quarta-feira, 18 de julho de 2012

Alfabetização na idade certa - comentários

Postado em meu site

Postei hoje em meu blog uma nota da UNDIME – União Nacional dos Dirigentes Municipais da Educação – que fala sobre o Pacto Nacional pela alfabetização na idade certa. O governo federal pelo MEC está investindo em formação e manutenção de programas que possibilitem essa meta. Os investimentos serão feitos para os estados e municípios que aderirem ao programa.

Qual a idade certa para a alfabetização?

Os especialistas dizem que isso deve ocorrer até os oito anos de idade. Nesse sentido e até antecipando uma das metas do novo Plano Nacional de Educação – PNE – o MEC lança esse programa procurando com isso injetar recursos e motivação para todos os sistemas de ensino se concentrarem na meta: todas as crianças alfabetizadas até os oito anos de idade.

Evidente que isso pode acontecer antes. Todavia deve-se respeitar esse limite até para não exagerarmos em certa medida (como até parte da justiça brasileira o fez) tentando antecipar a entrada das crianças no ensino fundamental, que hoje se dá aos seis anos de idade. Importante frisar que outra meta já definida em lei aponta que a educação infantil de quatro a seis anos será universalizada em todo o país até 2016. Certamente isso contribuirá e muito com a meta da alfabetização.

Três observações importantes ao meu ver: primeiro o respeito que devemos ter com o tempo da criança. Não podemos em hipótese alguma forçar a alfabetização, por exemplo, aos quatro ou cinco anos de idade. Se acontecer deve ser naturalmente. Segundo, não podemos deixar de acompanhar o desenvolvimento da criança, sob pena de as mesmas chegarem aos oito anos com dificuldades em sua alfabetização, como vemos relatos diariamente. E por fim uma preocupação destacada com os professores dessa etapa. Em minhas propostas defendo que os professores alfabetizadores devem não só ter uma formação especial e específica, como também devem ter motivações inclusive salariais para desenvolver suas atividades.

E em Salto, como estamos? Nosso sistema já é preparado há algum tempo para isso. Em 2006 implantamos no sistema municipal os ciclos de aprendizagem, que procuram definir tempos escolares a partir do desenvolvimento da criança, apontando nesses tempos metas e objetivos muito claros de aprendizagem por parte delas e para o trabalho do professor. Os primeiros três anos do ensino fundamental (dos seis aos oito anos da criança) é reservado para esse objetivo: a alfabetização. O modelo aponta também várias formas e métodos de acompanhamento para, a cada bimestre, o professor e a escola saberem como estão suas crianças.

O que tentamos e não conseguimos foi fixar um professor nos três anos desse primeiro ciclo. Qual a importância disso? Exatamente o acompanhamento sistemático por parte de um só profissional que teria todas as condições de interferir de acordo com as necessidades da turma e de cada criança. Entretanto o modelo e a cultura de “escolha de classes e/ou aulas” é avesso a essa prática, ainda. Talvez com um incentivo salarial isso possa ser sanado.

Ou seja, a conclusão é que diante das metas do MEC, Salto avançou bastante, faltando apenas alguns detalhes para chegar mais próximo de melhores resultados para as crianças.


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