quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Inclusão Digital de Alto Nível

Do Luis Nassif

Por alfredo machado

Jornal da Mídia, em 02/03/2010     www.jornaldamidia.com.br

Piraí (RJ) é a primeira cidade a oferecer internet gratuita

Piraí (RJ) – A primeira cidade a distribuir internet banda larga gratuita aos moradores, a pequena Piraí, no sul fluminense, terá, até o final do mês de março, todos os 6,2 mil alunos da rede pública equipados com computadores portáteis. Segundo a prefeitura, será uma das únicas cidades brasileiras onde cada aluno terá um laptop.

A distribuição gratuita dos computadores portáteis – com conexão à rede mundial de computadores – aos estudantes amplia o programa de inclusão digital da cidade, que já disponibilizava internet grátis em todas as escolas e em todos os prédios públicos. A rede de 520 quilômetros quadrados cobre praticamente todo o município, que tem cerca de 22 mil habitantes.

A decisão de investir em inclusão digital já começou a mostrar os resultados. A escola pública Professora Rosa Conceição Guedes, onde os alunos já dispõem de laptops com internet há quase três anos, subiu no ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), do Ministério da Educação. Saiu da nota 2,6 para 4,2 na última avaliação (2007). O resultado era previsto para 2015.

Além dos efeitos positivos na educação, o município inicia agora o uso do sistema digital na área da saúde. Todos os agendamentos de consulta, marcações, resultados de exames e diagnósticos, por exemplo, são incluídos num banco de dados centralizado que pode ser aberto pelos médicos de qualquer localidade. Os problemas mais graves são debatidos pelos médicos locais com professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) em teleconferências via internet.

“Isso facilita até para a pessoa não ficar pegando remédio duas vezes, para ficar pedindo exame duas vezes”, explica o coordenador-geral do projeto Piraí Digital, Gustavo Tutuca.

Piraí ficou conhecida no final dos anos 90 por ser a primeira cidade do país a enfrentar a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para poder distribuir internet aos moradores. O município,
localizado às margens da Rodovia Presidente Dutra, não tinha então nenhum provedor banda larga. A prefeitura obteve autorização para disponibilizar a conexão aos moradores, desde que fosse gratuita.

Sem poder cobrar pelo uso da internet, nem mesmo uma “taxa social”, a prefeitura teve de arcar com os custos e diminuir a abrangência do projeto. Agora, espera que, com o Plano Nacional de Banda Larga, os preços dos pontos de internet comprados pelo município diminuam.

“A procura por serviços aumentaram muito, a ouvidoria municipal, o serviço de impostos, a questão da utilização de e-mail, das reclamações via e-mail para a prefeitura, as solicitações via e-mail. Tudo isso tem ajudado muito na comunicação e na integração”, ressalta o coordenador.

Por Lilian Milena, da Agência Dinheiro Vivo

Segundo o secretário de Planejamento, Ciência e Tecnologia de Piraí, Fábio Marcelo, que nos concedeu entrevista antes mesmo de conversarmos com o secretário de Desenvolvimento de Sud Mennucci, (considerada primeira cidade a distribuir internet gratuíta, mas wi-fi, à população) Marcos Okajima, o programa Piraí Digital, que levou sinal de internet a todos no município, foi uma ramificação do programa de desenvolvimento local, iniciado em 1997.

Em 2001, a prefeitura ganhou o Prêmio de Gestão Pública de Cidadania, da Fundação Ford, FGV e BNDES, pelos resultados do seu programa de desenvolvimento local, que até então, não tinha um plano para inclusão de internet para todos. Nesse mesmo ano o Piraí Digital começou a ser discutido, como forma de fornecer internet barata às empresas e também de graça aos prédios públicos. Em 2004, Fábio conta que foi inaugurado a primeira fase desse projeto, quando atendiam todas as escolas, prédios públicos, postos de saúde e alguns telecentros para acesso da população.

"Iniciamos em 2004, o projeto já inaugurado com essa estrutura de acesso gratuito a todos", conta o secretário. "Mas, inicialmente foi através dos telecentros e quiosques públicos. Porque o nosso plano era que a internet chega-se à residência da pessoa há um custo 50% inferior ao que era cobrado pelos provedores privados. Mas não conseguimos licença da Anatel para realizar essa proposta", completa.

Em março de 2007 o Conselho Diretor da Anatel autorizou prefeituras municipais a operarem diretamente serviços de telecomunicação, para tanto elas teriam que solicitar, a partir de então, uma licença de Serviço Limitado Privado (SLP), sob condição de não cobrarem pelo serviço prestado.

A partir de então Piraí passou a investir em sistemas hibrido de propagação do sinal da internet - wi-fi e a cabo, dependendo da localidade.

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