domingo, 14 de novembro de 2010

Noticias da Terrinha - Nosso Trânsito

Neste final de semana uma das polêmicas levantadas pelos jornais foi a do estacionamento na R. 9 de Julho. Para quem não conhece, esta é a principal rua da cidade. Além de ser a mais central e cortá-la de um extremo a outro - saída de Campinas de um lado e de Itu do outro - abriga o principal eixo comercial e bancário da cidade. Não o único é verdade, já que outras ruas nos últimos anos vem se desenvolvendo bastante nessas áreas, principalmente a comercial.

A partir dessa problemática, a questão do trânsito em Salto passou a ser o foco das discussões e manchetes. E de novo, como vimos aqui no caso do ENEM, surgem especialistas de todos os cantos. Apesar de não querer cair no mesmo erro - falar do que não entendo - não posso me furtar a dar poucas opiniões.

Primeiro, é fundamental termos em mente que o trânsito em Salto é desorganizado, arcaico e violento. Ainda temos motoristas (quase a maioria) que parecem viver em uma cidade onde existe somente o seu carro. Já temos motoristas que consideram todos os outros seus inimigos (o grande mau do trânsito: o carro enquanto arma). Outros que acham ser a cidade ainda minúscula e que portanto não precisa respeitar as leis de trânsito. Tudo isso aliado a uma simplicidade de organização: muitas ruas ainda com mãos duplas, ainda nenhum radar instalado, pouca tecnologia utilizada, pouca preocupação com o tráfego coletivo e periférico.

Evidente que estas leituras são de alguém sem nenhuma experiência na área, fique claro.

Ai, a prefeitura vem com um plano para sua área central, a partir da recuperação de sua principal via - a R. 9 de Julho - e as vozes todas levantam-se em uníssono, reclamando e criticando tudo. Li coisas como "classificação de circulação"; "obras de interligação", dentre outras que prometo buscarei com especialistas o que elas querem dizer. Li também a "grande polêmica" sobre os estacionamentos na 9 de Julho. Grande, porém antiga. Não é a primeira vez que nos deparamos com ela. E nossos comerciantes, pessoas de visão, parecem que não concordam em eliminar o estacionamento de um dos lados da rua. Dizem que isso irá "prejudicar as vendas". Um argumento que ouvi há algumas décadas passadas. Será mesmo que é o estacionamento na R. 9 de Julho que beneficia ou prejudica o nosso comércio? Tenho sérias dúvidas.

Inconcebível para mim imaginar que alguém morador do Santa Cruz que tenha seu "carrinho" deixe de vir para o centro fazer suas compras pela falta de estacionamento em um dos lados da R. 9 de Julho. Quantas travessas e paralelas ela tem? Quantos estacionamentos privados ela já tem (há dez anos atrás não tínhamos isso)? Outra questão que para mim (um leigo no assunto) fala muito alto: por que os comerciantes preocupados com essa questão não discutem com a prefeitura e a concessionária do transporte público benefícios, facilidades e confortos para aqueles que se utilizam desse transporte? Tenho certeza que hoje mesmo com os dois lados da R. 9 de Julho com estacionamento, se estas condições fossem melhoradas, várias pessoas deixariam seus carros em casa para "passearem de ônibus" e fazerem suas compras.

Oportuna a fala de nosso prefeito quando avisa da instalação de radares em nossa cidade. Evidente que não falo aqui da R. 9 de Julho, mas das avenidas que dão acesso aos extremos da cidade. Impressionante como as belas avenidas construídas parecem pistas de alta velocidade. Abuso não é mais o termo apropriado. Além disso, a falta de educação de alguns motoristas passando por sinais vermelhos, não respeitando faixas de pedestres, dentre outras, é inadmissível em uma cidade de médio porte como a nossa. Radares urgentes!!!

E por fim, a necessidade urgente de acharmos uma maneira de nossos motoristas aproveitarem melhor os espaços que existem em nossas vias públicas. Sei que nosso secretário de governo já disse que existem poucas verbas, mas as faixas indicativas de tráfego são urgentes em nossas ruas. Talvez assim, e com a eliminação de estacionamento do lado esquerdo em todas as vias, nossos motoristas deixem de andar um atrás do outro e no meio da rua, como é rotina por aqui. Parece até que os carros tem imã e não conseguem deixar a fila para facilitar o fluxo.

Sem ser especialista no assunto ouso falar um pouco do que minha prática de motorista de mais de 25 anos mostra. Costumo dizer para filhos e amigos que prefiro dirigir em cidades grandes como São Paulo ou Campinas pois por lá, apesar de toda a correria e alto volume de carros, todos (ou a grande maioria) conhecem e procuram seguir as regras: as legais e as tácitas. Por aqui na maioria das vezes não sabemos o que nos aguarda na esquina seguinte. O poder público precisa agir e regular. E tenho certeza que as ações iniciadas na R. 9 de Julho irão nessa direção.

Um comentário:

  1. PERFEITO! SALTO MUDOU. CRESCEU ... DESENVOLVEU. FICOU GENTE GRANDE. E COMO TAL TEM QUE SE COMPORTAR. O POVO, O COMÉRCIO, INTELIGENTE QUE É, PERCEBERÁ O BENEFÍCIO ENORME QUE ISSO TRARÁ PARA O TRÂNSITO, E AINDA ARRISCO DIZER, QUE AS VENDAS AUMENTARÃO, POR QUE MUITO SIM, DEIXAM DE COMPRAR EM SALTO POR CONTA DO TRÂNSITO LENTO E TRAVADO QUE ERA A 9 DE JULHO.

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