Do Luis Nassif
Por Assis Ribeiro
Mulheres do PT se unem e conquistam 50% do comando do partido
Depois de conquistar
a Presidência da República e cargos estratégicos no governo, a ala
feminina do PT, que se divide em várias tendências internas, se uniu e
conseguiu aprovar neste sábado uma regra inédita na política partidária
brasileira. Elas passarão a ocupar 50% de todos os cargos de direção do
partido, a partir das próximas eleições internas, previstas para o final
do próximo ano.
O 4º Congresso
Nacional do PT, que termina neste domingo, em Brasília, também decidiu
que, além da paridade feminina no comando, pelo menos 20% dos futuros
dirigentes terão que ser jovens de até 30 anos e outros 20% negros.
O
debate foi acirrado no Congresso. A proposta original, formulada pela
Comissão de Reforma Estatutária, fixava a margem de participação
feminina em 40%. Tentaram ainda negociar com as mulheres para que o
índice fosse atingido de maneira gradativa, ampliando os percentuais a
cada processo eleitoral.
A mobilização das
mulheres foi maior. Elas conseguiram assinaturas de “puxadores de votos”
do Diretório Nacional, como o ex-ministro José Dirceu. Um a um, elas
foram convencendo os dirigentes até que conseguiram quase unanimidade.
Ao final, elas comemoraram aos gritos e abraços.
“Quer dizer que, como eu sou macho, velho e branquelo, estou fora do comando, né?”, brincava um dirigente ao final da votação.
Na realidade, como o
critério é de transversalidade, não sobrarão apenas 10% para os homens
brancos e maiores de 30 anos. Uma mulher jovem e negra, por exemplo,
entra para a cota em cada uma das categorias. Além disso, a medida ainda
terá que ser adaptada regionalmente pelo partido, de acordo com a
característica da população local.
Soraya Aggege
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