sábado, 5 de junho de 2010

Efeito Boomerangue

Parece que a tentativa de "plantar" um dossiê na campanha por parte dos tucanos, acusando o PT disso, teve efeito contrário. Emquanto a notícia é de que várias das informações levantadas nos últimos dias não são novas, o livro do jornalista mineiro tem seu lançamento antecipado, para desespero dos tucanos. Veja aqui comentários da Carta Capital sobre a falta de novidades em vários aspectos do dossiê. E abaixo a introdução do portal de notícias Brasília Confidencial para apresentar os primeiros trechos do livro de Amauri Ribeiro Jr.:

O Brasil ainda não chegara ao processo de privatização do Governo Fernando Henrique - e, de fato, era dispensável que houvesse chegado - quando Chico Buarque inscreveu no cancioneiro popular a expressão "tenebrosas transações". É um verso de "Vai passar", gravada quase dez anos antes da eleição de Fernando Henrique. Outras transações tenebrosas assaltaram o país naquela década. E mais outras durante mesmo a privatização de bens, patrimônio e serviços
públicos promovida pelo PSDB de Fernando Henrique - e de José Serra.

Ministro do Planejamento e, depois, da Saúde nos governos FHC, José Serra é o candidato presidencial do PSDB e também do PFL, rebatizado de DEM, pela segunda vez. Diferentemente do que ocorreu na campanha anterior, no entanto, agora talvez precise explicar muito melhor seu envolvimento no processo de privatização. Um livro escrito pelo premiado repórter Amaury Ribeiro Jr. e apresentado em texto que o jornalista Paulo Henrique Amorim publicou ontem,
em seu blog, escancara o que o autor chama de "Porões da privataria" - e expõe José Serra, parentes, amigos e sócios dele.

Colecionador de prêmios - três prêmios Esso e quatro Vladimir Herzog, entre muitos outros - Amaury trabalhou, por exemplo, nos jornais O Globo e Correio Braziliense e na revista IstoÉ. E produziu seu livro a partir de um briga entre dois tucanos - o próprio José Serra e Aécio Neves, os governadores de São Paulo e de Minas que disputaram, até o fim do ano passado, a candidatura do PSDB à Presidência. "Tudo começou há mais ou menos dois anos. Havia uma movimentação, atribuída ao deputado serrista Marcelo Itagiba, para usar arapongas e investigar a vida do governador Aécio Neves, que então disputava a indicação para candidato a presidente pelos tucanos. O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo. Entrei em campo pelo outro lado (como
repórter do jornal Estado de Minas), para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro, sumiço de dinheiro público...", conta Amaury em entrevista que acompanha a apresentação do livro.

Ele qualifica como "aloprações tucanas" o que descobriu e vai contar em, pelo menos, 14 capítulos, pela internet, depois da Copa do Mundo de futebol. "Fiquei impressionado com o que vi. Li uma imensa quantidade de documentos que mostram a capacidade das pessoas de tirar proveito do seu país. Isto vale para os operadores diretos da privatização ou para os que ficaram só monitorando, sem qualquer escrúpulo, esperando apenas a hora de bater o martelo no leilão".

A exposição parcial do conteúdo de "Porões da pirataria", pelo www.conversaafiada.com.br, coincidiu ontem com mais uma reação do PT e de sua pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, ao comportamento de José Serra, que na quarta-feira atribuiu responsabilidade à petista por um "novo dossiê" que continua inédito fora do PSDB. Na própria quarta-feira Dilma
classificou a acusação como "uma falsidade". Ontem foi além: "É uma falsidade, uma ignomínia. Acho que estou sendo claramente injustiçada".

Por conta do feriado forense em São Paulo, o PT adiou para segunda-feira a apresentação, à Justiça, do pedido de interpelação a Serra para que confirme ou negue a acusação que fez. Se confirmar, o PT irá processá-lo por danos morais a Dilma.

Leia aqui o que poderemos ler após a copa do mundo.

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