De Campos & Bravo
RELATOR DEFENDE DISTRIBUIÇÃO DE VERBAS DO PETRÓLEO PARA A EDUCAÇÃO
O relator do projeto
sobre a partilha dos royalties do petróleo (PL 2565/11), deputado Carlos
Zarattini (PT-SP), defendeu nesta quarta-feira (16) a destinação de
parte do valor arrecadado com os royalties para os setores de educação,
infraestrutura e tecnologia.
A declaração foi dada em ato público
promovido pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC),
que reivindicou a destinação de recursos dos royalties para essas
áreas. A entidade representa 104 instituições de pesquisa e educação de
todo o País. O ato também foi organizado pela Comissão de Educação e
Cultura da Câmara.
Zarattini lembrou que, segundo o substitutivo
que apresentou ao projeto, os fundos especiais de estados e municípios
deverão aplicar 50% dos recursos em educação, e os outros 50% em
infraestrutura e tecnologia. Esses fundos receberão 27,5% do valor
arrecadado com os royalties do petróleo (na versão anterior do texto,
aprovada pelo Senado, esse percentual seria de 24,5%). O texto do
Senado, no entanto, não estabelece a vinculação dos recursos para as
áreas de educação e tecnologia.
PARCELA DA UNIÃO
Zarattini
afirmou que o seu texto também determina que os recursos dos royalties
que ficarão com a União sejam aplicados em ciência, tecnologia e defesa
nacional. "Temos condições de dar mais passos à frente para vincular
esses recursos para ciência e tecnologia. Estamos debatendo com setores
do governo, e há divergências”, disse.
Segundo o texto do
relator, a União receberá 20% do valor arrecadado com royalties,
enquanto o texto do Senado previa um percentual de 22%, a ser destinado
para um fundo social.
O relator disse que vai discutir com o
presidente da Câmara, Marco Maia, a votação do projeto em Plenário.
"Estou confiante na aprovação. É possível que o texto seja votado em
junho”, afirmou.
PESQUISAS
O presidente do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Glaucius Oliva,
ressaltou que os países que enfrentam crise econômica estão aumentando
os recursos destinados à ciência e tecnologia. "Isso está acontecendo na
Europa e nos Estados Unidos. É fundamental destinar parte dos recursos
do petróleo para alavancar o desenvolvimento do País. Não podemos
condenar as futuras gerações ao subdesenvolvimento”, declarou.
A
presidente da SBPC, Helena Nader, disse que o povo clama por educação e
pesquisa para que o Brasil se torne, de fato, um país competitivo. Ao
falar sobre o projeto da divisão dos royalties do petróleo, Nader
criticou o fato de o texto não prever recursos para o Fundo Setorial do
Petróleo e Gás Natural (CT-Petro). "Sem recursos para esse fundo, não
teremos garantia de dinheiro para a ciência, a tecnologia e a inovação.
As pesquisas na área do petróleo ficariam prejudicadas. Queremos que o
Brasil aposte no futuro.”
O representante da Associação
Brasileira de Engenharia e Ciências Mecânicas (ABCM) e professor da
Universidade de Brasília (UnB), Sadek Absi Alfaro, afirmou que o Brasil
investe pouco em ciência e tecnologia, se comparado com países
desenvolvidos e até com os que estão em desenvolvimento, como China e
Índia.
Alfaro disse que, só em pesquisa aeroespacial, os países
mais ricos investem cerca de 80 bilhões de dólares por ano (cerca de R$
160 bilhões). A Índia, por exemplo, destina anualmente cerca de 15
bilhões de dólares para o setor. "O Brasil investe cerca de 600 milhões
de dólares por ano. Se não houver um maior reforço financeiro nessa
área, o País vai ficar para trás”, declarou.
Fonte: Agência Câmara
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