Da Rede Brasil Atual
O ator e diretor teatral Sergio Britto deixa legado
importante para as artes dramáticas do país (Foto: Arquivo ABr/RBA)
São Paulo - Morreu na manhã deste sábado (17), no Rio de Janeiro, o
ator e diretor Sérgio Britto aos 88 anos. Ele estava internado há um mês
no Hospital Copa D'Or por causa de problemas cardiorrespiratórios. Seu
corpo será velado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, e o
enterrado neste domingo (18), no Cemitério São Francisco Xavier, às 11h.
Britto foi uma personalidades importantes na história do teatro
brasileiro. Ultimamente, apresentava na TV Brasil o programa Arte com
Sérgio Britto. Ele foi criador, diretor e ator do Grande Teatro Tupi,
levado ao ar por mais de dez anos na extinta TV Tupi.
Foi responsável também pela direção de Ilusões Perdidas, primeira
telenovela produzida e exibida pela TV Globo. Sua grande consagração foi
com o teatro, dedicação que lhe recebeu diversos prêmios. Em 2010,
lançou a autobiografia O Teatro e Eu.
Britto foi um dos fundadores do Teatro dos Sete, em 1959, ao lado de
Fernanda Montenegro, Ítalo Rossi e Gianni Ratto, grupo que lançou obras
consagradas e polêmicas como O Mambembe, de Artur Azevedo, e O Beijo no
Asfalto, de Nelson Rodrigues.
Em 1978, construiu o Teatro dos Quatro, na Gávea, zona sul do Rio,
cuja primeira peça foi Os Veranistas de Górki, dirigida por ele, com
cenário de Hélio Eichbauer e atuação de Ítalo Rossi, Luís de Lima,
Renata Sorrah, entre outros consagrados artistas da época. Lá, montou e
apresentou dezenas de peças antes de vendê-lo em 2007. Hoje, o local
continua sendo um dos maiores centros de produção teatral do país.
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) divulgou nota em que lamenta a
morte do ator, apresentador e dramaturgo Sérgio Britto. "A morte na
manhã deste sábado causou grande consternação”, diz o texto. O
presidente da EBC, Nelson Breve, toda a direção da empresa e
funcionários expressaram solidariedade e votos de profundo pesar a toda a
família do ator.
"O Brasil perde um de seus mais extraordinários atores. A EBC e a TV
Brasil se entristecem com a perda de seu mais ilustre apresentador, de
um programa que tão perfeitamente representa a importância da
comunicação pública em nosso país”, informa a nota.
Em nota, a presidenta Dilma Rousseff disse que a
morte do ator Sérgio Britto é uma perda enorme para a vida cultural
brasileira.
Na mensagem, a presidenta lembrou que Sérgio Britto
destacou-se, ao longo de mais de seis décadas, como um dos mais
consagrados atores e diretores do teatro brasileiro. "Encarnou
personagens inesquecíveis no teatro e na televisão. Na nossa TV Brasil,
apresentou um programa sobre a arte da representação", acrescentou.
"Neste
momento de perda para todos nós, brasileiros, quero me solidarizar com
os parentes, amigos, companheiros de profissão e admiradores de Sérgio
Britto", disse
O consagrado carnavalesco Joãosinho Trinta passa pelo
Sambódromo carioca palco maior de sua obra(Foto: Carlos
Magno/Folhapress)
São Paulo - O Hospital UDI do Maranhão confirmou a morte do
carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, o Joãosinho Trinta, ocorrida às
9h55 deste sábado (17) em São Luís (MA) – às 10h55, no horário de
Brasília. Segundo a unidade de saúde, pneumonia e infecção urinária
estão entre as causas da morte. Aos 78 anos, Joãosinho Trinta estava
internado desde o dia 3 de dezembro.
João Clemente Jorge Trinta nasceu em São Luís, no dia 23 de novembro
de 1933. Até os 18 anos, viveu na capital maranhense, onde trabalhou
como escriturário. Em 1951, deixou o Maranhão e foi para o Rio de
Janeiro, para dedicar-se à dança no Teatro Municipal.
Fez parte do corpo de baile durante 25 anos, participando de
montagens de óperas e balés. A carreira de carnavalesco de Joãosinho
Trinta começou como assistente na Escola de Samba Acadêmicos do
Salgueiro, em 1963. Dez anos depois, já era o titular. Ganhou o
bicampeonato em 1974 e em 1975 com os enredos O Rei da França na Ilha da
Assombração e O Segredo das Minas do Rei Salomão.
Em 1976, foi para a Beija-Flor de Nilópolis, onde ganhou os títulos
de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983. Uma das marcas do carnavalesco era o
luxo e a riqueza na avenida. Criticado por ter essa postura, é dele a
célebre frase: "o povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é
intelectual".
Em 1989, levou para a avenida o enredo Ratos e Urubus, Larguem a
Minha Fantasia. Com a imagem de Jesus Cristo mendigo, Joãsinho Trinta
entrou em choque com a Igreja Católica. A imagem foi censurada e passou
pela Marquês de Sapucaí coberta.
O carnavalesco ficou na Beija-Flor durante 17 anos e depois foi para a
Unidos do Viradouro. Em 1996, sofreu um acidente vascular cerebral
(AVC) e ficou com parte do corpo paralisado. Mesmo debilitado, continuou
trabalhando e conquistou o título de 1997 pela Viradouro com o enredo
Trevas! Luz! A Explosão do Universo.
Em 2003, a Grande Rio conquistou com o carnavalesco um inédito
terceiro lugar. Em 2006, Joãosinho Trinta teve outro AVC. No ano
seguinte, foi demitido da Grande Rio por outra polêmica com a Igreja
Católica e com a Justiça: a exposição de alegorias que representavam
atos sexuais, em um enredo sobre a camisinha. Novamente, usou o recurso
de cobrir as alegorias na Passarela do Samba.
Ao deixar a escola, voltou para o Maranhão. Ultimamente, trabalhava
no projeto do governo do estado para comemorar, em 2012, os 400 anos de
São Luís.
A presidenta Dilma Rousseff disse, em nota, que o
carnaval do Brasil fica mais triste sem a alegria e o talento de
Joãosinho Trinta. "Artista plástico, por mais de 40 anos encantou a
todos com a criatividade de suas produções, a inteligência de seus
enredos e a ousadia de seus desfiles de escolas de samba no Rio de
Janeiro", acrescentou.
Para Dilma, a morte do carnavalesco, hoje em
São Luís (MA), é uma grande perda. "Ele fez do carnaval brasileiro uma
das mais belas festas do mundo. Nesta hora de tristeza, quero prestar
minha solidariedade aos familiares, aos amigos e à legião de admiradores
de Joãosinho Trinta", disse a presidenta.
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