início deste ano.

Além das comparações, a revista traz uma pesquisa realizada pelo Instituto Mapear, na Baixada Fluminense, estado do Rio de Janeiro. Na pesquisa, que tem todos os elementos científicos das demais, duas são as abordagens para a eleição de presidente: a primeira apresentando a candidata "Dilma" e a segunda apresentando a candidata "Dilma, candidata do Lula". Vejam só o resultado:

Primeira situação:

DILMA - 26,9%
JOSÉ SERRA - 26,3%
CIRO GOMES - 16,4%
MARINA SILVA - 8,1%
BRANCO/NULO - 10,6%
NÃO SABE - 11,6%
NÃO RESPONDE - 0,1%

Segunda Situação:

DILMA, CANDIDATA DO LULA - 42,4%
JOSÉ SERRA - 21,4%
CIRO GOMES - 13,0%
MARINA SILVA - 7,4%
BRANCO/NULO - 6,9%
NÃO SABE - 8,9%
NÃO RESPONDEU - 0,1%

A pesquisa, feita em janeiro, mostra ainda os resultados em cada cidade da Baixada. E em todas elas a proporção é mais ou menos a mesma.

Já uma pesquisa do Sensus diz que 49,3% dos eleitores não votariam em alguém indicado pelo FHC.

Quanta diferença!!!

domingo, 21 de março de 2010

Cara de Pau

“Não acredito que disse aquilo”, diz presidente do Ibope sobre avanço de Dilma

21/03 – 08:16 – Tales Faria, iG Brasília

O presidente do Ibope, Carlos Augusto Montenegro, foi o grande surpreendido pela pesquisa do Ibope encomenda pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que foi divulgada na quarta-feira.

Segundo o levantamento, o candidato do PSDB a presidente da República, José Serra, está apenas cinco pontos percentuais à frente de sua adversária, Dilma Rousseff (PT), que tem a preferência de 30% dos eleitores consultados. Serra agora tem 35% das intenções de voto. O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) registra 11%, e a senadora Marina Silva (PV-AC), 6%. Brancos e nulos somam 10% e indecisos, 8%.

Mas em dezembro do ano passado, na última pesquisa Ibope, a diferença entre Serra e Dilma era de 21 pontos percentuais. O tucano tinha 38% e Dilma, 17%. Ciro Gomes exibia 13% e a senadora Marina Silva, 6%.

Meses antes, Montenegro havia declarado a dois blogs hospedados no iG que não acreditava que Dilma crescesse tanto.

Em 29 de abril do ano passado, Montenegro opinou no blog do Ricardo Kotscho: “Dilma deve, num primeiro momento, manter os mesmos índices anteriores. A transferência de votos do presidente Lula para ela chegará mais adiante a um patamar de 15%. A partir daí, será difícil conquistar cada ponto a mais.”

Um dia antes, havia declarado ao Blog dos Blogs e à coluna Coisas da Política do Jornal do Brasil: “Tudo indica que Dilma Rousseff chegará ao final da campanha com cerca de 15% a 17% dos votos. O favorito continua sendo o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). E, se ninguém mais se projetar, é grande o risco de a eleição ser decidida no primeiro turno. O Ciro Gomes (PSB), por exemplo, sai com 14%, mas pode acabar com 6%, 5%, 4%.”

Em julho, quando pesquisa do DataFolha detectou uma queda de oito pontos percentuais na vantagem de Serra sobre Dilma, Montenegro insistiu – “Continuo com a mesma opinião. Defendo tudo aquilo que disse antes” – sob a seguinte argumentação:

“As pesquisas mostram que ela já é conhecida de cerca de 80% do eleitorado. Serra é conhecido de 90% e tem manifestações de votos próximas de 40%. Dilma, com 80% de conhecimento, só tem 16% das pessoas dispostas a elegê-la. Acho que a ministra, sim, está chegando ao teto. Vamos olhar a rejeição à Dilma: bateu em 32,4%. É muito alto. Maior do que a do Aécio e a do Serra.”

Na sexta-feira a reportagem do iG ouviu Montenegro sobre suas previsões do passado e a pesquisa atual.

“Eu não acredito que disse aquilo. Deve haver algum engano. Numa eleição polarizada, com praticamente dois candidatos apenas, como é que eu poderia achar que a Dilma pararia em 20%? Até o Alckmin teve 40% contra o Lula…”

Diante da insistência da reportagem, Montenegro, então, pôs um ponto final no assunto: “Estamos em março e é muito cedo para futurologias. Fatos importantes ainda estão para acontecer. O Serra ainda vai definir seu vice. Vêm as convenções partidárias de junho. Vamos ver depois como fica."

sábado, 20 de março de 2010

Saúde, Dengue e Violência.

Três outros assuntos me chamam a atenção nesta manhã.

O primeiro deles é uma sentença do STF sobre remédios de alto custo que poderá gerar sérios problemas para todo o sistema de saúde brasileiro. Trata-se de sentença que obriga o poder público a pagar por remédios caríssimos e que ainda não foram homologados no sistema de saúde nacional. Em outras palavras, remédios importados ainda não analisados pelos nossos agentes de saúde e, portanto não estão na lista de remédios a disposição da população. Veja aqui detalhes da matéria.

Outro fala sobre a dengue e onde foi encontrado um grande foco dela na cidade de São Paulo. Na SABESP, empresa do estado responsável pelo abastecimento de água de várias cidades paulistas e que tem campanhas contra a referida doença. Contraditório, né? Veja aqui.

E a terceira fala sobre o tratamento dado pelos seguranças de Serra a um manifestante que foi questionar o governador sobre o alto número de praças de pedágios no estado. A pessoa foi arrastada para fora do local por seguranças que disseram não serem agentes públicos. A pergunta que fica no ar é: Serra está pagando milícias ilegais para sua segurança? Veja aqui.

E para rirmos, nada como o humor inteligente do blog do Professor Hariovaldo, que fala sobre o aniversário do Serra. Vale a pena conferir.

Kassab, as Enchentes e a Fórmula Indy.

Retirado do BLOG DO MIRO:

Bastante badalada pela mídia, a Fórmula Indy, no último final de semana, poderia causar uma justificada revolta dos moradores das áreas alagadas de São Paulo. O prefeito demo Gilberto Kassab, cria do governador tucano José Serra, virou manchete de jornais e concedeu centenas de entrevistas às televisões. Virou herói das telinhas e pode respirar após a sua queda nas pesquisas. Ele só não disse quanto custaram aos cofres públicos as obras e promoções da milionária corrida.

Num único final de semana para os amantes do automobilismo, a prefeitura torrou R$ 8 milhões em obras. Isto equivale a sete vezes o valor investido em todo o ano de 2009 para construir piscinões e reservatórios anti-enchentes (R$ 1,2 milhão); a quase três vezes o que a prefeitura gastou para tirar o lixo de córregos entupidos (R$ 3 milhões); e ao valor total aplicado no ano passado na limpeza e manutenção de córregos e galerias (R$ 8,2 milhões).

Como se nota, as prioridades das gestões demo-tucanas não têm qualquer preocupação com as comunidades carentes. Além do investimento em obras de R$ 8 milhões, o prefeito torrou outros R$ 12 milhões na promoção publicitária da Fórmula Indy. Na civilização do automóvel, obras são feitas às pressas e com altos custos para alegrar a classe média; já a periferia fica abandonada na lama. Imagine o estrago que esta turma causará se retornar ao Palácio do Planalto!

Igreja Universal Tinha Razão.

Lembram-se das brigas entre a Rede Globo e a Rede Record que já comentamos aqui? Pois é. Na oportunidade dizíamos que isso era uma briga de lobos e que a última coisa que estava em jogo era a pureza de um ou de outro. Parece que a Globo resolveu, em silêncio e no padrão global, começar a se safar de seus "fantasmas". Claro, valorizando-se e tentando criar alguns pontinhos para seu candidato a presidente. Vejam o que foi publicado hoje no blog do Nassif:

Nassif, sabe o terreno que a Globo grilou do DERSA, na Berrini?

