Terceiro colocado no primeiro turno, o radialista Mário
Kertész contrariou o partido e decidiu declarar voto em Nelson
Pelegrino, o que deixa em aberto o deslocamento dos eleitores
Por: Lucas Esteves, especial para a Rede Brasil Atual
Pelegrino lamentou que o PMDB baiano não tenha seguido o
caminho de Kertész (foto), contrariando também a direção nacional da
sigla (Foto: Bahia Notícias)
Salvador – Após a decisão dos dois nomes que passaram à disputa do
segundo turno das eleições em Salvador, Nelson Pelegrino (PT) e ACM Neto
(DEM) passaram a primeira semana da nova etapa na busca por apoios para
a reta final. Os candidatos à prefeitura da capital baiana se reuniram
com os ex-adversários e tentaram ao máximo reunir o capital político
excedente nas urnas soteropolitanas em busca dos votos que podem definir
o resultado final da corrida eleitoral na cidade.
De todos os cinco concorrentes derrotados, o mais importante a ser
“seduzido” era o peemedebista Mário Kertész, que terminou o pleito na 3ª
colocação com 9,43% dos votos, somando cerca de 121 mil eleitores.
Entretanto, a decisão relativa a este apoio acabou dividida, uma vez que
partido e ex-candidato não seguiram o mesmo caminho. Enquanto o PMDB
escolheu apoiar ACM Neto, o radialista Kertész decidiu ceder apoio a
Pelegrino, o que deixa a transferência de votos destes eleitores ainda
indefinida.
De acordo com os irmãos Lúcio e Geddel Vieira Lima – as maiores
lideranças do PMDB estadual –, a candidatura de ACM Neto era a melhor em
termos de planos para a cidade. Ambos garantiram também que em momento
nenhum haviam negociado cargos caso o candidato do DEM viesse a vencer o
pleito e que esta decisão específica não atrapalharia a ocupação atual
de Geddel, que é vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa Econômica
Federal.
"Não tenho razão para deixar o meu cargo porque a situação política
que vivíamos quando o assumi continua a mesma: somos oposição no plano
estadual e base do governo no plano federal. O que estamos discutindo
aqui é uma questão municipal. Eu só deixaria o meu cargo caso o PMDB,
após as reuniões de discussão, resolvesse orientar seu apoio ao
candidato do PT. Eu faria isso inclusive para não alimentar as
especulações de que meu cargo teria surgido com base em uma troca",
explicou Geddel em entrevista coletiva na sede do PMDB baiano.
Por outro lado, Mário Kertész decidiu ficar ao lado de Nelson
Pelegrino e apoiar a chapa petista no 2º turno. Segundo ele, também em
entrevista coletiva, não seria de seu feitio adotar uma postura “em cima
do muro” e, ao mesmo tempo, apoiar o candidato do DEM não era uma
opção, uma vez que durante debates e campanha no 1º turno houve muita
troca de farpas entre ambos. Para viabilizar esta divergência de
opiniões de uma maneira prática, Kertész pediu para deixar o PMDB e, de
acordo com os irmãos Vieira Lima, o processo ocorreu de maneira
amigável.
Para Pelegrino, há um descompasso entre o PMDB local e a base de
sustentação da presidenta Dilma na decisão em apoiar ACM Neto em
Salvador. Ele julga que a legenda na Bahia desobedece a orientação da
bancada federal e que o correto seria acompanhar a decisão de Kértesz.
Sobre terceiro colocado, o candidato petista avaliou que traz à
coligação um grande componente de experiência – o radialista já foi
prefeito da cidade por duas vezes – e que este “know-how” seria
plenamente incorporado a seu plano de governo. O ex-candidato, porém, já
decidiu que voltará às transmissões e em caso de uma vitória de
Pelegrino, não deverá participar do governo.
Entre os candidatos de menor votação, o Bispo Márcio Marinho (PRB)
decidiu dedicar seu apoio a Pelegrino por uma orientação da bancada
federal. Segundo ele, os 84 mil eleitores que o seguiram no 1º turno
deverão votar no candidato do PT por conta do alinhamento com os
governos Estadual e Federal em busca de atrair melhores projetos e
recursos para Salvador. De acordo com seu raciocínio, a cidade “não pode
andar com as próprias pernas” e, por conta da falta de verbas próprias,
precisa do máximo de apoio possível para viabilizar a administração.
Por sua vez, Hamilton Assis (PSOL) decidiu que não apoiará ninguém na
segunda etapa do pleito. O partido declarou, por meio de nota oficial,
que sua coerência não estava à venda e que nenhuma das candidaturas
representava mudanças na política da cidade. “Para nós, todos os dois
são ruins. Faremos oposição aos dois", esclareceu o ex-candidato,
reiterando que considera ambas as candidaturas, cada um por seu motivo, a
manutenção do atual jogo de poder e submissão a empresários ou modelos
de poder e opressão históricos.
Esse Geddel... a dobrez é muito conhecida... tem que entregar o cargo nomeado de vice-presidente pessoa jurídica da Caixa, sim!
ResponderExcluir