As trapalhadas da Veja podem ter acelerado um processo de combate ao lixo jornalístico. Essa é a opinião de Eduardo Guimarães, no artigo abaixo.
Do Blog da Cidadania
Estou em Curitiba a trabalho, envolto em reuniões durante o dia e em
intermináveis jantares de negócios à noite, de maneira que serei curto e
grosso ao dizer um fato que peço que anote em sua agenda mental,
leitor, caso queira saber em que país tem vivido.
A melhor coisa que poderia ter acontecido ao Brasil foi a Veja ousar
tanto quanto ousou em seus delírios de poder. Pouco mais há o que dizer
em relação a esse caso, apesar de a “grande” imprensa ter sonegado seus
prestimosos serviços à Nação.
Isso porque a “pequena” imprensa deu conta do recado fazendo uma
cobertura célere e objetiva do caso tanto em blogs como em sites, com
análises claras e fundamentadas e até matérias informativas dignas de
qualquer grande veículo.
Já na manhã de domingo (28), por exemplo, o site Brasil 247
saía com uma entrevista com Rogério Tonatto, gerente do hotel Naoum,
onde ocorreram eventos dignos de folhetim de suspense. À tardinha, o
site Viomundo publica nova entrevista do mesmo Tonatto.
Ficamos bem servidos de imprensa, os que temos internet e interesse pelo jogo do poder. Mas e o imenso “resto” da sociedade?
Bem, mas a questão não é essa. O que quero dizer muito rápida e
claramente a você, caríssimo leitor, é que esse caso veio a calhar em um
momento em que o governo Dilma já manifestava oficiosamente a intenção
de engavetar qualquer projeto de regulação da mídia.
Com esse ato delirante de ousadia da Veja, um ato de crença absoluta
na impunidade, na premissa inaceitável de que a “grande imprensa” está
acima da lei e dos demais cidadãos, agora saberemos, de uma vez por
todas, em que tipo de país vivemos.
A revista e seu repórter têm contra si acusações gravíssimas, clara e
insofismavelmente inscritas no Código Penal e que contam com provas
documentais, testemunhais e, se bobear, até uma confissão assinada
publicada nos seus blogs de esgoto…
Se o que a Veja ousou não gerar os desdobramentos que enumero a
seguir, portanto, esqueça. Voltemos à prancheta porque este país estará
fadado à perda de mais esta janela de oportunidade. Eis o que tem que
ocorrer:
1 – A Justiça tem que condenar a Veja. E não só penal e
pecuniariamente, mas também a se retratar e a dar espaço equivalente às
suas vítimas. E rápido, pois provas não faltam.
2 – O governo Dilma Rousseff tem que enviar ao Congresso Nacional um
projeto de lei que imponha regras a esse prostíbulo nojento que é a
Comunicação no Brasil.
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