Veja isso!

Do G1

Governo de SP assina convênio para construção de escola técnica

Nova Etec, parceria com a TV Globo, ficará na Avenida Chucri Zaidan.
Previsão é que aulas de mídia eletrônica se iniciem em 2011.

Do G1, em São Paulo

O governador José Serra (PSDB) assinou no início da tarde desta sexta-feira (19) um convênio com a Fundação Roberto Marinho e a TV Globo para a construção de uma nova Escola Técnica Estadual (Etec) na área de mídia eletrônica. A escola será construída em um terreno na Avenida Doutor Chucri Zaidan, na Zona Sul de São Paulo, e irá atender, inicialmente, 240 estudantes – nos cursos de multimídia e produção de áudio e vídeo.

A construção será feita pela TV Globo no terreno que é de propriedade do estado. A emissora também será responsável pelo paisagismo do local – com colocação de plantas nativas – e pela conservação durante cinco anos. Ao estado, por meio do Centro Paula Souza, caberá a realização dos cursos, os equipamentos e o funcionamento da escola. De acordo com Serra, o custo deve ser de R$ 3,5 mil por aluno por ano. A previsão é que as atividades sejam iniciadas em 2011.

“Ela vai preencher uma necessidade grande do mercado de trabalho. Faz parte do grande esforço de treinar e qualificar a população de São Paulo, a nossa juventude. É uma escola que será pioneira em São Paulo e no Brasil, porque vai formar gente que as empresas precisam e hoje não são objeto de uma formação sistemática, com treinamento”, disse o governador.

A opinião foi reforçada pelo presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho. “Tenho a certeza de que os cursos serão fundamentais para um mercado de trabalho que não para de crescer”, disse ele.

Bem-humorado, Serra disse que, além de estar feliz por causa do convênio, tinha mais dois motivos para comemorar: seu aniversário de 68 anos, comemorado nesta sexta, e a chegada pontual ao evento, antes do prefeito Gilberto Kassab (DEM) e do ex-governador e atual secretário de Desenvolvimento do estado, Geraldo Alckmin (PSDB). “Cheguei antes dos dois. Eles são pontuais e me dá um sentimento de culpa permanente”, afirmou o governador.

Ele destacou que um levantamento feito pelo governo mostrou que quatro de cada cinco alunos das Etecs saem empregados dos cursos. Isso deve ser reforçado pela nova escola – visto que a TV Globo irá oferecer visitas guiadas e estágios aos estudantes. A qualidade da parceria foi reforçada por Hugo Barreto, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho. “Nos sentimos muito honrados em uma parceria com o Centro Paula Souza. É um parceiro de longa data. Essa relação vem propiciar uma oferta de educação de qualidade.”


Parece Brincadeira, Mas Não É.

VEJA Dá de Ombros aos Desmentidos

O jogo ficou assim:

1. Veja informou que o Vaccari foi denunciado pelo doleiro (que ela chama de consultor financeiro) em um sistema de delação premiada. Mencionou relatório sigiloso do depoimento, que estaria no inquérito do “mensalão”. Só disse isso, não apresentou os documentos. O leitor fica dependendo, então, da palavra do repórter. Pouco antes, noticiou que o promotor Blat pediria a quebra do sigilo de Vaccari, devido à suspeita de que tivesse havido desvios para financiamento de campanha. Também sem apresentar documentos. Duas denúncias, portanto, baseadas exclusivamente em declarações: do repórter e do procurador. O PT desmentiu, Vaccari desmentiu. Até aí, morreu Neves. É a palavra de um lado contra a do outro.

2. Aí vem o juiz – que recebeu o pedido de quebra do sigilo de Vaccari – e espinafra o promotor. Acusa-o de promover eventos puramente políticos, já que não havia nada que fundamentasse seu pedido de quebra do sigilo de Vaccari. Ou seja, a palavra do promotor foi para vinagre.

3. Depois, vem a procuradora de São Paulo – que colheu os depoimentos do “consultor financeiro” Lúcio Funaro- e garante que o nome de Vaccaro sequer foi mencionado. Desmontou a palavra do repórter.

4. A revista volta ao tema esta semana, espinafra a defesa do PT, critica os que falam de “mídia golpista” mas sobre os desmentidos oficiais à matéria… nada. Fala sobre “evidências” da cobrança de propinas – essas “evidências” já haviam sido desmontadas pelo juiz e pela procuradora, em informações que se espalharam por toda a Internet e por todas as redações do país durante a semana. Pessoal, não dá para ignorar que toda a imprensa leu os desmentidos. Não dá para varrer para baixo do tapete. O jovem repórter Diego Escosteguy está sob suspeita de ter inventado uma matéria. Ele não pode simplesmente responder indignando-se com a não resposta do PT. Seu papel, agora, é mostrar as provas de que a matéria da semana passada não foi inventada, inclusive para não prejudicar uma carreira promissora.

Abaixo o artigo da revistinha:

Na noite da última terça-feira, o lobista e deputado cassado José Dirceu, acusado pela Procuradoria-Geral da República de comandar a “organização criminosa” do mensalão, réu no Supremo Tribunal Federal por corrupção ativa e formação de quadrilha, celebrou seus 64 anos numa alegre festa em Brasília. Dirceu, o perseguido, aproveitou a tertúlia para anunciar sua enigmática convicção de que será absolvido no STF – e propôs um brinde especial ao novo tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado como um dos operadores do mensalão petista e, também, como responsável por desfalques milionários na Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, a Bancoop. “Vamos defender nossos amigos dessas denúncias infundadas”, arengou o petista, observado de perto pelo presidente do Senado, José Sarney, e pelo senador Renan Calheiros, ambos do PMDB, políticos retos que, como Dirceu, conhecem bem esse tipo de “denúncia infundada”. Até o outrora discreto chefe de gabinete da Presidência, Gilberto Carvalho, foi às falas: “Não vamos aceitar linchamento sem provas”. O partido, portanto, está disposto a manter no cargo João Vaccari, o coletor de propina do mensalão junto aos fundos de pensão.

As declarações no convescote de Dirceu demonstram que o PT resolveu aplicar no caso de Vaccari a mesma tática belicosa que adota desde o começo do governo Lula sempre que surgem evidências de malfeitorias cometidas pelos companheiros. É uma estratégia rudimentar, na qual o partido se defende tão somente atacando os autores das denúncias – ou, ainda, o mensageiro delas: “a mídia golpista”. Essa atitude prepotente, de deprezo aos demais protagonistas do jogo democrático, serve ao propósito político de interditar o debate e a validade de quaisquer investigações, ignorando, assim, a substância objetiva das provas apresentadas ao público. A nota divulgada pelo tesoureiro na semana passada – em resposta às revelações de VEJA sobre os depoimentos sigilosos do corretor Lúcio Funaro aos procuradores que investigam o mensalão – ratifica isso. Nela, lê-se apenas que as denúncias visam a “influenciar o processo eleitoral”. Nada diz sobre os fatos. Ou seja, nega sem negar. Não nega que Vacca-ri recebeu o corretor e o deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto na sede da Bancoop, no fim de 2004. Não nega que nesse encontro Vaccari explicou que, para fazer negócios nos fundos de pensão, era necessário pagar um pedágio ao PT. Não nega que, na conversa, Vaccari explicou que Funaro e Valdemar também deveriam pagar propina para participar dessas negociatas.

