Do Blog do Glauber Piva
Será que alguém ainda acha que os dias que correm são apenas a sucessão de mesquinharias sem importância? Nas ruas de São Paulo, a violenta e intolerante polícia militar alimentou seus calos com flores. Nas praças de Madrid, os jovens trocaram os botellón por gritos por mudança. Em países árabes, ruas e praças se fizeram ágoras pulsantes. Na internet, uma criação militar pra fins de controle, vemos as relações serem reinventadas e lideranças consolidadas serem desdenhadas. Você acha mesmo que vivemos dias de mesquinharias sem consequências?
Jovens e não-jovens de São Paulo e do mundo parecem resignificar o mundo com suas lutas e suas armas. Marcam encontro em novos lugares, republicizam as ruas e dão novo fôlego à idéia de que cidadania é o direito a ter direitos; o direito a inventar novos direitos. Como nos lembrou José Luis Fiori dia desses, ao citar Foucault, “foi de mesquinharia em mesquinharia, de pequena em pequena coisa, que finalmente as grandes coisas se formaram”. Para Foucault, toda grande mudança teve “pequenos começos, baixos, mesquinhos, inconfessáveis.”
Algo me diz que uma grande mudança se avizinha. Não acredito que o capitalismo vá fraquejar e se perder. No âmbito das relações econômicas, o sistema saberá se adaptar. Isso quer dizer, portanto, que talvez não estejamos às portas de uma revolução (no sentido de ruptura de modelos e mudança de classe no exercício do poder), mas talvez estejamos naquele breve intervalo mesquinho e tênue que divide o deslumbre do vislumbre. E isso, em si, já pode ser muita coisa.
Na cultura, por exemplo, há um novo modo de produção instalado. E isso é uma alteração tecnológica que transforma definitivamente a relação do público com sua própria cultura. E, pra não dizer que não falei das flores, a cultura, suas mesquinharias, seu modo de produção, de exercício e de fruição tem mais a ver com a foto acima do que imaginam filósofos de filosofias vãs.
Jovens e não-jovens de São Paulo e do mundo parecem resignificar o mundo com suas lutas e suas armas. Marcam encontro em novos lugares, republicizam as ruas e dão novo fôlego à idéia de que cidadania é o direito a ter direitos; o direito a inventar novos direitos. Como nos lembrou José Luis Fiori dia desses, ao citar Foucault, “foi de mesquinharia em mesquinharia, de pequena em pequena coisa, que finalmente as grandes coisas se formaram”. Para Foucault, toda grande mudança teve “pequenos começos, baixos, mesquinhos, inconfessáveis.”
Algo me diz que uma grande mudança se avizinha. Não acredito que o capitalismo vá fraquejar e se perder. No âmbito das relações econômicas, o sistema saberá se adaptar. Isso quer dizer, portanto, que talvez não estejamos às portas de uma revolução (no sentido de ruptura de modelos e mudança de classe no exercício do poder), mas talvez estejamos naquele breve intervalo mesquinho e tênue que divide o deslumbre do vislumbre. E isso, em si, já pode ser muita coisa.
Na cultura, por exemplo, há um novo modo de produção instalado. E isso é uma alteração tecnológica que transforma definitivamente a relação do público com sua própria cultura. E, pra não dizer que não falei das flores, a cultura, suas mesquinharias, seu modo de produção, de exercício e de fruição tem mais a ver com a foto acima do que imaginam filósofos de filosofias vãs.
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