quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Indústria Naval Recuperada

Brasília Confidencial No 388

Oitenta e dois navios estão em construção no Brasil e mais 150 em fase de planejamento. Os dados são do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e foram citados pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva para demonstrar que o país “está levando a sério a indústria naval”. Ele acrescentou que o Fundo da Marinha Mercante prevê a contratação de R$ 30 bilhões até 2014.

As declarações foram dadas no programa semanal de rádio “Café com o presidente” que foi ao ar nesta segunda-feira.

Apenas o programa de modernização e expansão da frota da Transpetro, o Promef, prevê a construção de um total de 49 navios no Brasil. “Quarenta e seis deles já foram contratados, com investimento de quase R$ 5 bilhões, e nós estamos fazendo com que a cada navio inaugurado, a gente possa prestar homenagem a uma personalidade brasileira”, reparou Lula.

Zumbi dos Palmares

Já foram inaugurados o “João Cândido”, referência ao herói da Revolta da Chibata, que se rebelou contra o tratamento brutal dado aos negros na Marinha, o “Celso Furtado”, que homenageia aquele que o presidente chama de “o pai dos economistas” e o “Sérgio Buarque de Hollanda”, homenagem ao autor de “Raízes do Brasil”, livro essencial das ciências sociais do país. “O quarto navio, que era para ser colocado no mar este ano ainda, mas que atrasou um pouco, vai ser só em março do ano que vem, deverá ser Zumbi dos Palmares”, antecipou Lula.

Cortadoras de cana

“Nós, que já fomos a segunda indústria naval do mundo nos anos 1970, praticamente acabamos e, agora, nós estamos reconstruindo a indústria naval, já estamos com mais de 50 mil trabalhadores na categoria, e eu tenho certeza que é um processo em expansão que não tem retorno”, disse. “Na medida em que o Brasil não produzia mais aqui -- prosseguiu -- nós não tínhamos nem engenheiro mais para indústria naval. Agora, nós estamos nas nossas universidades, nas nossas escolas técnicas, preparando gente para trabalhar na indústria naval. Só pra você ter ideia, em Pernambuco, mulheres que eram cortadoras de cana, foram preparadas para trabalhar na indústria naval”.

Lula lembrou que, além das encomendas para atender à Petrobrás, existe ainda a demanda por navios de transporte, com o objetivo de diminuir o déficit de fretes. “Precisamos ter navios próprios, nacionais, transportando a nossa carga, aquilo que nós produzimos, e também trazendo aquilo que nós compramos”, disse. “Gera muito dinheiro, gera emprego e gera conhecimento tecnológico”, completou.

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