Ao desprezo pelos fatos seguiu-se a terceira linha de defesa do PT, na qual o partido procurou distanciar Vaccari do comitê da campanha presidencial de Dilma Rousseff. Ele é tesoureiro do PT, mas não cuidará das finanças da campanha, asseguram os articuladores do partido. Bobagem. Nem distância física existe. O provável comitê de campanha de Dilma funcionará no mesmo prédio da sede do PT, em Brasília. A partir de abril, quando deixará a Casa Civil para dedicar-se exclusivamente à campanha, Dilma será funcionária do PT. Seu salário sairá dos cofres administrados por Vaccari. Ao menos cinco assessores dela deixarão a Casa Civil e passarão a receber pelo partido. A sigla também bancará, naturalmente, toda a estrutura da caminhada eleitoral de Dilma até julho, quando a campanha começará oficialmente e o comitê poderá arrecadar doações. O partido estima que gastará entre 5 e 8 milhões de reais nesse período de pré-campanha. Tudo com a assinatura de João Vaccari – o homem que pedia comissão a empresários, segundo depoimentos em poder da Procuradoria-Geral da República.

Apesar da soberba petista, a oposição conseguiu, na semana passada, apro-var a convocação de Vaccari para depor numa CPI do Senado. O tesoureiro deve aparecer no Congresso nesta terça-feira, mas não há esperança de que ele se disponha a dar explicações. O promotor José Carlos Blat, que coordena as investigações do caso Bancoop, também irá. O corretor Lúcio Funaro foi convidado, mas não pretende depor. Ele disse a amigos que só quer testemunhar caso Vaccari desminta seu depoimento. “Que-ro ver se ele tem coragem de ir para uma acareação comigo”, desafiou Funaro. “O pessoal está tentando trazer 2005 para a eleição de 2010. Acho pouco eficaz”, disse a ministra Dilma Rousseff. Por “pessoal”, entenda-se adversários. Porém, ao eleger Vaccari como o novo tesoureiro do partido, foi o PT que levou o mensalão para o coração da campanha da ministra.

Eu tenho nojo!!! Vocês não???


quinta-feira, 18 de março de 2010

Pesquisas e Outros Assuntos.

Ontem não consegui postar comentários sobre a nova pesquisa do IBOPE pois cheguei do seminário da UNDIME muito tarde. Hoje, destaco uma notícia que resume um pouco as repercussões da pesquisa no dia. Para quem não viu ainda a pesquisa aponta mais uma aproximação de Dilma em relação a Serra. Serra obteve 35% dos votos e Dilma 30%. Há quem diga que o IBOPE, do Sr Montenegro que já apostou que o Serra vence as próximas eleições, "segurou" uma aproximação maior da Dilma, ou mesmo uma inversão nas posições. Na mesma pesquisa, quando a resposta é espontânea (sem indicação dos prováveis nomes), Dilma está na frente com 14% dos votos e Serra com 10%. Veja aqui os comentários sobre a pesquisa.

Uma pesquisa muito interessante foi feita no Rio de Janeiro que ainda publicarei aqui. Publicada na CARTA CAPITAL da semana passada ela faz um exercício indicando duas situações para o pesquisado: a candidata DILMA e a candidata DILMA, DO PRESIDENTE LULA. As diferenças são brutais. Mostrarei.

Outro assunto diz respeito aos novos aviões que o Brasil comprará. Parece que a FAB reviu sua posição depois que os franceses baixaram o valor do pacote e ainda acrescentaram algumas vantagens técnicas nos mesmos. Leia aqui.

E por fim um rápido demonstrativo do grande aumento nos investimentos em educação no nosso país. Pulamos de 19 bilhões para 51 bilhões de reais em sete anos. Vale a pena ler essa ótima notícia aqui.

Boa noite a todos e todas.

terça-feira, 16 de março de 2010

Por que Lula Foi a Israel

Importante observarmos o que efetivamente Lula esteve fazendo em Israel, senão ficaremos com a imagem de que ele foi lá para "tomar pito" dos israelenses, imagem que o PIG tentou passar para todos nós.

Para isso, selecionei alguns vídeos que resumem um pouco a visita de Lula à Israel

vídeo 1

vídeo 2

vídeo 3

vídeo 4

O último, certamente o que mais aguça os curiosos: a imprensa brasileira entrevistando o ministro Marco Aurélio Garcia, tentando tirar dele contradições e assuntos para criar pauta. Interessante.

CQC Não Fala de Boris

Vocês se lembram no final do ano a gafe que o apresentador do tele jornal da Band, Boris Casoy, cometeu quando comentou sobre os garis que desejavam feliz ano novo para todos que assistiam a emissora. Aqui, postei vários comentários e artigos sobre o tema.

Um deles, falava sobre a certeza de que o CQC - programa também da Band - não apresentaria a gafe no seu quadro TOP FIVE, que apresenta as cinco piores gafes da TV de forma bem abrangente. Veja aqui meu post.

Pois é. Depois de quase três meses em férias, o CQC voltou ontem. Fiz questão de assistir para verificar se lembrariam do fato. Muitos quadros novos, uma acusação de censura por terem sido impedidos pela justiça a apresentar uma denúncia contra a prefeitura de Barueri no quadro PROTESTE JÁ, muitas coisas engraçadas, outras nem tanto. E fiquei até as 0h10m acordado assistindo o programa. Passou o TOP FIVE, fizeram um resumo dos principais acontecimentos (na opinião deles) do final do ano até agora, mas nada de falar do Bóris e a gafe que está custando para a Band e para o apresentador um processo movido pelo sindicato dos garis. A única possibilidade é de terem feito isso no final do programa, já que depois desse horário desisti de esperar algo contrário ao que já era esperado: eles não tocariam no assunto.

E não tocaram. Uma pena.... as vezes acreditamos que alguém será isento e terá o mesmo peso e a mesma medida para tudo.... ledo engano, infelizmente.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Operação “Tempestade no Cerrado”: o que fazer?

Por Mauro Carrara

(O PT é um partido sem mídia… O PSDB é uma mídia com partido).

“Tempestade no Cerrado”: é o apelido que ganhou nas redações a operação de bombardeio midiático sobre o governo Lula, deflagrada nesta primeira quinzena de Março, após o convescote promovido pelo Instituto Millenium.

A expressão é inspirada na operação “Tempestade no Deserto”, realizada em fevereiro de 1991, durante a Guerra do Golfo.

Liderada pelo general norte-americano Norman Schwarzkopf, a ação militar destruiu parcela significativa das forças iraquianas. Estima-se que 70 mil pessoas morreram em decorrência da ofensiva.

A ordem nas redações da Editora Abril, de O Globo, do Estadão e da Folha de S. Paulo é disparar sem piedade, dia e noite, sem pausas, contra o presidente, contra Dilma Roussef e contra o Partido dos Trabalhadores.

A meta é produzir uma onda de fogo tão intensa que seja impossível ao governo responder pontualmente às denúncias e provocações.

As conversas tensas nos “aquários” do editores terminam com o repasse verbal da cartilha de ataque.

1) Manter permanentemente uma denúncia (qualquer que seja) contra o governo Lula nos portais informativos na Internet.

2) Produzir manchetes impactantes nas versões impressas. Utilizar fotos que ridicularizem o presidente e sua candidata.

3) Ressuscitar o caso “Mensalão”, de 2005, e explorá-lo ao máximo. Associar Lula a supostas arbitrariedades cometidas em Cuba, na Venezuela e no Irã.

4) Elevar o tom de voz nos editoriais.

5) Provocar o governo, de forma que qualquer reação possa ser qualificada como tentativa de “censura”.

6) Selecionar dados supostamente negativos na Economia e isolá-los do contexto.

7) Trabalhar os ataques de maneira coordenada com a militância paga dos partidos de direita e com a banda alugada das promotorias.

8 ) Utilizar ao máximo o poder de fogo dos articulistas.

Quem está por trás

Parte da estratégia tucano-midiática foi traçada por Drew Westen, norte-americano que se diz neurocientista e costuma prestar serviços de cunho eleitoral.

É autor do livro The Political Brain, que andou pela escrivaninha de José Serra no primeiro semestre do ano passado.

A tropicalização do projeto golpista vem sendo desenvolvida pelo “cientista político” Alberto Carlos Almeida, contratado a peso de ouro para formular diariamente a tática de combate ao governo.

Almeida escreveu Por que Lula? e A cabeça do brasileiro, livros que o governador de São Paulo afirma ter lido em suas madrugadas insones.

O conteúdo

As manchetes dos últimos dias, revelam a carga dos explosivos lançados sobre o território da esquerda.

Acusam Lula, por exemplo, de inaugurar uma obra inacabada e “vetada” pelo TCU.

Produzem alarde sobre a retração do PIB brasileiro em 2009.

Criam deturpações numéricas.

A Folha de S. Paulo, por exemplo, num espetacular malabarismo de ideias, tenta passar a impressão de que o projeto “Minha Casa, Minha Vida” está fadado ao fracasso.

Durante horas, seu portal na Internet afirmou que somente 0,6% das moradias previstas na meta tinham sido concluídas.

O jornal embaralha as informações para forjar a ideia de que havia alguma data definida para a entrega dos imóveis.

Na verdade, estipulou-se um número de moradias a serem financiadas, mas não um prazo para conclusão das obras. Vale lembrar que o governo é apenas parceiro num sistema tocado pela iniciativa privada.

A mesma Folha utilizou seu portal para afirmar que o preço dos alimentos tinha dobrado em um ano, ou seja, calculou uma inflação de 100% em 12 meses.

A leitura da matéria, porém, mostra algo totalmente diferente. Dobrou foi a taxa de inflação nos dois períodos pinçados pelo repórter, de 1,02% para 2,10%.

Além dos deturpadores de números, a Folha recorre aos colunistas do apocalipse e aos ratos da pena.

É o caso do repórter Kennedy Alencar. Esse, por incrível que pareça, chegou a fazer parte da assessoria de imprensa de Lula, nos anos 90.

Hoje, se utiliza da relação com petistas ingênuos e ex-petistas para obter informações privilegiadas. Obviamente, o material é sempre moldado e amplificado de forma a constituir uma nova denúncia.

É o caso da “bomba” requentada neste março. Segundo Alencar, Lula vai “admitir” (em tom de confissão, logicamente) que foi avisado por Roberto Jefferson da existência do Mensalão.

Crimes anônimos na Internet

Todo o trabalho midiático diário é ecoado pelos hoaxes distribuídos no território virtual pelos exércitos contratados pelos dois partidos conservadores.

Três deles merecem destaque…

1) O “Bolsa Bandido”. Refere-se a uma lei aprovada na Constituição de 1988 e regulamentada pela última vez durante o governo de FHC. Esses fatos são, evidentemente, omitidos. O auxílio aos familiares de apenados é atribuído a Lula. Para completar, distorce-se a regra para a concessão do benefício.

2) Dilma “terrorista”. Segundo esse hoax, além de assaltar bancos, a candidata do PT teria prazer em torturar e matar pacatos pais de família. A versão mais recente do texto agrega a seguinte informação: “Dilma agia como garota de programa nos acampamentos dos terroristas”.

3) O filho encrenqueiro. De acordo com a narração, um dos filhos de Lula teria xingado e agredido indefesas famílias de classe média numa apresentação do Cirque du Soleil.

O que fazer

Sabe-se da incapacidade dos comunicadores oficiais. Como vivem cercados de outros governistas, jamais sentem a ameaça. Pensam com o umbigo.

Raramente respondem à injúria, à difamação e à calúnia. Quando o fazem, são lentos, pouco enfáticos e frequentemente confusos.

Por conta dessa realidade, faz-se necessário que cada mente honesta e articulada ofereça sua contribuição à defesa da democracia e da verdade.

São cinco as tarefas imediatas…

1) Cada cidadão deve estabelecer uma rede com um mínimo de 50 contatos e, por meio deles, distribuir as versões limpas dos fatos. Nesse grupo, não adianda incluir outros engajados. É preciso que essas mensagens sejam enviadas à Tia Gertrudes, ao dentista, ao dono da padaria, à cabeleireira, ao amigo peladeiro de fim de semana. Não o entupa de informação. Envie apenas o básico, de vez em quando, contextualizando os fatos.

2) Escreva diariamente nos espaços midiáticos públicos. É o caso das áreas de comentários da Folha, do Estadão, de O Globo e de Veja. Faça isso diariamente. Não precisa escrever muito. Seja claro, destaque o essencial da calúnia e da distorção. Proceda da mesma maneira nas comunidades virtuais, como Facebook e Orkut. Mas não adianta postar somente nas comunidades de política. Faça isso, sem alarde e fanatismo, nas comunidades de artes, comportamento, futebol, etc. Tome cuidado para não desagradar os outros participantes com seu proselitismo. Seja elegante e sutil.

3) Converse com as pessoas sobre a deturpação midiática. No ponto de ônibus, na padaria, na banca de jornal. Parta sempre de uma concordância com o interlocutor, validando suas queixas e motivos, para em seguida apresentar a outra versão dos fatos.

4) Em caso de matérias com graves deturpações, escreva diretamente para a redação do veículo, especialmente para o ombudsman e ouvidores. Repasse aos amigos sua bronca.

5) Se você escreve, um pouquinho que seja, crie um blog. É mais fácil do que você pensa. Cole lá as informações limpas colhidas em bons sites, como aqueles de Azenha, PHA,Grupo Beatrice, entre outros. Mesmo que pouca gente o leia, vai fazer volume nas indicações dos motores de busca, como o Google. Monte agora o seu.

A guerra começou. Não seja um desertor.

=> O artigo é do jornalista Mauro Carrara. E deve ser entendido por todos que se preocupam em desmascarar o PIG - Partido da Imprensa Golpista - tantas vezes já denunciado neste blog. Retirei o artigo do blog do PT que se utilizou do blog de ANA HELENA TAVARES. Iniciado o repasse da informação para todos termos cuidado, atenção e denúncia.

sábado, 13 de março de 2010

Que Jornal Ler?

Volto aqui a uma brincadeira feita com Taisa - diretora pedagógica da secretaria da educação aqui de Salto - quando da sua demanda em assinar jornais para nossas escolas. Volto para registrar dois desastres jornalísticos de proporções que beiram a indigestão.

O primeiro deles e certamente o mais grave é da folhona. Depois de tudo o que já comentamos aqui, nesta semana ela sai com mais uma excrecência: "EBC paga R$ 1,2 mi a jornalista pró-governo". EBC, para quem não sabe é a Empresa Brasil de Comunicação, responsável pela TV Brasil (infelizmente ainda não a temos em sinal aberto por aqui). O tal "jornalista pró-governo" que insinua a reportagem é nosso conhecido Luiz Nassif, que cometeu o "erro" de produzir um programa inédito na TV brasileira, rejeitado pela TV Cultura (do Serra), mas que foi muito bem visto pela TV Brasil (do Lula). Ai, o jornalão, que fornece mais de 4000 assinaturas para a Secretaria Estadual da Educação paulista (fornece e recebe com dispensa de licitação inclusive), resolve questionar o contrato do Nassif e acusar o mesmo de favorecimento por parte do governo federal. Nem um melodrama mexicano (com todo respeito aos mexicanos) seria tão trágico. Só que a folhona não percebeu ainda que sua forma de comunicação não é mais única e monopolizadora. Imediatamente o Nassif respondeu com todos os dados da contratação e de como surgiu a tal notícia. Confira aqui.

Ainda sobre esse assunto, vale a pena ler o blog O Óleo do Diabo e sua opinião a respeito, aqui.

E sobre a folhona o BLOG DO LEN encaminhou a ela uma série de perguntas sobre acontecimentos recentes e passados, desafiando-a a responder. Parece que ainda não obteve êxito nas respostas. Mas vale a pena ler as perguntas pois elas conseguem resumir bem os abusos da folhona. Veja aqui.

E o segundo é o estadão. Este criou uma manchete no caso BANCOOP que não tem nada a ver com a decisão judicial, dando a entender que a BANCOOP foi "moralmente" condenada pela justiça, quando na verdade a maioria das acusações foram rejeitadas pelo juiz. Veja aqui e se tiver curiosidade de se aprofundar no assunto, acompanhe os links abaixo da reportagem.

É Taisa, estamos mal servidos de jornais.....

