sexta-feira, 20 de julho de 2012

Participação popular

Publicado em 20 jul 2012 por Wilson R. Caveden

 Em uma das conversas de ontem, a principal discussão foi em relação ao papel do vereador. Existem muitas confusões nesse campo e isso acaba confundindo as pessoas na hora da escolha, por conta de candidatos que acham o vereador uma figura com plenos e imensos poderes.

Nossa democracia é representativa. Isso quer dizer que na divisão do poder elegemos nossos representantes. Em dois dos três poderes constituídos, pelo menos, já que no Judiciário não temos essa possibilidade – a meu ver um desvio sério da democracia.

Mas do judiciário não quero (pelo menos agora) falar. Quero mais discutir a questão da representatividade. Quando elegemos um prefeito, um governador ou um presidente da república, estamos dando a essa pessoa toda a nossa confiança em que ela execute da melhor forma possível (dentro daquilo que cada um acredita ser possível) as políticas públicas e a gestão orçamentária. Quando elegemos um vereador, um deputado ou um senador, estamos dando a essa pessoa toda a nossa confiança em que ela crie e aprove leis da melhor forma possível, além de fiscalizar os outros poderes, prestar contas de suas atitudes e ações para os eleitores e principalmente manter informado seus eleitores. Portanto, vereador não faz obra e prefeito não faz leis. Esta simples frase é profunda diante das dificuldades e desvios que vemos em uma campanha eleitoral.

E depois de eleitos? Pelo atual modelo, se não cumprirem com seu programa definido nada lhes acontecerá, pelo menos enquanto durar seu mandato. O término antecipado de um mandato acontece em casos bastante extremos, mas acontecem. Os casos de eleitos que não cumprem com suas propostas e se mantêm no cargo é infinitamente maior.

Há muitos anos que defendemos outro tipo de democracia: a participativa. A diferença básica é que nela mecanismos de atuação e controle social são implantados e vividos em sua totalidade. A constituição de 1988 passou perto disso quando criou os conselhos representativos, mas que ainda não tem grandes autonomias.

Para Salto estamos defendendo um modelo que se aproxime mais da democracia participativa. Para isso um dos eixos das propostas é chamado de PARTICIPAÇÃO POPULAR. Ali indicamos alguns caminhos muito sólidos de ampliação da participação da comunidade no poder local. Falamos da PREFEITURA NOS BAIRROS, um mecanismo de gestão que estará presente nas regiões da cidade, levando até elas uma prestação de contas da prefeitura no que diz respeito ao passado e aos projetos futuros para a região e a cidade. Se eleito vereador, defenderei na Câmara modelo idêntico, onde os vereadores também se desloquem até as regiões para suas prestações de contas. Falamos em fortalecer e ampliar as SOCIEDADES AMIGOS DE BAIRRO, espaço primeiro da participação consciente. Falamos também de criar e capacitar CONSELHOS REGIONAIS na cidade, que agregarão representação dos vários bairros para discutir sua realidade e propor ações para a prefeitura. Falamos das CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DA TRANSPARÊNCIA, espaço municipal que agregará as representações dos vários conselhos regionais e indicará os caminhos que a população espera serem trilhados pela prefeitura. Falamos em AVALIAÇÃO DA GESTÃO, mecanismos simples e diretos onde a população avaliará as ações e políticas implantadas pela prefeitura. Falamos em PARCERIAS com a sociedade civil organizada para que possamos ampliar e alterar (se for o caso) as politicas públicas, otimizando seus resultados.

Esses caminhos facilitarão a participação do cidadão e da cidadã nas questões importantes da cidade. Ampliarão as possibilidades de realizações voltadas aos anseios da população e colocarão em evidência e discussão as possibilidades reais que o município tem na execução de suas políticas, abrindo espaço para a discussão das prioridades. E o vereador deixará de ser um “fazedor de pequenos favores” para ser um agente de ligação e de abertura entre o poder público e a população, papel fundamental para a compreensão dos caminhos e dos destinos de nossa cidade.

É nessa participação que acreditamos. É nela que confiamos e é por ela que trabalhamos.


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