quarta-feira, 30 de setembro de 2009

A Saúde em Salto.

Hoje tive a oportunidade de ver algumas das informações que serão repassadas para os vereadores na audiência pública da saúde que acontece amanhã na Câmara Municipal. Impressiona o volume de atendimentos e serviços que a saúde pública em Salto executa. As reclamações são infinitamente pequenas diante da grandeza que é esse volume. Mas como sei que isso não será mostrado, até porque em se falando de saúde ou qualquer outra política pública de massa, o que se detalha são as falhas e não o seu conteúdo positivo, vou aqui mostrar alguns dados que consegui conhecer.

Atendimentos:

O Pronto Socorro teve nos últimos doze meses mais de 12o mil atendimentos - passou por lá uma cidade de Salto, mais 15 mil pessoas, durante um ano.

No mesmo período tivemos 240 mil exames laboratoriais. Em seis meses, as Unidades Básicas de Saúde (os chamados "postinhos") tiveram 100 mil atendimentos, ou 2oo mil em um ano.

Também nos últimos seis meses, tivemos 29 mil atendimentos no centro de especialidades e mais de 40 mil atendimentos especializados no programa de saúde bucal.

Pelos números não é difícil perceber algumas coisas: o Pronto Socorro não é só um espaço de atendimento de urgências e emergências, como deveria ser. Muitos dos atendimentos que lá acontecem certamente poderiam ser absorvidos pela rede básica. Isso é possível somente com mudança de mentalidade da população, que enxerga no Pronto Socorro um espaço médico para qualquer atendimento. Outra coisa importante: temos um grande atendimento em especialidades, o que demonstra um serviço bastante qualificado da rede pública de saúde.

Não bastasse esses dados de atendimento, temos ainda os atendimentos domiciliares, como o Programa de Internação Doméstica e o Programa Acalento. O primeiro teve 2100 atendimentos médicos, 3400 atendimentos de enfermagem e 30 de nutricionistas nos últimos seis meses. O segundo, por sua vez, teve mais de 1000 atendimentos de enfermagem e 26 de Neo Natal, lembrando que o foco do programa são as crianças.

Se você ainda não está contente, em um mês (19/08 a 18/09) a equipe de prevenção da dengue visitou 16.578 residencias (mais da metade do total da cidade), em seu objetivo de prevenção dessa doença. O resultado? 5 toneladas de materiais recolhidos (lixo, entulho, etc....) e nenhum caso detectado na cidade neste ano de 2009. Itu, cidade vizinha já tem 90 casos neste ano.

A gripe suina? Bem, desde seu surgimento, no Brasil morreram até o último dia 16, 899 pessoas. Em Salto, duas pessoas. E nós na educação, ampliamos nosso recesso para termos agora as dores de cabeça que estamos tendo na reposição de aulas. Enfim.....

Para encerrar, duas pesquisas monitoram os resultados da saúde em Salto: uma feita pelo governo do estado e outra pela própria secretaria municipal. As pesquisas procuram nos usuários dos sistemas de saúde o seu nível de satisfação com os mesmos. A média de satisfação no estado de São Paulo, numa escala de zero a dez é de 8,7 e em Salto de 8,8. Dados da pesquisa do governo do estado. A pesquisa local, feita com 12oo usuários do sistema, apontam uma satisfação ótima e boa de mais de 87% quando se fala de hospital.

Um dado interessante dessa pesquisa é que dos 1200 entrevistados (usando os mesmos conceitos de amostragem do IBGE), 84% não tem planos de saúde nenhum, ou seja, mais de 80% da população saltense depende basicamente do atendimento público de saúde. E em termos de renda, mais de 60% dos usuários entrevistados tem uma renda familiar de até $ 1.300 reais.

Portanto, avaliar a saúde pública local sem um olhar mais abrangente é injusto inclusive com todos aqueles e aquelas que nela trabalham e garantem essa gama admirável de atendimentos e de resultados.

Um comentário:

  1. Tetéia, belíssima análise, como sempre!
    Principalmente vindo de alguém que não "respira saúde"

    Cristiane Marchi

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