sábado, 19 de junho de 2010

Pelo Menos Sete

Pelo menos sete ex-governadores não poderão disputar as eleições deste ano, se a Justiça Eleitoral aplicar mesmo a lei da ficha limpa aos condenados antes de 7 de junho, quando as regras foram sancionadas. O grupo é formado por Joaquim Roriz e José Roberto Arruda, do Distrito Federal; Cássio Cunha Lima, da Paraíba; Jackson Lago, do Maranhão; Marcelo Miranda, de Tocantins; Paulo Maluf, de São Paulo, e Anthony Garotinho, do Rio.

Joaquim Roriz é ameaçado pela lei da ficha limpa porque renunciou ao mandato de senador, em 2007, para escapar da cassação por quebra de decoro. E José Roberto Arruda foi cassado pela Justiça Eleitoral do Distrito Federal porque se desfiliou do DEM em meio ao dilúvio de denúncias sobre o esquema de mensalão que comandou durante seu governo.

Cássio Cunha Lima teve o mandato cassado em fevereiro de 2009, pelo TSE, sob a acusação de abusar do poder político e econômico distribuindo cheques para eleitores por meio de um programa assistencial. Jackson Lago também perdeu o mandato por comprar votos e, portanto, abusar de poder político e econômico.

O ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda, foi cassado porque, entre outras irregularidades praticadas, distribuiu 80.000 óculos durante o governo. Paulo Maluf foi condenado em abril, pela 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, por improbidade administrativa, sob a acusação de superfaturar a compra de 1.400 toneladas de frango quando governou o município de São Paulo.

No Rio, em maio, o Tribunal Regional Eleitoral tornou Anthony Garotinho inelegível até 2011. Ele foi condenado por abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2008, quando ajudou a eleger sua mulher, Rosinha, para o governo de Campos.

O diretor da ONG Transparência Brasil, Fabiano Angélico, previu ontem que a maior dificuldade para a aplicação da lei da Ficha Limpa será a obtenção de informações precisas sobre a situação legal dos candidatos a cargos eletivos. Ele acha que a desorganização do Poder Judiciário tornará muito difícil saber quem são os políticos impedidos de se candidatarem. "Já antevemos problemas decorrentes da desorganização do Poder Judiciário, que, em geral, é refratário
a modernizações. Há muita dificuldade em se obter a informação correta de quem é condenado e de quemresponde a processos e será muito importante que a sociedade fique atenta".

Fonte - Brasilia Confidencial No 265

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