domingo, 7 de agosto de 2011

Correa e a "Cruz da Morte"

Do Correio do Brasil

Presidente do Equador, Rafael Correa advertiu que poderia dissolver a Assembléia Nacional e imediatamente renunciar ao cargo, caso a oposição mantenha as “as tentativas de desestabilizar a democracia”. O presidente disse, nesta sexta-feira, que poderá usar o mecanismo chamado “cruz da morte” com o qual ele pode dissolver a Assembleia, ao mesmo tempo em que renuncia à Presidência.

Correa disse que, se ele perder a maioria no Legislativo, a permanecerem os ataques da oposição ao seu projeto de governo, com o objetivo de conduzir o quadro político para um golpe de Estado, não pensará “10 minutos” para tomar a decisão de deixar o Palácio de Carondelet. A Constituição do Equador prevê que o presidente pode dissolver a Assembleia, mas uma vez adotado esse mecanismo o Conselho Eleitoral deverá convocar imediatamente e as eleições presidenciais para o período restante.

Segundo a agência equatoriana de notícias Andes, Correa acusou a oposição de recolher assinaturas de parlamentares para derrubar a eleição do presidente da Câmara, Fernando Cordero, re-eleito no domingo. Ainda nesta semana serão eleitos dois vice-presidentes da Casa e as nomeações serão decisivas para o regime obter maioria no Conselho de Administração do Legislativo, composto por sete membros, incluindo dois vice-presidentes.

Correa observou que o papel da oposição tem sido um “esforço constante de boicotar as iniciativas do executivo” e se ela avançar, “regridirão os projetos do governo em benefício do país”. No entanto, ele expressou muita fé e esperança “na consolidação de uma maioria parlamentar” em favor da decisão e reiterou que sua permanência no posto não é “para aquecer um assento”, mas para mudar o país. Se ele ver um sinal de obstrução do processo, avisa: “Cruz da morte”.

O presidente Correa havia dito que se o partido no poder perder a maioria na Assembleia Nacional, ele concordará com seus adversários políticos, mas advertiu que não aceitaria “chantagem de qualquer tipo”. Correa havia reconhecido as dificuldades de sua legenda, o Alianza País (AP) de manter a liderança na Câmara, e o avanço da oposição que colocou na agenda política equatoriana a possibilidade da sua renúncia. Ao longo do mandato, Corrêa já ameaçou renunciar outras duas vezes, mas foi vitorioso em seus objetivos e permaneceu no cargo.

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