247 – Até o fim desta semana, deve ser instalada a CPI sobre as
atividades do bicheiro Carlos Cachoeira. E um dos convocados deve ser o
empresário Roberto Civita, dono da Editora Abril e um dos principais
magnatas das comunicações no Brasil. O motivo é a estreita ligação entre
a revista Veja e o contraventor. As informações acabam de ser postadas
pelo blog do jornalista Ricardo Noblat, um dos mais influentes do País.
Desde o início da Operação Monte Carlo, que prendeu o bicheiro Carlos
Cachoeira, surgiram diversas evidências de uma longa e estreita
parceria editorial entre a revista Veja e o contraventor, por meio do
diretor da sucursal brasiliense da revista, Policarpo Júnior. Diversas
reportagens investigativas da revista foram produzidas por uma equipe de
arapongas ligados a Cachoeira e usadas para defender interesses
políticos e econômicos do contraventor.
A gangue de Cachoeira foi responsável pela filmagem do vídeo em que
Maurício Marinho aparecia recebendo uma propina de R$ 5 mil dentro dos
Correios. Tal reportagem, assinada por Policarpo Júnior, deu origem à
CPI dos Correios. O Brasil 247 foi o primeiro veículo a destacar que
Cachoeira estaria por trás da primeira denúncia relacionada ao Mensalão
(leia mais aqui).
Veja também produziu muitas outras reportagens que atenderam aos
interesses do bicheiro, como uma em que Cachoeira foi apontado como
vítima de extorsão numa CPI parlamentar do Rio Janeiro, que poderia
tê-lo colocado atrás das grades em 2004 (leia mais aqui).
Recentemente, a gangue de Cachoeira também filmou autoridades do
governo Dilma Rousseff, como o ministro Fernando Pimentel e o
ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, visitando o
ex-ministro José Dirceu, no Hotel Naoum, em Brasília. A reportagem
contribuiu para a queda do ex-redator-chefe, Mario Sabino.
O autor do requerimento para a convocação de Civita será o deputado
Fernando Ferro (PT/PE). “A revista Veja se associou ao crime
organizado”, disse ele. Na Inglaterra, o magnata Rupert Murdoch também
foi forçado a se explicar sobre a utilização de grampos ilegais. Mas lá
as publicações de Murdoch se associaram à polícia para ter acesso
privilegiado a operações policiais. No Brasil, a conexão de Veja se deu
com um dos maiores contraventores do País (leia mais aqui).
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