segunda-feira, 16 de abril de 2012

Argentina nacionaliza o petróleo

Da Carta Capital


Presidente Kirchner durante o anúncio da nacionalização da YPF. Foto: Daniel Garcia/AFP

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou, nesta segunda-feira 16, um decreto ao Congresso Nacional do país declarando de interesse público a exploração de petróleo e derivados.

O texto institui a expropriação das ações da empresa YPF, subsidiária da espanhola Repsol no país, e estabelece que 51% das ações da companhia pertencerão ao Estado e os 49% restantes, às províncias.
Em poucas palavras: Kirchner está nacionalizando a petrolífera.


O governo Kirchner criticava a YPF por ter reduzido seus investimentos no país, o que, automaticamente, obrigaria a Argentina a aumentar suas importações de hidrocarbonetos. No entanto, a Repsol rechaçou as críticas, destacou que o objetivo é investir US$ 3,4 bilhões no país até dezembro e apelou pelo prosseguimento das negociações.

Segundo a presidente, o objetivo é fazer com que o país seja autossuficiente. De acordo com Cristina Kirchner, da forma como está, a Argentina “corre o risco de se tornar inviável” devido às políticas empresariais em curso na região.

Mau momento
 
Em meio à crise que assola a economia espanhola e deixou um quarto da população desempregada, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, disse que vai defender os interesses das empresas espanholas como se fossem os seus próprios, em mensagem à presidente Cristina Kirchner.

“Que não haja a menor dúvida de que este governo vai estar ao lado de quem cria emprego e riqueza dentro e fora do nosso país”, disse Rajoy durante a Assembleia do Instituto de Empresa Familiar (IEF), de acordo com a página web do ABC. Nesta quinta-feira 19, uma delegação da União Europeia desembarcará em Buenos Aires para conversar com o governo argentino sobre a situação da petrolífera e de outras companhias de capital europeu instaladas no país.

De acordo com o jornal espanhol El País, Rajoy, o ministro da Indústria, José Manuel Soria, e o ministro de Relações Exteriores, José Manuel García Margallo, se reuniram em caráter de emergência par abordar a expropriação.

De Bruxelas, o porta-voz de Comercio da Comissão Européia, John Clancy, advertiu que a ação sobre a YPF terá conseqüências. “Uma expropriação por parte do governo governo argentino enviará um sinal muito negativo (…) e poderia danificar seriamente o clima de negócios na Argentina”, declarou.

Nesta segunda-feira 16, a atual diretoria da petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol, já foi dissolvida e o comando já está nas mãos do governo argentino. No controle da empresa está o ministro do Planejamento, Julio De Vido junto com o secretário de Política Econômica e vice-ministro de Economia, Axel Kicillof. As nomeações foram assinadas pela presidente por uma Medida Provisória, denominada Decreto de Necessidade e Urgência (DNU).

*Com informações da Agência Brasil

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