Pergunta Que Não Quer Calar.

Na edição da CARTA CAPITAL desta semana, na seção "CARTAS DO LEITOR" (todas devidamente assinadas), chamou-me a atenção a carta de um leitor de Porto Alegre, chamado Mário Lobo Cunha e que gostaria de transcrever, até porque a pergunta dele é a minha também.

"Nos últimos 20 anos Israel (potência nuclear), violando todas as leis internacionais, já atacou/invadiu Líbano, Iraque e Síria, todos países vizinhos ou próximos à fronteira iraniana. Os EUA (outra potência nuclear), por sua vez, violando também todas as leis internacionais e até disposições do Conselho de Segurança da ONU, atacaram/invadiram o Iraque e o Afeganistão, países limítrofes com o Irã."

"A pergunta que não quer calar... Por que o Irã, localizado em uma região do globo em que ninguém respeita as leis internacionais, deve ficar inerme aguardando a sua vez de ser atacado/invadido e não pode se armar 'até os dentes' para revidar, se for o caso?"

Boa pergunta, não é mesmo?


E agora???

Lendo o Taperá agora cedo deparo-me com a descoberta da empresa que andou jogando alimentos vencidos em beira de rodovias vicinais da cidade e que o Taperá flagrou com fotos do ocorrido. E a empresa (Supermercados Bom Bom) é do nobre vereador que agora se diz de oposição e que tem assumido uma postura bastante diferente dos demais ao criticar e denunciar possíveis erros da administração.

Pois é!!! E agora???

Chegou....

Ontem, dia 12, Tiago - meu filho - chegou da França para passar alguns dias aqui com a gente.

Quase três anos sem vê-lo, creio que não é preciso detalhar muito como foi o momento em que ele apareceu na porta de desembarque do aeroporto. Indescritível!!!

Ele está muito bonito. Mais "gordinho", branco - como os que veem pouco sol - e bastante alegre.

Falou muito de lá, das coisas boas e ruins, das expectativas e frustrações.... enfim, o Tiago que conheço, bastante ponderado e com um grau de ceticismo que lhe faz bem.

Amanhã é o aniversário dele - 26 anos - e preparamos uma grande festa para ele se encontrar com todos da família e amigos daqui. Vai ser muito bom, com certeza.

Ontem, quando chegamos, como voltei pela rodovia dos bandeirantes, parei primeiro em minha mãe, já que íamos todos almoçar juntos. Duas coisas interessantes: a emoção de minha mãe e dele ao se reencontrarem e uma frase que Tiago expressou várias vezes: "aqui tem cheiro, né!" (ao percorrer o quintal da vó) destacando uma diferença bastante grande entre os países frios e tropicais como o nosso. Interessante observar essas descobertas e novidades.

Agora, temos até o dia 31 para matar as saudades.

Amo você, meu filho!!! Ah...minha filha também....rs....

terça-feira, 9 de março de 2010

Tiago Chegando

Sexta-feira, dia 12, vem para o Brasil meu filho, Tiago, que está há três anos na França, primeiro para fazer seu mestrado e depois para trabalhar na área que escolheu - ciência da computação.

Imaginem vocês como está a ansiedade para que chegue logo a sexta-feira. Estarei no aeroporto esperando ele desembarcar para poder rapidamente matar as saudades que são imensas.

Mas o menino é chique...rs. Vem passar as férias aqui.... É mole!!! Volta para a França no dia 31 de março. Esses quase vinte dias que ficará por aqui terão que matar as saudades e acumular um montão de reservas para suportar até não sei quando um novo reencontro.

Chegue logo, filhão!!!

Dia Internacional da Mulher

Acabo de ser cobrado por não ter saudado as mulheres ontem em seu Dia Internacional.

Pois é. Na verdade não acho o dia um dia festivo. Sua origem e fundamento é de recordação de um momento histórico bastante forte. A morte das mulheres na fábrica de tecidos em Nova York é por demais forte e precisa de muita reflexão e novas lutas. Fiquei feliz ontem à noite com a comemoração da prefeitura na sala Palma de Ouro. Apesar de todo o oba-oba com sorteios de brindes (100 brindes) a recuperação histórica foi bastante interessante, além do belo vídeo apresentado.

É evidente observarmos, quando olhamos para trás, os grandes avanços que as mulheres conquistaram em tão pouco tempo, como lembrava Iara Bernardi ontem. Imaginar que quando era eu menino, mulheres de calças compridas eram um escândalo e que biquínis eram uma raridade nas praias. Imaginar que nos anos trinta do século passado a mulher brasileira não votava e que o controle da natalidade a partir da vontade da mulher não tem trinta anos é perceber o quanto elas avançaram em suas conquistas em pouco tempo. Lembrar que na época de minha mãe as profissões reservadas para as mulheres (quando insistiam em trabalhar) eram as piores na divisão capitalista do trabalho. Imaginar que na época de minha mãe raras eram as mulheres que se aventuravam a fazer uma faculdade.

Nesse aspecto - das conquistas - elas devem ser saudadas todos os dias, sempre.

Portanto, mulheres, não fiquem bravas por eu não desejar um feliz dia das mulheres. Até porque respeito muito a história de lutas e conquistas de vocês e tento valorizá-las todos os dias.

Discussão das Cotas

Temos que dar a mão à palmatória: o DEM (antigo PFL) conseguiu provocar um debate nacional. Ao entrar com uma ação de inconstitucionalidade diante da política de cotas raciais usadas por universidades públicas, não só confirmou sua marca de elite preconceituosa como também provocou uma bela produção no debate do assunto.

O STF - Supremo Tribunal Federal - deverá julgar a ação brevemente. E para procurar elementos para sua decisão, provocou audiências públicas nos dias 03 a 05 de março deste ano. E os debates estão interessantes. Se você quiser acompanhar com detalhes o que foi discutido no STF, entre aqui para ler.

Um artigo que expressa muito o que penso foi publicado no portal da CARTA CAPITAL. Peço licença para reproduzí-lo abaixo.

Uma verdade irrelevante.

Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa

Sim, as diferenças genéticas entre as chamadas “raças humanas” são insignificantes e a cor da pele é determinada por apenas algumas dezenas de genes entre os trinta mil que formam o genoma humano. Mas e daí?

O argumento "biologicamente não há raças, então não pode haver cotas raciais", mais que falho, é desonesto. Foi o mesmo usado por S. E. Castan, editor de livros antissemitas e neonazistas ao ser condenado em 1998 com base nas leis que punem manifestações de preconceito racial: “os judeus são uma etnia, e não uma raça, portanto, antissemitismo não é racismo”. O STF não aceitou o argumento e confirmou a condenação a dois anos de prisão.

Não há porque levar mais a sério um Ali Kamel. Que as diferenças étnicas sejam geneticamente irrelevantes não impediu que milhões morressem em genocídios nos campos de extermínio alemães, na Bósnia ou em Ruanda e que um número muito maior de pessoas tenha sofrido ou ainda sofra humilhações e discriminações por serem negros nos EUA ou no Brasil.

Uma verdade irrelevante, uma desconversa. É o que se pode dizer das lições de genética com as quais se quer desmerecer a discussão sobre políticas de ação afirmativa. O racismo brasileiro é um fato social e histórico que não há como negar de boa fé. Ignorar isso e falar de genética é apenas uma tentativa de mudar de assunto, tanto quanto seria recorrer à química para afirmar que negros e brancos são feitos das mesmas moléculas. Ou quanto filosofar sobre a irrelevância ética dos valores monetários e o caráter ilusório da felicidade para negar que há diferenças entre ricos e pobres.

A diferença de renda entre brancos e negros é grande e está aumentando: de 2004 a 2008, segundo a PNAD, a diferença entre as rendas médias dos negros (incluindo “pardos”) e dos brancos no Brasil se ampliou. A renda média dos brancos aumentou 115% em termos nominais, chegando a renda média familiar per capita de R$ 791 e a dos negros apenas 99%, ficando em R$ 398.

