Defesa séria contra acusação bufa esvazia julgamento do 'mensalão'
Para quem chamava a Ação Penal 470 de "julgamento do século", a cena
mais simbólica foi a hora da soneca protagonizada pelos ministros
Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes, flagrados aparentemente dormindo em
plena sessão.
Na sexta-feira, dia de abertura dos trabalhos, o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, já jogava uma ducha de água fria em quem pedia cabeças entregues em bandejas. Sua alegações finais prenunciaram a provável absolvição de vários réus, ao reconhecer ausência de provas consistentes contra eles.
Na sexta-feira, dia de abertura dos trabalhos, o Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, já jogava uma ducha de água fria em quem pedia cabeças entregues em bandejas. Sua alegações finais prenunciaram a provável absolvição de vários réus, ao reconhecer ausência de provas consistentes contra eles.
Recorreu à retórica de um discurso que caberia melhor em políticos da
oposição ou em colunas de jornais da imprensa oligárquica, recheadas de
frases de efeito, mas vazias de fundamentos jurídicos. Quando citou
Chico Buarque, pensei que cantarolaria "Joga pedra na Geni! Ela é feita
pra apanhar! Ela é boa de cuspir! (...) Maldita Geni!". A música citada
era outra, que falava em "Dormia a nossa pátria mãe tão distraída; sem
perceber que era subtraída; Em tenebrosas transações", talvez inspirado
em processos que adormecem nas suas gavetas.
Na segunda-feira (6), os advogados de defesa acabaram de vez com o que havia de falso na denúncia superfaturada pela imprensa oligárquica e pela oposição, ao derrubarem pedra por pedra a tese de compra de apoio parlamentar, o que esvazia boa parte das demais denúncias. A defesa foi tão demolidora que a maioria dos advogados nem gastaram a hora a que tinham direito. Não se limitaram a apontar o vazio das acusações da Procuradoria. Apontaram muitas contra-provas em depoimentos. A defesa mais didática para quem não é advogado foi a de Delúbio Soares. Seu advogado contou a história que parece mais fiel ao que aconteceu de fato, inclusive admitindo a responsabilidade pelo caixa 2.
Até Marcos Valério saiu bem melhor do que entrou. O réu com mais acusações nas costas, conseguiu, segundo seu advogado, provas periciais que desmentem várias das acusações. Admitiu também o caixa 2 e a remessa por dólar-cabo, o que, dependendo dos detalhes desta operação, pode não inocentá-lo de todo.
Já se nota, pelo comportamento da imprensa oligárquica, o esvaziamento do noticiário raivoso e odioso. Alguns veículos já buscam um pouco de equilíbrio racional, sabedores que a sentença não reproduzirá suas manchetes do passado. Outros até já preferem mudar a pauta para focar outros assuntos. Talvez para não ter que dar com tanto destaque a futura absolvição.
Na segunda-feira (6), os advogados de defesa acabaram de vez com o que havia de falso na denúncia superfaturada pela imprensa oligárquica e pela oposição, ao derrubarem pedra por pedra a tese de compra de apoio parlamentar, o que esvazia boa parte das demais denúncias. A defesa foi tão demolidora que a maioria dos advogados nem gastaram a hora a que tinham direito. Não se limitaram a apontar o vazio das acusações da Procuradoria. Apontaram muitas contra-provas em depoimentos. A defesa mais didática para quem não é advogado foi a de Delúbio Soares. Seu advogado contou a história que parece mais fiel ao que aconteceu de fato, inclusive admitindo a responsabilidade pelo caixa 2.
Até Marcos Valério saiu bem melhor do que entrou. O réu com mais acusações nas costas, conseguiu, segundo seu advogado, provas periciais que desmentem várias das acusações. Admitiu também o caixa 2 e a remessa por dólar-cabo, o que, dependendo dos detalhes desta operação, pode não inocentá-lo de todo.
Já se nota, pelo comportamento da imprensa oligárquica, o esvaziamento do noticiário raivoso e odioso. Alguns veículos já buscam um pouco de equilíbrio racional, sabedores que a sentença não reproduzirá suas manchetes do passado. Outros até já preferem mudar a pauta para focar outros assuntos. Talvez para não ter que dar com tanto destaque a futura absolvição.
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