segunda-feira, 15 de junho de 2009

Assuntos Domésticos

Segundo o Jornal Taperá de sábado, o vereador Wilhes teria dito na última sessão da Câmara Municipal que o nosso prefeito "deu as costas" para o movimento sindical. Por conta disso o movimento sindical teria participado da manifestação em frente a Prefeitura.

Precisamos discutir o que é "dar as costas" citado pelo vereador. Sim, porque até onde sabemos com toda essa crise desencadeada no final do ano passado e que diminuiu significativamente a receita da prefeitura, o Sindicato que representa a categoria conseguiu um aumento de 7,5%, retroativo ao mês de março do ano (mês da data base, tão importante para o movimento sindical).

Uma pergunta que gostaria de resposta: qual categoria em Salto conseguiu neste ano de crise um aumento nessa proporção? Alguém pode me ajudar na resposta?

Como todos sabem, ainda vivo parte de meus dias em Sorocaba. E por conta disso fico sabendo das coisas que por lá rolam. Em se tratando de aumento dos servidores municipais, Sorocaba está no seguinte pé: até hoje o reajuste do ano não foi discutido nem sequer repassado. E a data base deles é o mês de janeiro. A reivindicação do sindicato é de 6,16% de reposição mais 1% de aumento real. No inicio do ano a prefeitura sinalizou com um pagamento em três parcelas não retroativas. O sindicato havia aceitado. Mas ai parece que "a crise piorou" e a prefeitura pediu até julho para voltar a conversar.

Em Sorocaba teve um sindicato que conseguiu 7,5% de aumento: o Sindicato dos Condutores - aquele que representa os condutores de transporte urbano, que não temos em Salto. Alguns dias depois de conseguirem esse aumento a prefeitura reajustou o valor das passagens em 8,2%, por conta da pressão das empresas que negociaram o tal aumento.

Uma outra categoria que conseguiu 7,5% foi a dos servidores de Votorantim, que tem como prefeito nosso companheiro Pivetta, do PT.

Não é possível generalizar com estes exemplos, mas perceberam como é a lógica? Não existem aumentos salariais se não existir produção de riqueza que possibilite isso. E o grande papel do dirigente sindical é perceber esse aumento de riqueza e tirar dele os benefícios de seu representado.

Diferente, claro, do que aconteceu com os condutores de Sorocaba: conseguem o aumento e imediatamente a prefeitura repassa o tal aumento na passagem dos ônibus.

Com a prefeitura é ainda pior: ela não gera riquezas. Ela se mantêm com os recolhimentos dos impostos de todos nós. E é dessa receita que deverá realizar todos os seus serviços e remunerar seus servidores. Seria interessante acompanharmos as audiências públicas da Secreataria da Fazenda para percebermos como os tais 7,5% interferiram nas receitas da prefeitura. E fui um defensor desse índice pois achei-o muito justo.

Então, continua a pergunta: onde o prefeito "deu as costas ao movimento sindical da cidade"?

No reajuste da água? Um reajuste que vem depois de seis anos sem nenhuma majoração? Um reajuste que ainda mantêm a taxa de nossa cidade como uma das mais baixas da região? Um reajuste que na sua lógica procura a justiça tributária fazendo com que quem gasta mais pague mais?

Continuo com minha modesta opinião de que na ânsia do protesto meus amigos dirigentes sindicais pisaram na bola com a tal manifestação em frente à prefeitura. Enfim.... isso é democracia.

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