Isso embora a diferença de escolaridade entre as duas populações tenha diminuído: na verdade, os efeitos da discriminação mostram-se mais importantes quando se considera negros e brancos mais escolarizados. Em São Paulo, um branco com fundamental incompleto ganha 19% mais que um negro com igual instrução, enquanto um branco com curso superior completo ganha 41% mais que um (raro) negro nas mesmas condições.

Para os racistas, tanto os poucos que recorrem a teses biológicas para justificar seus preconceitos quanto para a maioria que discrimina sem pensar, não importa o fato biológico de que há mais genes envolvidos em variações genéticas individuais do que na diferença entre etnias. Nem a consequência óbvia de que, caso precisem de uma transfusão ou transplante, é perfeitamente possível que o sangue ou órgão de uma pessoa de outra raça se mostre mais compatível com o seu do que o de um parente.

A maioria deles simplesmente não se sente confortável em compartilhar os mesmos espaços e ter de tratar de igual para igual alguém de diferente cor de pele, que “não deveria estar ali”, concorrendo com seus filhos ou com sua própria carreira. Não é preciso que se ponham cartazes para dizer explicitamente “white only”, não é preciso que se organize uma Ku-Klux-Klan: basta o consenso silencioso de que o negro deve ficar “em seu lugar”.

Dito isso, é cabível discutir se favorecer negros e indígenas na seleção dos candidatos ao ensino superior é a melhor forma, de combater o preconceito racial a curto prazo, ou a que deveria receber maior prioridade aqui e agora. As estatísticas mostram que a discriminação continua a existir entre negros e brancos portadores de iguais diplomas: talvez seja mais importante combater o preconceito na seleção profissional, na disputa de vagas no mercado de trabalho e na pós-graduação. Também é perfeitamente razoável discutir se é preferível que o preconceito racial seja compensado por meio de cotas ou de diferenças de pontuação e como isso deve ser combinado com a consideração de outros fatores, como a renda. Mas falar de genética para fingir que o problema não existe é desconversar para desinformar.

Para o jurista Fábio Konder Comparato, a adoção de cotas raciais nas universidades públicas “não apenas é constitucional, como a ausência desse tipo de política representa uma inconstitucionalidade por omissão”. Confira a íntegra da entrevista concedida à CartaCapital.

Na própria página do artigo de Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa, outras reportagens a respeito são indicadas. Vale a pena conferir.

E o debate está aberto!!!


Extrapolou.... Responde.

O PT Nacional divulgou nota nesta terça-feira em resposta a reportagem da veja desta semana e editorial do estadão de hoje, onde os ilustres meios de comunicação perdem a classe e chamam os petistas de "quadrilha", "bandidagem" e outros adjetivos de quem, sem ter o que defender, busca atirar pedras em quem eles querem mortos. Leia abaixo a nota:

Nota do Partido dos Trabalhadores

É com perplexidade e absoluta indignação que o Partido dos Trabalhadores vem acompanhando a escalada de ataques mentirosos, infundados e caluniosos por parte de alguns órgãos da imprensa a partir de matéria sensacionalista publicada na última edição da revista Veja.

O mais absurdo desses ataques se deu hoje, terça-feira (9), quando o jornal O Estado de S.Paulo usou seu principal editorial para acusar o PT de ser “o partido da bandidagem” – extrapolando todos os limites da luta política e da civilidade sem qualquer elemento que sustente sua tese.

O PT tem uma incontestável história de lutas em defesa da democracia, da cidadania, da justiça e das liberdades civis. Nasceu dessas lutas, se consolidou a partir delas e, nos governos que conquistou, tem sido o principal promotor da idéia de um Brasil efetivamente para todos, com absoluto respeito às instituições democráticas, às regras do jogo político e ao direito fundamental à liberdade de opinião e expressão.

Para nós, a diversidade de opiniões é a essência não só da democracia, mas também do próprio PT. Devemos a essa característica, em grande parte, o sucesso de nosso projeto de país, cujo apoio majoritário da população se dá em oposição aos interesses da minoria que nos ataca.

Nem o PT nem a sociedade brasileira podem aceitar o baixo nível para o qual parte da mídia ameaça levar o embate político às vésperas de mais uma eleição presidencial. O Brasil não merece isso. A democracia não merece isso. A liberdade de imprensa, defendida pelo PT mais do que por qualquer outro partido, não merece que façam isso em nome dela.

O PT não entrará nesse jogo, no qual só ganham aqueles que têm pouco ou nenhum compromisso com a democracia. Mas buscará, pelas vias institucionais, a devida reparação judicial pelas infâmias perpetradas contra o partido e seus milhões de militantes nos últimos dias.

Acionaremos judicialmente o jornal o Estado de S.Paulo, pelo editorial desta terça, e a revista Veja, pela matéria que começou a circular no último sábado. Também representaremos no Conselho Nacional do Ministério Público contra o promotor José Carlos Blat, fonte primária de onde brotam as mentiras, as ilações, as acusações sem prova e o evidente interesse em usar a imprensa para se promover às custas de acusações desprovidas de qualquer base jurídica ou factual.

José Eduardo Dutra
Presidente Nacional do PT

sexta-feira, 5 de março de 2010

Vários

Depois de alguns dias sem aparecer por aqui, vários assuntos ficaram sem posts. Vou aqui tentar resumir alguns deles a partir de outros blogs e sites.

O primeiro deles é a visita da Secretária de Estado Norte-Americano Hillari Clinton ao Brasil. Impressionante como muitos veículos de comunicação ainda são submissos. Uma frase que marcou muito dos noticiários da globo foi mais ou menos assim: "Hillari vem do Uruguai, passando pelo Chile, e do Brasil vai para a Costa Rica, em sua missão de proteger o continente sul americano." Triste, não é mesmo? Mas sobre o assunto que a trouxe até aqui, temos um artigo interessante no blog VERMELHO. Leiam aqui, vale a pena.

Um outro assunto que chama a atenção é a declaração de apoio à Dilma Roussef do empresário Abílio Diniz, do grupo Pão de Açucar. Interessante como o mundo dá voltas. Em 1989 quando Diniz foi sequestrado, perto das eleições presidenciais onde Lula disputava com Collor, a polícia e toda a imprensa tentaram ligar o sequestro aos petistas por conta de materiais da campanha do Lula "encontrados" no cativeiro. Hoje, o homem rasga elogios ao Lula e diz apoiar Dilma. Leia aqui.

E as organizações globo continuam aprontando. Noticiaram que o Lula se afastaria da presidência para a campanha da Dilma e José Sarney assumiria a presidência. O Planalto desmentiu. E o jornaleco disse que quem não aceitou foi o Sarney. Ninguém merece. Veja aqui.

E por fim, para descontrair, a globo pode tomar um processo de homofobia por conta do BBB. As declarações de um dos brothers chamaram a atenção da justiça. Veja aqui.

E amanhã tem entrega da reforma e ampliação do CEMUS I, com Banda Marcial e tudo o mais.

Fui.

Lambança do Governo Serra.

Lembram-se de que alguns dias atrás publiquei um post dizendo que o governo Serra não assumiria o pagamento das viagens dos delegados de São Paulo para a Conferência Nacional da Cultura? Pois é. Os delegados de São Paulo se mobilizaram e encaminharam a carta abaixo para o nosso governo do estado. Leiam:

São Paulo, fevereiro de 2010

Nós, delegados democraticamente eleitos como representantes legais do Estado de São Paulo para a II Conferência Nacional de Cultura, a ser realizada no período de 11 a 14 de março, em Brasília, vimos por meio desta manifestar o nosso mais veemente repúdio, que pode ser subdividido em desagravo e indignação, ao governo do estado de São Paulo, notadamente invocado nas pessoas de seu governador, sr. José Serra, e secretário estadual da Cultura, sr. João Sayad, pela atitude de boicotar a nossa participação neste importante evento que faz parte de um esforço coletivo e somatório de dotar o país de uma política pública democrática que possa fortalecer a Cultura nacional.

