quarta-feira, 24 de junho de 2009

Gentileza gera Gentileza

Essa frase é de um poeta carioca. Não tenho toda a história dele, mas sei que suas poesias hoje estão expostas nas ruas da cidade do Rio de Janeiro pela sua beleza e apelo popular. Renata, lá da cidade maravilhosa, que tem um blog indicado aqui, pode nos ajudar com mais detalhes da história do Gentileza, como ficou conhecido o poeta.

Mas hoje essa frase acompanhou-me o dia todo. Por que? Acho que porque o dia foi tenso, cheio de discussões, incompreensões e disputas. E é incrivel como nessas horas acaba-se esquecendo o básico: tratar com gentileza o outro, seja ele alguém que pense totalmente contrário a mim, seja ele enfim quem for. Parece que o contrário deve sempre ser agredido.

E não falo isso somente pelo que vivenciei hoje, ou ontem, ou semana passada. Falo pela retrospectiva geral das coisas.

Quantas pessoas ansiosas, tensas, que somatizam em seu corpo as contrariedades e falta de gentilezas vividas no dia a dia. Quantos que olham para o outro já criminalizando, pre concebendo, antecipando julgamentos. E uma virgula que não agrade já é motivo para não se conseguir separar o debate, ou a diferença profissional ou mesmo divergências de comportamento do fato de cada pessoa envolvida antes de mais nada ser uma pessoa. E ai, as agressões gratuitas são mais comuns que gripes no inverno.

Confesso que já fiz muito disso. Confesso ainda que não me curei de todo desse mal. Mas também confesso que estou muito preocupado. Não sei se estou vendo mais, mas a impressão que me passa é que cada vez mais as pessoas se armam contra as outras. Cada vez mais a incompreensão parece ser regra. E ai é preciso muita gentileza para mudar isso.

O acontecido no último final de semana contribuiu muito para aumentar a percepção (que já existia) do quanto somos frágeis, do quanto a vida é pequena e rápida. Vivê-la sem deixá-la boa e gostosa de ser vivida é uma auto destruição que acho não termos o direito de fazer.

Confesso mais uma coisa (hoje é dia das confissões....rs...): gostaria de diariamente abraçar e abraçar e abraçar as pessoas que estão à minha volta. Mas a "cultura" e a "posição" criam barreiras.

Hoje Ismenia disse que "sou chique". Disse isso quando abri a porta do carro para ela. Perguntei porque e me falou que sou a única pessoa que faço isso para ela. À noite, saindo do caixa eletrônico, segurei a porta para uma pessoa entrar e depois na rua, parei o carro para outra pessoa atravessar a rua. Não fiz isso só hoje e não acho nada demais em fazer. Mas quando você olha a sua volta, isso não é regra.

E ai, a "cultura" realmente acharia muito estranho sair abraçando todo mundo durante o dia, em todos os lugares. Pequenos gestos de carinho "não é moda". A "moda" é você defender com unhas e dentes a sua posição, o seu emprego, a sua sobrevivência.

No meu ambiente de trabalho observo vários destes gestos de carinho. Acho que "meu povo" é gentil. Não só comigo, mas entre as pessoas. Ai vou para outros ambientes e o inverso é a regra.

Enfim, acho que realmente os últimos tempos tem me mostrado muitas contradições e contrastes nas pequenas coisas, nos pequenos gestos.....Talvez seja positivo, até para valorizar ainda mais o que acho bom.

Gentileza gera gentileza. Quem sabe ainda consigamos ver isso enquanto "mandamento" de convivência entre os homens.

Gentileza gera gentileza. Voltaremos nesse tema.....

Um comentário:

  1. desde menino, muito por d. odilia e por "seu" tuta, falecidos minha mãe e meu avô, que foram a gentileza em pessoas, gentileza é coisa pela qual possuo predileção. quanto ao criador da genial frase, pelo que já li ou ouvi, chamava-se josé, e acabou famosamente reconhecido como profeta gentileza. pelas fotos que já vi dele, possuia todas aquelas características dos personagens "andarilhos, molambos, mambembes", que convencionamos chamar de "loucos". os mosaicos que ele criou nos viadutos do rj, segundo me contou um amigo, viraram motivo de oficinas culturais para crianças e jovens vulneráveis socialmente, me parece numa cidade aqui do interior de sp.

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