Do blog do Zé Dirceu
Quanto mais explicações dão, mais esquisito e mal-cheiroso fica esse caso do Banco PanAmericano do Sílvio Santos. Como o Banco Central (BC) não detectou operações fraudulentas que chegaram a esse montante de R$ 2,5 bi?
Temos, agora, um diretor do BC, justamente o de Fiscalização, Alvir Hoffman, admitindo que as irregularidades podem ter começado há três ou quatro anos, mas que apenas as investigações vão apontar o tempo exato. Mas a Fiscalização do BC pode deixar irregularidades ocorrerem assim, por tanto tempo, sem estancá-las, sem adotar providências?
Como é que o PanAmericano vendeu por tanto tempo carteiras de crédito para outras instituições financeiras, não deu baixa, continuou contabilizando estes recursos como parte do seu patrimônio e ninguém tomou providências contra isso?
Investigar os responsáveis pelas manobras contábeis
A própria Caixa Econômica Federal (CEF), que adquiriu boa parte das ações do Panamericano há cerca de um ano não viu isso? Tudo bem que se evite a liquidação do banco (sempre traumática para o mercado) e se recorra ao Fundo Garantidor de Créditos (FGC), desde que os bens oferecidos em garantia realmente tenham liquidez no mercado e cubram a operação - o "socorro", "empréstimo", "intervenção branca" ou outro nome que se queira dar.
Sílvio Santos, dizem, ofereceu em garantia quase todo o seu conglomerado fomado por 44 empresas subordinadas à holding SS Participações - entre elas o SBT e o Baú da Felicidade. Mas, não pode parar por aí de jeito nenhum, deixar as coisas andarem como se tudo tivesse voltado ao normal.
É preciso apurar as responsabilidades pela compra do banco pela CEF - aprovada pelo Banco Central! - e particularmente acionar - como já fez o governo, registre-se - os responsáveis pelas manobras contábeis no PanAmericano, já que o que esta em risco é a segurança de nosso sistema bancário e principalmente o papel de fiscalização do BC. Daí a importância de todos os esclarecimentos e de total transparência que o caso exige.
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