Projetos de acessibilidade desenvolvidos por instituições da
Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica estarão
expostos na 11ª edição da Feira Internacional de Tecnologias em
Reabilitação, Inclusão e Acessibilidade (Reatech), que tem início na tarde desta quinta-feira, e vai até domingo, em São Paulo. De acordo com os organizadores, o evento deve atrair 48 mil visitantes. A entrada será gratuita.
A rede federal será representada por seis institutos federais de
educação, ciência e tecnologia, que apresentarão 12 projetos pedagógicos
e de tecnologia acessível idealizados por estudantes, professores e
pesquisadores, em cooperação com núcleos de atendimento a pessoas com
necessidades educacionais específicas (Napnes). Os projetos foram
desenvolvidos para atender estudantes com deficiência de instituições da
rede federal.
Um dos projetos é o banco de recursos humanos acessível, desenvolvido
pela Rede Nacional de Pesquisa e Inovação em Tecnologias Digitais
(Renapi), que congrega pesquisadores de tecnologia digital dos
institutos federais. Por meio do banco, já em fase de testes, o
profissional com deficiência pode procurar vagas de trabalho em empresas
cadastradas no sistema integrado. Da mesma forma, as empresas podem
usar o cadastro para oferecer eventuais vagas a profissionais com
deficiência. “O banco tem como uma de suas metas subsidiar ações
relacionadas à empregabilidade de pessoas com deficiência do Brasil”,
explica Andrea Poletto Sonza, gerente do projeto de acessibilidade virtual da Renapi e assessora de educação inclusiva do Instituto Federal do Rio Grande do Sul.
Libras — Para facilitar a aprendizagem de alunos
surdos em sala de aula, o Instituto Federal do Amazonas apresentará uma
tabuada na língua brasileira de sinais (libras). Idealizada pela
professora Mariê Pinto, da rede estadual de ensino, a tabuada em libras
já está na terceira edição, publicada pelo instituto amazonense.
Segundo a professora, a ideia surgiu a partir da própria experiência
em sala de aula, ao ensinar matemática a alunos surdos do ensino
fundamental. “Eu era professora em uma escola de surdos de Parintins
(AM) e ficava angustiada por não encontrar um material específico”,
lembra. A tabuada também é adotada no ensino de alunos surdos do
instituto.
A instituição amazonense também vai expor livro didático em libras
para o ensino de espanhol. “O livro em espanhol tem toda a tradução e
imagens adaptadas para o ensino dos estudantes surdos”, diz Dalmir
Pacheco, coordenador do Napne local. “Ele é usado no instituto desde o
ano passado.”
Cadeira — Em Pelotas, Rio Grande do Sul, alunos do
Instituto Federal Sul-Rio-Grandense desenvolveram uma cadeira de rodas
motorizada, controlada por voz. De acordo com o professor de eletrônica
Rafael Galli, que coordenou o desenvolvimento da pesquisa, o projeto
partiu dos próprios estudantes, que integram núcleo de desenvolvimento
tecnológico conhecido como Laboratório 14. “A ideia surgiu de quatro
alunos, e dentro de nossas possibilidades desenvolvemos o protótipo”,
afirma Galli. A cadeira obedece a cinco comandos básicos (esquerda,
direita, para a frente, para trás e avançar).
Também exporão projetos de acessibilidade na Reatech os institutos
federais do Ceará (tablet acessível, de baixo custo, para deficientes
visuais), de Santa Catarina (protótipo para acessibilidade de
cadeirantes à educação profissional) e Farroupilha (Memórias em Foco —
exposição adaptada a pessoas com deficiência).
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