segunda-feira, 31 de maio de 2010

Terror Israelense

Na manhã de hoje fomos todos surpreendidos com a notícia de um ataque das forças israelenses a uma pequena frota de navios que levava ajuda humanitária à Faixa de Gaza - bloqueada por forças israelenses a pretexto de isolar os "terroristas" do Hamas. De uma forma totalmente desproporcional, os militares israelenses atacaram os navios que tinham cerca de 750 civis levando comida, remédios, entre outros materiais para os mais de 1,5 milhão de pessoas que estão isolados naquele local.

Veja aqui e aqui alguns videos rápidos de cenas pós ataque.

Impressionante como esse ataque acontece justamente quando se tenta encontrar outras alternativas para o embargo ao Irã. Alguns analistas já falam em uma guerra anunciada, já que esse ataque atinge todo o mundo árabe, islãmico inclusive. O que mais angustia é que além dos árabes, gente de todo o mundo fazia parte das 750 pessoas, inclusive uma brasileira.

A reação da comunidade internacional foi dura e imediata contra os desmandos de Israel e seu governo que surpreende negativamente ano após ano. Todos os países, exceto os EUA, chamaram o governo israelense para explicações, alguns chamando de "ato desproporcional", outros de "crime internacional". Já os "amiguinhos" americanos usaram palavras bem amenas contra os israelenses. Veja aqui várias reações.

Aqui, a reação do Parlamento do Mercosul e aqui do governo brasileiro.

Emir Sader escreveu nesta manhã:

A maior comitiva internacional de paz, com cerca de 750 pessoas de vários países, tentou se aproximou de Gaza para romper o bloqueio cruel que Israel mantêm sobre a população palestina. Foi atacada pelas tropas israelenses, provocando pelo menos 19 mortos e várias de dezenas de feridos.

Abaixo uma das melhores análises que encontrei até agora sobre o crime de Israel:

ANTES UM FIM HORRÍVEL QUE UM HORROR SEM FIM?

A hipótese mais pessimista confirmou-se, e o impensável aconteceu: uma flotilha de seis barcos levando civis desarmados e ajuda humanitária foi atacado com força letal em águas internacionais por comandos israelenses, resultando na morte de pelo menos dez pessoas – mas há relatos que falam em vinte mortos e três vezes mais feridos.

Os suspeitos de sempre já se espalharam pela mídia, dizendo que isso era de esperar, culpando os mortos pelas mortes e acusando as vítimas de terem atacado comandos israelenses portando armas de guerra como cabos de vassoura e facas de cozinha, forçando os pobres rapazes a abrir fogo a queima-roupa com as suas armas automáticas para se defenderem.

Israel, dizem eles, não podia permitir que os navios da flotilha chegassem a Gaza, furando um bloqueio legítimo de um território habitado por 1,8 milhão de bandidos e terroristas.

Deixando de lado a questão da legitimidade e da legalidade do bloqueio de Gaza pelos israelenses e admitindo, para facilitar a discussão, que as leis internacionais dão-lhes o direito de deter a flotilha pelos meios que se fizessem necessários, por que foi preciso enviarem comandos para tomar de assalto os navios antes do amanhecer, em águas internacionais, em descarada violação dessas mesmas leis internacionais?

Havia outros meios de deter os navios sem correr o risco de matar civis. Poderiam, para ficar apenas num exemplo óbvio, esperar que eles chegassem em águas territoriais de Israel, desabilitar os sistemas de comando dos barcos e rebocá-los calmamente para um dos seus portos, acusando a todos os passageiros de entrada ilegal no país e deixando-os guardados por um tempo até esfriarem a cabeça. Ninguém poderia acusá-los de coisa alguma e eles ainda poderiam dar umas boas risadas às custas do fiasco da flotilha.

Em vez disso, preferiram abordar a bala seis barcos com setecentos civis desarmados a bordo, em águas internacionais, juntando a pirataria ao homicídio. Todos sabemos, sobretudo depois que eles foram praticar tiro-ao-alvo com civis de Gaza em 2008, que a noção de relações públicas dos israelenses é meio bizarra, mas isto parece ser demais mesmo para eles: matar palestinos é coisa corriqueira, já estamos acostumados. Matar brancos europeus é inaudito.

O que aconteceu? Será que estão perdendo o controle? Será que a gangue governante deles está decidida a dar razão aos que dizem que são loucos?

Não. Há metodo na loucura deles: estão mandando um recado prà gente. Com a maré da opinião pública mundial voltando-se contra as práticas delinquentes eles, frente à derrota certa da iniciativa conjunta deles com os EUA de imporem mais sanções ilegais ao Irã, vendo o seu arsenal nuclear condenado por unanimidade por 189 países em uma declaração que até os seus aliados mais próximos foram forçados a assinar e prestes de serem arrastados aos tribunais internacionais pelo que fizeram em Gaza em 2008, os israelenses nos estão dizendo que farão o que for preciso para defender os seus interesses – e que não ligam a mínima para o que o mundo acha deles.

Vão abater a tiros quem ficar no caminho deles, vão invadir os vizinhos quando lhes der na telha, vão enviar submarinos com ogivas nucleares para o litoral iraniano e *vão usá-los* se for preciso. Nada pode detê-los.

Este é recado dos vinte mortos em alto mar: não mexam conosco, podemos tudo.

Está claro que a população israelense, mergulhada em uma barragem de propaganda que os convenceu de que *eles* são as vítimas e que o mundo todo está atrás do couro deles, não vai fazer nada para deter os bandidos que os governam e, ao contrário vão elegê-los de novo até o fim dos tempos. De modo que já está mais que na hora de a comunidade internacional tomar uma atitude firme e unida contra as loucuras deles. Se os EUA não assumem as suas responsablidades de pôr um freio nos seus aliados ensandecidos, outros deverão fazer isso por eles.

Urgentemente. Antes que nos arrastem a todos para o Armageddon que parecem desejar tão ardentemente.

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