Todos os discursos de campanha
eleitoral, sejam campanhas municipais, estaduais e/ou nacionais, sempre
colocam a educação como um dos assuntos mais importantes. Como já
escrevi aqui ela se torna um palanque eleitoral.
Hoje queria debater algo de extrema
relevância e motivo (segundo minha visão) pelo qual nosso IDEB
estacionou nos últimos anos: a valorização do profissional da educação.
Não vou falar do que já tentei fazer, pois no mesmo artigo destacado
acima, fiz isso. Falarei do que imagino ser importante para nossa rede
municipal.
Em primeiro lugar, defendo e defenderei
sempre, que os profissionais da educação tenham sua própria estrutura de
cargos e salários, aprovadas em lei. Uma estrutura que possibilite no
tempo recuperar e colocar esses profissionais no mesmo nível de outras
categorias existentes na prefeitura. Quem faria parte dessa estrutura?
Todos os que trabalham diretamente com educação nas escolas e na
estrutura da secretaria. Hoje, auxiliares administrativos e auxiliares
de serviços gerais não fazem parte, mas lidam diretamente com crianças
no seu dia a dia. Acho prudente tratá-los também como educadores em seu
espaço de trabalho. Evidente que também todos os que hoje já fazem
parte.
Depois é necessário uma recuperação
negociada no tempo, para os professores e para as ADIs – Auxiliares de
Desenvolvimento Infantil – as chamadas “tias” das creches. Tanto uma
quanto outra estão em valores demasiadamente defasados em relação às
demais profissões. Além delas, é fundamental revermos os valores dos
salários intermediários, como coordenadoras pedagógicas e assistentes de
direção, que em alguns casos se torna menor do que professores que se
utilizam das chamadas “dobras” de períodos. Também um cuidado urgente
deve-se ter com os salários dos diretores de escola e de departamentos –
muitas profissões e atividades menos exigentes pagam mais e melhor que
nossa prefeitura para essa faixa de profissional.
Importante se pensar na dedicação
exclusiva, já que um dos principais objetivos de JUVENIL e JUSSARA – 13 –
é a implantação da Escola Integral. Isso exigirá profissionais
totalmente dedicados às escolas. E ninguém fará isso se em outras
atividades poderá receber mais. E quando falo em dedicação exclusiva não
é só do professor: vários outros profissionais farão parte da Escola
Integral, como monitores, formadores, etc…
Outro segmento a ser cuidado é o da
inclusão das crianças com deficiência. É urgente se pensar para essa
atividade no professor auxiliar, ou seja, dois professores para cada
turma onde a inclusão seja realidade. Também que exista um pouco mais de
interação entre as multifunções, como psicólogas, psicopedagogas e
professores. Sempre trabalhar de forma interdisciplinar: esse é o
segredo.
Também pensar muito seriamente na
questão da alfabetização de nossas crianças. O chamado primeiro ciclo do
ensino fundamental precisa estar mais incentivado. Creio que se pensar
subsídios (remuneração além do salário) extra salário para os
professores que assumirem o ciclo todo enquanto sala de aula, é uma boa
alternativa. Outra possibilidade é se pensar em professores auxiliares
também para o primeiro ciclo. O principal objetivo aqui é fazer com que a
criança de oito anos de idade esteja alfabetizada em sua totalidade.
Nas creches, além do cuidado com o
número de vagas ofertadas (maior dos problemas, que tratarei em outro
artigo), creio ser importante a capacitação de nossas ADIs, buscando uma
formação mínima de magistério para todas elas, além do que já dissemos
acima. Outra coisa importante é a seleção desses profissionais. Nossos
concursos precisam ser mais elaborados para detectar quem realmente tem
aptidões para essa função. Tivemos alguns problemas principalmente nos
últimos concursos realizados.
Evidente que tudo isso precisará ser
analisado á luz das possibilidades orçamentárias. Quando estava na
educação, provei ser isso possível. Todavia, temos observado uma série
de novas responsabilidades sendo assumidas pelos atuais administradores
de nossa cidade, que podem comprometer isso tudo. Muitos investimentos
sendo discutidos, anunciados e que serão pagos pelo próximo prefeito
municipal. É fundamental saber o quanto isso comprometerá o nosso
orçamento, para termos certeza dos passos a frente que daremos. Em uma
situação como a de 2010 não tenho dúvidas de que todas as propostas
elencadas aqui seriam possíveis de serem implantadas. Veremos como
estaremos em 2012 depois que JUVENIL e JUSSARA – 13 – ganharem as
eleições de 7 de outubro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário