A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, enviou, nesta
segunda-feira 16, um decreto ao Congresso Nacional do país declarando de
interesse público a exploração de petróleo e derivados.
O texto institui a expropriação das ações da empresa YPF, subsidiária
da espanhola Repsol no país, e estabelece que 51% das ações da
companhia pertencerão ao Estado e os 49% restantes, às províncias.
Em poucas palavras: Kirchner está nacionalizando a petrolífera.
O governo Kirchner criticava a YPF por ter reduzido seus
investimentos no país, o que, automaticamente, obrigaria a Argentina a
aumentar suas importações de hidrocarbonetos. No entanto, a Repsol
rechaçou as críticas, destacou que o objetivo é investir US$ 3,4 bilhões
no país até dezembro e apelou pelo prosseguimento das negociações.
Segundo a presidente, o objetivo é fazer com que o país seja
autossuficiente. De acordo com Cristina Kirchner, da forma como está, a
Argentina “corre o risco de se tornar inviável” devido às políticas
empresariais em curso na região.
Mau momento
Em meio à crise que assola a economia espanhola e deixou um quarto da
população desempregada, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy,
disse que vai defender os interesses das empresas espanholas como se
fossem os seus próprios, em mensagem à presidente Cristina Kirchner.
“Que não haja a menor dúvida de que este governo vai estar ao lado de
quem cria emprego e riqueza dentro e fora do nosso país”, disse Rajoy
durante a Assembleia do Instituto de Empresa Familiar (IEF), de acordo
com a página web do ABC. Nesta quinta-feira 19, uma delegação da União
Europeia desembarcará em Buenos Aires para conversar com o governo
argentino sobre a situação da petrolífera e de outras companhias de
capital europeu instaladas no país.
De acordo com o jornal espanhol El País, Rajoy, o ministro da
Indústria, José Manuel Soria, e o ministro de Relações Exteriores, José
Manuel García Margallo, se reuniram em caráter de emergência par abordar
a expropriação.
De Bruxelas, o porta-voz de Comercio da Comissão Européia, John
Clancy, advertiu que a ação sobre a YPF terá conseqüências. “Uma
expropriação por parte do governo governo argentino enviará um sinal
muito negativo (…) e poderia danificar seriamente o clima de negócios na
Argentina”, declarou.
Nesta segunda-feira 16, a atual diretoria da petrolífera YPF,
controlada pela espanhola Repsol, já foi dissolvida e o comando já está
nas mãos do governo argentino. No controle da empresa está o ministro do
Planejamento, Julio De Vido junto com o secretário de Política
Econômica e vice-ministro de Economia, Axel Kicillof. As nomeações foram
assinadas pela presidente por uma Medida Provisória, denominada Decreto
de Necessidade e Urgência (DNU).
*Com informações da Agência Brasil
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