quinta-feira, 14 de julho de 2011

Cabe Tudo na Escola?

Vejam o que um olhar puramente econômico pode fazer com a educação: na porta de entrada das escolas sua nota do IDEB, mostrando a todos e todas sua "potencialidade" de educar. Será que não passou na cabeça dessa criatura que as escolas com avaliações abaixo da média serão rechaçadas pelos pais e as de situação inversa serão procuradas por todos, provocando sérios problemas no atendimento, tendo como resultado o nivelamento para baixo de todos os índices?  Parece que o tal economista quer criar um "boletim" das escolas públicas. Nos tempos em que todas as sinalizações apontam para avaliações processuais, o moço quer catalogar as escolas...

Ademais a divulgação do IDEB já é pública e certamente todos os Conselhos de Escola conhecem e precisam discutir sempre suas melhoras. Agora, dai a ter uma tabela na porta de entrada? Bem..... pode ser também que o resultado seja inócuo... mais uma lei sem peso. Enfim....


O economista Gustavo Ioschpe fez uma sugestão que pode virar lei federal: obrigar escolas públicas a afixar na porta sua nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

É o mais importante indicador de qualidade da Educação, que dá, de zero a dez, uma média para cada escola baseada na taxa de aprovação de alunos e em testes de português e de matemática.

Além do baixo custo, a ideia tem o mérito de estimular o debate sobre como fazer com que os milhões gastos com avaliações educacionais revertam em melhoria da qualidade. Uma vez escancarando o Ideb, supõe-se que pais vão se mobilizar para cobrar melhor ensino.

Mas há um cuidado a ser tomado. Estudos comprovam que o principal fator a explicar o desempenho do aluno é extraescolar: as características dos pais, especialmente renda e Educação. Escolas que atendem crianças mais ricas, em geral, têm médias maiores não necessariamente por seus méritos, mas pelo perfil do aluno.

O Ideb é um indicador inteligente por combinar aprovação e desempenho, sinalizando que é preciso melhorar o aprendizado sem elevar a repetência. Mas falta-lhe uma ponderação que considere o perfil de aluno atendido.

Neste debate, poderíamos olhar para o exemplo da cidade de Nova York, administrada pelo bilionário Michael Bloomberg, e que talvez mais longe foi com a ideia de que é preciso avaliar e cobrar resultados. A avaliação, lá, compara cada unidade levando em conta o resultado de outras com perfil semelhante de alunos.

Escolas que atendem alunos mais pobres no Brasil deveriam ser as de maior investimento e com melhores professores. Infelizmente, não é o que acontece. Mas isto não é desculpa para que deixemos de exigir um mínimo de qualidade. Apenas é preciso ser justo e cobrar o possível, sem esperar milagres.

http://www.folha.uol.com.br/

Um comentário:

  1. tetéia, meu caro, gustavo ioschpe como guru educacional é um péssimo economista rsss... só a veja e os leitores dela (alguns, já que percentualmente a esmagadora maioria da venda da revista é para repartições públicas do estado de são paulo e mofam em algum armário delas) querem nos fazer crer que ele entende alguma coisa do riscado rss...

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