Neste final de semana o sr prefeito municipal entrevistado pelo Jornal Taperá, faz acusações inusitadas e surpreendentes contra nossa administração na secretaria da educação. Acusa-nos de termos prejudicado suas negociações com o governo do estado por conta da análise feita em nosso planejamento. Diz ainda que defendiamos a candidatura do vice-prefeito Juvenil Cirelli "já naquele momento".
Primeiro, a candidatura de Juvenil Cirelli defendemos em 2003, quando da união do grupo que administrou a prefeitura até janeiro deste ano. E quando o compromisso entre os grupos foi consumado, assumimos o cargo de vice-prefeito por dois mandatos seguidos , pois definíamos então que a continuidade seria buscada constantemente e como um caminho natural - como dito várias vezes. E o caminho natural evidentemente era o vice-prefeito, mesmo que, como diz o sr prefeito, não existisse compromisso nenhum nessa direção. Portanto, defender a candidatura de Juvenil em 2011 era perfeitamente natural.
Quanto as possíveis negociações que o sr prefeito diz terem sido prejudicadas, desculpem, mas sequer levarei em consideração por um motivo muito simples: nada daquele documento foi construído "às escuras" e "escondido nas gavetas". A ação de planejar sempre foi uma ação comum na secretaria e sempre o sr prefeito foi convidado a participar e sempre recebeu as deliberações imediatamente após terem sido decididas pela equipe gestora da secretaria. Nunca se manifestou sobre tais análises, o que para todos nós denotava confiança no que se era feito. Agora, surpreendentemente ele fala em "tolerância", "jogo de cintura", "engolir muito sapo"...
Que coisa!!!
Sobre o documento: o planejamento é uma prática recorrente na educação por conta de suas inúmeras atividades e pessoas envolvidas. Quando assumimos a secretaria isso não era feito de forma ampla. Somente acontecia nas escolas. Desde 2006 que pautamos a necessidade e optamos pela técnica do PES - Planejamento Estratégico e Situacional. Essa técnica tem como ponto de partida as influências que o meio provoca naquilo que você planeja. Não existe, segundo seus princípios, formas de se separar o que se planeja do que acontece a sua volta. E essa sua volta pode ser segmentada. No caso da educação sempre trabalhamos com a análise da realidade (mundial, nacional, estadual e local), revisão do planejamento anterior e planejamento das metas futuras.
O sr prefeito poderia ter pinçado do documento citado o que ele fala do seu governo:
"
Se
fizermos um apanhado dos acontecimentos e realizações de 2010 para nossa
cidade, perceberemos que os avanços continuaram acontecendo e que a atual
administração consolidou seu modelo de gestão onde algumas características
predominam: racionalidade, profissionalismo, planejamento, melhoria dos
serviços, cuidado com a cidade e unidade política. Um dado importante, colhido
no final do ano, foi a aprovação das contas do último ano do primeiro mandato,
sendo inclusive considerados os investimentos da educação no Centro de Educação
e Cultura. Isso para um modelo de gestão vivido em Salto é muito importante,
pois todo o primeiro mandato de Geraldo e Juvenil tiveram suas contas aprovadas
pelo TCE – Tribunal de Contas do Estado."
Isso é um parágrafo de praticamente uma página de análise do governo local.
Poderia ter falado do que diz o documento sobre o desempenho de seus candidatos a deputado:
" Os
candidatos apoiados pelo prefeito Geraldo tiveram bom desempenho em Salto e
conseguiram se eleger. Aline Correia, do PP, teve em Salto 17.308 votos de um
total de 78.317. O mais interessante aqui é que o PP em São Paulo até agora fez
somente dois deputados federais e a deputada foi a segunda colocada. Rogério
Nogueira teve 23.153 votos em Salto de um total de 86.985, sendo o penúltimo
deputado estadual eleito pelo PDT."
Poderia ter observado que o documento preocupou-se, em sua análise situacional, em avaliar o que aconteceu de mais relevante no país no período passado:
"
Não resta dúvida que os resultados
eleitorais de 2010 apontaram para uma clara opção da população brasileira ao
modelo de desenvolvimento iniciado em 2002 no governo do presidente Lula, que
atingiu uma aprovação jamais vista no país. Seu governo teve uma aprovação
superior a 80%, o que em si ratifica todas as suas opções e caminhos. A
presidenta eleita, Dilma Roussef, é a expressão dessa opção."
