sexta-feira, 24 de junho de 2011

Trabalhador Revoluciona Produção de Aço

Do Portal da CNM

Novo aço desenvolvido por trabalhador é mais forte e resistente
Metalúrgico deixa cientistas pasmos ao, sozinho, desenvolver método revolucionário de produção da liga metálica

Fibra de carbono, titânio, platina. Vários materiais vieram para substituir o aço, que mesmo assim está longe de desaparecer e, mais que isso, ganhou novas perspectivas. Isso porque Gary Cola, um metalúrgico de Ohio desenvolveu um método para a fabricação de um aço 7% mais forte, mais leve, com capacidade 30% maior de ser transformado em barras ou objetos menores sem perder a resistência e o processo leva míseros dez segundos. Isso pode ser uma grande mudança na indústria mundial, principalmente na automobilística, que poderá produzir carros mais leves, resistentes (seguros) e com melhor aproveitamento de combustível.

O aço mais usado é chamado de Martenístico (tem esse nome devido a sua estrutura interna que é inteiramente composta pelo cristal martenístico) e o processo pode variar, mas, em geral, demora algumas horas (dias em alguns lugares) nas quais o aço é submetido a uma temperatura de 900° C. Já o método de Cola consiste em colocar o material num calor de 1100° (muito quente, já que o aço carbono derrete a 1400°) e logo depois aplicar um banho de resfriamento – e tudo dura dez segundos.

Suresh Babu é um engenheiro especialista em aço e professor da universidade de Ohio State. Em entrevista ao jornal da universidade Materials Science and Technology, ele deu a dimensão da descoberta do metalúrgico: “O aço é o que poderíamos chamar de uma tecnologia madura. Nós gostaríamos de pensar que sabemos quase tudo sobre ele. Se alguém inventou uma maneira os mais fortes aços ainda mais fortes, mesmo uma pequena porcentagem, isso seria um grande negócio. Mas 7%? Isso é enorme”.

Babu foi procurado por Gary Cola, mas recebeu com ceticismo a ideia que o operário lhe expunha. “O processo que Gary me descreveu não deveria ter funcionado. Eu não acreditei nele”.

Gary Cola então convenceu alguns alunos de Suresh Babu a o acompanharem ao seu laboratório em Detroit e demonstrou como cria seu aço. Os estudantes fizeram alguns testes e ficou comprovado que ele falava a verdade: seu material é 7% mais forte e 30% mais capaz de ser transformado em objetos menores sem perder nada da resistência. Ficou para o professor e os universitários desvendarem o processo físico por trás do Flash Bainite (nome que Cola deu a sua invenção) para que ele seja, se possível, melhorado.

Ciência. Usando um microscópio, os pesquisadores puderam ver que o Flash Bainite tem em sua estrutura interna o cristal martenístico. Só que não só ele. Nesse novo material há a presença de bainite e compostos ricos em carbono chamados carbonetos.

No processo tradicional, que usa um aquecimento mais lento, no auge do calor se forma no aço uma estrutura chamada austenita, que com o resfriamento se dissolve. No método desenvolvido por Gary Cola, o professor Suresh Babu crê que aquecimento e resfriamento são tão rápidos que não há tempo da austenita se dissolver completamente, o que deixa o aço com a estrutura formada por martenístico, bainite e carbonetos. Os estudantes apontam que essa formação amplia a ductilidade (o quanto um material agüenta ser deformado até ser rompido) do aço, o que pode ser muito bem usado para que carros absorvam melhor os impactos.

Fonte: Revista Galileu

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