Ao agir assim, os srs. governador e secretário estadual da Cultura do Estado São Paulo descumprem um regulamento previamente acordado entre União e Estado, além de desprezarem o esforço de mais de 400 municípios paulistas que, acreditando na adesão estadual à II Conferência Nacional de Cultura, realizaram as suas conferências municipais e intermunicipais, dispendendo para isso recursos humanos e materiais e reunindo milhares de cidadãos, representantes da sociedade civil e de poderes públicos locais, para debaterem e formularem questões e propostas pertinentes à Cultura.

Uma vez vencidos estes processos, os mesmos municípios voltaram a esforçar-se para enviar seus respectivos delegados eleitos para a cidade de São Paulo, onde em 26 de novembro de 2009, no Memorial da América Latina, realizou-se a fase estadual da II Conferência Nacional de Cultura – evento que também contou com esforços pessoais, governamentais e, mais grave ainda: com uso de dinheiro público para a sua realização. Dinheiro público cujo gasto se tornou irregular, uma vez que o motivo final de sua utilização veio a se tornar desnecessário, dada a decisão do goverso do Estado em desobrigar-se de sua responsabilidade para com os delegados estaduais, ou seja, a de garantir a participação deles mediante arcar com os custos de transporte para Brasília.

Nosso repúdio não deve ser somente em nome – em nome dos delegados estaduais, mas também e, sobretudo, em nome de todos os milhares de cidadãos que participaram das fases municipais e intermunicipais, acreditando serem verdadeiras as intenções do governo do Estado para com a realização da II Conferência Nacional de Cultura.

É preciso salientar que, a partir da postura inábil e totalmente desprovida de prática em conferências do governo do Estado, demonstrada na forma caótica com que realizou a fase estadual, nossos representantes do governo do estado já sinalizavam desconforto com essa maneira de se relacionar com a sociedade civil e, em parceria desta, definir estratégias e propostas visando a implementação de políticas públicas culturais.

Mas esse desconforto pode servir para um nosso não estranhamento com o boicote político de nosso governo estadual à II Conferência Nacional de Cultura, mas não deve justificar o desrespeito dos srs. José Serra e João Sayad a todos os municípios e cidadãos paulistas que crêem em uma nova relação entre Estado e sociedade civil e, para tanto, não economizam tempo nem ações para a construção deste novo tipo de diálogo mais saudável e imprescindivelmente necessário. Este boicote não vitimiza somente a nós, delegados estaduais que subscrevemos a esta carta, mas sim a todo o povo paulista que acredita na Cultura como direito básico do cidadão.

Nós, delegados da Conferência Estadual de Cultura, primeira diga-se de passagem, subescrevemos esta carta e convidamos a todos artistas, gestores(as) públicos ou privados, produtores(as) culturais, fazedores (as) e/ou sabedores (as) culturais a endossá-la. Ela nos serve como moção de repúdio ao governo estadual paulista, pelo boicote à II Conferência Nacional de Cultura, tanto quanto como a reiteração de nossa crença inquebrantável na Cultura, na Educação e na Cidadania.

Os srs. José Serra e João Sayad nos deram um "belo" exemplo de como não sermos cultos, educados ou cidadãos.

Sem mais, subscrevemos


DELEGADOS ESTADUAIS DEMOCRATICAMENTE ELEITOS PARA A II CONFERÊNCIA NACIONAL DE CULTURA E APOIADORES DA DEMOCRACIA.

E a lambança se propagou. Depois de receber essa manifestação, a Secretaria da Cultura encaminhou o seguinte comunicado para os delegados:

Em 3 de março de 2010 16:12, <brodarte@sp.gov.br> escreveu:

Prezados,

A Secretaria de Estado da Cultura, seguindo determinação imposta pelo
Regimento da Conferência Nacional de Cultura, se responsabilizará pelo
transporte SP - BSB dos delegados eleitos na Conferência Estadual de
Cultura.

Por favor confirmem seu dados na planilha em anexo ainda hoje, 03 de março.
Qualquer alteração necessária, enviar no corpo da mensagem.
Importante termos os dados corretos de todos.

Enviaremos os e-tickets por e-mail. Em caso de desistência, favor informar
ainda hoje.
Quem já tiver respondido a este e-mail ou já tiver conversado conosco por
telefone, não precisa retornar.

Favor aguardar mais informações.

Atenciosamente,
Bárbara Rodarte
Secretaria de Estado da Cultura
(See attached file: Delegados Titulares.xls)

Perceberam o tom? "...seguindo determinação imposta....".

A verdade é que depois dessa lambança toda, vários delegados encontraram outros meios para ir até Brasília, inclusive nosso querido Marcos Pardim.

Já pensaram isso no governo federal???? Deus me livre.......


O Que Será a Campanha

Grande mídia organiza campanha contra candidatura de Dilma

Em seminário promovido pelo Instituto Millenium em SP, representantes dos principais veículos de comunicação do país afirmaram que o PT é um partido contrário à liberdade de expressão e à democracia. Eles acreditam que se Dilma for eleita o stalinismo será implantado no Brasil. “Então tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução dos meios de comunicação. Temos que ser ofensivos e agressivos, não adianta reclamar depois”, sentenciou Arnaldo Jabor.

Se algum estudante ou profissional de comunicação desavisado pagou os R$ 500,00 que custavam a inscrição do 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado pelo Instituto Millenium, acreditando que os debates no evento girariam em torno das reais ameaças a esses direitos fundamentais, pode ter se surpreendido com a verdadeira aula sobre como organizar uma campanha política que foi dada pelos representantes dos grandes veículos de comunicação nesta segunda-feira, em São Paulo.

Promovido por um instituto defensor de valores como a economia de mercado e o direito à propriedade, e que tem entre seus conselheiros nomes como João Roberto Marinho, Roberto Civita, Eurípedes Alcântara e Pedro Bial, o fórum contou com o apoio de entidades como a Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), ANER (Associação Nacional de Editores de Revista), ANJ (Associação Nacional de Jornais) e Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade). E dedicou boa parte das suas discussões ao que os palestrantes consideram um risco para a democracia brasileira: a eleição de Dilma Rousseff.

A explicação foi inicialmente dada pelo sociólogo Demétrio Magnoli, que passou os últimos anos combatendo, nos noticiários e páginas dos grandes veículos, políticas de ação afirmativa como as cotas para negros nas universidades. Segundo ele, no início de sua história, o PT abrangia em sua composição uma diversidade maior de correntes, incluindo a presença de lideranças social-democratas. Hoje, para Magnoli, o partido é um aparato controlado por sindicalistas e castristas, que têm respondido a suas bases pela retomada e restauração de um programa político reminiscente dos antigos partidos comunistas.

“Ao longo das quatro candidaturas de Lula, o PT realizou uma mudança muito importante em relação à economia. Mas ao mesmo tempo em que o governo adota um programa econômico ortodoxo e princípios da economia de mercado, o PT dá marcha ré em todos os assuntos que se referem à democracia. Como contraponto à adesão à economia de mercado, retoma as antigas idéias de partido dirigente e de democracia burguesa, cruciais num ideário anti-democrático, e consolida um aparato partidário muito forte que reduz brutalmente a diversidade política no PT. E este movimento é reforçado hoje pelo cenário de emergência do chavismo e pela aliança entre Venezuela e Cuba”, acredita. “O PT se tornou o maior partido do Brasil como fruto da democracia, mas é ambivalente em relação a esta democracia. Ele celebra a Venezuela de Chávez, aplaude o regime castrista em seus documentos oficiais e congressos, e solta uma nota oficial em apoio ao fechamento da RCTV”, diz.

A RCTV é a emissora de TV venezuelana que não teve sua concessão em canal aberto renovada por descumprir as leis do país e articular o golpe de 2000 contra o presidente Hugo Chávez, cujo presidente foi convidado de honra do evento do Instituto Millenium. Hoje, a RCTV opera apenas no cabo e segue enfrentando o governo por se recusar a cumprir a legislação nacional. Por esta atitude, Marcel Granier é considerado pelos organizadores do Fórum um símbolo mundial da luta pela liberdade de expressão – um direito a que, acreditam, o PT também é contra.

