sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Secretário Chorou

Do Luis Nassif

Por André

No rescaldo da guerra que o Rio promoveu à bandidagem organizada, temos algumas histórias de moradores que foram vítimas de maus policiais, mas também temos histórias interessantes como a do garçom que fez o secretário Beltrame chorar:
Luiz Ernesto Magalhães
02/04/2009 Servidores que estão há anos na prefeitura - Gyleno dos Santos (Foto: Fabio Rossi / Agência O Globo)
RIO - Depois de toda a tensão para retomar o Complexo do Alemão, o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, deixou o ar sério de lado e chorou em plena hora do almoço, na segunda-feira. O responsável pela emoção do secretário foi o veterano garçom Gyleno dos Santos, de 73 anos, funcionário da prefeitura desde 1982.
A história foi contada nesta quarta-feira pelo prefeito Eduardo Paes, durante a cerimônia de lançamento das obras para a construção do Museu do Amanhã, na Zona Portuária. Ao encontrar Paes na prefeitura, no início da semana, o garçom, morador de Del Castilho, comentou que, pela primeira vez, havia saído de casa sem medo, sentindo-se seguro após a tomada do Alemão. Ele disse ao prefeito que, se pudesse, daria um abraço no governador Sérgio Cabral e no secretário Beltrame. Por coincidência, um almoço com o secretário estava marcado para o mesmo dia no Palácio da Cidade.
- No almoço, o Gyleno pediu licença e deu um abraço no Beltrame. Ele foi às lágrimas. Quem conhece o Beltrame sabe que ele é um sujeito esquisito. Ele não ri, não chora. Tem aquele jeito fechado de uma pessoa centrada no trabalho. O Gyleno, na verdade, foi responsável por expressar um sentimento de toda a população - disse Paes.
Segundo Paes, Beltrame contou que estava sensibilizado porque os elogios não partiram de políticos, mas de uma pessoa comum.
O garçom, que, nas horas vagas, dá aulas de dança de salão para os servidores da prefeitura e já ganhou uma Medalha Pedro Ernesto, contou que também ficou emocionado:
- Moro na Rua Adhemar Babiano, paralela ao Complexo do Alemão. Tenho vários vizinhos que já foram assaltados. Como saio de casa às 5h40m, me sentia inseguro. O prefeito mandou me chamar quando já estavam tomando o café. Contei o que estava sentindo para o secretário e pedi licença para dar um abraço nele - contou Gyleno. - Ele ficou muito feliz e chorou. Me disse que um abraço daqueles significava para ele mais do que um bonito discurso - disse o garçom.

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