segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O ENEM e os Acontecimentos

Do Luis Nassif


Gostaria de expor meus protestos contra a forma de apresentação das questões e da folha de gabarito do Enem 2010.

Antes de mais nada, sou totalmente favorável ao tipo de prova que se realiza nesse sistema de avaliação, priorizando proficiência de leitura, contextualização social/ nacional, a integração de conteúdos e, acima de tudo, ensinando também. As reclamações que vejo expostas por pais, professores de cursinho e outros são feitas por desconhecerem o que se exige hoje de um aluno que vai cursar uma boa universidade ou por má- fé, resultantes de interesses outros: como o político, o econômico etc.

Cumpre salientar que há outra parcela de pais que vêm "cobrando" das escolas particulares que seus filhos apresentem bom desempenho no Enem- o que provoca revisão de conteúdos , antes "acadêmicos demais", para uma nova forma de planejar e acompanhar o que ensinam. Sabe-se que as universidades há muito, muito tempo mesmo, vêm se queixando da formação dos alunos que ali chegam. Importante seria que os pais das escolas públicas, conscientizados e politizados suficientemente, também o fizessem, exigindo essa mesma revisão de contédos , tendo em vista os impostos que pagam.

Mas, não se admite, principalmente porque em seu segundo ano de democratização, que se encontrem os ERROS que se viu nessa edição. Palavras escritas com minúsculas em vez de maiúsculas, sem acento. alternativas pouco ou nada claras, questões de resolução muito óbvia (o que desrespeita a todos os alunos e de qualquer procedência: particular ou pública), folha de gabarito em ordem invertida de áreas avaliadas, entre outros.

Causa-me tristeza observar ERROS tão grosseiros, não que FUVEST, UNICAMP e outros não apresentem os seus também, entretanto como "telhado de vidro" que o Enem vem se tornando, com tantos senões e óbices de todos os lados, não poderia JAMAIS "se dar ao luxo" de deixar que tudo isso viesse a ocorrer.

Já desde o ano anterior, ouviam-se muitas queixas sobre a postura dos fiscais nas salas de exame, uns até lendo e ridicularizando redações que alunos haviam feito. Agora, sabe-se de uso de celulares, relógios, lápis etc. contrariando as regras antes estabelecidas e prejudicando aqueles que as seguiram.

Além disso, há o terrível, terrível mesmo, local de realização dos exames- não se pode pretender um exame democrático, se não se torna este, minimamente viável do ponto de vista do acesso. São dois dias de exame e distâncias enormes entre a residência e o local da prova- parece que em todos os Estados isso já havia acontecido e continua acontecendo da mesma maneira.

Sr. Fernando Haddad e Inep, por favor, sejam esclarecedores, ocupem o espaço reservado aos senhores no rádio e na TV e explicitem o que ocorre e o que ocorreu, por favor.

Caso contrário, o senhor José Serra terá razão ao afirmar que o Enem não é bom, que acabaria com esse tipo de Enem, que falta competência a quem o elabora e mais e mais. E a credibilidade de um EXAME, assim maiúsculo como esse e suas razões, pela SEGUNDA VEZ, podem "ir para o ralo." Quase que literalmente.

POR FAVOR, senhores.


Do Yahoo Notícias

Justiça Federal determina imediata suspensão do Enem
Por Redação Yahoo! Brasil

A Justiça Federal acatou liminar do Ministério Público Federal (MPF) e determinou a imediata suspensão do Enem 2010. A juíza da 7ª Vara Federal acatou argumento do MPF, de que o erro da impressão das provas, que apresentava questões divididas entre o cabeçalho de Ciência e Natureza e de Ciências Humanas, levou prejuízo para os candidatos.

Para a juíza Carla de Almeida Miranda Maia, a disponibilização do requerimento aos estudantes prejudicados pela prova correspondente ao caderno amarelo e a intenção de realizar novas provas para os que reclamarem administrativamente não resolve o problema.

Segundo o procurador da República Oscar Costa Filho, a decisão vem trazer segurança e estabilidade a todos que enfrentam essa comoção nacional. O fato de o diretor do Inep ter aventado realizar provas separadas para o mesmo concurso apenas confirma o total desconhecimento dos princípios que informam os concursos públicos, entre os quais a igualdade. A decisão tem efeito em todo o Brasil.

As provas aplicadas a 3,3 milhões de candidatos apresentaram diversos erros. Vinte e um mil cadernos de prova amarelos apresentaram erro de montagem e não continham todas as 90 questões aplicadas nos sábado (6). Não se sabe ainda quantos candidatos foram prejudicados por esse problema, já que em cada local de aplicação há uma reserva técnica de 10% dos exames que permitiria a troca do material defeituoso. Para evitar cola, o Enem tem quatro versões de prova: amarelo, azul, rosa e branco. As questões são as mesmas, o que varia é a ordem. Em milhares de casos, por um erro no encarte, folhas do caderno de prova amarelo estavam misturadas com folhas da prova branca. Com isso, estudantes se depararam com questões repetidas ou ausentes.

Também no sábado, a folha em que os estudantes marcam as respostas das questões estava com o cabeçalho das duas provas trocado. O exame teve 90 questões, sendo a primeira metade de ciências humanas e o restante de ciências da natureza. Mas, na folha de marcação, as questões de 1 a 45 eram identificadas como de ciências da natureza e as de 46 a 90, como de ciências humanas.

A gráfica RR Donnelley Moore, responsável pela impressão dos cadernos do Enem, emitiu nesta segunda-feira uma nota sobre o caso.

Segundo o texto, a impressão dos cadernos foi realizada dentro de rigorosos controles e o erro encontrado representa apenas 0,003% das 10 milhões de provas impressas. A gráfica informou que houve falha em um dos lotes de produção, que continha 33 mil cadernos amarelos com problema de ordenação. Desse total, 21 mil cópias foram distribuídas. O comunicado explicita que os erros se encontram "dentro da normalidade".

A gráfica também indicou que a manutenção do sigilo do conteúdo impede a leitura do material já impresso. Isto obriga a RR Donnelley Moore a "elaborar critérios especiais de verificação da qualidade de impressão, sem que esse conteúdo seja devassado", de acordo com a nota.

*Com Agência Brasil e Agência Estado



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