Da Rede Brasil Atual
Desastre ambiental na Bacia de Campos pode ter sido por
provocado por falhas da Chevron também no mapeamento da área explorada
(Foto: RBA/Arquivo)
São Paulo – A Chevron omitiu a existência de uma falha geológica no
projeto apresentado à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) para explorar o poço no campo de Frade, na Bacia
de Campos. Não ter previsto a exata conformação do terreno pode ter
favorecido o vazamento que aconteceu em novembro, na costa no norte
fluminense. A informação é de Magda Chambriard, diretora da agência.
"Se a falha não estivesse lá, não haveria motivos para ter acontecido
o vazamento de 2,4 mil barris de petróleo, equivalentes a 382 mil
litros. O desenho do poço apresentado previa detalhes técnicos
adequadamente, com exceção desse fator. "O desenho do poço passou pela
ANP. O desenho do poço é possível tecnicamente, do jeito que nos foi
apresentado. O que aconteceu ali estamos investigando", afirmou Magda.
A diretora afirma que a agência está apurando os motivos pelos quais a
falha não foi prevista no projeto. Estudos sísmicos de execução
obrigatória para se obter autorização para exploração de poços em
plataformas marítimas poderiam ter mostrado a necessidade de ajustes. A
análise de risco, outra etapa do processo, tampouco levou o fator em
conta. Procurada, a Chevron não comentou o assunto.
Magda Chambriard, em entrevista à Reuters, recusou-se a apresentar
detalhes técnicos sobre o conhecimento pela ANP sobre a pressão do
reservatório que a Chevron perfurou. Ela não foi assertiva sobre a
possibilidade de a petroleira norte-americana ter omitido
propositalmente a falha geológica.
Ao adotar a postura, a diretora da ANP parece adiantar o teor da
posição da agência perante o relatório da Polícia Federal sobre o
acidente, apresentado na quinta-feira (22). Segundo o delegado Fábio
Scliar, que comanda as investigações, houve erro de cálculo proposital
sobre a pressão do reservatório. A peça segue para o Ministério Público
Federal que pode, então, denunciar os indicados, ou pedir dados
adicionais à Polícia Federal, ou arquivar o caso.
Em relação à sonda que operava no local, de propriedade da
Transocean, prestadora de serviços contratada para a tarefa, a PF avalia
que o material era impróprio. A ANP, porém, descarta falha nos
equipamentos. Segundo Magda, a sonda havia sido vistoriada e funcionava
"superbem" depois de ter sido "completamente remodelada" em 2007.
Com informações da Reuters
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