“O PT é um partido contra a liberdade de expressão. Não há dúvidas em relação a isso. Mas no Brasil vivemos um debate democrático e o PT, por intermédio do cerceamento da liberdade de imprensa, propõe subverter a democracia pelos processos democráticos”, declarou o filósofo Denis Rosenfield. “A idéia de controle social da mídia é oficial nos programas do PT. O partido poderia ter se tornado social-democrata, mas decidiu que seu caminho seria de restauração stalinista. E não por acaso o centro desta restauração stalinista é o ataque verbal à liberdade de imprensa e expressão”, completou Magnoli.

O tal ataque
Para os pensadores da mídia de direita, o cerco à liberdade de expressão não é novidade no Brasil. E tal cerceamento não nasce da brutal concentração da propriedade dos meios de comunicação característica do Brasil, mas vem se manifestando há anos em iniciativas do governo Lula, em projetos com o da Ancinav, que pretendia criar uma agência de regulação do setor audiovisual, considerado “autoritário, burocratizante, concentracionista e estatizante” pelos palestrantes do Fórum, e do Conselho Federal de Jornalistas, que tinha como prerrogativa fiscalizar o exercício da profissão no país.

“Se o CFJ tivesse vingado, o governo deteria o controle absoluto de uma atividade cuja liberdade está garantida na Constituição Federal. O veneno antidemocrático era forte demais. Mas o governo não desiste. Tanto que em novembro, o Diretório Nacional do PT aprovou propostas para a Conferência Nacional de Comunicação defendendo mecanismos de controle público e sanções à imprensa”, avalia o articulista do Estadão e conhecido membro da Opus Dei, Carlos Alberto Di Franco.

“Tínhamos um partido que passou 20 anos fazendo guerra de valores, sabotando tentativas, atrapalhadas ou não, de estabilização, e que chegou em 2002 com chances de vencer as eleições. E todos os setores acreditaram que eles não queriam fazer o socialismo. Eles nos ofereceram estabilidade e por isso aceitamos tudo”, lamenta Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, que faz questão de assumir que Fernando Henrique Cardoso está à sua esquerda e para quem o DEM não defende os verdadeiros valores de direita. “A guerra da democracia do lado de cá esta sendo perdida”, disse, num momento de desespero.

O deputado petista Antonio Palocci, convidado do evento, até tentou tranqüilizar os participantes, dizendo que não vê no horizonte nenhum risco à liberdade de expressão no Brasil e que o Presidente Lula respeita e defende a liberdade de imprensa. O ministro Hélio Costa, velho amigo e conhecido dos donos da mídia, também. “Durante os procedimentos que levaram à Conferência de Comunicação, o governo foi unânime ao dizer que em hipótese alguma aceitaria uma discussão sobre o controle social da mídia. Isso não será permitido discutir, do ponto de vista governamental, porque consideramos absolutamente intocável”, garantiu.

Mas não adiantou. Nesta análise criteriosa sobre o Partido dos Trabalhadores, houve quem teorizasse até sobre os malefícios da militância partidária. Roberto Romano, convidado para falar em uma mesa sobre Estado Democrático de Direito, foi categórico ao atacar a prática política e apresentar elementos para a teoria da conspiração que ali se construía, defendendo a necessidade de surgimento de um partido de direita no país para quebrar o monopólio progressivo da esquerda.

“O partido de militantes é um partido de corrosão de caráter. Você não tem mais, por exemplo, juiz ou jornalista; tem um militante que responde ao seu dirigente partidário (...) Há uma cultura da militância por baixo, que faz com que essas pessoas militem nos órgãos públicos. E a escolha do militante vai até a morte. (...) Você tem grupos políticos nas redações que se dão ao direito de fazer censura. Não é por acaso que o PT tem uma massa de pessoas que considera toda a imprensa burguesa como criminosa e mentirosa”, explica.

O “risco Dilma”
Convictos da imposição pelo presente governo de uma visão de mundo hegemônica e de um único conjunto de valores, que estaria lentamente sedimentando-se no país pelas ações do Presidente Lula, os debatedores do Fórum Democracia e Liberdade de Expressão apresentaram aos cerca de 180 presentes e aos internautas que acompanharam o evento pela rede mundial de computadores os riscos de uma eventual eleição de Dilma Rousseff. A análise é simples: ao contrário de Lula, que possui uma “autonomia bonapartista” em relação ao PT, a sustentação de Dilma depende fundamentalmente do Partido dos Trabalhadores. E isso, por si só, já representa um perigo para a democracia e a liberdade de expressão no Brasil.

“O que está na cabeça de quem pode assumir em definitivo o poder no país é um patrimonialismo de Estado. Lula, com seu temperamento conciliador, teve o mérito real de manter os bolcheviques e jacobinos fora do poder. Mas conheço a cabeça de comunistas, fui do PC, e isso não muda, é feito pedra. O perigo é que a cabeça deste novo patrimonialismo de estado acha que a sociedade não merece confiança. Se sentem realmente superiores a nós, donos de uma linha justa, com direito de dominar e corrigir a sociedade segundo seus direitos ideológicos”, afirma o cineasta e comentarista da Rede Globo, Arnaldo Jabor. “Minha preocupação é que se o próximo governo for da Dilma, será uma infiltração infinitas de formigas neste país. Quem vai mandar no país é o Zé Dirceu e o Vaccarezza. A questão é como impedir politicamente o pensamento de uma velha esquerda que não deveria mais existir no mundo”, alerta Jabor.

Para Denis Rosenfield, ao contrário de Lula, que ganhou as eleições fazendo um movimento para o centro do espectro político, Dilma e o PT radicalizaram o discurso por intermédio do debate de idéias em torno do Programa Nacional de Direitos Humanos 3, lançado pelo governo no final do ano passado. “Observamos no Brasil tendências cada vez maiores de cerceamento da liberdade de expressão. Além do CFJ e da Ancinav, tem a Conferência Nacional de Comunicação, o PNDH-3 e a Conferência de Cultura. Então o projeto é claro. Só não vê coerência quem não quer”, afirma. “Se muitas das intenções do PT não foram realizadas não foi por ausência de vontades, mas por ausência de condições, sobretudo porque a mídia é atuante”, admite.

Hora de reagir
E foi essa atuação consistente que o Instituto Millenium cobrou da imprensa brasileira. Sair da abstração literária e partir para o ataque.
“Se o Serra ganhasse, faríamos uma festa em termos das liberdades. Seria ruim para os fumantes, mas mudaria muito em relação à liberdade de expressão. Mas a perspectiva é que a Dilma vença”, alertou Demétrio Magnoli.

“Então o perigo maior que nos ronda é ficar abstratos enquanto os outros são objetivos e obstinados, furando nossa resistência. A classe, o grupo e as pessoas ligadas à imprensa têm que ter uma atitude ofensiva e não defensiva. Temos que combater os indícios, que estão todos aí. O mundo hoje é de muita liberdade de expressão, inclusive tecnológica, e isso provoca revolta nos velhos esquerdistas. Por isso tem que haver um trabalho a priori contra isso, uma atitude de precaução. Senão isso se esvai. Nossa atitude tem que ser agressiva”, disse Jabor, convocando os presentes para a guerra ideológica.

“Na hora em que a imprensa decidir e passar a defender os valores que são da democracia, da economia de mercado e do individualismo, e que não se vai dar trela para quem quer a solapar, começaremos a mudar uma certa cultura”, prevê Reinaldo Azevedo.

Um último conselho foi dado aos veículos de imprensa: assumam publicamente a candidatura que vão apoiar. Espera-se que ao menos esta recomendação seja seguida, para que a posição da grande mídia não seja conhecida apenas por aqueles que puderam pagar R$ 500,00 pela oficina de campanha eleitoral dada nesta segunda-feira.

Publicado em Carta Maior.