Do Blog do Miro
Por Altamiro Borges
Bilionário negócios com o Metrô
Propinas de US$ 850 milhões
Ministério Público e Polícia Federal
Se as “investigações internas” da Siemens vierem à tona, muita gente graúda pode perder o sono de vez. O Ministério Público e a Polícia Federal, inclusive, deveriam ingressar no caso. Afinal, o executivo demitido atuava no Brasil. Quem se beneficiou do seu esquema de corrupção? Um rastreamento das contas de Adilson Primo pode resultar em importantes revelações – inclusive sobre licitações fraudulentas.
Por Altamiro Borges
Sem manchetes nos jornalões ou estardalhaço da TV, a mídia demotucana
noticia hoje que a multinacional alemã Siemens demitiu Adilson Primo,
que desde 2001 era o presidente-executivo da sua subsidiaria brasileira.
Segundo a lacônica nota da empresa, “por meio de investigação interna,
foi descoberta uma grave contravenção das diretivas da Siemens na sede
nacional”.
O Valor informa que “a demissão foi resultado de extensa investigação
por suspeita de desvio de dinheiro, de aproximadamente € 6,5 milhões”.
Já a Folha observa que “Primo teria feito as retiradas indevidas antes
de 2007, quando estourou o maior escândalo de propina da história da
multinacional”. A mídia demotucana só não enfatiza que o Brasil estava
metido neste gigantesco caso de corrupção.
Bilionário negócios com o Metrô
Na época do escândalo, a imprensa mundial especulou que o dinheiro
desviado da multinacional teria servido para corromper autoridades de
diversos países, incluindo o Brasil. A demissão sumária do executivo
confirma a suspeita e deve apavorar os tucanos. Afinal, Adilson Primo
negociou bilionários contratos da Siemens com o governo de São Paulo,
principalmente nas obras do Metrô.
Durante dez anos, o executivo agora demitido comandou a empresa com
receitas de mais de R$ 4 bilhões ao ano no Brasil e com atuação em
diversos setores, como equipamentos do setor elétrico, automação
industrial, sistemas metroviários e até na área da saúde. Primo, como
vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Base, inclusive
participava dos projetos do PAC.
Propinas de US$ 850 milhões
Quando eclodiu o escândalo, descobriu-se que a Siemens e a Alstom,
também com negócios no Metrô paulista, tinham distribuído propinas de
mais de US$ 850 milhões, especialmente na América Latina. Corrompendo
“autoridades”, a multinacional expandiu seus negócios no país através de
bilionários contratos com o setor público. Ela era beneficiada por
licitações públicas distorcidas.
Na divulgação dos nomes dos suspeitos de envolvimento no gigantesco
esquema de corrupção, a mídia mundial chegou a citar o nome de Robson
Marinho, um tucano de alta-plumagem – que coordenou a campanha de Mario
Covas e presidiu o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. A rede de
suborno também incluiria outros integrantes dos governos PSDB no estado.
Ministério Público e Polícia Federal
Se as “investigações internas” da Siemens vierem à tona, muita gente graúda pode perder o sono de vez. O Ministério Público e a Polícia Federal, inclusive, deveriam ingressar no caso. Afinal, o executivo demitido atuava no Brasil. Quem se beneficiou do seu esquema de corrupção? Um rastreamento das contas de Adilson Primo pode resultar em importantes revelações – inclusive sobre licitações fraudulentas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário