domingo, 9 de outubro de 2011

Que beleza, cara pálida?

Nosso querido Taperá deste final de semana faz uma série de reportagens bastante interessantes sobre a questão da qualificação profissional em nossa cidade. Continuando a pauta do Jornal de Quarta, indica uma série de ações locais nessa direção, de forma bastante clara e positiva.

Mas, talvez por um lapso, na mesma página (08 do caderno geral) publica a notícia do lançamento de um livro do autor norte americano Daniel Hamermesh, intitulado "Beauty Pays" ( A beleza remunera). No livro o autor indica que a "boa aparência física significa salários de até 17% maior". E fez uma constatação brilhante: "a beleza pesa mais no salário dos homens do que no das mulheres".  E não para por ai. Indica um outro livro de uma socióloga inglesa (Catherine Hakim), chamado "Capital Erótico" onde ela argumenta que "as pessoas mais bonitas são mais produtivas, vendem mais, são mais eficazes em marketing e mais persuasivas, além de terem mais chances de serem promovidas"(!!???!!??).

A reportagem indica a fonte: Folhapress.(!!!!!!!)

Acho que não é preciso muito esforço para definirmos aqui de qual beleza falam os dois livros, não é mesmo? Evidente que não é da beleza indígena dos irmãos latino americanos, nem muito menos da beleza africana, dos povos daquele continente, ou dos irmãos asiáticos, árabes, muçulmanos. Também não deve ser da beleza das mais variadas fontes de nosso país: dos povos do sul, dos nossos irmãos nordestinos, dos irmãos do centro-oeste e muito menos daqueles oriundos do norte de nosso país. Não! Com certeza a pesquisa não fala dessas belezas. 

Então, de que beleza fala a pesquisa?

Norte-americana? Inglesa? Quais delas? Dos brancos? Dos negros? Dos índios? Dos imigrantes?

Confesso que adoraria saber a versão de beleza dos que escreveram estes livros. Até porque em uma das coisas a pesquisa acerta em cheio: o salário dos homens é maior que o das mulheres, em qualquer lugar do mundo, ainda. Agora, querer dizer que isso está ligado a beleza masculina.... é brincar com nossa inteligência. 

Objetivos tão pequenos, mesquinhos e preconcebidos não deveriam fazer parte de nossas leituras e preocupações. Não acham? 

Enfim, um pedacinho de notícia que chama muito a atenção e que esperava não existir ainda.

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