Deputado Brizola Neto tenta minimizar os efeitos das negociações de Aldo Rebelo, mas esse triste legado infelizmente o PCdoB carregará em sua história....
Do Tijolaço
O triste resultado da votação de ontem, na Câmara, sobre o Código Florestal, não é resultado de um só fator.
O tema é tão complexo e contraditório que não foi à toa que o relator Aldo Rebelo – um homem reconhecidamente capaz e correto – levou dois anos costurando o que chamava de “acordo possível”. É correto que se faça este registro, porque seria uma injustiça dizer que o texto produzido por ele reflita suas preferências pessoais.
O possível, porém, não era o adequado.
E, por cedermos demais em relação a algumas questões para achar “o possível”, deixamos que criasse força o inaceitável que combatemos e que, agora, depende do veto da Presidenta Dilma e de nossa capacidade de sustentá-lo no Congresso.
Do outro lado, muitos de nós, também, aceitamos o jogo midiático que fragilizou, nos últimos dias, o poder de pressão do Governo sobre a sua base aliada.
Políticas são pressões e contrapressões. E de várias origens.
Neste caso, não foram apenas os ruralistas. Sozinhos, eles não têm forças para tanto.
O ponto crucial – a emenda, aprovada por 273 votos a 182, que dá aos estados, o poder de estabelecer que atividades possam justificar a regularização de áreas desmatadas – que abre caminho para anistiar o desmatamento – teve a oposição mais do que expressa do Governo Dilma.
Há um sentido para que todos os votos do PMDB, sem exceção, tenham sido dados á emenda, apesar do apelo dramático feito pelo líder do Governo, deputado Cândido Vacarezza, em nome da Presidenta.
É por aí, muito mais do que nos interesses (reais e imensos) de negociar, nos estados, eventuais anistias a desmatadores (o que, de resto, será vetado pela presidenta), que se encontra a chave da interpretação deste resultado.
Neste caso, o “massacre da motosserra” é, antes de tudo, uma sinalização de terror político.
E que, como todo terrorismo, visa a nos deixar de fazer, pelo medo, o que desejamos e temos o compromisso de fazer.
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