sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sensus X Datafolha

Hoje a folhona desandou a criticar novamente a empresa de pesquisas Sensus. Uma discussão que tenta ser técnica, mas que beira o ridículo, segundo alguns comentaristas. Veja primeiro a opinião de Brizola Neto em seu blog. Brizola Neto foi um dos que desbancaram o esquema de falsas denúncias dos tucanos. Leiam:

Blog Tijolaço – sexta-feira, 14 maio – 14:44

Sem qualquer pudor, a Folha mostra as garras ao Sensus
A Folha de S. Paulo, hoje, arreganha seus dentes, ameaçadora, contra o Instituto Sensus. Deixa claro que vai tentar desmoralizar qualquer resultado de pesquisa eleitoral que contradiga o diktat do Datafolha.

O que o PSBD não conseguiu com sua investida mentirosa contra a pesquisa que apontou empate entre Dilma e Serra, o jornal está fazendo, usando argumentos “técnicos” para desmerecer não apenas o Sensus, mas todos os outros intitutos de pesquisa.

Hoje, na reportagem “Sensus altera formulários de pesquisas”, que não está disponível na internet, o jornal deixa claro o mecanismo de pressão, repetindo o discurso do PSDB.

“O método de, no jargão do meio, “esquentar” o entrevistado com, perguntas prévias, é motivo de controvérsia entre os institutos de pesquisa e foi questionado pelo PSDB (não foi, não, o PSDB questionou a distribuição da amostra e quebrou a cara, o médoto foi questionado pela Folha), que chegou a vistoriar, com autorização da Justiça, os questionários arquivados na sede do instituto”.

Aí vem o diretor do Datafolha, Marcos Paulino, dizendo que abordar outros assuntos antes da declaração de intenção de voto “pode influenciar a resposta dos candidatos”.

O jornal porém, afirma que “o Vox Populi e o Ibope também têm o costume de usar perguntas prévias antes de averiguar a intenção de voto”.

Ora, então temos que, dos quatro grandes institutos de pesquisas brasileiros só o Datafolha sustenta que poderia haver uma distorção por um questionário que começasse por perguntas mais gerais para chegar à especifica.

Ou seja, o Datafolha está certo e todos os outros errados.

Seria bom, também, o Datafolha revelar aos leitores que não faz entrevistas domiciliares, mas abordagens de rua, que não tem tanta possibilidade de serem checadas. Explico: os outros institutos entrevistam a pessoa da casa X, da rua A, do bairro tal, da cidade qual. O Datafolha aborda uma pessoa na rua e ao final pede o endereço e o telefone, que são declarados, sem checagem física.

Deixando claro que está pronto a invalidar qualquer resultado que não coincida com o do seu Datafolha, o jornal já avisa que, como o Sensus – para evitar a campanha de que está sendo vítima- mudou a ordem das perguntas na pesquisa que será divulgada segunda-feira pela Confederação Nacional de Transportes, “pode ficar comprometida a comparação com o resultado anterior, já que os formulários são diferentes”.

Impressionante como o grupo Folha nem mesmo disfarça o uso do seu poder para coagir

(do BLOG Tijolaço – Brizola Neto)

Na sequência a própria Sensus encaminhou para o Nassif uma resposta à folhona:

De Ricardo Guedes

14 de maio de 2010

Prezado Luis Nassif,

Sobre as notícias veiculadas na imprensa sobre a Sensus ter cedido a pressões para a alteração da ordem das perguntas em seus questionários, vimos fazer as seguintes considerações abaixo relacionadas.

Os partidos, em geral, fazem pesquisas internas que não são divulgadas com o objetivo de avaliarem o posicionamento de seus candidatos, o que é lícito e normal. Sabedores, entretanto, da realidade de seus candidatos, alguns partidos por vezes tentam difamar e mesmo impedir antecipadamente a divulgação de pesquisas que, por serem corretamente aferidas, podem apresentar resultados que não lhes são favoráveis.

Na metodologia das ciências sociais, a introdução de perguntas que replicam a decisão natural dos eleitores antes do espontâneo não altera de nenhuma forma os seus resultados. É certo de que o eleitor quando vai votar para presidente, faz a avaliação prévia do governo, e de sua identificação partidária pessoal, assim como de outros fatores. O exame cuidadoso das pesquisas registradas no site do TSE demonstra que, os institutos de modo geral, têm e fazem uso de questões antes do espontâneo em suas pesquisas nacionais ou estaduais. A ordem das perguntas não altera a vontade popular e as intenções de voto. E as metodologias da ordem das perguntas não diferem em seus resultados.

Entretanto, tal qual hoje caracterizado no país, a Sensus está se precavendo contra as possíveis difamações e ações jurídicas que pretendem protelar, ou mesmo impedir, a divulgação de seus resultados. Em recente episódio em Santa Catarina, tivemos a ordem das perguntas juridicamente questionada, com ganho por unanimidade para a Sensus pelo egrégio Tribunal.

A Sensus é uma empresa há 23 anos no mercado, com trabalhos a nível nacional e internacional, para clientes privados e organizações de grande e médio portes, tendo seus resultados amplamente divulgados pela imprensa nacional e internacional.

A Sensus é uma empresa, não um partido. Não participamos de nenhuma campanha política no país, e temos como clientes a pluralidade da demanda em todo o seu espectro econômico, político e social.

A Sensus não cede a pressões, mas está se precavendo contra ilações políticas, sempre dentro do que é correto na metodologia das ciências sociais.

Atenciosamente,

Ricardo Guedes

Nenhum comentário:

Postar um comentário