São Paulo - O DEM ameaça abandonar a chapa de José Serra (PSDB) à Presidência de República. A convenção da legenda, o principal aliado dos tucanos nacionalmente nos últimos 15 anos, ocorre nesta quarta-feira (30) e deve oficializar a posição. O presidente tucano, senador Sérgio Guerra (PE) acredita que uma eventual debandada reduziria as chances de vitória do candidato.
"Eu temo que nós tenhamos, nesse episódio, atuado para comprometer a nossa vitória", disse Guerra em entrevista à rádio CBN. "Na questão de um partido ter o apoio do outro, nós já votamos nos democratas e os democratas votam conosco há muitos anos. Não é esse o problema. O problema é de ter unidade, tranquilidade e uma noção construtiva da luta que nós enfrentamos", completou.
A crise entre os parceiros foi instaurada após o anúncio do convite ao senador Álvado Dias (PSDB-PR) para ocupar o posto de vice de Serra. A informação foi "vazada" por Roberto Jefferson pelo Twitter, e depois confirmada pelo próprio Dias.
Nesta segunda-feira (28), Maia negou que haja qualquer forma de ultimato ao PSDB, apesar das duras declarações da última semana.
Guerra afirmou que PPS e PTB aprovaram o nome do senador Alvaro Dias. O DEM alega, no entanto, que não foi sequer consultado sobre o nome escolhido.
Desde sábado, o ex-governador de São Paulo, Jose Serra, não teve compromissos públicos nem enviou mensagens ao Twitter, sistema de microblogues usado diariamente pelo tucano. O próprio Serra é esperado por lideranças do DEM para negociar os termos de um acordo.
Se Serra perdesse o apoio dos tucanos, ele ficaria com ainda menos tempo de rádio e TV no período de propaganda eleitoral gratuita. Segundo cálculos preliminares, Dilma Rousseff (PT) teria dois terços do tempo, contra 30% do tucano. Uma candidatura dos democratas teria quase cinco minutos contra menos de sete do tucano.
Uma candidatura própria seria uma forma de apresentar uma opção de "direita moderna", segundo o deputado Saulo Queiroz declarou ao Valor Econômico.
"Se o escolhidos ainda fosse um dom Paulo Evaristo Arns, um Guga, um artista famoso ou um cientista genial, tudo bem, mas é o Álvaro Dias. Como ele, temos uns 30 ou 40 para oferecer ao PSDB", disse o senador Demóstenes Torres (GO). "Me agradaria estar do lado do Serra, mas não em qualquer condição", disse.
Com informações da Reuters, direto da Rede Brasil Atual
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