"Sua vitória não foi esmagadora, como
a aprovação do governo Lula, numa clara demonstração que uma campanha eleitoral
tem suas previsões, mas é coberta de imprevistos e situações não projetadas que
podem modificar prognósticos antecipados. Evidente que o processo eleitoral foi
marcado por grandes alterações no seu desenrolar. Inicialmente o candidato
Serra tinha a preferência da maioria do eleitorado. Com o passar do tempo e o
envolvimento do presidente Lula na campanha, a curva de preferências foi se
alterando e a presidenta eleita ultrapassando o candidato tucano. Nas vésperas
do primeiro turno, o que se indicava era uma vitória de Dilma Roussef já
naquele turno. Entretanto, situações inusitadas e até apelativas acabaram por
provocar um crescimento de um terceiro nome: Marina Silva, que até então não
tinha, pelas pesquisas, poder de influencia nos resultados. Aparentemente uma
parcela do eleitorado não gostou da polarização entre Dilma e Serra e das
consequências dela: o baixo nível provocado pelo candidato tucano e os
posicionamentos de defesa da candidata petista. Isso pode ter provocado o
segundo turno das eleições."
Poderia ter observado a preocupação em se fazer uma leitura completa da realidade até por conta dos efeitos que essa realidade tem no dia a dia das escolas:
"
Outro fenômeno da campanha sem
dúvida foi a internet. Para todos os envolvidos ela serviu de suporte, de
iniciativas inusitadas, de rapidez no conhecimento dos acontecimentos, de
possibilidade de aprofundamento das inúmeras discussões, de invencionices que
deturparam e muito o processo, de correntes e mais correntes ingênuas e
apelativas e de espaço de manifestação dos candidatos e aqueles que os
defendiam. Um novo espaço de se fazer política consolidou-se em 2010 a partir
da internet. Os blogs, os twitters, os sites, as páginas especializadas ou não,
vieram trazer uma nova frente ao jeito de fazer política. O fenômeno mais
interessante da internet é sua capacidade de capilaridade com uma rapidez
impressionante."
Poderia ter falado dos pontos positivos da educação de seu governo:
"
Entretanto os
pontos positivos, sem dúvida alguma, foram maiores e mais significativos.
Podemos destacar a utilização plena dos espaços do CEC, inclusive o espaço do
teatro, eliminando de vez os comentários locais de que construímos um “elefante
branco” ou ainda “usamos dinheiro da educação para a cultura”. Neste aspecto as
formações, os cursos, os HTCs coletivos e várias outras realizações reforçaram
a ideia primeira de que a educação necessitava em Salto de um espaço
privilegiado de elaboração.
Os grandes
investimentos em profissionais, que agora neste início de ano poderemos
usufruir de uma forma mais plena e satisfatória.
A grande
mobilização das equipes de gestão para a elaboração do PDE Escola e a
preparação da Avaliação de Desempenho.
A aprovação da
Avaliação de Desempenho enquanto política de valorização dos profissionais da
educação.
Os investimentos
maciços em equipamentos, móveis, materiais, livros, assessorias e estrutura de
toda a educação.
Novos
equipamentos construídos, ampliados e/ou reformados.
Sem dúvida alguma o maior dos
passos dados em 2010 na busca da qualidade de nossa educação foi encararmos o
desafio da avaliação. A partir do desenvolvimento do PDE Escola e da
preparação, elaboração e aprovação da Avaliação de Desempenho Individual, demos
um grande passo para isso. Alguns estigmas de gestão foram encarados e pode-se
dizer que hoje sabemos distinguir uma escola planejada e acompanhada daquela
que “deixa as coisas acontecerem”. Esse caminho não tem volta."
Poderia ter falado da análise do desenvolvimento pedagógico da rede municipal:
" A grande
conclusão que se chega ao observarmos os gráficos de acompanhamento pedagógico
é que em linhas gerais nossos resultados estão estacionados. A mais clara
expressão disso está nos resultados do IDEB. Quando fazemos uma leitura mais
detalhada dos instrumentos, percebemos unidades que avançaram nesse quesito e
outras tiveram retrocessos. Todavia, o consenso é de que mesmo no mais
detalhado dos quadros – Relatórios do 4º bimestre de 2010 – nossas médias estão
estabilizadas em patamares de anos anteriores, o que reforça a conclusão de
resultados estacionados.
