sexta-feira, 11 de maio de 2012

Isenção? Para quem?

Do Luis Nassif

Por Marco Antonio L.
Da Carta Maior

As consequências morais de um veto suspeito
Por Saul Leblon

O mesmo personagem que por cinco horas fará acusações ao governo Lula, a membros do seu ministério e a integrantes do PT, no processo denominado de 'mensalão', obstruiu durante dois anos e sete meses uma operação da Polícia Federal cujos dados, a ele apresentados em 2009, já seriam suficientes para a abertura de inquérito e prisão de vários membros da quadrilha de Carlos Cachoeira, entre eles o senador Demostenes Torres. 

O nome desse personagem obstrutivo é Roberto Monteiro Gurgel Santos, Procurador Geral da República. No dia 15 de setembro de 2009 ele incumbiu a própria esposa, subprocuradora Claudia Sampaio, de informar a um perplexo delegado da PF, Raul Alexandre Marques Souza, que não cabia a abertura de processo com base nos dados arrolados pela Operação Vega. 

Desqualificava-se assim juridicamente a continuidade de uma minuciosa investigação que reuniu quase 1.400 horas de gravações telefônicas e constatou a endogâmica relação entre o crime organizado e a corrupção política, ambos abrigados em uma engrenagem --dotada da orgânica presença de um braço midiático-- com atuação decisiva na gênese dos acontecimentos geradores, justamente, das denúncias do chamado 'mensalão'. 

O veredito do casal Gurgel significou do ponto de vista legal um interdito à continuidade da Operação Vega. Seria necessário uma nova investigação sigilosa, a Monte Carlo, para que fatos anteriormente conhecidos, agora vazados primeiramente na mídia, impelissem o senhor Gurgel às providências judiciais competentes --o que ocorreria em 27 de março último.

Esses são os dados da equação que define o jogo político nos dias que correm. Eles estão ancorados no depoimento seguro e contundente do próprio delegado Raul Alexandre Marques Souza à CPI Mista que investiga a quadrilha Cachoeira. Esse encadeamento de fatos tem consequências morais; elas arguem o coração dos atributos requeridos de um Procurador- Geral dos interesses republicanos: a isenção.
 
Postado por Saul Leblon
 

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