sexta-feira, 26 de março de 2010

TV Cultura e as Opções

Até pouco tempo atrás, a TV Cultura de São Paulo era cabeça da enorme rede de TVs educativas estaduais. O Jornal da Cultura capitaneava o horário nobre, acompanhado pelos demais programas.

Foram vinte anos de esforços para conseguir esse feito.

Fora de São Paulo, o alcance da TV Cultura era tal que, em um carnaval no Recife, anos atrás, surpreendi-me por ser tão reconhecido pelo público quanto o governador Mendonça Neto, que me acompanhava.

Paulo Markun conseguiu jogar fora o último ativo valioso da empresa.

Primeiro, pela incapacidade de fixar uma grade de programação – tarefa que caberia ao Gabriel Priolli. Depois, por ter permitido interferência total do governo do Estado, tirando o caráter nacional da cobertura do jornal, transformando-o numa sucursal do Palácio Bandeirantes, culminando com o afastamento do jornal do âncora Heródoto Barbero, um dos mais premiados do país. Seguiu-se o desmonte do jornalismo da Cultura com a descontinuidade de diversos programas. Finalmente, a pá de cal, ao decidir cobrar pela retransmissão dos seus programas.

Consequência: a programação da TV Cultura deixou de ser retransmitida por todas as emissoras estaduais. É possível que o Roda Viva e um ou outro programa consigam espaço. Mas, a voz de São Paulo no Brasil calou-se. Sobraram as propagandas da Sabesp.

Luiz Nassif

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