Diante disso, é
de extrema importância o refinamento de nossos acompanhamentos, que é esperado
a partir da ampliação do número de coordenadores pedagógicos, do aprofundamento
dos procedimentos de acompanhamento, da avaliação de desempenho a ser
implantada e de uma divisão no departamento pedagógico voltada especificamente
para as questões de avaliação. Frisado ainda que é preciso pensar no incentivo
financeiro das coordenadoras pedagógicas e das assistentes de direção, já que
as mesmas em muitos casos recebem valores inferiores aos professores para uma
jornada maior e para um trabalho mais exigente, já que são as responsáveis
diretas pelos resultados de cada unidade."
Poderia ter comentado o que se colocou enquanto meta para o ano e a análise dessa meta feita em janeiro de 2012, no planejamento deste ano:
"
Como grande
meta, fica definido:
Utilizar dos
mecanismos de gestão e das estruturas conquistadas seja nos aspectos humanos,
físicos e de materiais, para aprofundar a qualidade de nosso ensino, ampliando
nossos patamares de avaliação externa, otimizando nossos instrumentos internos
de avaliação pedagógica e institucional, garantindo a aplicação da avaliação de
desempenho, aumentando e aprofundando os instrumentos de valorização dos nossos
profissionais e sua formação, enquanto principais orientadores dos caminhos de
nossa melhoria de qualidade."
Avaliação em
2012
"A partir do já observado, pode-se dizer que boa parte dela
nos conduziu como as questões de instrumentos internos de avaliação,
importantes instrumentos que no ano foram melhor aproveitados e estudados. Uma
ressalva deve ser feita à avaliação institucional que, se orientou, não foi
revista ou aprofundada.
A avaliação de desempenho, apesar de todas as dificuldades,
é uma realidade em nossa rede. O que precisamos agora é discutir e eliminar as
dificuldades encontradas, que podem ser divididas em dois grupos: as
dificuldades com o instrumento e as dificuldades com o processo de avaliação.
No primeiro grupo, destaque para o não acompanhamento das portarias e decretos
que definiram e detalharam a avaliação de desempenho, as dificuldades relativas
a cálculos que ela exigiu, assim como com instrumentos criados para as
evidências. No segundo, o maior dos problemas encontra-se no fato de ter tido a
avaliação excelentes resultados, o que (como já vimos em outros momentos) contradizem
as dificuldades e limitações apontadas seguidamente por todos os envolvidos com
a gestão de nossas unidades. Além disso, em alguns casos, alterações nos
resultados (sempre para melhor) depois de encaminhados para a SEME, o que pode
levar a uma série de suposições das causas. Pelos resultados observados, a
revisão nos critérios de avaliação precisará ser muito bem feita para não
construirmos um instrumento que simplesmente validará um prêmio igual para
todos os profissionais.
Na questão da valorização de nossos profissionais, destaque
para algumas experiências de formação para o trabalho, para os programas de
acolhimento e a formação continuada dos professores. O aspecto negativo foi o
resultado das negociações sobre as alterações da lei 2.810/2007, que culminou
com uma proposta tímida de mudanças que acabou sendo descaracterizada em alguns
aspectos pelos vereadores. A proposta que mudaria a essência da política
salarial dos profissionais da educação, não foi aceita pela administração pelo
fato de criar diferenciais salariais na prefeitura."
Poderia ter falado das 35 metas construídas para e pelas unidades escolares:
"
Neste ano o grande avanço conquistado sem
dúvida foi a elaboração do PDE Escola. A partir de um de seus instrumentos, os
diretores das Unidades Escolares reuniram-se e definiram as ações a serem
aplicadas para melhorar os indicadores do PDE Escola. Neste planejamento
propomos de considerar as ações definidas, descritas no anexo PLANO DE AÇÃO DAS
UNIDADES. São elas:" (seguem as 35 metas).
Poderia....
Mas preferiu ficar na "intolerância", no "engolir sapos" e nos "jogos de cintura" que efetivamente nunca colocou em discussão com os grupos políticos. Preferiu de forma estranha e pequena matar um herói que tínhamos construído e alimentado até 2010. Infelizmente.
Nota do blogueiro - desculpem as mudanças nas formatações, mas "apanhei" do "copia e cola"....rs...
Meu caro amigo Tetéia.
ResponderExcluirNessas horas sou inclinado a concordar com Maquiavel quando ele afirma que "o diabo é capaz de citar as escrituras para justificar seus feitos".
É, meu caro. O duro é que, devo admitir, as vezes a formação das pessoas ajudam nisso. E quando se aliam a outros piores ainda.... dá nisso!
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