Construção de um novo prédio definitivo para o campus é uma
das principais reivindicações; paralisação dos alunos começou há 20 dias
e docentes vão cruzar os braços nesta quinta
Por: Vanessa Ramos
São Paulo – Estudantes da Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp), no bairro dos Pimentas, em Guarulhos, na Grande São Paulo,
estão em greve há 20 dias, por tempo indeterminado, pela construção de
um prédio definitivo do campus que abriga a Escola de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas (EFLCH), melhorias no transporte, moradia estudantil
no entorno e transparência nos processos burocrático da universidade.
Dos 3 mil alunos, aproximadamente 1,3 mil estão parados desde 22 de
março, e dos 200 professores, 130 decidiram aderir à paralisação entre
quinta-feira (12) e o próximo dia 19, quando pretendem apresentar à
comunidade um documentário com denúncias dos estudantes relativas à
universidade.
A mobilização dos estudantes ganhou corpo a partir de 2010, quando o movimento
estudantil reivindicava um novo prédio para a universidade e a implementação de uma linha
de ônibus partindo do metrô Itaquera, na zona leste da capital, para o bairro dos Pimentas.
Segundo o estudante Jonatas Santiago, representante do movimento
estudantil da Unifesp, a construção de um prédio próprio já
havia sido anunciada pela universidade em 2007. Para ele, a estrutura
atual não tem capacidade para acomodar os estudantes e também não recebe
a manutenção
adequada. “Na intenção de ampliar o espaço, a universidade fez
divisórias para acomodar a sala dos professores. São soluções paliativas
que
não resolvem o problema”, disse.
Santiago afirmou que a universidade recebe recursos da União
para serem aplicados às necessidades emergenciais. Atualmente, por falta
de espaço, os estudantes assistem às aulas à tarde e à noite, no
Centro Educacional Unificado (CEU) Pimentas.
Esse fato é confirmado por funcionários concursados que não
quiseram se identificar. Eles afirmaram que atualmente há cerca de 30
salas de aulas, mas a demanda é de 50, no mínimo. Também informaram que
existem 55 funcionários e 80 terceirizados, quando seria necessário o
dobro para atender à demanda, crescente nos últimos
anos. Os trabalhadores afirmam ainda que o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da
universidade não é posto em prática.
Santiago disse ainda que o número de
funcionários para atender à comunidade acadêmica é reduzido e que a
biblioteca não possui espaço suficiente para o acervo de livros.
“Temos 16 mil livros estocados em
caixas.”
Na “Carta de Reivindicações”, os estudantes exigem a conclusão do processo de licitação da obra de construção do prédio central, com acompanhamento de uma comissão paritária envolvendo professores, alunos e técnicos administrativos. Também cobram a compra de um terreno onde existe um galpão já alugado pela Unifesp, localizado próximo ao campus de Guarulhos.
Na “Carta de Reivindicações”, os estudantes exigem a conclusão do processo de licitação da obra de construção do prédio central, com acompanhamento de uma comissão paritária envolvendo professores, alunos e técnicos administrativos. Também cobram a compra de um terreno onde existe um galpão já alugado pela Unifesp, localizado próximo ao campus de Guarulhos.
Em mensagem enviada à comunidade da EFLCH o
diretor da escola, professor Marcos Cezar de Freitas, disse que houve na
semana passada uma primeira conversa com representantes do Ministério
da Educação sobre a demanda dos estudantes.
Em relação à compra de um prédio para a universidade, em ofício, a
reitoria informou à universidade que o imóvel será avaliado pela Caixa
Econômica Federal e que, havendo acordo sobre o valor apresentado, a
negociação
será feita entre a Unifesp e o proprietário. "Caso o proprietário não
concorde com a avaliação da Caixa, o MEC providenciará a tramitação
necessária
para que a Presidência da República declare o imóvel de utilidade
pública e, posteriormente, proceda a desapropriação.”
Em nota, a Unifesp afirmou que a universidade está empenhada em resolver a situação e responderá a carta de
reivindicações dos alunos ainda esta semana. Disse que a
licitação de construção do novo prédio está em vias de conclusão e que já foi
alugado um terreno próximo ao campus para a instalação de uma biblioteca de
apoio e melhor acomodação do setor administrativo, o que resultará no aumento
de 30% da área.
Professores do Distrito Federal decidem manter greve
Paralisação completa 30 dias nesta terça-feira sem avanços na negociação
São Paulo – Os professores da rede pública do Distrito Federal
decidiram hoje (10), em assembleia realizada em Brasília, manter a greve
iniciada há 30 dias. Segundo nota do Sindicato dos Professores
(Sinpro-DF), a decisão se deve à falta de propostas do Governo do
Distrito Federal (GDF). “Trinta dias de greve não foram suficientes para
fazer o governo honrar os compromissos assumidos com os professores em
abril do ano passado”, apontou a entidade em nota.
Reunião realizada entre representantes do
governo distrital e do sindicato, na tarde de ontem (9), terminou sem
avanços, informou o Sinpro-DF. “Os representantes do governo afirmaram
que vão estudar
uma proposta.”
Após a assembleia, os professores caminharam da
praça do Buriti até a porta do palácio do Buriti para pressionar o
governador Agnelo Queiroz a retomar as negociações. Os
trabalhadores realizam nova assembleia na sexta-feira (13), às
9h30, no estacionamento do Teatro Nacional.
Os professores pedem aplicação aos salários da mesma variação do Fundo Constitucional transferido pela
União ao Distrito Federal, como ocorreu em 2009 e 2010, quando os
percentuais de variação do fundo – 1,06% e 11,14%,
respectivamente – foram repassados. Em 2011, a variação de 13,83%
foi repassada aos salários em três parcelas, mas o governo sinalizou com mudanças com o pretexto de que
corre o risco de violar a Lei de Responsabilidade Fiscal, e não
apontou proposta de reajuste.
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