sábado, 20 de agosto de 2011

Prefeito Cassado

Da Carta Capital
Por 32 votos a 1, a Câmara Municipal de Campinas decidiu pela cassação do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) na madrugada de sábado 20. Dr. Hélio, como é conhecido, recebeu a mesma votação nas três acusações que enfrentava: omissão nas irregularidades cometidas por funcionários do primeiro escalão da Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento) e irresponsabilidade legal e política na aprovação de loteamentos e na instalação de antenas de celulares.

Somente o vereador Sérgio Benassi (PCdoB) votou pela manutenção do prefeito no cargo, que não contou nem mesmo com o apoio da própria base aliada, uma vez que PT e PDT somaram 11 votos pela cassação. Eram necessários 22 votos em pelo menos uma das acusações.

O julgamento do impeachment, pedido pelo vereador Artur Orsi (PSDB), teve início na quinta-feira 18, com a leitura do processo de mais de 1,5 mil páginas. Durante a madruga de sábado 20, os vereadores discutiram as acusações e aguardaram pela defesa de Santos, que não se manifestou. A votação ocorreu às 5h25.

Hélio de Oliveira Santos ainda pode recorrer da decisão na Justiça.

Entenda o caso

Há cerca de dois meses, o Ministério Público de São Paulo denunciou a existência de um esquema de fraude de licitações e pagamento de propina na empresa pública Sanasa (Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento). Segundo o órgão, a ação abrangia empreendimentos imobiliários, concessão de alvarás e envolvia funcionários do alto escalão da administração municipal, incluindo a primeira dama Rosely Nassim Santos.

Dr. Hélio não aparece entre os acusados e nega envolvimento nas irregularidades, mas defende a inocência da esposa. Ele alega que ao saber dos casos, tomou as medidas cabíveis e realizou exonerações e sindicâncias.

Com a cassação de Santos, a prefeitura da terceira maior cidade do estado de São Paulo (a 93 quilômetros da capital), será assumida pelo vice-prefeito Demétrio Vilagra (PT), também suspeito de participação no esquema. Ele é acusado de ter recebido R$ 20 mil de empresários com contratos com a Sanasa, mas nega envolvimento.

Vilagra já é alvo de um pedido de cassação feito na Câmara pelo PSOL, que precisa ser  aprovado por dois terços da Câmara antes de ir a votação.


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