sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Falha geológica pode ter sido a causa

Da Rede Brasil Atual

Falha geológica omitida pela Chevron pode ter provocado vazamento
Desastre ambiental na Bacia de Campos pode ter sido por provocado por falhas da Chevron também no mapeamento da área explorada (Foto: RBA/Arquivo)

São Paulo – A Chevron omitiu a existência de uma falha geológica no projeto apresentado à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para explorar o poço no campo de Frade, na Bacia de Campos. Não ter previsto a exata conformação do terreno pode ter favorecido o vazamento que aconteceu em novembro, na costa no norte fluminense. A informação é de Magda Chambriard, diretora da agência.

"Se a falha não estivesse lá, não haveria motivos para ter acontecido o vazamento de 2,4 mil barris de petróleo, equivalentes a 382 mil litros. O desenho do poço apresentado previa detalhes técnicos adequadamente, com exceção desse fator. "O desenho do poço passou pela ANP. O desenho do poço é possível tecnicamente, do jeito que nos foi apresentado. O que aconteceu ali estamos investigando", afirmou Magda.

A diretora afirma que a agência está apurando os motivos pelos quais a falha não foi prevista no projeto. Estudos sísmicos de execução obrigatória para se obter autorização para exploração de poços em plataformas marítimas poderiam ter mostrado a necessidade de ajustes. A análise de risco, outra etapa do processo, tampouco levou o fator em conta. Procurada, a Chevron não comentou o assunto.

Magda Chambriard, em entrevista à Reuters, recusou-se a apresentar detalhes técnicos sobre o conhecimento pela ANP sobre a pressão do reservatório que a Chevron perfurou. Ela não foi assertiva sobre a possibilidade de a petroleira norte-americana ter omitido propositalmente a falha geológica.

Ao adotar a postura, a diretora da ANP parece adiantar o teor da posição da agência perante o relatório da Polícia Federal sobre o acidente, apresentado na quinta-feira (22). Segundo o delegado Fábio Scliar, que comanda as investigações, houve erro de cálculo proposital sobre a pressão do reservatório. A peça segue para o Ministério Público Federal que pode, então, denunciar os indicados, ou pedir dados adicionais à Polícia Federal, ou arquivar o caso.

Em relação à sonda que operava no local, de propriedade da Transocean, prestadora de serviços contratada para a tarefa, a PF avalia que o material era impróprio. A ANP, porém, descarta falha nos equipamentos. Segundo Magda, a sonda havia sido vistoriada e funcionava "superbem" depois de ter sido "completamente remodelada" em 2007. 

Com informações da Reuters

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