sábado, 16 de janeiro de 2010

Senti Vergonha....

Ontem estive no CEC, na Sala Palma de Ouro para assistir a peça OS MONÓLOGOS DA VAGINA. Uma peça americana adaptada por Miguel Falabella e que em março completará dez anos em cartaz nos teatros brasileiros. Imperdível. Muito boa mesmo.

Mas fiquei envergonhado.

Antes do espetáculo, por duas vezes foi avisado a todos que eram proibidos fotos e filmagens durante a peça por questões de direito autoral. Pois é.

Já no início da peça uma das atrizes interrompeu para solicitar a alguém que tirava fotos a vontade e com flashes, para que parasse, pois além de ter problemas com os tais direitos autorais, o flash atrapalha e muito o artista. Aliás, isso é uma coisa que parece em Salto as pessoas não terem entendido ainda.

E a peça continuou.

Do meio para o final, nova interrupção. Desta vez de uma forma mais contundente, duas das três artistas apontaram para um determinado local da sala onde alguém tirava fotos a vontade, sem flash. Mas os tais equipamentos eletrônicos se denunciam: apesar de o flash não aparecer, uma certa "luzinha" se acende um pouco antes do disparo da foto. O mais interessante é que na intervenção da artista ela disse: "nós já tinhamos combinado que você poderia fazer fotos no início", o que me deu a entender ser a pessoa alguém do ramo de comunicação. Posso estar enganado, pois não consegui identificar quem era a pessoa. Além do escuro, estava muito distante de onde eu estava.

E confesso que me senti mal.

Primeiro por essas frescuras de direito autoral que em si gera uma discussão infinita. Mas infelizmente o seu conceito ainda impera sobre nós, ainda mais de onde veio a peça.

Segundo pela indelicadeza de quem, mesmo tendo tido o aval para fotos em determinado momento, ter continuado a fotografar. Um clima ruim para mim indivíduo e para mim cidadão saltense.

Se a tal lei do direito autoral é uma aberração, a culpa não é daquelas artistas que lá estavam para apresentar a peça. Não é expondo as mesmas às consequencias dela que vamos acabar com suas aberrações. Não tenho nenhuma simpatia por essa lei, já que considero tudo o que o ser humano produz, propriedade de todo ser humano. Mas também não sou adepto de colocar em risco profissionais e de envergonhar toda uma platéia que lá estava, só para dar boas gargalhadas.

Enfim.... senti-me um pouco envergonhado disso tudo. Ah...mas continuo achando a tal lei do direito autoral uma aberração que protege poucos e grandes. E certamente não eram as três artistas que lá se apresentavam.

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