terça-feira, 26 de outubro de 2010

Debate na Record - O Mais Agressivo

Brasília Confidencial No 371

No mais agressivo debate que já travaram ao vivo diante das câmeras, a petista Dilma Rousseff e o tucano José Serra trocaram acusações e ironias por quase duas horas, à noite passada, na TV Record.

O clima tenso foi marcado pela discussão de temas como a execução do Programa de Aceleração do Crescimento, o ProUni, o Bolsa Família, o MST, a privatização e as denúncias de envolvimento de assessores de Dilma e de Serra em desvios de conduta e de dinheiro.

A discussão começou pelo PAC. Dilma perguntou a Serra quais obras ele propunha para o Nordeste. Em vez de responder, o tucano voltou a classificar o PAC como “uma lista de obras”, afirmou que o Governo Lula mal iniciou obras como a rodovia Transnordestina e disse também que as refinarias no Nordeste não saíram do papel.

Dilma rebateu dizendo que Serra “gosta de enrolar” e que “lista de obras era o Avança Brasil” - programa anunciado e parcialmente executado no Governo Fernando Henrique Cardoso.

PETROBRAS
Serra voltou dizer que a adversária o acusa injustamente de querer privatizar a Petrobras. Afirmou que o Conselho de Administração da estatal, presidido por Dilma, entregou concessão de exploração de petróleo a 108 empresas nacionais e estrangeiras. E repetiu que pretende reestatizar e fortalecer a Petrobras.

“Acho estranho que Serra negue que quer privatizar a Petrobras, enquanto pessoas do PSDB” criticam o governo por ter substituído o regime de concessões pelo regime de partilha do petróleo do pré-sal.

ASSESSORES
Ao falar sobre o programa de banda larga, Serra trouxe à tona as denúncias de tráfico de influência na Casa Civil envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra, que depôs ontem na Superintendência da Polícia Federal.

Dilma reagiu dizendo que, ao contrário do que faz o PSDB, o governo federal está investigando as acusações. Ela acusou os tucanos de encobrirem Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa, que teria fugido com R$ 4 milhões supostamente arrecadados para a campanha de Serra.

"Hoje a Erenice depôs, mas o Paulo Preto não só não depõe, como te ameaça. A diferença de um governo para outro é que malfeitos acontecem, mas a atitude é que importa. Tem gente que investiga e pune, e tem gente que acoberta e que além disso considera a pessoa competente e séria”, disparou Dilma em alusão a elogios anteriores de Serra a seu ex-assessor.

MST
Tema ausente dos embates entre Dilma e Serra na televisão, o comportamento do MST voltou à pauta ontem. Serra cobrou de Dilma uma posição sobre o MST acusando-a de já ter se declarado contra e a favor do movimento. Dilma respondeu que no Governo Lula houve mais assentamentos, mais diálogo, mais assistência aos sem terra e menos invasões de propriedades do que no Governo FHC.

"Não tratamos nenhum movimento social com cassetete, nem com repressão", disse Dilma destacando que não aceita episódios como o de Eldorado dos Carajás, quando sem-terra morreram em um confronto com a polícia, em 1996, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique.

"Tenho uma clareza: o MST é uma coisa, nós somos outra. Sempre deixamos claro que éramos contra as invasões e depredações de prédios públicos".

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