Postei hoje em meu blog uma nota da
UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação – que fala
sobre o Pacto Nacional pela alfabetização na idade certa. O governo
federal pelo MEC está investindo em formação e manutenção de programas
que possibilitem essa meta. Os investimentos serão feitos para os
estados e municípios que aderirem ao programa.
Qual a idade certa para a alfabetização?
Os especialistas dizem que isso deve
ocorrer até os oito anos de idade. Nesse sentido e até antecipando uma
das metas do novo Plano Nacional de Educação – PNE – o MEC lança esse
programa procurando com isso injetar recursos e motivação para todos os
sistemas de ensino se concentrarem na meta: todas as crianças
alfabetizadas até os oito anos de idade.
Evidente que isso pode acontecer antes.
Todavia deve-se respeitar esse limite até para não exagerarmos em certa
medida (como até parte da justiça brasileira o fez) tentando antecipar a
entrada das crianças no ensino fundamental, que hoje se dá aos seis
anos de idade. Importante frisar que outra meta já definida em lei
aponta que a educação infantil de quatro a seis anos será universalizada
em todo o país até 2016. Certamente isso contribuirá e muito com a meta
da alfabetização.
Três observações importantes ao meu ver:
primeiro o respeito que devemos ter com o tempo da criança. Não podemos
em hipótese alguma forçar a alfabetização, por exemplo, aos quatro ou
cinco anos de idade. Se acontecer deve ser naturalmente. Segundo, não
podemos deixar de acompanhar o desenvolvimento da criança, sob pena de
as mesmas chegarem aos oito anos com dificuldades em sua alfabetização,
como vemos relatos diariamente. E por fim uma preocupação destacada com
os professores dessa etapa. Em minhas propostas defendo que os
professores alfabetizadores devem não só ter uma formação especial e
específica, como também devem ter motivações inclusive salariais para
desenvolver suas atividades.
E em Salto, como estamos? Nosso sistema
já é preparado há algum tempo para isso. Em 2006 implantamos no sistema
municipal os ciclos de aprendizagem, que procuram definir tempos
escolares a partir do desenvolvimento da criança, apontando nesses
tempos metas e objetivos muito claros de aprendizagem por parte delas e
para o trabalho do professor. Os primeiros três anos do ensino
fundamental (dos seis aos oito anos da criança) é reservado para esse
objetivo: a alfabetização. O modelo aponta também várias formas e
métodos de acompanhamento para, a cada bimestre, o professor e a escola
saberem como estão suas crianças.
O que tentamos e não conseguimos foi
fixar um professor nos três anos desse primeiro ciclo. Qual a
importância disso? Exatamente o acompanhamento sistemático por parte de
um só profissional que teria todas as condições de interferir de acordo
com as necessidades da turma e de cada criança. Entretanto o modelo e a
cultura de “escolha de classes e/ou aulas” é avesso a essa prática,
ainda. Talvez com um incentivo salarial isso possa ser sanado.
Ou seja, a conclusão é que diante das
metas do MEC, Salto avançou bastante, faltando apenas alguns detalhes
para chegar mais próximo de melhores resultados para as crianças.
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