segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Foi um mal entendido...

Da Rede Brasil Atual


São Paulo – O deputado licenciado e atual secretário de Meio Ambiente do estado de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), voltou a defender que foi mal interpretado e que teve suas declarações distorcidas em uma entrevista ao O Estado de S.Paulo em que ele fala da existência de um esquema de venda de emendas parlamentares dentro da Assembleia Legislativa paulista (Alesp). Covas depôs sobre o caso na sexta-feira (16) no Ministério Público. 

O promotor responsável pelo caso, Carlos Cardoso, disse que Covas manteve sua afirmação de que tudo não passou de um mal entendido. "Ele confirmou aquilo que já havia atestado para a imprensa, que teria falado de forma hipótetica e que o que foi publicado havia sido tirado fora do contexto da entrevista."

A denúncia veio à tona após uma entrevista do deputado estadual Roque Barbiere (PTB) à Folha da Região, de Araçatuba, no interior do estado, em que ele afirmou que de 25% a 30% dos deputados paulistas vendiam sua cota de emendas parlamentares em troca de uma comissão sobre os recursos liberados, em geral para entidades assistenciais.

Covas endossou a denúncia de Barbiere ao citar na entrevista que um prefeito de uma cidade do interior paulista havia lhe oferecido 10% de uma emenda no valor de R$ 50 mil. Mais tarde, depois da grande repercussão de suas declarações, ele desmentiu a história e assegurou ter recusado o dinheiro na ocasião.

Cardoso contou ainda que Covas afirmou desconhecer a existência de deputados que vendem emendas. "Ele apenas relatou a sistemática da apresentação das emendas parlamentares na Alesp", contou o promotor.

O deputado licenciado já esteve envolvido em suspeitas de irregularidades relativas às emendas parlamentares. Em 2010, quando era relator do Orçamento, conseguiu, de acordo com informações de seu site pessoal, empenhar R$ 9,4 milhões por meio de emendas. No entanto, cada deputado só teria direito a liberar R$ 2 milhões, segundo acordo firmado entre o Legislativo e o Executivo. Mais tarde, em uma lista divulgada pelo governo, diversas emendas do então parlamentar foram escondidas.

Pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Covas negou que o assunto possa desgastar seu nome  durante o pleito. Em entrevista há três semanas, ele explicou-se sobre a divergência de valores, alegando ter havido mal entendido. "Fui relator do Orçamento, eu aprovei todas as emendas, há uma grande confusão em torno disso", esquivou-se.

O inquérito que investiga irregularidades na venda de emendas parlamentares só terá novidades no início de 2012. O MP entra em recesso nesta terça-feira (20), voltando às atividades em 9 de janeiro.


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