Da Rede Brasil Atual
São Paulo – O deputado licenciado e atual secretário de Meio Ambiente
do estado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), voltou a defender que foi
mal interpretado e que teve suas declarações distorcidas em uma
entrevista ao O Estado de S.Paulo em que ele fala da existência
de um esquema de venda de emendas parlamentares dentro da Assembleia
Legislativa paulista (Alesp). Covas depôs sobre o caso na sexta-feira
(16) no Ministério Público.
O promotor responsável pelo caso, Carlos Cardoso, disse que Covas
manteve sua afirmação de que tudo não passou de um mal entendido. "Ele
confirmou aquilo que já havia atestado para a imprensa, que teria falado
de forma hipótetica e que o que foi publicado havia sido tirado fora do
contexto da entrevista."
A denúncia veio à tona após uma entrevista do deputado estadual Roque Barbiere (PTB) à Folha da Região,
de Araçatuba, no interior do estado, em que ele afirmou que de 25% a
30% dos deputados paulistas vendiam sua cota de emendas parlamentares em
troca de uma comissão sobre os recursos liberados, em geral para
entidades assistenciais.
Covas endossou a denúncia de Barbiere ao citar na entrevista que um
prefeito de uma cidade do interior paulista havia lhe oferecido 10% de
uma emenda no valor de R$ 50 mil. Mais tarde, depois da grande
repercussão de suas declarações, ele desmentiu a história e assegurou
ter recusado o dinheiro na ocasião.
Cardoso contou ainda que Covas afirmou desconhecer a existência de
deputados que vendem emendas. "Ele apenas relatou a sistemática da
apresentação das emendas parlamentares na Alesp", contou o promotor.
O deputado licenciado já esteve envolvido em suspeitas de
irregularidades relativas às emendas parlamentares. Em 2010, quando era
relator do Orçamento, conseguiu, de acordo com informações de seu site
pessoal, empenhar R$ 9,4 milhões por meio de emendas. No entanto, cada
deputado só teria direito a liberar R$ 2 milhões, segundo acordo firmado
entre o Legislativo e o Executivo. Mais tarde, em uma lista divulgada
pelo governo, diversas emendas do então parlamentar foram escondidas.
Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Covas negou que o assunto possa desgastar seu nome
durante o pleito. Em entrevista há três semanas, ele explicou-se sobre a
divergência de valores, alegando ter havido mal entendido. "Fui relator
do Orçamento, eu aprovei todas as emendas, há uma grande confusão em
torno disso", esquivou-se.
O inquérito que investiga irregularidades na venda de emendas
parlamentares só terá novidades no início de 2012. O MP entra em recesso
nesta terça-feira (20), voltando às atividades em 9 de janeiro.
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